O Erro de Descartes

O Erro de Descartes António Damásio




Resenhas - O Erro de Descartes


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rafaelkraisch 11/02/2024

Essencial para o neurocientista
Este livro, embora maçante, é fundamental para entender as neurociências modernas, que associam os diversos comportamentos humanos não conscientes ao funcionamento cerebral. Recomendo sempre aos meus alunos.
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Frasson 12/10/2023

Um livro mega importante pra época de lançamento, traz reflexões e hipóteses além do seu tempo, ideias que infelizmente ainda são enraizadas em alguns profissionais da saúde.
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Carla.Parreira 11/10/2023

O erro de Descartes
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O autor usa uma linguagem um tanto científica e a leitura acaba sendo bastante teórica e complexa, mas ainda assim o assunto é interessante. Inicialmente ele relata casos de pessoas que tiveram graves ferimentos na cabeça e também sobre pacientes com tumores no cérebro. Pessoas que têm alguma interferência externa na parte física do cérebro, seja acidental ou por motivos de saúde, geralmente sofre mudança de personalidade, limitações de raciocínio e de tomada de decisões. Ele relaciona isso aos problemas cognitivos das doenças mentais e faz uma espécie de comparação na tentativa de entender melhor o sistema neuro-cerebral. As doenças do cérebro são vistas como tragédias que assolam as pessoas, as quais não podem ser culpadas pelo seu estado, enquanto as doenças da mente, especialmente aquelas que afetam a conduta e as emoções, são vistas como inconveniências sociais nas quais os doentes têm muita responsabilidades. Isso é uma ignorância social básica e completamente infeliz. A finalidade da abordagem neuropsicológica tratada no livro explica a forma como certas operações cognitivas e seus componentes estão relacionados com os sistemas neurais e seus componentes.
O corpo e o cérebro formam um organismo indissociável. O cérebro recebe sinais não apenas do corpo, mas também de alguns de seus setores, de partes de sua própria estrutura, as quais recebem sinais do corpo. O organismo constituído pela parceria cérebro-corpo interage com o ambiente como um conjunto, não sendo a interação só do corpo ou só do cérebro.
Porém, organismos complexos como os nossos fazem mais do que interagir, fazem mais do que gerar respostas externas espontâneas ou reativas que no seu conjunto são conhecidas como comportamento. Eles geram também respostas internas, algumas das quais constituem imagens visuais, auditivas e somatossensoriais.
Essa é a base da mente. Tanto as palavras como outros símbolos são baseados em representações topograficamente organizadas e que, por si só, formam imagens.
A maioria das palavras que utilizamos na nossa fala interior, antes de dizermos ou escrevermos uma frase, existe sob a forma de imagens auditivas ou visuais na nossa consciência. Se não tornassem imagens, por mais passageiras que fossem, não seriam nada que pudéssemos saber. Isso é verdade até mesmo para aquelas representações topograficamente organizadas que não são tomadas com atenção pela consciência, mas que são ativadas de forma oculta. As imagens que reconstituímos por evocação ocorrem lado a lado com aquelas formadas segundo a estimulação vinda do exterior.
As imagens reconstituídas a partir do interior do cérebro são menos vívidas do que as induzidas pelo exterior. Os seres humanos surgiram para a vida dotados de mecanismos automáticos de sobrevivência e ao qual a educação e a aculturação acrescentaram um conjunto de estratégias de tomada de decisão socialmente permissíveis e desejáveis, os quais, por sua vez, favoreceram a sobrevivência, melhorando de forma notável a qualidade dela.
Além disso, fora desse duplo condicionamento, as estratégicas supra-instintivas de sobrevivência criam algo exclusivamente humano: um ponto de vista moral que, quando necessário, pode transcender os interesses do grupo ou até mesmo da própria espécie. A natureza, com a sua mania de fazer economia, não selecionou mecanismos independentes para exprimir emoções primárias e secundárias.
Limitou-se simplesmente a permitir que as emoções secundárias se exprimissem pelo veículo já preparado para as emoções primárias. O autor define a emoção como sendo a combinação de um processo avaliatório mental, simples ou complexo, com respostas dispositivas a esse processo, em sua maioria dirigidas ao corpo propriamente dito, resultando num estado emocional do corpo, mas também dirigidas ao próprio cérebro (núcleos neurotransmissores no tronco cerebral), resultando em alterações mentais adicionais. Todas as emoções originam sentimentos, mas nem todos os sentimentos provêm de emoções. Existem muitas variedades de sentimentos.
A primeira variedade baseia-se nas emoções, sendo as mais universais a felicidade, a tristeza, a cólera, o medo e o nojo. Uma segunda variedade de sentimentos é a que se baseia nas emoções que são pequenas variantes das cinco antes mencionadas: a euforia e o êxtase são variantes da felicidade; a melancolia e a ansiedade são variantes da tristeza; o pânico e a timidez são variantes do medo.
Essa segunda variedade de sentimentos é sintonizada pela experiência quando gradações mais sutis do estado cognitivo são conectadas a variações mais sutis de um estado emocional do corpo. Existem mecanismos neurais que nos ajudam a sentir 'como se' estivéssemos passando por um estado emocional, como se o corpo estivesse sendo ativado e alterado.
Esses mecanismos nos permitem contornar o corpo e evitar um processo lento e consumidor de energia. Podemos evocar com eles uma espécie de sentimento apenas dentro do cérebro. No entanto, esses sentimentos são apenas relativos aos que correspondem a um estado real do corpo. Ao atuar em um nível consciente, os estados somáticos (em grego, soma quer dizer corpo) ou seus substitutos devem marcar os resultados das respostas como positivas ou negativas, levando assim a que se evite ou que se prossiga uma determinada opção de resposta. Mas podem também funcionar de uma forma oculta, ou seja, fora da consciência. Esse mecanismo oculto seria a fonte daquilo que chamamos intuição, o misterioso mecanismo por meio do qual chegamos à solução de um problema sem raciocinar.
A afirmação 'penso, logo existo' sugere que pensar e ter consciência de pensar são os verdadeiros substratos de existir. Como sabemos que Descartes via o ato de pensar como uma atividade separada do corpo, essa afirmação celebra a separação da mente, a 'coisa pensante' do corpo não pensante, o qual tem extensão e partes mecânicas.
A verdade é que existimos e depois pensamos, e só pensamos na medida em que existimos, pois o pensamento é causado por estruturas e operações do ser. A coisa mais indispensável que possamos fazer no nosso dia a dia, enquanto seres humanos é, na opinião do autor e minha também, recordar a nós próprios e aos outros a complexidade, fragilidade, finitude e singularidade que nos caracterizam. É claro que essa não é uma tarefa fácil: tirar o ser do seu pedestal em algum lugar não localizável e colocá-lo num lugar bem mais exato, preservando-lhe ao mesmo tempo sua dignidade e sua importância, reconhecer sua origem humilde e sua vulnerabilidade e, ainda assim, continuar à sua orientação e conselho.
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rafaelkraisch 11/02/2024minha estante
O Erro de Descartes não é sobre o Descartes, mas sobre a ideia de que a "mente" é uma coisa fora do cérebro e que a sua existência estaria condicionada ao pensamento consciente. Esta é a essência do livro.




Alan146 15/12/2022

Interessante
Por mais que a abordagem chegue a ser extremamente científica, a certos ponto, alguns trechos foram bem úteis e compreensíveis.
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Alan Furiati 10/12/2022


Meu erro foi insistir com uma leitura continuada desse livro. É um livro que para um leito como eu, exige pausas, e mesmo reflexão.
A emoção comanda a razão ou a razão a emoção? Ótima questão abordada. Pretendo reler, com mais calma e utilizando outras fontes de pesquisa para compreender melhor o texto.
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Jogute 29/11/2022

Aqui as partes filosoficas são as mais tranquilas
Gostei bastante, li para fazer levamtamento bibliográfico em uma pesquisa, a compreensão de muitas partes necessita expertise cientifica, que não tenho, para entender, a explicação físico-química dos fenômenos por exemplo, contudo, é mérito da linguagem do autor (e tradutor) fazer conseguir compreender o geral, tanto na introdução ao problema, exposição hipotética, quanto nas soluções propostas.
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Tiago.Cecconello 09/10/2022

O erro de Damásio
Esse livro é um clássico da neurociência. Por meio de uma prosa fluida e didática, Damásio nos faz viajar por conceitos importantes da neurociência, bem como do funcionamento do cérebro, ao mesmo tempo em que expõe sua teoria de que o ser humano não é um ser dualista, racional x emocional, mente x corpo, mas uma interrelação biológica de tudo isso. Precisamos das emoções para "sentir" se nossas decisões racionais são, de fato boas. Um ser apenas racional seria incapaz de executar simples escolhas e aproximar-se-ia muito de um serial killer, que mata justamente por ter distúrbios nas zonas responsáveis pela emoção.

Único ponto negativo do livro é usar Descartes e falar pouco dele. Eu sempre acho errado e ingênuo quando um cidadão contemporâneo diz que um pensador do século 17 errou. Isso se torna ainda pior quando o autor sequer dedica um capítulo para falar da vida, das teorias e da época do pensador criticado. Sim, descartes errou em muitas de suas teorias, mas é possível que Damásio, se tivesse nascido naquela época, sequer teria capacidade cognitiva de errar como descartes errou. Quem seria Damásio no século 17.

Apesar disso, o conteúdo do livro é bom, apesar de ser muito especulativo (como o próprio autor reconhece). Porém, nas partes já conhecidas e bem estudadas do cérebro, ele é bem didático e interessante, sobretudo para quem quer iniciar na neurociência.
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Leilane 09/10/2022

Quatro estrelas por minha culpa
Muito bom, mas não perfeito, porque faço parte do público ainda leigo demais pra tirar total proveito deste livro.

Trata-se de uma divulgação científica de trabalhos que rompem com a dualidade corpo/mente, e mostram como a emoção está intimamente ligada com a razão (ao contrário do que se acredita ainda) no processo de tomada de decisão, principalmente.

Me perdi no meio do livro, não por falhas deste mas por não ter conhecimento suficiente pra entender todos os conceitos abordados. Então fiz uma visão geral nesta primeira leitura no Kindle e pretendo reler a versão física, com mais calma e com o Google do lado, futuramente.
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Zombief 27/05/2022

Se você assim como eu, levou Física, Química e Biologia nas coxas durante o ensino médio, o livro vai ser um pouco técnico demais, mas é só ler com o Google do lado pra ver a parte do cérebro que ele tá falando.

Ele descreve um causo bem interessante de um cara que teve um acidente que uma haste de ferro entrou no cérebro, sobreviveu de alguma forma, mas a personalidade mudou bastante. O livro fica na maior parte do tempo descrevendo isso.
Livro já tava pra acabar e eu confuso "Ué, mas qual era o erro de Descartes?", e livro na última página e nada de falar do cara.
Aí no último parágrafo "Aaaah, by the way, Descartes falou que 'Penso, logo existo', mas não dá pra separar não".
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SamuellVilarr 28/04/2022

O Erro de Descartes, António Damásio.
Sem dúvida alguma, este é o material de divulgação científica mais interessante e intrigante que li dentre os conteudos que já consumi acerca do mesmo assunto, sua importância é imensurável, a missão do autor é cumprida com notável maestria, duas coisas são dignas de nota: a amplitude com que o autor aborda os temas e a síntese que ele faz, utilizando de vasto material, repertório e conhecimento, sobre o que há de relação entre o homem, seus mecanismos cerebrais, psicológicos e dado as funções de cada parte de um grande funcionamento de sistemas repartidos no cérebro, um intervindo ao outro, ele também integra todos estes componentes, afirmando certas, coisas, consequentemente, desmistificando outras, e fazendo com que conheçamos a partir do vislumbre de um grande repertório de conhecimentos acerca do cérebro e da mente, tudo aquilo que há dessa relação e do que acontece quando estamos fazendo algo, ou pensando, ou raciocinando ou mentalizando enquanto organismos vivos e da associação que sucede a emoção em todos estes processos sistematizados no cérebro e também, no próprio corpo. Fazendo isso, ela não só demonstra que processos de reação quimica, de apreensão dos sentidos, de raciocínio e de muitos mecanismos minuciosos da percepção, da subjetividade e da emoção e sentimento atuam diretamente sobre aquilo que somos, como também, demonstra detalhadamente a relação inseparável que todos estes sistemas tem ao corpo. De modo geral, em toda a estrutura do livro, que se inicia com os relatos acerca do caso de Phineas Gase até o ultimo capitulo sobre o erro de descartes propriamente, estamos em todo este percurso imersos em um setor específico da constituição humana dos sistemas do cérebro, da mente e da sujeição da razão e da emoção, tambem em relação aos fenomenos de origem externa, isto é, de estimulos da realidade que recebemos através dos sentidos, no final, forma-se como que um simulacro daquilo que pensamos acerca de nós mesmo, o ser passa a ser unívoco, conforme entendemos que a razão necessita da emoção para atuar de maneira correta em decisões, que a percepção e os sentidos são coisas que atuam tanto no processo do estado consciente de subjetividade quanto no próprio processo de reconhecer que se está vivo e percebendo as coisas reais, inclusive percebendo que se vê, conforme se sabe que o ser humano depende de muitos processos que não se limitam apenas a comodidade social ou ao mero processo adaptativo, que sua estrutura biológica diz muito acerca daquilo que ele é, que precisamos da intervenção da emoção para realizar plenamente a razão, da forma como mentalizamos e do modo como percebemos as coisas criando imagens sucessivas em respeito a tudo (palavras e pensamentos por exemplo, são imagens), dos processos químicos do cérebro, enfim, uma escala extensíssima de conhecimentos que, apesar de ser admiráveis e interessantes porsi mesmos, também são de suma importância, ainda para assegurar de que o nosso ponto de vista não é baseado em mesquinharias, nos assegurar de que, como Descartes o fez, evitaremos dualismos entre mente e corpo ou razão e emoção, problemas filosóficos que apesar de incongruentes, são inverossímeis, conforme asim nos mostra o autor e conforme o leitor, por sua vez, passa a saber.
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Giovane 23/03/2022

O erro de Descartes.
É este o erro de Descartes:

A separação abissal entre o corpo e a mente, entre a substância corporal, infinitamente divisível, com volume , com dimensões e com um fundamento mecânico, de um lado, e a substância mental, indivisível sem volume, sem dimensões e intangível de outro; a sugestão de que o raciocínio, o juízo moral e o sofrimento adveniente da dor física ou agitação emocional poderiam existir independentemente do corpo.
Especificamente: a separação das operações mais refinadas da mente , para um lado, e dá estrutura e funcionamento do organismo biológico, para o outro.
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yasmin_luna 01/03/2022

Livro esclarecedor
Comprei esse livro por indicação do meu professor e gostei muito da leitura. Para quem já tem vivência na área da Psicologia e da neurociência a leitura é de fácil compreensão, mas para quem é leigo no assunto, realmente a leitura se torna difícil. Achei necessário ler o livro, me deu preguiça no começo, mas depois a leitura ficou mais instigante. Passei a entender mais coisas ainda sobre mente e corpo e realmente é explicado o porquê do erro de Descartes.
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Mllaberia 23/02/2022

Bastante técnico, mas interessante
O livro é bastante técnico, envolve muitos termos e conceitos de neurociência que tornam-se de difícil compreensão para o público leigo. Apesar disto, o livro propõe interessantes reflexões sobre a relevância das emoções no sistema de tomada de decisões e sobre o conceito de "eu".
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Rafael.Ricciardi 09/02/2022

Uma obra-prima, neurobiologicamente falando
Antonio Damásio, ao contrário do que quem não lê sobre sua obra pode pensar a partir do uso de "O erro de Descartes" como referência para outras obras, não é um "reducionista" no sentido pejorativo da palavra. O certo, aí sim, seria considerá-lo um materialista nato. Consegue, com classe, fazer uma análise das relações entre emoções, sentimentos e razão a partir dos campos da neurobiologia, da neuropsicologia e da neurociência cognitiva. A análise é monista o bastante para tirar a discussão das mãos de uma análise pseudocientífica de dualismos contemporâneos (e, claro, do de Descartes) e cognitiva o bastante para mostrar ao Skinner e seus seguidores que tratar processos subjetivos da mente não tem nada de não-científico e dualista quando se faz uma análise do organismo como ser biológico integral e dotado de um sistema nervoso que gera o que chamamos de "mente". Quem leu "O erro de Descartes" sabe que Damásio não retira a parte poética de funções mentais superiores ao atribuir ao ambiente ou, como faz na maior parte do tempo nesse livro, à estrutura e funcionamento do organismo suas origens. Pelo contrário, nos mostra que coisas que nos parecem incapazes de gerar a vida mental humana o fazem. Que sorte de viver a mesma época que esse gênio e falar (quase) a mesma língua nativa.
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