Presos que menstruam

Presos que menstruam Nana Queiroz




Resenhas - Presos Que Menstruam


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Mineirinha 04/09/2015

Dei - me uma chance de ver um outro lado, um lado que, pra mim, não tinha desculpas.
Aproveitei a chance, mudei a visão, me enchi de raiva ao entender, em dado momento, que a autora estava "amenizando com desculpas esfarrapadas" os motivos das prisões. Pensei: isso não justifica! É crime, tem que pagar, eu jamais faria isso...!
Sempre pensei: tá na cadeia? Rezando é que não estava. Pensamentos comuns, ou melhor, repetições comuns, pois creio que, assim como eu, muitos repitam essa ladainha porque ouviram a vida inteira. E aí é o problema, repetir sem pensar, sem questionar.
Realmente, eu nunca fiz o que essas mulheres fizeram e, (espero) talvez nunca faça. Mas nossas realidades são diferentes. Desde cedo conheço um biscoito recheado, desde cedo fui criada num ambiente em roubar, matar, sequestrar é inadmissível. Elas não. Isso é dado a elas como uma opção para o "sucesso" e muitas vezes a única. Não justifica! Mas qual a outra realidade? Existe um mundo diferente disso? Elas desconhecem. E, para dar a elas a certeza de que o mundo é mesmo desumano, está lá a prisão, dando - lhes comida com pêlos de rato, azedas, dois rolos de papel higiênico por mês e dois pacotes de absorventes.
É, realmente as coisas são assim, elas devem pensar.
A prisão não cumpriu seu papel, não ressocializou.
A autora do livro, Nana Queiroz, sim, cumpriu o dela: fez uma alienada aqui se colocar no lugar de pessoas vulneráveis e ser menos julgadora. Cada vez menos...
Raysla Camelo 11/02/2020minha estante
Gostei muito do que você escreveu. Eu sempre tento pensar assim como você, me tirar do meu lugar de conforto e me imaginar em situações que, por sorte minha, desconheço. Não tenho apreço nenhum por criminosos, não justifico crime algum, muito menos defendo a impunidade. Mas somos todos seres humanos e isso é motivo suficiente para termos empatia. Meu grande questionamento sobre tudo isso é o seguinte: nossa sociedade não é a favor da pena de morte, nem de tortura, mas o que é o sistema prisional senão "doses homeopáticas" de tortura velada, de morte que não mata? Como você bem disse, um sistema pra dar a elas a certeza (como se precisassem) que o mundo é ruim.


13/05/2020minha estante
Que incrível seu comentário. Parabéns pela abertura e vulnerabilidade!!! Incrível mesmo


Loy 17/12/2021minha estante
Concordo com tudo que você escreveu, parabéns salientou bem o sentimento que tive lendo esse livro




Rosangela Max 10/03/2021

Bom, mas tinha potencial para ser melhor.
Acredito que, como muitos, também me enganei achando que o livro iria falar sobre os casos dos transexuais na prisão. A frase da capa induz a esse engano.
No mais, o livro consta histórias que mostram a realidade das mulheres no nosso sistema carcerário. São histórias que retratam miséria, desespero, ilusão, violência etc. Porém, sem vitimizar as ?personagens?.
Para quem leu a trilogia do Drauzio Varella sobre este tema, esta realidade retratada no livro não será nenhuma novidade. Incomoda, revolta, sensibiliza, mas não surpreende.
A forma que a escrita foi estruturada não me agradou. Cheia de lacunas, construção confusa... É uma pena! Um tema tão relevante como esse merecia uma escrita a altura. Mas isso não comprometeu a leitura.
Foi meu primeiro livro desta autora e não descarto a possibilidade de ler outros.
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Thaís | @analiseliteraria 28/05/2020

Ser mulher significa pagar pelo seu crime duas vezes
Presos que menstruam não se trata de uma justificativa dos crimes que essas mulheres cometeram, mas é sobre suas próprias histórias, uma vez que dificilmente alguém acorda e pensa, sem mais nem menos: "Acho que vou cometer um crime hoje". Como era a vida dessas mulheres antes do presídio e como é agora, nesse lugar sub-humano? É fácil dizer que elas estão ali por uma escolha delas, que você não faria isso, então cada um tem o que merece. No entanto, dentro do seu conforto, com uma família que te ama e apoia, a geladeira cheia de comida e um emprego que paga suas contas, você fala de uma posição de privilégio que não é a realidade de todo mundo. Não nos compete julgar um ato criminoso, isso cabe ao juiz, o que nos compete é abrir os olhos para conhecer uma realidade já difícil, mas que é ainda mais humilhante e degradante quando se é mulher. Nada em relação a isso é dado de forma natural, mas construído, fazendo com que elas paguem sua sentença duas vezes mais. Não só a infração é punida, mas também quem elas são.

site: @analiseliteraria
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Suellen271 24/06/2021

Esse é o Sistema Prisional Brasileiro
Nana Queiroz nos apresenta a dura realidade das mulheres encarceradas no Sistema Prisional Brasileiro e as dificuldades que enfrentam diante das regras impostas e todo o ambiente preparado apenas para homens. É baseado diretamente em entrevistas e relatos das prisioneiras, contando desde como era a vida antes da detenção até a vivência dentro dos presídios e nas condições em que vivem ou... sobrevivem no encarceramento. Alimentos, muitas vezes vem com fezes de rato, papel higiênico e acessórios como sabonete e absorventes nem chegam perto do suficiente, dormem diretamente no chão, num espaço com no mínimo o dobro de pessoas e não há suporte médico. Muitas vezes são tratadas como lixo, apanham, são torturadas, mesmo as gestantes, que também têm filhos na própria cadeia. Elas não se alimentam direito, o leite seca e a criança também passa fome... e dorme no chão.

Nana Queiroz salienta muito bem a vida de cada detenta, a situação de pobreza, a fome, a luta pelo sustento dos filhos, a obrigação de seguir com o esposo ao mundo do tráfico e os diversos motivos que levaram a cometer determinados delitos por mais pequenos que fossem. Uma delas nem sabia o porque estava sendo detida.

A estrutura da escrita tornou um tanto confusa a leitura, pois trata do começo da história de vida de várias prisioneira de cada caso e situação e depois volta de novo lá nos primeiros relatos do primeiro caso e dá continuidade na história. E dessa forma ficou confuso pelo fato de conter muitas mulheres em muitos casos e dificuldades diferentes. No entanto, o livro consegue atrair o leitor a cada página, a leitura é rápida e muito fluída.

Recomendo muito a leitura!!
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Gabriela3420 15/03/2020

Presos que menstruam
Através de relatos de mulheres de várias penitenciárias do Brasil, a autora nos revela a realidade do sistema carcerário feminino no país.
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Confinadas em um espaço originalmente construído para abrigar homens, as detentas pagam com a própria dignidade pelos seu crimes. Não há estrutura para atender mulheres grávidas e lactantes, atendimento adequado para problemas de saúde mental, a comida fornecida muitas vezes vem estragada e inúmeros casos de abuso de autoridade.
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Como acontece com todo bom livro de não-ficção, fui totalmente retirada da minha zona de conforto. Cada relato me chocava de uma forma bem específica, porém a autora conseguiu contar a história de todas as detentas, sem romantizar ou relativizar os seus crimes. No final da leitura cheguei a conclusão de que sim, elas precisam pagar pelas suas faltas, porém é inadmissível que nesse processo elas não sejam tratadas com a dignidade que todo ser humano tem direito. A consequencia disso é que muitas vezes a pessoa cumpre a pena e não é ressocializada, e em algum momento acaba cometendo outro delito e voltando para a penitenciária.
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Nadia 02/02/2024

Reflexivo
Grande reportagem escrita de forma responsável, onde conhecemos o lado cruel do sistema carcerário feminino, e as várias histórias de abandono, preconceito e violência.
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gvnnrs 18/03/2021

Nana Queiroz fez um ótimo trabalho
Sempre gostei, desde pequenininha, de assistir e ler coisas relacionadas ao sistema carcerário do nosso país, sou fã de Carandiru, do Drauzio, e não há muito tempo, li também Prisioneiras dele. Essa obra de Nana Queiroz sempre fez meu estilo e então eu resolvi parar de enrolar e conhecer logo.
Ainda bem! Um trabalho muito bem feito, que aborda diversas pequenas realidades que existem alí entre tantas mulheres.
"Os crimes cometidos por mulheres são, sim, menos violentos, mas não é mais violenta a realidade que as leva até eles."
A autora dá bastante ênfase nas histórias das detentas, o que levou aquele ser humano a arriscar (e acabar perdendo) sua liberdade, ou até mesmo as injustiças que as levaram até ali.
Vemos também a questão de como é diferente a MULHER X HOMEM preso em relação ao abandono. Nem 2% das detentas recebem visitas de seus cônjugues.
Uma coisa que enriqueceu e MUITO essa leitura foi a atenção que a autora deu ao caso de Glicéria, de origem indígena. Toda a história de sua vida e de como os direitos do seu povo foram e SÃO violados até hoje foi de muita relevância para essa narrativa.
Preciso elogiar também a diversidade de regiões que a jornalista selecionou pra trabalhar aqui. Temos penitenciarias no sul, no norte, nordeste, sudoeste e etc. Mas o momento que mais me chamou a atenção com certeza aconteceu em Tremembé, com as "famosas" Ana Carolina Jatobá e o "efeito" Suzane... A parte que a Nana relata o episódio do elástico de cabelo foi muito boa.
Passamos ainda sobre a questão das visitas íntimas, um direito guardado aos presos, porém por muitos "lá de cima" entendido como uma exclusividade dos presos HOMENS.
E ainda, como a homofobia é enraizada lá dentro, muitas vezes registrada a "homossexualidade" como delito entre as presas.
Com certeza foi uma leitura enriquecedora em visão de mundo, vale a pena olhar ao redor e parar pra escutar relatos de pessoas esquecidas pela sociedade.

"Os delitos mais comuns entre mulheres são aqueles que podem funcionar como complemento de renda. Como mostram Ieda e Marta, tráfico de entorpecentes lidera o ranking de crimes femininos todos os anos no Censo Penitenciário. Os próximos da lista, e para os quais vale o mesmo raciocínio, sçao os crimes contra o patrimônio, como furtos e assaltos.
Os crimes cometidos por mulheres são, sim, menos violentos; mas é mais violenta a realidade que as leva até eles."
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NatyNatalia 25/10/2020

Escrita impecável
É triste ver como o sistema brasileiro é pura hipocrisia e como muita gente sofre com isso. Histórias de partir o coração, outras para nos deixar revoltados e algumas para ficarmos alegres, pois muitas mulheres conseguiram superação e uma vida digna, dentro de suas possibilidades. A escrita da autora é impecável. Obra bem construída!
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Monara 06/09/2020

Que narrativa brutal!!
Esse livro nos mostra a realidade do sistema carcerário brasileiro no que concerne as presas femininas. É muito triste ver a trajetória delas até o cárcere e sua real situação dentro das penitenciárias brasileiras. A escrita nos faz desenvolver um certo grau de empatia pelas mulheres aqui representadas, mostrando sua realidade, sem nunca justificar ou até mesmo romantizar o que as levou ali, apenas nos mostrando a dura desigualdade escancarada que existe no nosso país.
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Deza Farias 10/06/2021

Aquela tapa na cara da sociedade
Eu nunca pensei como é "ruim" o sistema carcerário do país.
Eu sempre dizia que queria "Ir presa" para poder 'colocar as leituras em dia" quero mais não!!!
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Milla 11/10/2020

Sentenciadas a sangrar
Um livro que me incomodou, me fez ter vários links mentais, sobre a real situação que mulheres, mães, filhas, bebês... enfrentam na cadeia. Atrelado a não me apegar em qualquer vitimismo confrontando com as reais situações. Infortunadas que sofreram as consequências do destino, ou o destino as fazem sofrer... Ser mulher na cadeia é sofrer duas vezes. Sentenciadas a sobreviver de esperanças, que às vezes foi a primeira a morrer.

Histórias de mulheres, muitas vezes sem rumo, sem apoio da família, onde encontram motivos para sorrir, seguir ou mesmo voltar ao crime. Super indico a leitura.
Isadora1232 11/10/2020minha estante
Ótima resenha!!




Gabi 21/08/2022

Muito bom
Gostei muito desse livro, a Nana mostra de uma maneira sensível essa realidade que muita gente ignora e trata como um tabu, mas que existe e não deve ser ignorada.
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Babi159 11/10/2020

Soco no estômago dos bravos!
Se Drauzio Vallera deu voz, através de sua narrativa, aos homens que vivem (leia-se sobrevivem) em penitenciárias masculinas através de sua notória obra “Estação Carandiru”, Nana Queiroz fez o mesmo com as mulheres presidiárias em “Presos que Menstruam”. Mas por se tratar de depoimentos de mulheres, a obra de Queiroz tem o dobro do impacto no leitor, ainda que esteja longe de ser tão conhecida quanto a de Vallera.

Queiroz percorreu vários presídios brasileiros, entrevistou mulheres de todas as idades que estão presas por diversos crimes. As histórias de vida e as razões que as levaram até às celas imundas e superlotadas não seguem um padrão, uma idealização do senso comum. Portanto, os presídios nacionais não se compõem só de mulheres negras ou pardas em situação de vulnerabilidade socioeconômica que foram presas por tráfico de drogas ou pequenos furtos, mas também se compõem por mulheres brancas e privilegiadas.

Os depoimentos também apresentam, ainda que de forma implícita, algumas das estratégias de sobrevivência dentro de uma penitenciária feminina. Enquanto, por exemplo, a maioria dos homens formam facções ou ingressam nas mesmas dentro dos presídios para sobreviver, as mulheres tendem a recorrer às relações homoafetivas com detentas veteranas e/ou temidas.

A prática da homossexualidade em presídios pode ser uma estratégia de sobrevivência como também uma forma de amenizar a carência afetiva. É sabido que, ao contrário das mulheres que dificilmente abandonam seus companheiros quando estes vão presos, os homens em maioria esmagadora desamparam suas companheiras quando estas são presas.

Além da estratégia descrita anteriormente, outros depoimentos chamaram minha atenção de forma vomitável. Os depoimentos das presas em gestação denunciam uma realidade que dói na alma. Li este livro há mais de 3 anos e nunca consegui esquecer os testemunhos narrando o “tratamento” que estas mulheres e seus bebês recebem dentro desses calabouços.

No mais, obra fundamental para compreender um dos locais mais nefastos e desamparados da sociedade brasileira. Recomendadíssimo.
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Maria.Guimaraes 10/09/2020

Muito bom
Foi muito enriquecedor passar esses dias aprendendo sobre esse assunto tão negligenciado na nossa sociedade, esquecido até mesmo no próprio feminismo...

Esse livro dá voz a mulheres invisibilizadas nos fazendo conhecer sua trajetória e motivos pelos quais tiveram para fazer o que fizeram, alguns justificáveis, outros não. E conhecer a realidade precária do sistema carcerário feminino no Brasil.

O único ponto negativo que achei foi que são várias mulheres, e suas histórias são contadas de forma descontínua, o que me fazia confundir um pouco a história de cada uma e precisava ficar voltando pra lembrar. Talvez fosse melhor uma história de cada vez, talvez não. Mas apesar disso, recomendo muito!
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