Previsivelmente Irracional

Previsivelmente Irracional Dan Ariely




Resenhas - Previsivelmente Irracional


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Léo Araújo 01/05/2010

Previsivelmente surpreendente
Apesar do título instigante, o livro trata do mesmo assunto do Freakonomics e Superfreakonomics: a economia comportamental ou microeconomia. A diferença entre eles é que aquele demonstra as conclusões através de experiências realizadas pelo o autor; estes apenas apresentam os fatos, as consequências.

Os mais variados comportamentos são descritos no livro: o comparativo na aquisição ou escolha de alguma coisa, a criação do comportamento de consumo a partir de comportamentos de outros, o fator "grátis" e sua influência em nosso comportamento, o detrimento das normas sociais em relação as normas de mercado(trabalhamos de graça, mas não por baixa remuneração), a enrolação ou procrastinação quanto aos objetivos definidos, a supervalorização do que temos posse, as portas que teimamos em manter abertas, as expectativas, o poder do preço, entre outros assuntos.

O livro prende a atenção do leitor pela forma como está estruturado: autor lança o assunto, faz o questionamento, descreve como será a experiência, descreve a experiência, apresenta o resultado e discorre sobre o resultado.

As conclusões baseadas nas experiências realizadas surpreendem pela decisão irracional que tomamos. Um exemplo:

"Nos apaixonamos pelo o que temos, pela posse do objeto, pois quanto mais trabalho dedicamos a algo, mais donos começamos a nos sentir. Se livrar da posse, mesmo que seja para algo mais valioso ou melhor, nos faz ter o sentimento de perda. E isso faz com que supervalorizamos o que possuimos".

O livro é bom, agradável de ler e supreendente.

Recomendo.
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Lauro Edison 29/05/2011

Leve como um gibi, relevante como um tratado, o livrinho de Dan Ariely é das obras mais imperdíveis que li nos últimos tempos. Aliás, quem quiser uma fabulosa prévia (em português) do conteúdo do livro, assista a este TED Talk (e veja, aliás, o resultado do acidente que o autor conta logo no início do livro):

http://www.ted.com/talks/lang/por_br/dan_ariely_asks_are_we_in_control_of_our_own_decisions.html

Mas o livro tem muito mais do que o exposto no TED, garanto.

Durante 13 capítulos agradabilíssimos e reveladores, Ariely nos fala de nossa irracionalidade em vários contextos. Entre os tópicos: como alternativas irrelevantes afetam nossas decisões e, pior, nos cegam para as alternativas realmente importantes; como nos acostumamos com o primeiro preço que vemos, seja ele qual for; nossa estupidez diante do que é grátis; nossa absoluta incompetência em prever o que vamos desejar em estados emocionalmente carregados (tesão, raiva, ciúme, etc.); a procrastinação (não podia faltar, e é surpreendente que autoridade funcione como remédio!); a irracional valorização tendenciosa do que possuímos; o efeito placebo (fiquei com ainda mais medo da medicina); como funciona nossa desonestidade.

É verdade que os experimentos de Ariely, apesar de eficazmente planejados para isolar as causas da motivação humana (a criatividade deles é um atrativo em si), parecem pedir por confirmação com maior número de pessoas, o que custaria uma fortuna; em geral ele obtém suas conclusões com turmas de alunos, que normalmente não chegam a duas centenas. Não obstante, imagino que as repetições (por vezes citadas) feitas em universidades distintas sejam suficientes para tornar as concluões estatisticamente relevantes. Uma dose de ceticismo, contudo, é inevitável.

No entanto, esse não é um risco tão sério como pode parecer. Talvez nem todas as conclusões de Ariely estejam estritamente corretas, mas é evidente que ele se aproxima da verdade e chama atenção para aspectos escandalosos de nossa irracionalidade. E propõe soluções interessantes, sendo que todas elas compartilham a mesma estratégia básica: são indiretas. Ele não supõe, em hipótese alguma, que somos capazes de mudar. Em vez disso, admite nossa imutável estupidez e propõe que cada um restrinja sua própria liberdade de ser idiota - a ideia de um cartão de crédito onde o usuário pré-programe gastos e penalidades é fabulosa.

Ler sobre tais erros e estratégias de solução, por si, já será revolucionário na vida de qualquer um.







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Kel59 15/02/2022

Livro perfeito!
Uma leitura maravilhosa para quem se interessa pelo comportamento humano. Quem quiser entender o processo de tomada de decisões dos seres humanos, esse é o livro certo.
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Thaisdv 20/03/2024

Resenha Previsivelmente Irracional — Dan Ariely
Cada pessoa tem uma forma de ver o mundo, e esse livro nos traz uma reflexão buscando entender o que de fato influencia as nossas decisões na vida, fazendo um balanço entre o que acreditamos com o que de fato molda o nosso comportamento.
As pessoas raramente escolhem as coisas em termos absolutos, sempre comparamos a vantagem de alguma coisa em detrimento de outra, levando em consideração o valor que estimamos. Geralmente as pessoas não sabem o que querem, a não ser que haja um contexto, pois tudo é relativo, e este pensamento nos ajuda a tomar decisões.
O conhecido comportamento de manada, é quando supomos que algo é bom ou ruim baseado na decisão de outras pessoas. O chamado comportamento de auto-manada é quando acreditamos que algo é bom ou ruim com base no nosso próprio comportamento anterior. Ou seja, quando temos alguma experiência, sabemos como nos sentimos em relação a ela, e assim passamos a repeti-la, essa decisão já foi tomada tantas vezes que acaba virando um hábito. De acordo com a teoria econômica, baseamos nossas decisões em nossos valores fundamentais.
Porque algo grátis é tão sedutor? Grande parte das transações tem seu lado positivo e negativo, mas quando algo é grátis, esquecemos o lado negativo, pois nos dá tamanha carga emocional que percebemos o que está sendo ofertado como imensamente mais valioso, porque o ser humano é muito sensível a perdas, e quando algo é grátis, não há essa possibilidade. Esse conceito do zero, também se aplica ao tempo gasto em uma atividade, pois é o tempo retirado de outra, como por exemplo, ficar em uma longa fila esperando certo benefício grátis. A forma como somos atraídos pelo grátis pode gerar como consequência decisões que não atendam os nossos interesses.
Vivemos simultaneamente em dois mundos, um regido pelas normas sociais e outro onde as normas de mercado prevalecem. As normas sociais incluem pedidos amigáveis que uma pessoa possa fazer a outra, estão envolvidas na nossa natureza social e espírito comunitário. Já as normas de mercado as trocas são bem definidas: salários, preços, juros, etc, ou seja, você obtém o que paga. Quando separamos estas normas a vida flui perfeitamente. Agora, quando as normas sociais e de mercado colidem é onde surgem os problemas, e a dificuldade de restabelecer o relacionamento. Quando oferecemos a alguém um pagamento financeiro em uma situação governada pelas normas sociais, a oferta pode reduzir a motivação delas em se envolver e ajudar. Somos animais sociais atenciosos, mas, quando as regras do jogo envolvem dinheiro, a tendência é arrefecida. A principal lição é que quando envolvemos trocas baseadas em esforço, conseguimos conservar as normas sociais.
As três idiossincrasias irracionais da natureza humana. Primeiro: nos apaixonamos pelo que já temos. Segundo: enfocamos o que podemos perder, e não o que podemos ganhar. Terceiro: presumimos que as outras pessoas verão as transações da mesma perspectiva que nós. A propriedade modifica de maneira fundamental a nossa perspectiva. Nós temos a propensão de supervalorizar o que possuímos, isso é um viés humano básico que reflete a tendência geral de nos apaixonamos por tudo que está ligado a nós mesmos e sermos excessivamente otimistas a esse respeito.
Por que as opções nos desviam de nosso objetivo? E por que nos sentimos compelidos a manter portas abertas, mesmo a um alto custo? Manter as portas abertas geram uma alta carga emocional e também financeira, para isso é necessário que, de maneira consciente, fechemos algumas destas. As pequenas, são mais fáceis, pois é simples riscar alguns nomes de uma lista de cartões de natal, por exemplo. Agora, as portas grandes, aquelas mais difíceis de fechar, são aquelas que poderiam levar a uma carreira nova ou a um emprego melhor, são aquelas ligadas aos nossos sonhos. Somos irracionalmente compulsivos em manter portas abertas, é assim que estamos programados. Deveríamos fechar as que roubam a nossa energia, por que a questão não é só mantê-las abertas por tempo demais, mas também pagar o preço pela indecisão.
Quando acreditamos que algo será bom, geralmente é bom, e quando achamos que será ruim, geralmente é. Em outras palavras, o conhecimento prévio pode mesmo modificar a atividade neural subjacente ao próprio paladar, por exemplo, de modo que quando esperamos que algo tenha gosto bom ou ruim, realmente terá. As expectativas podem influenciar quase todos os aspectos da nossa vida. O nosso comportamento pode ser influenciado por estereótipos e que a ativação destes pode depender de nosso estado mental atual e de como nos vemos no momento. As expectativas são mera antecipação dos estímulos.
Quando todos cooperamos, a confiança que temos uns nos outros é alta, e o valor para a sociedade é máximo. Mas a desconfiança é contagiante, pois quando vemos alguém mentindo em anúncios, passamos a agir de forma semelhante, e assim a confiança se deteriora e todos saem perdendo. Quando as pessoas se distanciam de parâmetros do pensamento ético, elas tendem a desonestidade, mas se somos lembrados da moralidade em um momento de tentação, somos mais propensos à honestidade.
Nossos comportamentos irracionais não são aleatórios nem sem sentido, são sistemáticos e previsíveis. Todos nós cometemos os mesmos tipos de erros repetidamente, por causa da estrutura básica do nosso cérebro. A economia faria muito mais sentido se fosse baseada em como as pessoas de fato se comportam, e não em como deveriam se comportar. Essa ideia é a base da economia comportamental, que foca na ideia de que as pessoas nem sempre se comportam racionalmente e com frequência cometem erros em suas decisões.
Somos peões em um jogo cujas forças em grande parte não entendemos. Costumamos imaginar que temos o supremo controle sobre as decisões e o rumo de nossa vida, mas infelizmente essa percepção está mais ligada a nossos desejos, a como queremos nos ver, do que a realidade.
Este livro descreve diversas forças (emoções, relatividade, normas sociais…) que influenciam o nosso comportamento. Embora elas exerçam grande influência em nosso comportamento, a tendência natural é que subestimemos ou ignoramos esse poder por completo. Isso acontece, não por falta de conhecimento, e sim por falta de prática ou fraqueza mental. Os erros resultantes são como agimos na vida, como desempenhamos nossas atividades. Fazem parte de nós. No momento que compreendemos e digerimos as informações, elas já não são mais reflexos fiéis à realidade. Em essência, somos limitados às ferramentas que a natureza nos concedeu, e a forma natural como tomamos decisões é limitada pela qualidade e pela precisão dessas ferramentas. Embora a irracionalidade seja corriqueira, isso não significa necessariamente que estejamos indefesos. Uma vez que entendemos quando e onde podemos nos equivocar em nossas decisões, podemos tentar ser mais vigilantes, nos forçar a pensar de maneira diferente ou usar a tecnologia para superar nossas deficiências.


site: https://medium.com/@thaisdovalle94/resenha-previsivelmente-irracional-dan-ariely-5d45612d8d9c
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Thiago 28/12/2020

Para começar a entender a economia comportamental
Nesse livro super agradável, Dan Ariely demonstra diversas situações em que fatores como uma emoção intensa ou até o preço de um produto despertam em nós reações irracionais.

O autor descreve vários experimentos (a grande maioria conduzida por ele e colegas pesquisadores) de forma bastante divertida, além de momentos de sua própria vida em que suas decisões foram afetadas por essas "forças invisíveis".

Muito tranquilo de ler e, portanto, uma ótima pedida para quem está começando a se informar sobre economia comportamental.
Aliás, para os que pretendem ler "Rápido e Devagar", minha sugestão é começar pelo "Previsivelmente Irracional" para ir se acostumando a descobrir fatos surpreendentes sobre nossa mente.

site: https://leiturasdotrader.com/previsivelmente-irracional/
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Lilian 31/12/2020

Autoconhecimento
Apesar de falar sobre economia comportamental acredito ser um livro para indicar a quem procura sobre autoconhecimento.
Extremamente rico em descrição de testes científicos do comportamento humano, o autor separa em cada capítulo atitudes corriqueiras que nos fazem cair no erro ou no mínimo arrependimento e explica minuciosamente os motivos.
Interessante até uma revisão após a conclusão da leitura para que seja anotado ponto a ponto as nossas próprias atitudes e assim fazer o devido autoconhecimento.
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Ana Paula 10/01/2022

Muito bom
Excelente livro!!
Abre os olhos para você ver as situações de uma forma diferente, ver de uma percepção difícil.
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Carla.Zuqueti 21/02/2021

Importantíssimo
Sou formada em Economia. Estudei inúmeras teorias, como jogos, oferta e demanda e etc. Todas com um ponto em comum: nas teorias econômicas, o ser humano reage sempre da mesma forma em um determinado contexto, ?ceteris paribus? .

A Economia Comportamental é uma abordagem relativamente nova da Economia e foca na ideia de que as pessoas nem sempre se comportam racionalmente e com frequência comentem erros em suas decisões.

Esse é o tema de ?Previsivelmente Irracional ?, livro do Professor de Psicologia e Economia Comportamental da Universidade de Duke, Dan Ariely.

Pessoas não toma decisões racionais. Nossas decisões são influenciadas por situações irrelevantes de contexto, emoções imediatas e outras formas de irracionalidade.

No livro, o professor mostra inúmeras experiências onde, expostos a determinadas situações, nossas decisões são influenciadas por situações, por amigos, por experiências anteriores e tudo isso faz com que elas não sejam as melhores decisões possíveis.

E também mostra mecanismos de como nós podemos nos proteger dessas ?irracionalidades? e assim tomarmos as melhores decisões em cada situação.

É um livro muito importante em um cenário onde o ser humano anseia por sua individualidade e originalidade e isso pode ter um preço na tomada de decisão.

Recomendo!
Cristiano Nunes 21/02/2021minha estante
Quero ler. Obrigado pela recomendação!


Carla.Zuqueti 26/02/2021minha estante
?




Bruno 16/08/2021

Previsivelmente bom
Excelente livro sobre o comportamento humano nas tomadas de decisões. Explica de forma fácil e objetiva com exemplos de experimentos acadêmicos sociais bem interessantes de ser ler.
Possíveis aplicações na vida pessoal e profissional.
Indico a leitura!
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Claudio 18/05/2016

Previsivelmente Imperdível
Dan Ariely é professor de psicologia e de economia comportamental do MIT nos Estados Unidos. Nesta obra o autor trata das inúmeras facetas do nosso comportamento frente as mais inusitadas situações.

O livro é dividido em 13 capítulos e versa sobre os mais variados assuntos como consumo, normas sociais, sexualidade e autocontrole, caráter e corrupção, só para citar alguns tópicos. Em todos os capítulos ele fala de seus colaboradores: pesquisadores, alunos e grupos de pesquisa, cita exemplos das experiências que fez para assim balizar seus argumentos.

Quase no fim do livro, em dois capítulos, Ariely aborda o tema da formação do caráter e como isso influencia em nossas decisões. Tenta explicar por que somos desonestos e o que podemos fazer a respeito. Faz uma reflexão sobre nossa relação com o dinheiro e a corrupção que nos envolve.

Por fim termina a obra naquilo que é sua especialidade ao abordar a economia comportamental e a relação desta com a sociedade de consumo. Relação essa que se dá nas tomadas de decisões, ainda que pautadas pelo impulso, mas nem por isso deixam de ser, segundo o autor, exemplos de aprendizagem, mesmo aquelas que são tidas como irracionais.

OPINIÃO SOBRE O LIVRO:
O livro de Dan Ariely fez-me lembrar de outra obra intitulada Freakonomics. Nela os autores, um jornalista e um economista, abordam os eventos corriqueiros do dia-a-dia baseado em teorias econômicas. Na obra de Ariely, o autor também busca demonstrar como nosso comportamento é baseado em decisões muitas vezes não racionais.

Ele demonstra, por meio de vários exemplos, como tomamos algumas das decisões mais trivias, seja na escolha de um produto, a compra de um sorvete ou na escolha de nosso parceiro sexual. No início o livro trata de questões sobre oferta e procura na área de economia e um argumento que me chamou a atenção é que nós estamos propensos a pagar mais caro por um produto exclusivo, basta apenas sermos convencidos disto.

Outra parte interessante do livro é quando Ariely trata das nossas relações nos moldes de normas sociais e de mercado. As normas ditas sociais são estabelecidas por um elo frágil cuja sustentação principal é a emoção. Sim, elas são poderosas em determinadas situações, mas segundo o autor, elas não duram por muito tempo diante das normas de mercado, estas tendo como base a racionalidade econômica. Concordo com o autor quando diz que no final de alguma negociação geralmente quem sai ganhado mais é aquele que estabelece como parâmetro as normas de mercado.

Ariely tabém fala dos relacionamentos afetivos, mais especificamente sobre a sexualidade, principalmente o desejo e o sexo entre os jovens. Assim, ele entende ser difícil para um casal de enamorados, que prometem não ter relações sexuais para evitar uma gravidez indesejada ou a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, cumprirem tal finalidade diante das forças que o desejo assumem quando estão juntos e sozinhos. Para ele, não basta apenas resistir à tentação do sexo, mas evitar situações que levem a esse caminho.

Neste sentido, entendo que o sexo é inevitável. Não é o fato de fazer ou não, mas de compreender é que, quando isso acontecer, e vai acontecer, se você estará preparado para lidar com a situação. O autor entende que dialogar e conversar auxilia bastante, mas sempre é bom ter em mãos um preservativo, ainda que isso não queira dizer que vai ser usado na hora do sexo. A verdade é que por mais juras de amor, fidelidade e castidade que os namorados fazem, se houver a possibilidade de transarem, isto ocorrerá. Por mais informações que temos hoje em dia, ainda ocorrem gravidez na adolescência e outros problemas decorrentes da sexualidade precoce. Logo, isso vai além da informação, é uma questão de princípios e de responsabilidade, com o outro e consigo mesmo.

Outro capítulo interessante é o qual trata sobre o nosso caráter. Nesta parte o autor procura mostrar que a corrupção é inerente a pessoa humana e dada a devida chance todos se tornam corruptos. Sabendo disto as sociedades humanas desde a antiguidade procuraram criar códigos de conduta e de ética que balizavam o comportamento entre as pessoas. Regras, normas e regulamentos serviriam, portanto, para limitar nossa natureza corruptível. A grande pergunta que fica é por que, mesmo com todas as normas sociais estabelecidas, ainda há corrupção? A resposta poderia ser que o ser humano é corruptível e que se não houver um norte, um conceito balizador de moralidade e ética e que traga prejuízos a quem infringir estas mesmas regras, ele continuará a ser corrupto. Exemplos não faltam. Ariely propõe como modelo os dez mandamentos que o povo judeu segue como regra básica de conduta e fé.

Conclui-se, ao término da leitura, que nossas ações são motivadas por vários fatores irracionais. Para o autor, no modelo econômico, tudo tem um preço, várias possibilidades, objetos de consumo e situações que geram expectativas as mais diversas. Quem conhece de mercado consumidor e de economia social sabe disso e procura utilizar das ferramentas que possui para influenciar no suposto poder de escolha que o indivíduo possui. E isto é para todas as áreas de nossa vida, como foi apresentado pelo autor em sua obra. Este livro além de mostrar como funciona tal processo decisório, irracional e por vezes inconsciente, procura nos ajudar a ficarmos mais atentos as possíveis escolhas que tenhamos que fazer. Neste aspecto, vale a leitura, pois abre janelas mentais as quais sempre existiam em nós, mas que precisavam ser abertas.

site: http://operegrino.tumblr.com/post/144579107264/resenha-previsivelmente-irracional
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Cristiano Nunes 29/07/2023

Destaques:
- Não somos tão racionais quanto parecemos ser. No entanto, nossos comportamentos irracionais são previsíveis (não são aleatórios e nem sem sentidos).
- A relatividade das decisões: não avaliamos as coisas em termos absolutos. Em vez disso, nossa avaliação é baseada em comparações relativas. Por exemplo, nos sentimos mais felizes por ganhar $50 se soubermos que nossos colegas ganharam apenas $10, do que se ganhássemos $100 e soubéssemos que nossos colegas ganharam $200.
- O efeito da ancoragem: confiamos demais na primeira informação oferecida ao tomar decisões. Por exemplo, o primeiro preço que vemos para um produto pode afetar profundamente o que estamos dispostos a pagar por ele no futuro.
- O efeito do preço zero: amamos coisas gratuitas e muitas vezes agimos irracionalmente para obtê-las, mesmo que o valor percebido ou real seja baixo. Isso é usado frequentemente em estratégias de marketing.
- Sobre a falácia do custo irreparável: estamos inclinados a continuar um empreendimento uma vez que tenham investido tempo, esforço ou dinheiro, mesmo que não esteja dando os resultados desejados. Continuamos a justificar o investimento, mesmo que, racionalmente, seja melhor desistir.
- O custo das normas sociais: existem dois tipos de normas ou mercados que operam em nossa vida: normas sociais (onde as transações não são baseadas em dinheiro, como fazer um favor a um amigo) e normas de mercado (onde as transações são baseadas em dinheiro). Misturar esses dois mercados pode levar a consequências indesejadas. Por exemplo, pagar alguém para fazer algo que seria normalmente feito como um favor pode diminuir a motivação dessa pessoa para ajudar no futuro. Ou seja: gostamos de fazer coisas, mas não gostamos quando somos pagos para fazê-las.
- A influência dos nossos estados emocionais: nossas decisões podem ser fortemente influenciadas pelo nosso estado emocional ou físico. Por exemplo, podemos fazer promessas quando estamos em um estado de felicidade intensa que não cumpriríamos em um estado mais neutro.
- O problema da procrastinação e do autocontrole: as pessoas procrastinam mesmo quando sabem que isso é contraproducente. As pessoas superestimam sua capacidade de autocontrole no futuro.
- O alto preço da propriedade: superestimamos o valor dos itens que possuímos, um fenômeno conhecido como efeito dotação. Por exemplo, podemos pedir muito mais dinheiro por um objeto que possuímos do que estaríamos dispostos a pagar por ele se não fosse nosso.
- O efeito das opções: ter muitas opções pode levar à paralisia na tomada de decisões e à insatisfação com a escolha feita, pois podemos nos perguntar se uma das outras opções teria sido melhor.
- O efeito das expectativas: nossas expectativas podem moldar nossa realidade. Se esperamos que algo seja agradável, é provável que o encontremos agradável.
- Sobre a desonestidade: podemos enganar a nós mesmos e aos outros, convencendo-nos de que pequenas mentiras ou transgressões não são tão ruins.
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ferkw 14/11/2023

Interessantes os mecanismos que levam as pessoais a tomarem decisões irracionais, inclusive contra seu próprio bem e não conseguirem se dar conta disso. O livro explica essas situações com vários exemplos do cotidiano.
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Leonardo 21/01/2021

Possui alguns dados interessantes que nos fazem refletir a respeito de nossas decisões, em alguns testes passados pelo autor, ele aponta respostas que em sua visão seriam óbvias, mas que ao menos no meu caso, respondi totalmente o contrário, sendo assim, creio que alguns pensamentos não foram tão “previsivelmente irracionais” como o autor tenta justificar.
Achei a leitura um pouco arrastada, tanto que acabei nem me esforçando tanto para fazer uma resenha mais bem elaborada como de costume. No mesmo tema indico “A arte de pensar claramente”, este, foi um livro que me prendeu muito mais, com uma leitura muito mais agradável, com capítulos mais concisos e objetivos.
Não é um livro ruim, futuramente tentarei reler e talvez mude um pouco minha opinião, mas hoje na primeira leitura não foi um livro que me agradou, muito pela comparação inevitável que fiz com o livro de Rolf Dobelli.

Início: 17-01-2021.
Conclusão: 21-01-2021.
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Felipe.Camargo 14/05/2021

Previsivelmente irracional, Dan Ariely

Dan Ariely é uma das maiores autoridades do mundo em economia comportamental, o autor ficou famoso principalmente pela escrita deste livro e também por desenvolver uma infinidade de pesquisas, que no mínimo são bem curiosas e ?distintas?, como a qual relata que fez com jovens sobre a decisão enquanto se masturbavam (The Heat of the Moment: The Effect of Sexual Arousal on Sexual Decision Making).
O presente livro tornou-se um best-seller mundial, isso graças a linguagem de Ariely, que além de ser divertida é muito mais leve do que a de Kahneman, por exemplo. O autor utiliza desde elementos simples do cotidiano até questões extremamente complexas e amplas ? a economia de um país, por exemplo - e demonstra o quão vulnerável logicamente o nosso comportamento pode ser, isso sempre a partir das conclusões desenvolvidas pelas suas próprias pesquisas.
Destaque para o capítulo 3, no qual ele explora o efeito do grátis no comportamento dos consumidores e também no capítulo 8, ao qual ele fala sobre como buscamos nos angustiamos diante de diversas possibilidades distintas e finaliza levantando questões que, possivelmente serão mais exploradas no seu próximo livro, sobre a desonestidade e como está embasada em elementos que fogem a nossa racionalidade.
Leitura rápida, concreta e divertida. Vale a pena!
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