Fernanda 07/04/2013minha estanteConhecer a racionalidade humana é o ponto de partida essencial para aperfeiçoar o processo de tomada de decisão. Além disso, entender que estamos sujeitos a tomar decisões erradas e aprender como lhe dar com esses erros é primordial para tornarmos cada vez mais racionais. A forma como cometemos esses erros e principalmente como lhe damos com eles é um dos principais pontos que nos leva a pensarmos se realmente somos seres racionais, racionalidade esta que está sujeita a críticas e observações, por exemplo, se fomos racionais por que cometemos tantos erros?
Partindo desse ponto da racionalidade do Ser humano ou da falta da mesma na maioria dos casos, e principalmente do modo como as pessoas se prendem aos preceitos que destroem o pensamento racional, ou seja, identificando como os indivíduos seguem sistematicamente formas irracionais de tomar determinadas decisões, pude identificar no livro ?Previsivelmente Irracional: como as situações do dia-a-dia influenciam as nossas decisões?, escrito por Dan Ariely, duas idéias centrais ao longo do texto, onde a primeira, consiste em mostrar ao leitor que as pessoas seguem sistematicamente métodos irracionais de tomar decisões. A segunda ideia surge para mostrar ao leitor que embora todos os seres humanos sejam previsivelmente irracionais e que tal irracionalidade possua um lugar comum na mente dos indivíduos, ainda é possível evitá-la, ou seja, significa que como seres pensantes, não somos completamente indefesos para com as artimanhas do cérebro e que temos a capacidade de perceber quando tomamos uma decisão de forma errônea e que, além disso, ao perceber, podemos nos esforçar para sermos mais cautelosos, de certa forma se autovigiando ao ponto de sermos mais precisos ao refletir sobre os possíveis resultados de uma tomada de decisão, tornando as nossas escolhas mais assertivas.
Para reforçar o que foi dito, observei que o pensamento das ideias centrais constitui um estudo sobre o modo de agir e pensar dos indivíduos, elas são abordadas sobre dois pontos de vista: o de como deveríamos nos comportar e o de como realmente nos comportamos. Uma comparação entre esses dois pontos permite que as pessoas enxerguem como as diversas forças que influenciam nas suas decisões operam sobre a mente do ser humano e fazem com que irracionalmente tomem uma decisão que mesmo sabendo não ser a ideal, é a que o cérebro faz parecer ideal, num piscar de olhos, de modo que só se percebe o erro após já tomada à decisão. . Ao fazer uma escolha, o indivíduo tem a capacidade intelectual de analisar e ponderar as diversas alternativas e imaginar os possíveis resultados que cada opção poderia lhe trazer em forma de benefícios ou malefícios e assim tomar a melhor decisão. No entanto, isso não acontece porque estamos longe da racionalidade perfeita que é apresentada pelo primeiro ponto de vista, o de como deveríamos nos comportar. A primeira ideia do livro, que foi citada acima, não apenas constrói o pensamento de que não somos seres racionais e conhecedores de todas as informações que permeiam nossas decisões, ela vai além dessa percepção buscando mostrar que erramos ao tomar decisões no cotidiano com consciência de que estamos errando, repetindo os mesmos erros incessantemente, no entanto, não fazemos nada para modificar esse quadro de atitudes, pelo contrário, damos continuidade a esses eventos previsíveis e irracionais. Pude observar também que a experiência é um dos fatores que nos permeia a não continuarmos no caminho dos erros. Ela nos mostra também que estamos livres de cometer erros, porém, ela nos auxilia a sermos mais delegados a nos auto controlar, e que, além disso, mostra que não somos racionais pelo fato de não pensarmos perfeitamente de maneira lógica, e sim porque nossas atitudes errôneas não são aleatórias nem insensíveis, ou seja, a partir do momento que possuímos consciência de estarmos tomando uma atitude errada, imediatamente deixamos de ser racionais, afinal se fossemos racionais, não tomaríamos decisões erradas, ou até se tomássemos, logo seríamos encaminhados para o lado certo a partir da experiência de vida. A irracionalidade seria aqui algo inerente ao ser humano. . E a partir disso é que se percebe a discussão do segundo ponto de vista, o de como realmente nos comportamos. Observar o modo como agimos ou tomamos as decisões, tendo em mente que somos seres irracionais, ou seja, se ?conscientizando? de que tomamos decisões erradas com consciência de que estamos errando. É a partir dessa forma que o indivíduo consegue vigiar seus próprios atos e hábitos, começando a pensar de uma maneira diferente acerca de suas decisões e descobrindo por si só, métodos sistemáticos ou subjetivos de aprimorar seu processo decisório, pois daí se percebe que não importa como melhorar o processo decisório, nem existe um modelo prestímano que faça isso pelo indivíduo, então o mais correto a se fazer seria descobrir uma forma individual e particular de alterar tal processo, onde uma forma coerente de trazer à tona essa conscientização, seria relacionar os dois pontos de vista que embasam as ideias do livro antes de tomar uma decisão, o de como deveríamos nos comportar e o de como realmente nos comportamos, projetando causas e efeitos na mente dos indivíduos, a fim de enxergar possíveis soluções que antes não eram vistas, graças à irracionalidade.
Daí pude entender o significado do título do livro. Previsivelmente Irracionais. Previsíveis, porque se o indivíduo compreende que ao errar diversas vezes com as mesmas situações, ele pode notar que suas decisões não estão lhe trazendo benefícios, e perceberá que aquilo ao acontecer novamente poderia ter sido evitado. São erros incessantes e tão comumente praticados que atribui a sensibilidade de uma clara previsão. Não apenas cometemos erros crassos todos os dias, mas sempre os mesmos tipos de erros. E irracional, simplesmente porque o indivíduo, instintivamente, não toma atitudes para evitar o erro, caindo e recaindo no comodismo mesmo tendo conhecimento da presença dos erros nas suas decisões e principalmente de suas consequências. A partir dessa análise observo que somos sim previsivelmente irracionais. E através disso percebo que o livro além de tratar da irracionalidade também faz alusão a nossa distância da perfeição. O fato de sermos previsivelmente irracionais não significa dizer que estamos indefesos ou que estamos tombados a seguir um longínquo caminho de erros. Na minha percepção compreendo esse processo de forma antagônica. Acredito que se temos a possibilidade de percepção podemos sim mudar nossa forma de comportamento. Não existe nenhuma fórmula mágica que nos tornem mais racionais, mas somos seres capazes de refletir, capazes de perceber o quanto precisamos melhorar. A percepção da nossa natureza irracional é o ponto de partida essencial para avaliarmos se realmente merecemos sermos ser chamados de Seres racionais.
BEZERRA, Fernanda Nascimento. Aluna do segundo período de Gestão da Informação da Universidade Federal de Pernambuco