O pecado de porto negro

O pecado de porto negro Norberto Morais




Resenhas - O Pecado de Porto Negro


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Lelouch_ph 25/05/2024

Se tornará um romance clássico deste século.
Primeiro livro português que li, e sinceramente que escolha boa para começar. Encontrei esse livro na bienal de 2022 em Fortaleza/CE. Na época namorando e já tinha 4 livros nas mãos daqueles kits de 20 reais com três livros e, além deles, o livro Universo HQ entrevistas que ainda pretendo resenhar aqui. Quando bati o olho nesse livro ele estava quase no chão, apoiado em outros livros derrubados por leitores buscando uma obra decente entre centenas de porcarias naquelas mesas gigantes de: QUALQUER LIVRO POR 10 REAIS. E sinceramente tive sorte de ninguém ter visto ele lá, eu só o percebi por minha namorada na época me chamar a atenção pra fila pra gente pagar o Universo HQ que eu tinha achado no mesmo lugar e no direcionamento de minha visão eu olhar rápido para o chão. Naquele ponto ela já estava com raiva de mim por estar liso e estar gastando o dinheiro dela pra nós sobrevivermos a semana em casa(com os livros a gente tinha 50 reais pra sobreviver a semana) mas eu jurei a ela que tinha um plano e que ia ficar tudo bem, e ficou, então ela me permitiu pegar o livro a custa de um soco no meu braço com toda a força que ela possuía naquele momento, admito que mereci. Ao pegar a obra eu me impressionei simplesmente por ser finalista do prêmio da editora Leya e na minha cabeça era um livro nacional, não faço ideia de onde tirei isso, só fui perceber que era português quando cheguei em casa e ela riu da minha cara embora torcesse pra que fosse ao menos bom. (Infelizmente, após o término, cortamos contato e só fui ler depois deste término então ela nunca descobriu - torço pra que um amigo que a conheça diga a ela por mim ao ler esta resenha que ela iria gostar deste livro.) Além dos livros citados eu encontrei A menina que roubava livros em perfeito estado no terminal de ônibus do Papicu, então voltamos pra casa com mais 6 livros.
Acho que já dei contexto, o suficiente sobre a aquisição desta obra então vamos lá:
O autor decide se utilizar da linguagem do século 18-19 na obra para que o leitor se sinta mais imerso. E foi uma boa decisão, eu por muitas vezes me perguntei se estava lendo uma obra escrita no século 21 mesmo ou um clássico de 1850. Em compensação as descrições iniciais de cenários são cansativas, confusas e em parte desnecessárias com os poucos diálogos existentes apenas cansando a vista por não haver ações relevantes para a trama. PORÉM, se sua paciência sobreviver a este início você será presenteado com uma das histórias de amor mais bem escritas que eu já vi nesta curta vida! Por mais que o protagonista seja um cafajeste e de início veja a nossa protagonista apenas como um objetivo a se alcançar pois ela é inocente, gentil, e comparada a maioria das mulheres da ilha em que vivem não é atraente ao menos segundo o autor e o protagonista. Só que aí está a questão, o cafajeste em questão é conhecido por não haver mulher que não queira ser sua e que ele não consiga pegar. E quando descobre sobre nossa protagonista, a filha do melhor açougueiro da ilha, ele surta e decide que irá ter ela para si em sua cama e não irá desistir até conseguir. Enquanto que pelo ponto de vista dela, ela acha que ele quer pedir a sua mão estranhando ele a olhar, encarar e às vezes chamar a atenção e ao invés de evitá-lo a mesma fica entusiasmada em finalmente ser notada pelo jovem que ela ama desde pequena. Como é esperado, na primeira vez que ficam a sós ela tem todas as suas ilusões destruídas... Pois ela não sabia o que era e como se fazia sexo, em sua cabeça seria uma conversa, um abraço e beijos. Reconheço que só senti ódio neste momento, apenas ódio. Mas após esses acontecimentos é que ocorre realmente o desenvolvimento deste casal, eles começam a se encontrar mais e ele começa a negar as outras por ela. Dei foco apenas aos dois, mas a obra valoriza muito seus personagens secundários como o balconista do açougue, o açougueiro e a dona do bordel que o protagonista mais frequenta. Não vou dizer nem o final nem dar mais detalhes sobre como a obra avança, pois você simplesmente não espera os acontecimentos, você torce para que algo ocorra para que o que você mais teme seja evitado e esse é o maior ponto positivo da escrita do autor. Ele nos coloca constantemente na visão do antagonista do casal nos fazendo saber o que irá fazer e como irá fazer, com a dor de não poder ajudá-los crescendo durante a obra inteira. Enquanto o autor nos dá migalhas de esperança e tentamos prever como irá terminar. O antagonista é bem construído e nos faz entender suas motivações, embora seja odiado do início ao fim. O que posso dizer sobre o final sem estragá-lo é que ele honra o casal e ao mesmo tempo nos deixa quase satisfeitos, mas não por acontecer o que queremos. Por no fim de tanta desgraça existir um sorriso pela felicidade que surgiu.
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Debora.Olindina 21/05/2024

Intenso
Em O Pecado de Porto Negro me encontrei com pequena Ducélia, um amargo pai e o amor de mil saias, Santiago. E outros infelizes que irei citar ao decorrer desse texto.

Em Porto Negro cidade do amor vadio, lidamos com os calorosos homens e mulheres calientes, que transbordam fogo e desejos carnais. Entre eles há a pequena Ducélia, filha do ignorante açougueiro Tulentino Trajero. E não devemos esquecer do libertino Santiago Cardamomo. Assim se inicia uma história de amor, tragédias e um miserável. Cito um miserável com ênfase em apenas uma pessoa, um odioso e infeliz homem desgastado pela vida.

Entre ruas e vielas, Ducélia e Santiago se encontraram no açougue do seu pai, momento esse que Santiago nunca mais se lembrou e ela nunca mais se esqueceria. Cinco anos após esse encontro, Santiago, a olhou com olhos de desejo e ela que nutria sentimentos pelo galdério se perdeu em risos e beijos lançados ao ar. Ducélia tinha loucuras amorosas e delírios de adolescente, mas o obstinado Santiago não morria de amores mas estava loucamente encantando com a forma desprendida que ela lhe fazia amor e o abandonava sem gestos nem delicadezas.

Ouso usar como referência Ana Karênina, este livro chega perto de ser tão magnífico quanto. Uma escrita envolvente, uma prosa desenvolvida em sentimentos e gestos. É de uma riqueza de detalhes e variações de emoções que nos envolve, fiquei a mercê da angústia dos acontecimentos. Havia esperança em minha mente, mas meus olhos liam os desprazeres. Ficava a me perguntar sobre a vida e as pessoas, o quão longe alguém iria para sua obsessão mesmo que custasse o declínio de outrem. Rolindo Pio Face lhe amarguraria com esses detalhes ardilosos.

Te recomendo essa leitura caso goste de romances e tragédias, sofrimento e fofoca. Mas acima desses detalhes, quero de indicar essa leitura por amor, a escrita e seu desenvolver, não te prometo a melhor leitura como foi para comigo, mas te entregará uma qualidade excepcional de leitura e passar de tempo.
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kalli2 14/05/2024

O MELHOR LIVRO QUE JÁ LI!
O pecado de porto negro é com certeza o melhor livro que já li! O enredo é incrivelmente bom, sendo bem detalhado, cada lugar, cada pessoa, cada cheiro, cada sabor, cada luminosidade, ar e clima.
Personagens bem construídos, cada um com sua história muito bem traçada explicando o porquê de suas características tão marcantes, como a tristeza, o desacreditar no amor e até mesmo o silêncio que até isso foi muito bem descrito pelo autor. Além do enredo e personagens, o que mais me deixou encantada foi a linda escrita poética; palavras que pedem para serem saboreadas, metáforas e um lindo vocabulário.
Me apaixonei pelo lugar onde a história se passa: Porto negro. Uma cidade de amor vadios, onde o tempo não passa, mas que para mim, bem que isso poderia ser verdade para que essa história nunca acabasse.
??Quando terminei esse livro, senti algo diferente.?? Ao invés de ficar um pouco comovida pelo término da história, o que fiz foi: fechar o livro, observar ele pela lateral, olhar todas as 416 páginas: todas unidas. e me perguntar como aquele mundo tão detalhado, com personagens e histórias tão tocantes está ali dentro. Pensei na personagem principal: a Ducélia, toda sua delicadeza, o ar da cidade naquela tarde em que Santiago, seu amor, voltava do trabalho, lembrei dela varrendo a calçada, de vestido, tímida esperando por um olhar, que ao passar o tempo, se transformaria num amor vivido em um velho palácio que guardava e ainda esperava guardar muitas histórias. Pensei em Dona Dioguinha, tudo que vivera com Dom Luciano naquele castelo abandonado nas colinas, os beijos, os sorrisos, a música e a longa solidão, pensei nos desgraçados Rolindo Face e Tulentino, Pensei na graciosa Chalila, que mulher! mais que muitas juntas... Tudo isso, me fez ter um apego muito especial por esse livro, a familiaridade que NUNCA tive com nenhum, o carinho até pelo mais triste personagem. O que me resta agora é indicar a todos esse livro e agradecer ao nobre escritor Noberto Morais por essa obra tão linda. Obrigada, autor! Obrigada!
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Isis Trindade 20/04/2024

Absolutamente bem escrito, O pecado de Porto Negro é uma leitura deliciosa. A forma como as emoções dos personagens são descritas e as comparações feitas pelo autor para que o leitor entenda melhor até mesmo as sensações físicas causadas pela crescente de sentimentos de cada personagem é fascinante. Para mim o clímax poderia ter sido apresentado mais adiante na história e o desfecho de alguns personagens melhor explicado. Recomendo a todos a leitura dessa obra apaixonante.
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Leticia.Souza 03/10/2023

Esse livro é sensacional, a forma como o autor escreve é muito fácil de entender e acompanhar, você consegue conhecer todos os personagens e ver tudo de forma muito vivida, a história em si é simplesmente viciante. Indico muito a leitura.
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Maria19972 16/08/2023

NÃO PROMETEU NADA E ENTREGOU TUDO!!!
Uma história comovente, um amor entre duas pessoas e uma terceira pessoa enciumada que é capaz de muito para sentir o sabor da vingança... uma história que me fez lembrar um pouco "Romeu e Julieta", mas com a situação sendo menos autodestrutiva e mais trágica.

Recomendo muito a leitura dessa obra e sinto uma dorzinha no coração por não ser muito reconhecida.
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Dalila 24/04/2023

"Tudo na vida se resumia ao amor e à falta dele."
Que mistura maravilhosa de folhetim, romance e novela! Não tem nada melhor do que pegar um livro com zero expectativas e de uma página pra outra ele te prender na história até vc não conseguir parar de pensar em todos os "como?" "Onde?" "Com quem?" "Pra que?".
Não vou negar que demorou umas boas 80 páginas pra me pegar, mas quando pegou não consegui largar. A qualidade de escrita é absurda de boa e o ritmo é maravilhoso, parece que vc vai costurando a história a cada página e cada pontinha puxada é um novelo de enredo achado nos capítulos seguintes.
Tem momentos incômodos sim, mas que no geral não diminuem a grandeza da narrativa. Justamente pq é uma escrita atemporal, em qualquer espaço de tempo os ímpetos da natureza humana são compreendidos e sentidos.
Tem romance, paixão, ódio, rancor, amor, obsessão, saudade, luto, perda, morte, vingança e um desfecho incrivelmente satisfatório. Te leva aos extremos do nojo e ainda consegue te seduzir com os pormenores de vidas que parecem pequenas, mas que carregam um mundo inteiro de histórias. Mostra o fascínio do sentir, do tocar, do gostar, do se entregar e como instantes abrigam o começo, o meio e o fim da vida de toda pessoa. Alguns instantes matam de pronto, enquanto outros se amontoam pra ir matando aos pouquinhos cada vez que o sofrer desse instante se renova. Maravilhoso, com certeza nasceu pra ser um clássico. Recomendo muito.
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William LGZ 29/04/2022

Um dos livros mais bem escritos que já li
De alta qualidade técnica, me encantei demais por sua magnífica prosa carregando tanto elementos naturalistas quanto romantistas. Não foi uma obra-prima, para mim, por muito pouco!

Elaborando um pouco mais isso, senti que pelo seu clímax ter vindo cedo demais acabou fazendo com que certas situações se alongassem demais na reta final e atitudes de certos personagens saíssem um pouco incoerentes por falta de um maior desenvolvimento.

Entretanto, mesmo com esses pequenos fatores negativos ainda sim me agradou em muito sua leitura pela beleza de cada uma de suas passagens e de sua história que, sendo lançada em 2014, poderia ser muito bem um clássico português em eras passadas.

Certamente se tornará uma das minhas principais recomendações de livros para ler e sugiro à todos que embarquem nessa experiência assim que possível pois realmente vale a pena!
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Carioca_cult 03/10/2020

Romance português excelente!
de ?O Pecado de Porto Negro? se passa em uma ilha (fictícia) no Pacífico chamada São Cristóvão, de origem colonial lusitana. O livro é excelente, e a trama é muito boa, repleta de romance, inveja e vingança. Até a primeira metade, o livro é morno, mas a partir daí a trama começa a ficar super interessante e envolvente até a última página. Eu adorei e indico muito!!
Obs: o romance foi finalista do prêmio Leya em 2013.

Sinopse: Em Porto Negro, capital da ilha de São Cristóvão, todo mundo conhece Santiago Cardamomo, o bom malandro que trabalha na estiva, tem meio mundo de amigos e adora mulheres, raramente passando uma noite sozinho. O seu sucesso junto do sexo oposto enche, aliás, de inveja aqueles a quem a sorte nunca bateu à porta, sobretudo o enfezado Rolindo Face, que há muito alimenta esperanças no amor de Ducélia Trajero - a filha que o patrão açougueiro guarda como um tesouro. Mas eis que, no dia em que ensaiava pedir a sua mão, assiste sem querer a um pecado impossível de perdoar que acabará por alterar a vida de um sem-número de porto-negrinos, entre os quais a da própria mãe.

Instagram: @carioca_cult
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Babi.Dias 01/03/2018

Embora até o meio seja meio clichêzão, do meio pra frente fica incrível!
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Ladyce 17/06/2017

Uma grande e boa surpresa me esperava em maio deste ano: “O pecado de Porto Negro” do escritor português Norberto Morais. Não me lembro de quem o recomendou. Mas agradeço a sugestão. Encontrei um livro de excelente qualidade literária, com enredo sedutor, personagens intrigantes e uma trajetória impensada. Tudo isso num mundo arquétipo do colonialismo lusitano que entendemos pela familiaridade cultural. Sua localização tão real que fui procurar a ilha no Pacífico, chamada São Cristóvão. Onde poderia haver tal lugar? Fui aos mapas mesmo sabendo que as conquistas portuguesas nunca chegaram a terras banhadas por este oceano. Maravilhada até o fim fico surpresa que, finalista do prêmio Leya em 2013, este livro não tenha sido o premiado.

Além de Porto Negro ser uma cidade estabelecida e enraizada no imaginário luso-colonial, sua descrição parece tão familiar que entendemos as razões de seus personagens, por mais estranhas que possam ser, sem que questionemos da validade de suas posições. Além disso, há a fascinante questão da época. Quando exatamente esta história se passa? Acredito que tenha sido nas primeiras duas décadas do século XX. Mas o resultado, como em toda boa obra é irrelevante. A obra é atemporal. Trata das histórias de seres humanos como todos nós com paixões e idiossincrasias. É universal.

Norberto Morais conta a história de algumas paixões entre habitantes de uma ilha esquecida pela modernidade. Há o homem sedutor, a mocinha seduzida, o bordel, o pai, a mãe calada e morta; há o açougue, a rede, o calor, a hora da sesta. O mal-de-amor. A praia. O porto. Outras paixões, a inveja, a Igreja, a intransigência, a vingança. E há sobretudo o Silêncio. Falar de silêncio numa obra com um vocabulário, um léxico formidável não é contradição, porque Norberto Morais domina desde o primeiro instante esta história com poucos personagens e uma trama bem tecida, fechada e densa, que surpreende a cada momento.

Para muitos, sua prosa lembra a de Garcia Marquez pelo onírico ou a de Eça de Queiroz pela limpidez do texto. Encontrei ecos de Eça e do Jorge Amado, de Gabriela e Capitães de Areia. Qualquer que seja a referência, fato é que Norberto Morais, que nasceu na Alemanha, mas é escritor português, se encontra bem enraizado na tradição literária da língua e da cultura portuguesa. Não há como negar. Belíssimo livro. Não é sua primeira obra, vou agora à cata de seu primeiro título. Esse é um autor para não perder de vista.
Sinésio 09/02/2021minha estante
Ladyce, vc respondeu à pergunta que vinha me fazendo: se Porto Negro seria cidade real ou fictícia.
Estou lendo, seduzido pela história, pelos personagens, pelo escritor.




camila 20/12/2015

Pelo amorrrrr! Leiam!
Trama lindamente construída e escrita com primor! E que trama!!!! Que personagens! Me apaixoneii!!!
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