Fernanda631 31/07/2023
2010: Uma Odisséia no Espaço II
2010: Uma Odisséia no Espaço II (Odisséia Espacial #2) foi escrito por Arthur C. Clarke.
Nove anos depois dos eventos de 2001 e a perda da nave Discovery I, os Estados Unidos planejam lançar uma nova missão e, para isso, constroem a Discovery II. Mas não é assim tão simples, já que os soviéticos estão à frente deles na construção da Comandante Alexei Leonov. Assim eles chegarão primeiro a Júpiter. O problema é que os soviéticos não sabem como mexer nem na Discovery I, nem em HAL 9000 e propõem uma missão conjunta.
Nesta missão estará, mais uma vez, o Dr. Heywood Floyd, figura que aparece no primeiro livro e que é crucial para o segundo. Temos também o especialista em HAL 9000, Dr. Chandra e o engenheiro responsável pelo projeto do Discovery I, Walter Curnow. A tripulação soviética parece tolerar a tripulação norte-americana enquanto se preparam para desacelerar e manter posição em torno de Júpiter e assim poder encontrar e atracar com a Discovery I.
A ideia é reparar o HAL, coordenar a volta para casa e assim pedir a ajuda dele para descobrir qual foi o problema que levou à morte de um astronauta e o desaparecimento do outro. Mas poderiam confiar em HAL? Um computador que, sabemos, tomou ações deliberadas e conscientes, mentiu e provocou a morte de vários astronautas pode ser confiável? É algo que mantém Floyd preocupado a ponto de fazê-lo instalar uma guilhotina na principal linha de força de HAL. Ao primeiro comportamento estranho do computador, ele o aleijaria de tal forma que seria impossível de contornar.
Enquanto isso, a Tsien, um satélite chinês que depois, descobriu-se ser uma nave, pousa em Europa para reabastecer. A nave é, então, atacada por uma criatura das profundezas de Europa e o único sobrevivente na superfície consegue mandar uma mensagem para a Leonov contando o que aconteceu e que não tem muito tempo de vida em seu traje espacial.
HAL é recuperado por Chandra e os motivos de seu comportamento bizarro são revelados: ele ficou paranoico, entrou em contradição por ser obrigado a manter segredo a respeito do monólito encontrado na Lua. Assim que a nave Discovery I partiu para Saturno/Júpiter, HAL recebeu a ordem de manter segredo sobre a verdadeira missão de Bowman e Poole, os dois astronautas que cuidavam da nave e dos tripulantes em estase, estes sim treinados para lidar com o monólito. Manter este segredo de Bowman e Poole custou a coerência e honestidade de HAL, o que justificava seu comportamento.
Eis então que o Dr. Floyd recebe um aviso vindo de ninguém menos que David Bowman, o astronauta perdido e, presumidamente morto. Eles precisam deixar Júpiter em dois dias, bem menos do que a partida original, pois algo vai acontecer. Algo muito perigoso para eles. Floyd não entende o porquê, mas acaba convencendo a tripulação da Leonov a partir de forma tão súbita, pois alguma coisa está acontecendo com Júpiter, algo espetacular.
Arthur C. Clarke sempre teve muito cuidado com suas descrições científicas. Mesmo lidando com o espaço, com física e astronomia, suas explicações não são complicadas. Portanto, é fácil compreender os conceitos expostos em seus livros. Justamente por sua ciência ser precisa que nos identificamos com muita coisa. As notícias do mundo científico que vemos o tempo todo falam de hibernação para viagens longas no espaço, novos motores, novas descobertas sobre mundos distantes, tudo ali, no nosso cotidiano.
Os eventos fantásticos que acontecem no livro não o desabonam como ficção científica, ao contrário, apenas mostram quantas coisas maravilhosas ainda somos incapazes de compreender. Fala de um astronauta no passado que não vem empilhar pedras e que se mostra poderoso o suficiente para criar vida e estrelas.