Presos que menstruam

Presos que menstruam Nana Queiroz




Resenhas - Presos Que Menstruam


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Jayla.Antunes 30/10/2015

Um livro maravilhoso !
É tão raro ler sobre os presidiários brasileiros nas mídias e meios de comunicação, quanto mais presidiárias femininas! Histórias como essas ,são expostas anualmente em pesquisas ,de forma tão limitada e objetiva, que nos impede de visualizar a realidade das brasileiras que se encontram pagando as consequências de seus atos. Nada justifica seus crimes, porém é possível identificar ,através desse livro, o que levou tais seres humanos recorrerem a situações tão extremas.
Também fui relembrada através da leitura, que um sistema falho e desumano não reeduca ninguém, muito menos um infrator com desvio de caráter.
Mais problemático ainda é um sistema penitenciário voltado para os homens ,"abrigando" mulheres ,sem que seja modificado e adaptado para as mesmas.
Como reeducar e socializar mulheres em meio a tantos conflitos ?
Durante minha leitura, mudei minha visão com relação a essas mulheres, e percebi o quanto nós, brasileiros somos tão egoístas.
Espero que esse livro seja um sucesso, e indico a leitura pra quem gosta de ver a realidade brasileira.
Zana 30/10/2015minha estante
Gosto do gênero romance e ficção, pois como bem disse o Alberto Caeiro 'A realidade não precisa de mim', mas sua boa resenha me instigou a vontade Jayla : )


Zana 30/10/2015minha estante
Gosto do gênero romance e ficção, pois como bem disse o Alberto Caeiro 'A realidade não precisa de mim', mas sua boa resenha me instigou a vontade de ler Jayla : )


Jayla.Antunes 30/10/2015minha estante
Também amo romances e ficção ! Tanto que minha meta de leitura se foca em vampiros, caçadores ,assassinos rsrsrsrs ... poucos livros realistas prenderam minha atenção, e esse é um deles. Super recomendo !


Zana 30/10/2015minha estante
Não vou dizer que vou correr atrás dele, mas se surgir uma oportunidade vou ler com certeza!




Mineirinha 04/09/2015

Dei - me uma chance de ver um outro lado, um lado que, pra mim, não tinha desculpas.
Aproveitei a chance, mudei a visão, me enchi de raiva ao entender, em dado momento, que a autora estava "amenizando com desculpas esfarrapadas" os motivos das prisões. Pensei: isso não justifica! É crime, tem que pagar, eu jamais faria isso...!
Sempre pensei: tá na cadeia? Rezando é que não estava. Pensamentos comuns, ou melhor, repetições comuns, pois creio que, assim como eu, muitos repitam essa ladainha porque ouviram a vida inteira. E aí é o problema, repetir sem pensar, sem questionar.
Realmente, eu nunca fiz o que essas mulheres fizeram e, (espero) talvez nunca faça. Mas nossas realidades são diferentes. Desde cedo conheço um biscoito recheado, desde cedo fui criada num ambiente em roubar, matar, sequestrar é inadmissível. Elas não. Isso é dado a elas como uma opção para o "sucesso" e muitas vezes a única. Não justifica! Mas qual a outra realidade? Existe um mundo diferente disso? Elas desconhecem. E, para dar a elas a certeza de que o mundo é mesmo desumano, está lá a prisão, dando - lhes comida com pêlos de rato, azedas, dois rolos de papel higiênico por mês e dois pacotes de absorventes.
É, realmente as coisas são assim, elas devem pensar.
A prisão não cumpriu seu papel, não ressocializou.
A autora do livro, Nana Queiroz, sim, cumpriu o dela: fez uma alienada aqui se colocar no lugar de pessoas vulneráveis e ser menos julgadora. Cada vez menos...
Raysla Camelo 11/02/2020minha estante
Gostei muito do que você escreveu. Eu sempre tento pensar assim como você, me tirar do meu lugar de conforto e me imaginar em situações que, por sorte minha, desconheço. Não tenho apreço nenhum por criminosos, não justifico crime algum, muito menos defendo a impunidade. Mas somos todos seres humanos e isso é motivo suficiente para termos empatia. Meu grande questionamento sobre tudo isso é o seguinte: nossa sociedade não é a favor da pena de morte, nem de tortura, mas o que é o sistema prisional senão "doses homeopáticas" de tortura velada, de morte que não mata? Como você bem disse, um sistema pra dar a elas a certeza (como se precisassem) que o mundo é ruim.


13/05/2020minha estante
Que incrível seu comentário. Parabéns pela abertura e vulnerabilidade!!! Incrível mesmo


Loy 17/12/2021minha estante
Concordo com tudo que você escreveu, parabéns salientou bem o sentimento que tive lendo esse livro




@literatoando 30/03/2020

Bom, até certo ponto...
O livro, escrito por uma jornalista e ativista, se propõe a exposição da situação deplorável que as mulheres encarceradas estão sujeitas no sistema prisional brasileiro. O tema, por si só, me interessou logo de cara; gosto bastante de ler sobre o assunto, principalmente por não considerar o encarceramento a melhor solução e compreender o funcionamento dele faz com que os argumentos que embasam essas minhas convicções se solidifiquem.

A narrativa, embora passeie pela história de diversas mulheres, acompanha principalmente 7 delas: Safira, Gardênia, Júlia, Vera, Camila, Glicéria e Marcela. Suas trajetórias são dolorosas e impactantes; a escrita da autora envolve a pessoa que lê; são tecidas críticas assertivas a respeito das condições prisionais a que estas mulheres estão expostas; a discussão a respeito das mulheres grávidas em cárcere é extremamente interessante e importante de ser levantada; e tem trechos que despem o leitor e gera reflexão quando escancara o descaso social de forma nua e crua.

No entanto, muitas coisas faltaram e outras tantas me incomodaram no decorrer da leitura. Senti falta de diversas informações sobre as mulheres, seus sentimentos e suas motivações, além de uma separação mais concreta sobre o que estava sendo dito (até que ponto aquilo era a opinião da autora ou depoimento da mulher encarcerada). Acrescenta-se a isto o déficit de um aporte teórico mais extenso e dados censitários (identidade étnico-racial, por exemplo) que embasassem o conteúdo do material recolhido e uma análise profunda, com um pensamento linear e sistemático sobre a situação das mulheres, dentro e fora do cárcere, com uma abrangência ampla, que abarcasse a conjuntura político social em que estamos todos inseridos - quando a autora narra as situações difíceis anteriores ao período em que elas passam na cadeira, parece não fazer sentido estarem ali quando não é feita essa análise posteriormente, ainda mais quando podem soar como mera escolha daquelas pessoas, sendo que a falta de oportunidade e discursos meritocráticos são o que as circundam e as impelem. Por fim, mas não menos importante, queria ter visto instrumentos/ferramentas de análise social sendo postos em prática. Agora, com relação ao que foi escrito e me incomodou, temos alguns exemplos, como: a descrição e o juízo de valor a respeito da compleição física das pessoas; sexualização da Safira aos 14 anos, ao relatar que ela começou a se envolver com Josiel (13 anos mais velho, ou seja, um pedófilo), a descrevendo da seguinte maneira à época: ?A pobreza não fazia pouco da beleza de Safira, que tinha olhos sedutores e a boca carnuda. O corpo era feito desde muito cedo.?.; a generalização exacerbada, por exemplo, quando ela diz: ?Quando um homem é preso, comumente sua família continua em casa aguardando seu regresso. (...) Enquanto o homem volta para um mundo que já os espera, ela sai e tem que reconstruir seu mundo.? - de quais homens ela fala? será que homens negros e periféricos encontram o mundo de braços abertos assim os esperando?. Existe também uma associação recorrente da figura feminina com a maternidade, como se aquilo fosse intrínseco ao gênero. Em um trecho que me incomodou bastante nota-se a animalização de um corpo em situação de abandono, no seguinte trecho: ?Um senhor louco, morador de rua, começa a falar sozinho e coçar a perna pulguenta como um cachorro.?. Em um capítulo intitulado ?Efeito Suzane?, a autora conta como Suzane von Richtofen tem uma forma de agir magnética, quase sobrenatural, que muitos homens caem aos pés dela e ao narrar que ela já denunciou alguns destes por assédio, logo após ter relatado esse ?jeito enfeitiçante? dela, praticamente descredibiliza as acusações de violência que ela diz ter sofrido, além de através da descrição desse ?efeito? desumanizar a mulher, que foi condenada por participar do assassinato dos pais, mas que não é um monstro, porque monstros não existem. Para finalizar, me incomoda o julgamento, com base em seus conceitos de moralidade, com relação à Gardênia ao descobrir o crime que a colocou ali, já que este foi baseado no que foi lido em papéis, sem que houvesse uma conversa entre elas sobre isso.

Ou seja, a discussão a respeito da situação das mulheres encarceradas no Brasil é importante, mas ela tem que vir acompanhada de uma análise sociológica profunda, sem isso, como pensar em medidas que podem ser tomadas no macro? No mais, me trouxe algumas reflexões interessantes, dou 2 estrelas de 5.
@literatoando 30/03/2020minha estante
SIGAM MEU IG LITERARIO: @litera.toar ??


Rafaela.Pozza 30/03/2020minha estante
Resenha pertinente! Achei que fosse uma análise sociológica densa e não unilateral, como descreveu. Obrigada pela luz!


@literatoando 30/03/2020minha estante
Antes de ler também achava, por isso fiquei extremamente surpresa quando vi que além de não utilizar das ferramentas necessárias pra uma análise social, ainda fica em cima do muro e indecisa do que quer dizer...




Renata (@renatac.arruda) 18/10/2015

Bom material, má execução
"Piper Chapman, protagonista da série Orange is the New Black, provavelmente não sobreviveria numa prisão brasileira", escreve a jornalista e ativista Nana Queiroz em texto para o JusBrasil. Segundo ela, "a luta diária [das presidiárias brasileiras] é por higiene e dignidade":

Conversando com detentas como Maria para meu livro Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma, de papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da Pastoral Carcerária.


O material coletado por Nana Queiroz é muito rico e as histórias são interessantes. A jornalista se preocupou em abordar um amplo leque de questões que envolvem as mulheres que, por diversos motivos, acabam na prisão: os crimes que cometem, a escolaridade, o abandono dos homens, a separação dos filhos, a fome, a violência física e psicológica, a competição, a inveja, os transtornos mentais, a falta de assistência médica - mesmo qdo grávidas, o mercado de trabalho, a homossexualidade, a transexualidade, o preconceito, etc. O livro oferece um panorama sobre essa população esquecida, de uma maneira empática, breve, sensível e superficial, em uma linguagem simples voltada para o grande público - incluindo as próprias personagens das histórias. É feminista sem ser panfletária, e com o cuidado de não pender para o vitimismo. Na teoria, é um livro necessário.

O problema é a execução mal feita.

Leia mais no Prosa Espontânea
http://prosaespontanea.blogspot.com.br/2015/10/presos-que-menstruam-nana-queiroz.html

site: http://mardemarmore.blogspot.com.br/2015/10/presos-que-menstruam-nana-queiroz.html
Priscilla Akao 29/11/2015minha estante
Concordo. Também achei que deixou a desejar.


Estêvão 16/12/2015minha estante
Mesma impressão que a sua, eu tive. Além do 'estilo' fragmentado, que para mim não funcionou, achei que as personagens, talvez por as histórias serem intercaladas, foram pouco aproveitadas. Na verdade, faltou um pouco de vida na narrativa. Mas, mesmo assim, o livro cumpriu o seu papel de retratar essa realidade.

Também achei interessante, e era algo que vinha me perguntando no decorrer da leitura, o momento em que ela cita que alguém a questiona sobre a veracidade dos relatos e diz que preso nenhum se diria culpado. Mas aí atinei que a importância desse livro é também dar voz a essas presas, independentemente de veracidade ou não, afinal o discurso oficial já é bastante conhecido.


Jacqueline 10/08/2017minha estante
Tive a mesma sensação em relação a execução




Riva 27/03/2019

As crianças penam!
O livro retrata o dia a dia nas prisões femininas.
Confesso que em alguns momentos me via rindo dos casos, até me lembrar que eram casos da vida real e que na realidade, eram trágicos.
Há comparações entre as prisões femininas e as masculinas, no tocante à forma como o Estado os veem, bem como como é o comportamento das mulheres em relação ao preso homem e dos homens em relação às presas mulheres.
Contudo, o que mais me toca é a maternidade, pois tive a chance de conhecer a unidade materno-infantil de Belo Horizonte e sai com o coração partido, principalmente olhando pelo lado do bebê.
O bebê passa 6 meses vendo as mesmas caras, sentindo o mesmo cheiro, conhecendo apenas aquele espaço e quando completa 6 meses, abruptamente, tudo isso lhe é retirado.
Mas, por tudo o que já li sobre o tema, essa convivência, ainda que tenha essa retirada da noite para o dia, é o melhor para o bebê.
Enfim, a conclusão que eu chego, que infelizmente a criança é punida por algo que não tem culpa.
Jeanne 27/03/2019minha estante
Uma ótima resenha! Já li vários livros sobre penitenciárias femininas, mas na minha santa ignorância, nunca tinha pensado muito por esse lado (unidade materno-infantil e a separação). Talvez por ter me tornado mãe há poucos anos. Antes da maternidade, não era capaz de entender tal dor.


Jeanne 27/03/2019minha estante
Ótima resenha! Se tiver a oportunidade, leia "Flores do Cárcere". Acredito que vá gostar.


Riva 27/03/2019minha estante
Obrigada, Jeanne!
E muito obrigada pela indicação.




Kamylla.Lemos 21/06/2022

Um dos melhores livros desse gênero que já li. Traz um olhar muito humano sobre a vida das mulheres presas, mostrando a realidade difícil e dura e suas histórias. É um livro que traz muita informação e te fez pensar muito, mas é feito de forma fluida
Márcia 21/06/2022minha estante
??????


Márcia 21/06/2022minha estante
??????




daphnemerces 29/09/2021

Nao tem nem palavras pra descrever minha experiência lendo esse livro. Me emocionei em todos os capítulos pensando na situação q vivem, na situação q as levaram a cometer crimes?surreal

O foco pra mim pelo menos n foi mostrar se eram ou n culpadas, mas sim mostrar uma realidade que eu nunca imaginava existir?a parte da maternidade, nossa?desumano pensar que são tratadas como nada

Os capítulos q falam sobre como eram as celas, sobre as comidas meu deus, tive que parar pra respirar e ler

Incrivel, incrível?vou recomendar todo mundo a ler
Cass 29/09/2021minha estante
Muito bom mesmo! Fiz meu TCC em cima desse livro.




ju4lv3s 15/10/2021

Eu me envolvi demais com as histórias. Alguns capítulos causam agonia, mas com certeza é um choque de realidade necessário.
Eu fiquei por dias falando desse livro e recomendando pra cada pessoa que eu conheço
°°° 15/10/2021minha estante
As vezes é preciso enxergar o mundo através dos olhos dos outros, livros assim são super importantes para poder tirar as pessoas da sua zona de conforto. Assim que tiver oportunidade vou ler também, esses temas são sempre interessantes.




Melina.Mollica 27/12/2020

A triste realidade carcerária no Brasil
?Presos que Menstruam é um livro impactante e comovente, que retrata de forma absolutamente realista ?a brutal vida das mulheres ? tratadas como homens ? nas prisões brasileiras.? ... Quando uma mulher é presa, ela perde o marido e a casa, os filhos são distribuídos entre familiares e abrigos?.

Recomendo a leitura principalmente para estudantes de Direito! Infelizmente existe um vão imenso entre a teoria e a prática do Direito no nosso país. Esse livro abriu meus olhos pra uma outra realidade, que precisa ser estudada e entendida e, principalmente, solucionada!
Débora 27/12/2020minha estante
Amei sua resenha!!!




Fernanda.Zaccaria 10/09/2020

Livro denúncia
Um livro reportagem que se propõe a escancar a realidade das presas do Brasil, as condições em que vivem na cadeia, o descaso do Estado, a realidade que as levou ao crime, a separação dos filhos e a entrega destes ou a tutela do Estado ou a parentes sem condições de criá-los, fazendo continuar assim o ciclo da violência e da criminalidade.
Muito parecido com o livro "Prisioneiras", do Dráuzio Varella, esse é mais um livro que tenta fazer com que as pessoas enxerguem essas presas, para que assim o Estado seja cobrado a tomar uma providência e entenda que o encarceramento sem oportunidade de reinserção na sociedade não é solução.
oLola 10/09/2020minha estante
uma das críticas mais pertinentes da sociedade! bom demais




Karine 07/05/2019

O mundo é dos homens... até na cadeia.
Que vivemos em uma sociedade com enorme desigualdade de gênero não é novidade, embora alguns prefiram viver em negação. Mulheres têm menos oportunidades, menor valorização profissional, jornada dupla, sofrem com a objetificação, violência... E este livro mostra ainda outro aspecto: até as cadeias são pensadas apenas para os homens. Isso se reflete, por exemplo, na falta de berçários ou locais apropriados para que as presas fiquem com seus bebês pelo tempo que a legislação permite, e prejudica não apenas elas, mas principalmente as crianças, que acabam cumprindo pena junto de suas mães. Também se reflete nas coisas mais simples, como o triste fato de que o Estado fornece apenas oito absorventes a cada presa por mês, e a maioria delas tem que se virar com isso, pois foi abandonada pela família. Aliás, também em contraste com os presos homens, convencionou-se que as mulheres não têm direito à visita íntima, e de qualquer forma elas raramente recebem visita de seus companheiros, que quase sempre as abandonam após a prisão.
O livro também aborda algumas das diferenças na forma como as mulheres são levadas ao crime, e muitas vezes acaba sendo inevitavelmente parcial, já que as histórias são contadas pelas próprias presas e a escritora evitou conhecer as circunstâncias de suas prisões antes, para que isso não afetasse sua aproximação das mulheres. Mas ela traz, em alguns momentos, alguns detalhes da versão oficial dos crimes de algumas das personagens, o que evita que sejamos levados a apenas vitimizar as presas. Sei que esse é um assunto muito controverso em nosso país, mas acredito que a punição deve se limitar à privação da liberdade, mas com um mínimo de dignidade, ou estaremos eternamente alimentando o círculo vicioso de prender e devolver criminosos ainda piores para a sociedade.
Riva 07/05/2019minha estante
Amo muito tudo isso ??!
Para mim, essa foi uma das melhores caixas que recebi, pois além estar com ambos os livros na minha lista de desejados, adorei o conteúdo em si ?!
#livros #clubeskoob #caixaskoob




Aline 06/08/2021

"Os crimes cometidos por mulheres são, sim, menos violentos; mas é mais violenta a
realidade que as leva até eles."
Victoria 06/08/2021minha estante
Verdade




Paula1882 14/05/2021

Um livro doloroso que expõe a realidade do sistema prisional feminino no Brasil. O que menos importa é se as mulheres que aparecem no livro são ou não inocentes ou quão grave é o crime pelo qual elas foram condenadas, o que importa mesmo é a forma como são tratadas não só elas, como também seus bebês e familiares.

O que mais me incomodou no livro foi a divisão de capítulos que ia e voltava em algumas personagens e pra lembrar de qual das presas estava falando eu tinha que ficar voltando as páginas pra me encontrar.
Tainã Almeida 28/05/2021minha estante
eu também .Comecei e me perdi , então optei por seguir o índice que ela fez, de cada presa e seus capítulos : Índice de personagens por capítulo - SAFIRA
Leite, fraldas e potes de açúcar
O barulho do tiro
Seios de fora -só assim consegui acompanhar as sequencias .estou lendo ainda, e adorando .é triste , mas real .




Gabriela.Miranda 08/02/2016

Criei curiosidade em ler este livro após algumas discussões em grupos de ajuda feminina, me choquei com uma postagem que dizia que presas do Brasil não tem acesso a produtos básicos de higiene como absorvente e papel higiênico, e que muitas, na falta de absorventes, acabam usando miolo de pão ou papel higiênico para conter o fluxo, e na falta de papel higiênico, usam jornal. Ao ler os comentários – muitos nada empáticos – meu pensamento era: "Eu não negaria um absorvente nem pra uma inimiga!". Em um dos comentários com links sobre o assunto, acabei encontrando a indicação deste livro.


O livro – que li em 2 dias – possui relatos daquelas que quase ninguém quer ouvir, e que claramente são esquecidas pelo Estado e pela família.


"A prisão é uma experiência em família para muitas mulheres no Brasil, não apenas para Ieda, Marta e Márcia. Em geral, é gente esmagada pela penúria, de áreas urbanas, que buscam o tráfico como sustento. São, na maioria, negras e pardas, mães abandonadas pelo companheiro e com ensino fundamental incompleto. (...) Os crimes cometidos por mulheres são, sim, menos violentos; mas é mais violenta a realidade que as leva até eles." (p. 36)


Longe de querer "defender" ou colocar presidiárias como santas, o livro se trata de mostrar relatos das prisioneiras, ¬que falam tanto dos crimes cometidos, como do cotidiano dentro das prisões brasileiras, em alguns momentos contando com dados de pesquisas e referências bibliográficas, mais as percepções da autora sobre as prisioneiras e seus familiares.


São relatos um pouco assustadores pra quem acredita que estar na cadeia para pagar por crimes é estar "na vida boa" ¬– já que a pessoa tem comida, água e lugar pra dormir –, mas nada surpreendentes para quem presencia a realidade precária dos serviços públicos, além de viver na pele a insegurança diante da ação policial. São relatos de torturas, medos e adoecimento físico e psicológico.


As passagens do livro que mais me surpreenderam foram sobre o tratamento dado as presidiárias grávidas e/ou doentes. Muitas mulheres que entram grávidas dão a luz algemadas nos hospitais, muitas tem que implorar muito para ser levadas ao hospital quando adoecem ou quando sentem que estão na hora de parir. Algumas acabaram sofrendo aborto devido a falta de interesse dos funcionários do presídio em levá-las ao hospital. Muitas após dar a luz, sem disponibilidade de uma cama ¬– graças a superlotação das celas –, dormem no chão, sem colchão, com seus bebês de menos de 6 meses. Algumas são espancadas até mesmo grávidas e escutam toda a sorte de xingamentos, além de ter seus filhos na barriga ou recém nascidos sendo chamados de bandidos por policiais ou funcionários do presídio.


Apesar de já existir leis que buscam proporcionar um local para que mães presidiárias possam amamentar seus bebês até os seis meses, a maioria das prisões do país não foram readequadas. Muitas presidiárias lidam com a falta de estrutura, higiene e auxílio médico – mesmo nas prisões consideradas melhores exemplos de infra estrutura – depois, ainda correm o risco de perder a guarda de seus filhos, caso o pai ou a família não queira ficar com a criança, ou caso esses familiares nem existam.


Essas mulheres dormem em locais úmidos, cheirando a urina, com bolor de fungos. Comem comida estragada, e nem sempre tem o tão falado banho de sol, que é inclusive a maior "fuga" da realidade que as circunstâncias e más escolhas as condicionou. O livro fala de algumas famosas, como a Suzane Von Richthofen e Ana Carolina jatobá ¬– embora eu considero que falou-se muito pouco delas –, pelos relatos foi possível perceber que alguns problemas de infra estrutura independem da classe social das prisioneiras.


Pagar pelos crimes é certo, afinal, vitimas foram feitas – muito embora a maioria dos crimes não seja de homicídios, e sim de tráfico¬ –, mas a desumanização é justa? Com os relatos das presidiárias, além dos dados apresentados pela autora, fica fácil perceber que o sistema prisional do nosso país não promove bem uma de suas funções, que é preparar o indivíduo para sua ressocialização. Tanto que há um relato sobre como muitas presas, as vezes semanas depois, reaparecem na porta das prisões implorando para voltar porque não conseguiram emprego. O preconceito com o individuo que cometeu crime é muito grande.


Não me surpreendi com os fatos de que a mulher criminosa recebe um tratamento diferente do homem por sua família. Elas são mais abandonadas após serem condenadas. A grande maioria não recebe visitas, e se tratando de parceiros afetivos, estes ou nunca as visitam -(porque muitas vezes já arrumaram outra parceira logo em seguida), ou inicialmente fazem visitas pouco frequentes, e em seguida as abandonam, enquanto os homens presos, em maioria, tem a fidelidade de suas parceiras.


Tem muitas coisas curiosas sobre o sistema prisional que eu não fazia ideia, como por exemplo o fato de que a primeira prisão feminina era usada nos anos 30 para despejar mulheres que eram consideradas "desajustadas" por ter opinião, se recusar a casar ou não ter muita habilidade com tarefas domésticas, o que faz perceber que, tanto em sua fundação, como até o momento ainda existem muitas questões machistas por trás do tratamento das mulheres presidiárias, a começar pela dificuldade com a questão da visita íntima. Enquanto nas prisões masculinas a visita é algo natural, nas femininas além de ainda ser raro, é usada como uma forma de evitar casos de sexo homossexual ¬– algo explicitamente descrito na resolução do Ministério da Justiça, que determinava o direito à visita íntima concedido às mulheres. Há também um desrespeito com as questões de gênero, além de colocar mulheres transexuais em cadeias masculinas, e homens transexuais nas femininas, ao se referir a eles, não respeitando o gênero com o qual se identificam.


É um livro interessante para se ler, mas é preciso estar aberto, tentar ao máximo isolar o preconceito e ao mesmo tempo ter consciência de que apesar de se tratar de criminosas, ainda estamos lendo sobre seres humanos com uma chance de repensar seus atos e mudar.
Carol 13/01/2018minha estante
Resenha excelente!




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