Quase memória

Quase memória Carlos Heitor Cony




Resenhas - Quase memória


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Junior 21/11/2018

Delicioso
É o típico livro delicioso de se ler. Neste quase romance/quase memória, Cony recebe um embrulho que supõe ser de seu pai, morto há 10 anos. Através da observação do embrulho ele puxa as memórias que tem de seu pai.

Cada capítulo traz uma memória que, segundo o autor, mescla realidade com ficção. As passagens são emocionantes e divertidas. Ri demais ao ler a história do pé de manga.

Cony é fantástico. Escolhe as palavras precisas, descreve cenários com perfeição e entrelaça as histórias de modo magistral. Consegue, sobretudo, dispor as histórias nos capítulos sem seguir uma ordem cronológica e sem deixar confusas as memórias.

Leitura altamente recomendada desde grande escritor brasileiro!
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Val Alves 26/11/2019

Amanhã farei grandes coisas!
Esse é um livro sobre, entre muitas coisas, reminiscências. Essa coisa que todos nós temos, mas nem somos capazes de ter o empenho e a delicadeza em registrar por escrito e compartilhar com o mundo. Seja por serem muito íntimas- evocando sentimentos cuidadosamente guardados- seja por fazerem voltar a tona lembranças infantis e de um tempo tão distante que facilmente são corrompidas pelo desgaste da memória e tornem-se, portanto, imprecisas.

As reminiscências começam numa tarde de novembro de 1995 quando Carlos recebe um envelope sem identificação e, logo ao ler seu nome como destinatário e observar as qualidades do embrulho reconhece o único remetente possível : o pai.
Isso não seria surpreendente exceto por um detalhe: este já era falecido há dez anos.

"Tempo que ficou fragmentado em quadros, em cenas que costumam ir e vir de minha lembrança, lembrança que somada a outras nunca forma a memória do que eu fui ou do que outros foram pra mim.
Uma quase memória, ou um quase- romance, uma quase -biografia. Um quase- quase que nunca se materializa em coisa, real como esse embrulho, que me foi enviado tão estranhamente. E, apesar de tudo, tão inevitavelmente. "

Diante do embrulho começa a se recordar de vários ocorridos tendo o pai como personagem principal. São estórias incríveis e que só podiam ser possíveis vindo de uma pessoa que, sempre antes de deitar, dizia a si mesmo : "amanhã farei grandes coisas!"

"...as histórias em que ele se metia nunca tinham fim, ligavam-se umas as outras, entravam uma dentro da outra, como aquelas bonecas de madeira que fabricam na Rússia."

Capítulo por capítulo vamos conhecendo esse pai do qual o filho, claramente, tinha devoção. Um cara que poderia se envolver em um caso embaraçoso por causa de umas mangas; que fazia balões de São João inconfundíveis; que portava um canivete como arma; que seria capaz de levar um jacaré (ou seria um lagarto?) pra criar nos fundos da casa e que, entre muitas qualidades, "conseguia ter duas opiniões sinceras e contraditórias sobre o mesmo assunto. "

Livrinho maravilhoso! Quem gosta de ouvir bons casos e histórias de família pode ler sem medo.
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