As Horas Nuas

As Horas Nuas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Horas Nuas


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Nado 26/03/2021

Esse romance ficcional de uma das maiores autoras da nossa literatura, a qual temos a alegria de celebrar a sua vida e a sua presença entre nós, resume bem o estilo literário que a consagrou trazendo ao leitor os seus intensos fluxos de consciência.
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As Horas Nuas conta a história de Rosa Ambrósio, uma decadente atriz de teatro que está tentando voltar à ativa e isso está trazendo a ela várias reflexões de seu passado, presente e futuro. No decorrer da trama são mostrados os três amores da sua vida, o primo Miguel, o marido Gregório e o amante Diogo, que foi o seu último companheiro.
Mesclando os monólogos de diversos narradores com seus fluxos de consciência e com a narração em terceira pessoa, Lygia permite ao leitor se aprofundar na vida da personagem de uma maneira singular. Durante a trama também é falado um pouco sobre sua filha Cordélia, sua terapeuta Ananta e alguns personagens coadjuvantes que têm cada qual a sua importância, como é o caso da sua empregada Dionísia, que tem ótimos diálogos com a patroa.
Um dos personagens mais curiosos e interessantes da obra é o gato Rahul, que também é elevado a alcunha de narrador para contar um pouco a história de ?Rosona? sob o seu peculiar e engraçado ponto de vista. Esse gato tem tamanha personalidade que deixa claro quem são as pessoas que ele mais gosta. Um dos momentos mais marcantes da leitura é você ler vários parágrafos e passagens e descobrir que tudo está sendo contado por um gato. Isso nas mãos de Lygia é um verdadeiro presente ao leitor.
Esse não é o meu primeiro contato com obras da autora, e como aconteceu com títulos anteriores, sua leitura me cativou desde as primeiras páginas. Lygia tem o poder de mostrar os devaneios de seus personagens de uma maneira cativante.
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Celine. 06/06/2009

Nua
As Horas Nuas foi o primeiro livro de Lygia que li. E me tomou de admiração e amor num assalto. Ao ler as narrativas de diferentes personagens sobre uma historia que nao tem começo, nem fim...nem grande enredo, nem grandes surpresas. Recheada de misterios e descrições de perfil dos personagens. Me deparei com um gato que até hoje eu procuro um igual pra conviver comigo e me entupir de imaginações acerca de seus pensamentos.
As horas nuas são de fato, nuas de tal forma que pouco conseguimos ver delas. Um livro maravilhoso, uma escrita que puxa e um desejo que não acabe, por de fato, o livro continua...
Cleuzita 11/12/2016minha estante
Comprei hoje esse livro em um Sebo, por R$ 10,00. Nunca tinha ouvido falar dele, mas ao ver o nome da autora não resisti. Eis que venho aqui e tenho a grata surpresa de ler seu comentário. Parabéns pela escrita linda e bem feita. Sucesso!!!!


Ana 08/05/2018minha estante
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Cleuzita 23/05/2020minha estante
Amei suas impressões desse livro. Eu o li em outra edição, mas ao contrário de você, não consegui me sintonizar com a obra. Terminei só pra não deixar leitura pra trás, foi enfadonha pra mim. Não me lembro de muita coisa, mas vendo seu comentário até fiquei com uma vontadizinha de reler. Um abraço.




Cinara... 25/07/2023

Fluxo de consciência que reconheço...
"A gente vai perdendo. Perdendo uma coisa atrás da outra, primeiro, a inocência, tanto fervor. A confiança e a esperança. Os dentes e a paciência, cabelos e casas, dedos e anéis, gentes e pentes - todo um mundo de coisas sumindo no sou sorverdouro, ô! meu Pai tantas perdas."

Já é incrível ler um livro onde você se indentifica com um personagem, imagina então se identificar com todos. A narrativa impar, os personagens tão reais e todos tão tangíveis.
Adoro a escrita da autora.
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Cristiane 05/04/2023

As horas nuas
Rosa Ambrósio é uma atriz de teatro que se depara com os desafios que terá de enfrentar na carreira já que não é mais jovem.
Ela está solitária, o marido faleceu. Um professor brilhante, calado, preso político ... O amante e secretário foi embora, ela guarda uma esperança de que ele voltará. A filha, Cordélia, sente uma atração pelos homens mais velhos, o que incomoda, Rosa. A filha vai para um cruzeiro.
Rosa tem apenas como companheiras a empregada Dionísia e o gato Rahul.
Ela faz terapia com Ananta, outra mulher solitária.
Rosa se entrega ao alcoolismo e o leitor conhecerá todas as suas perdas: o pai desaparecido (saiu e não voltou mais), o primeiro amor (um primo que morre muito jovem), Gregório (que nunca mais serão o mesmo após a prisão e que vai morrer), a perda da juventude...
Ananta vai simplesmente desaparecer, seu primo alertada por uma das suas amigas vai procurá-la em hospitais, necrotério, fará uma verdadeira investigação.
A autora usa do fluxo de consciência o que faz da leitura desse livro algo vertiginoso.
Marcado por questões como a ditadura e a tortura, feminismo, alcoolismo e acima de tudo as perdas. O livro é quase que uma bomba relógio.
Além da autora nos presentear com um narrador inusitado: o gato Rahul.
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Niara 12/04/2023

"... as minhas memórias, tudo quanto é perna de pau já escreveu as suas, por que não eu? Hein?!... As Horas Nuas, você aprovou o título, também eu nua sem tremor e sem temor."

História sensível, que possui como um dos narradores Rauhl, o gato.
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Rodrigo 13/03/2021

Aceitação
Um mergulho reflexivo na negação da terceira idade. Impressionante como a autora consegue, através de muita intertextualidade, nos arrebatar e apresentar personagens tão marcantes. Encantado com o gato Rahul!
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Toni 03/03/2022

Leituras de 2022 | #LendoLygia

As horas nuas [1987]
Lygia Fagundes Telles (SP, 1923-)
Cia. das Letras, 2010, 256 p.

De tempos em tempos, a leitura ou releitura de uma obra de Lygia Fagundes Telles é, para mim, um exercício de reencontro com a excelência na escrita de ficção. “As horas nuas”, seu quarto e último romance, não foge à regra: obra de maturidade, trata-se de uma narrativa profundamente marcada pelo mergulho na psique de personagens complexas, pelo desenrolar de um tempo psicológico ora tenso ora melífluo, pela ambiguidade característica e sempre tão bem manipulada por Telles, pelos jogos de espelhos, memórias e vozes que parecem se complementar apenas para se contradizerem logo em seguida.

Rosa Ambrósio, atriz alcoólatra em decadência, e Rahul, seu gato com vislumbres de vidas passadas, são os dois grandes narradores do romance. Desnecessário dizer que, havendo um gato narrador, eu nem precisaria de outras razões para ler o livro, mas uma ideia boa em mãos menos talentosas não iria muito além de ter sido uma boa ideia. Aqui, a autora consegue articular o olhar felino (e ferino) com o ponto de vista ferido e emocionalmente falido de sua “dona”. Através dessas duas vozes, um sem número de questões e temas atravessam a narrativa, como as consequências da ditadura (o marido de Rosa é um ex-preso político torturado), as primeiras notícias do surto de HIV, as discussões sobre aborto, as crises interiores (provocados por construções sociais externas) que acompanham o envelhecimento, os direitos das mulheres…

Mas “As horas nuas” é, não se enganem, o mais ardiloso dos romances de Telles. Quando menos se espera, há uma guinada narrativa que abandona aquelas personagens até então centrais e passa a se concentrar, ironicamente, no desaparecimento de outra. Um sumiço que beira o fantástico, construído por pistas que muito pouco elucidam o que aconteceu, mas fornecem material suficiente para interpretações realistas de um Brasil feminicida, ou mais fantasiosas, para quem prefere associar arquétipos e mitos ao desnudamento de um inconsciente. Meu favorito continua sendo “As meninas”, mas sinto que cedo ou tarde este aqui me convidará para uma releitura.
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Adriana1161 23/03/2023

Um romance com ares de conto
A história de Rosa Ambrósio, atriz beirando os 60 anos, em fim de carreira, que fica revivendo seus papéis e seus amores.
Vai contando tudo em fluxo de consciência, pensamentos, e alterna a narração com Rahul, seu gato. Uma desordem essa ficcionalização da vida!
Gostei bastante, gosto muito da escrita da Lygia.
Ótima descrição da Praça da República!

"Mulher detesta mulher. Só essa história de mãe e filha que funciona. Às vezes." - Rosa
"O despudor das pessoas diante dos bichos " - gato Rahul

Personagens: Rosa, Rahul, Gregório, Diogo, Ananta, Dionisia, Cordélia, Miguel
Local: São Paulo - anos 80/90
@driperini
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Marcelo217 02/05/2021

Complexo
Esse livro não é grande, já li maiores esse ano, mas, definitivamente, esse foi o que me deu mais trabalho. Precisei me adaptar a leitura e até a metade do livro não tinha opinião formada sobre e também não parecia estar entendendo.

O que temos aqui é uma eloquência muito bem escrita e de qualidade (é assim que se faz, viu ******* *********!!!). Os personagens trazidos por Lygia são reais e sensíveis. Achei os fluxos de consciências muito interessantes, o que demandou muita concentração e atenção, pois a escrita tem um ritmo rápido e a narrativa não é uniforme, nem constante.

A história pode até parecer convencional no quesito decadência da personagem Rosa com diversos elementos clichês, mas os personagens ao redor dela fazem uma alegoria muito interessante no desenvolvimento do enredo. Achei genial a consciência do gato Rahul, deu um gás e me despertou curiosidade para continuar a leitura.

No final tudo pareceu muito coeso, mesmo o paredeiro da Ananta continuar desconhecido, a história me envolveu e me cativou. Achei emocionante a descrição do amor e como as relações dos 3 amores de Rosa foram descritos. História é difícil com uma narrativa completamente não convencional, mas a leitura é muito válida.
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talvezthiago 28/12/2022minha estante
gostei muito da sua resenha




Edilene Freitas 25/03/2023

A história nos apresenta a Rosa Ambrósio, uma atriz que está em decadência, envolvida no vício álcool e sofrendo as perdas de seus amores, sendo o mais recente o seu assistente/amante, Diogo. No início é um pouco confuso, tendo em vista que somos lançados no fluxo de consciência de Rosa enquanto ela está embriagada, o que torna as informações bem fragmentadas. Mas ao longo da narrativa é possível se acostumar. O mais genial é termos um gato narrador, com expressões mais humanas até mesmo do que seus donos. O gato Rahul fez toda a diferença e fiquei esperado por mais capítulos narrados por ele. Lygia é sempre uma experiência única, mas prefiro seus contos.
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Gabriela.Gratival 18/03/2023

Ainda digerindo o final
É engraçado pensar que comecei lendo esse livro e me assustei demais com a escrita. O primeiro contato não foi dos melhores. Mas decidi dar uma segunda chance e reler o primeiro capítulo (e que bom que assim o fiz). Passado o choque, a leitura se torna fluída e o estilo de narrativa faz total sentido.
Não sei escrever uma resenha do que se passou na história, pois foi tanta coisa. Mas pude refletir um pouco sobre envelhecimento, decadência, luto e gatos. Um pouco de tudo rsrs.
No final queria continuar lendo e lendo, mas infelizmente cheguei ao fim dessa jornada. Agora, quero ler mais livros da autora.
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HonorLu 16/07/2020

As Horas Nuas
É impressionante a capacidade tenaz de Lygia Fagundes Telles surpreender o leitor quando ele menos espera. Nesse romance, conseguimos sentir a maturidade estilística da autora que maneja as narrativas dentro do romance com tamanha maestria que inspira e inquieta. É como se cada palavra estivesse aonde deveria estar, pois ali é onde ela tem um objetivo. E eu acredito que seja isso. Único, um romance de longo fôlego e que exige pausas entre os capítulos e até mesmo entre períodos de parágrafos. Fantástico.
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deborauni 30/11/2020

Carrossel
Sem início ou fim bem marcado, desfilam entre os personagens os contrastes de vida e morte, traições, fidelidade, decadência, recuperação, esperança, fantasias, lembranças e até mistérios nas entrelinhas ou no enredo.
Vemos as fraquezas cruas do ser humano, as relações sem glamour e o insólito de um gato narrador.
A leitura foi difícil, muitos momentos sem entender quem falava e a quem se referia, mas segui em frente e cheguei ao final. Uma experiência interessante, uma linguagem instigante e, apesar de não ter sido um livro que me prendeu, tão pouco pode ser abandonado.
Primeiro encontro com essa reputada autora brasileira e não consigo decidir se gostei ou não.
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