Quase memória

Quase memória Carlos Heitor Cony




Resenhas - Quase memória


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Bia 20/08/2010

Uma poesia...
Eu que sou uma leitora compulsiva, devoro a grande maioria dos livros que chegam às minhas mãos, nesse caso, demorei a engatar nas "quase-memórias" do Cony...
Acho que foi apenas uma fase pessoal, onde não estava conseguindo me concentrar devidamente no livro.
Mas valeu a pena ter persisitido, é uma linda história, de pequenos momentos, lembranças de um passado, uma pessoa que se foi há 10 anos mas que continua presente na vida do autor de uma maneira sutil e ao mesmo tempo, muito marcante.
Vale mesmo a pena!
Recomendo


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Larissa GO 26/05/2011

Difícil de esquecer
Eu recentemente assisti pela primeira vez ao filme Amnésia (Memento), apesar dele ter sido lançado a mais de 10 anos. E tem uma fala que eu associei ao livro quando Leonard diz a Teddy que a memória não é confiável, não é perfeita. Nem mesmo é tão boa e você tem que confiar apenas nos fatos. Enquanto Leonard sem memória pensa que pode solucionar um mistério sem ela e se prende apenas aos fatos; o autor do livro a valoriza até demais e chega a desprezar os fatos, certo momento ele imagina inverossímeis respostas ao mistério que se encontra a sua frente.

O autor inicialmente utiliza sua própria memória para tentar solucionar o enigma. Ele mergulha totalmente no passado e nos leva a conhecer seu pai que é um personagem completo, principal, único - cada detalhe, gesto e palavra são descritos no livro de tal maneira que você o vê e sente realmente.

O livro assim como o filme são duas obras que alguns podem não gostar, pois se trata de originalidade pura, dificilmente se encaixam em algum tipo de definição tradicional Comédia/Drama/Romance/Ficção. Eu definiria com uma palavra bem batida- ‘Experiência’. O autor até define seu livro como um quase-romance, quase-memória, um quase-quase que nunca se resolve.
E como se trata de memória, gostando ou não, ambas as obras são difíceis de esquecer.
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Andrea 05/04/2012

Um pacote misterioso
“Eu não devia dar tanta e tamanha importância a esse embrulho. Devia abri-lo e – pronto, era um mistério a menos, se é que é mistério mesmo. Assim como há dores-de-corno retroativas, há indecisões antigas que envergonham. Afinal, o embrulho está aqui, posso dispor dele, abri-lo, joga-lo fora, rasga-lo, ou nada fazer com ele, mantendo-o em sua condição de embrulho, e sua espécie de mistério”.

Quando o autor, Carlos Heitor Cony, recebeu do porteiro do hotel onde almoçava um embrulho com o seu nome, ao olha-lo reconheceu imediatamente a assinatura do remetente seu próprio pai. Uma identificação simplista se não fosse o fato dele ter falecido dez anos antes.

Sem conseguir se concentrar em outra coisa, Cony acaba se isolando em seu escritório com o embrulho e passa a dividir com o leitor sua avalanche de memórias, onde biografia e ficção se misturam ao recriar a história do jornalista Ernesto Cony Filho e por consequência a sua própria.

Resenha completa em: http://literamandoliteraturando.blogspot.com.br/2011/10/quase-memoria.html
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Liz 25/09/2011

Desafio literário 2011 - Setembro - Autores regionais
“Era um de seus lemas. Todas as noites, antes de dormir, se havia alguém por perto, ou se estivesse sozinho, sempre dizia em voz baixa, metade como compromisso, metade como prece: ‘Amanhã farei grandes coisas!’.”

O livro começa com um pacote anônimo chegando às mãos de Carlos Heitor Cony. Um pacote simples, ordinário, mas com aspectos peculiares: a letra com que assinava o nome do destinatário, o nó do barbante que envolvia o embrulho, os cheiros que dele vinham, tudo indicava que quem o havia mandado era o seu pai, Ernesto Cony Filho. Porém, este tinha morrido há dez anos. Intrigado, Carlos recebe tal embrulho, mas sem ter certeza se deveria abri-la, ou mesmo sem saber se queria abri-lo. Começa a simplesmente olhar para ele, mergulhando profundamente nas lembranças que tinha do pai, apresentando aos leitores sua relação com alguém que foi, em minha opinião, uma grande figura.

Escolhi esse livro para o Desafio porque, já tendo lido todos os livros infanto-juvenis de Cony com Anna Lee, queria ler um somente dele. E tenho certeza de que fiz uma ótima escolha, que recomendo para todos. “Quase memória”, como o nome sugere, não é uma lembrança completa, pois nem tudo o que foi descrito no livro aconteceu mesmo. E o livro também nem tem um gênero definido, pois mistura características do romance com crônica.

Ainda que tenha amado o livro, achei o começo um pouco entediante e quase parei, uma vez que ando sem tempo para nada. Mas resolvi continuar, comecei a me apegar aos personagens, e a ler bem devagar, com cuidado, para prestar o máximo de atenção às histórias. É um livro para se ler com bastante calma, voltando no tempo junto com o autor, vivenciando o Rio de Janeiro do século passado, principalmente as épocas ditatoriais.

Enfim, é um livro que com certeza lerei novamente um dia. A figura do pai encantou-me para sempre, meio que virou um estilo de vida. Fiquei com muita vontade de ser alguém como ele, sempre empolgado e confiante, fazendo de tudo e ficando feliz por ter feito ainda que no fim tenha dado errado. Quem ninguém deixaria de sentir falta.

As aventuras em que o pai se metia, em que outros se metiam, reis europeus, jacarés no quintal, balões de cola de farinha, aulas de geografia ao amanhecer, mangas de cemitério, várias e várias lembranças despertadas pela visão de um embrulho e que, falsas ou não, compõem um dos melhores livros nacionais que já li. E com certeza o melhor livro sobre relacionamentos entre pai e filho que já li.

Digo por fim que nunca mais olharei os balões do jeito que olhava antes.
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Valeria 22/01/2012

Este livro é lindo ! Não consegui parar de ler e ao mesmo tempo não queria chegar no fim ... E o fim, cada um faz o seu ...
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renata 28/06/2012

El sueño de la razón produce monstros
Assim, como quem não quer nada o livro apareceu na minha frente. Num sebo, quando ainda mal sabia da existência Carlos Heitor Cony.

Pronto. Fiquei sabendo. De uma maneira linda ainda por cima. Não vou me preender ao modo como o autor me leva para dentro das loucuras do pai, ou de como esse mesmo personagem se mostra fantástico. Talvez seja só a impressão que um filho tinha de um pai que era muito querido, mas não existem mesmo essas pessoas impressionantes?Seu pai parecia ser uma delas.

Quotes preferidas:

"(...)A memória que eu deveria esquecer."
"Ele tinha uma teoria que negava as coincidências, teoria que no caso dele, era apenas uma prática, um viver sabendo que tudo o que deveria acontecer aconteceria."
"(...)Até que chegue o amanhã onde as grandes coisas são feitas"
"Amanhã farei grandes coisas!" e as avessas "Amanhã não farei mais essas coisas."
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Ladyce 02/01/2010

Lírico, poético, mas...
A idéia de uma pessoa receber um pacote de seu pai dez anos depois da morte deste é maravilhosa e serve como grande abertura para a coletânea de memórias que se desencadeiam através do livro. A linguagem como sempre acontece com Cony é direta e gostosa e neste livro em particular ele é lírico, poético e gentil. Mas faltou um travo, uma tensão que levasse esta leitora a apreciar com maior prazer a coletânea de crônicas. Faltou profundidade na análise do pai e certamente na análise deste filho em relação ao pai. Há horas de muito humor e de muita perspicácia na narração. O livro é um prazer de ler. Mas não precisa ser lido de uma tacada, de cabo a rabo, porque não há aquela tensão que faz com que se queira chegar ao fim. É simplesmente uma coletânea de crônicas belíssimas, poéticas mas superficiais que deixam de dar uma tridimensionalidade ao personagem principal -- o pai de Cony.
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Breno 27/12/2012

Homenagem ao pai
Em Quase Memória, Cony presta uma brilhante homenagem a seu pai,
personagem que gradualmente nos encanta e pessoa que conhecemos com intimidade e gosto ao final do livro.
Utilizando um misterioso embrulho como fio condutor, as memórias de Cony resgatam o estilo de vida das famílias e o modo de funcionamento da Imprensa Brasileira no Brasil dos anos 30 aos anos 90, variando entre personagens secundários sem perder o humor, leveza e ao mesmo tempo densidade dos assuntos abordados.
A expectativa para solucionar o mistério do embrulho é imensa, poderia dizer sem cabimento, mas vale a pena aguardar pelo grande gesto de Cony ao encerrar o romance.
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Egídio Pizarro 12/11/2013

Intenso
"Quase memória" passa fácil do quase. É uma relembrança dos vividos de Ernesto Cony Filho, pai do autor. Um desses pais que muitos de nós gostaríamos de ter.

Ressalva: não é indicado para curiosos crônicos.
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Anali 14/11/2013

Maravilhoso
Ri tanto quanto chorei , com este livro
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malucomg 24/03/2009

quase memória - livro que não sai da memória
meu primeiro encontro com este livro, foi quando fui assistir a um filme e entrei na livraria ao lado do cinema e pedi para a balconista o melhor livro de toda a livraria.Ela me indicou este e não que ela me surpreendeu. Excelente texto, muito bem escrito e com um fundo emocional grandioso- a ligação que todo mundo tem com seu pai. Acho que no fundo todo pai daria um personagem excelente para um livro de (quase) memórias. Cony é um mestre na arte de escrever
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Caren Gabriele 18/03/2016

Quase Memória
Para ser bem sincera, dificilmente esse seria um livro que eu espontaneamente leria. Provavelmente me interessaria, colocaria na minha lista de leitura e deixá-lo-ia lá, suspenso no tempo e espaço. Mas daí a professora de Gêneros jornalísticos resolveu que essa seria a nossa leitura obrigatória (além dos outros textos da disciplina, é claro) do semestre, e como eu simplesmente não tenho como saber quando meu semestre acaba (por motivos muito além da minha alçada), resolvi adiantar meu lado e, para não esquecer de alguns detalhes, escrever essa resenha (afinal, esse post está sendo escrito no fim de janeiro).


"Uma quase-memória, ou um quase-romance, uma quase-biografia. Um quase-quase que nunca se materializa em coisa real como esse embrulho, que me foi enviado tão estranhamente. E, apesar de tudo, tão inevitavelmente." (p. 108)


Sua leitura, ao contrário do que costuma acontecer com outros textos indicados por professores desde que me entendo por gente, não me trouxe nenhum arrependimento ou cansaço. Muito pelo contrário. Esse é um daqueles livros que transmitem leveza e nos aguçam o sentido sempre em busca de um pouco mais da história.

E que história... Ao transcrever suas memórias, o autor não só faz uma homenagem belíssima a seu pai, como também nos presenteia duplamente. Primeiro, ao nos permitir conhecer através de seu olhar e sensibilidade, um homem louco, otimista, cheio de uma alegria que hoje encontramos em raríssimos seres humanos e um não sei o quê, uma felicidade em estar vivo que é simplesmente inspiradora.
E segundo, esse passeio por um jornalismo brasileiro completamente diferente do que conhecemos hoje, da primeira metade do século XX, do tempo em que se vendia notícia no papel e uma história bem contada valia muito mais do que o imediatismo. E é claro que eu simplesmente não poderia deixar de falar disso, afinal, é justamente o tipo de jornalismo que me faz suspirar.


"(...) uma despedida sem dor e sem lágrima, despedida de um caminhante exausto, fatigado de tudo, uma despedida geral e agradecida do camicase que doou a vida pelo objetivo de viver, viver tudo, inclusive o ato final, a despedida sem mágoa e rancor." (p. 164)


Carlos Heitor Cony é um jornalista e escritor brasileiro, editorialista da Folha de S. Paulo e membro da Academia Brasileira de Letras desde 2000. Além de contos e crônicas, o autor já publicou dezessete romances, dentre eles, Quase memória que vendeu mais de quatrocentos mil exemplares.

site: https://blog.carengabriele.com.br/2020/05/18032016-quase-memoria.html
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Priscila.Amorim 21/09/2017

Relembrando o que nunca esqueci
Quase memória é o livro que eu precisava ler hoje. Um livro sensível que conta a história de um filho que vê um pai... de um pai que morreu, mas que nunca deixou de existir... Quase memoria é um livro intenso, que nos faz lembrar das pessoas que nos formaram enquanto indivíduos, pessoas que não necessariamente se foram, mas que talvez tenham deixado de sê-las, porque as coisas quando crescemos parecem outras mesmo.
Quase memoria nos faz entender que não é porque o tempo passou que não podemos resgatá-lo em nós.
Chorei sim e chorei mesmo... isso não é novidade, porque sou uma chorona, rs, mas chorei porque me vi tantas vezes naquele Carlos menino, naquela inocência e naquele amor que transforma humanos em heróis. O amor que transforma. E isso me fez bem.
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Rafael.Martins 08/10/2017

Um livro que conta uma história muito linda. Parte ficção e parte memória, nos leva por momentos por vezes (por vezes nem tanto) gloriosos na vida Ernesto Cony Filho, pai do autor. Momentos de beleza, de amor, memória e embaraço aquecem o coração a cada capítulo e a cada novo episódio, a cada novo capítulo.
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nathischneider 27/12/2017

Onde estão das mulheres dessa (quase) memória?
O livro Quase Memória tem uma premissa linda: revisitar e reinventar as memórias que envolvem o pai do autor. No entanto, após o leve encanto causado pelas primeiras páginas, um incômodo começou a aparecer ao longo da leitura, fazendo com que o meu prazer de conhecer aquelas narrativas fosse diminuindo a cada capítulo. Antes de comentar o que tanto me incomodou, quero pontuar duas coisas. A primeira é que sei que está crítica não é individual, ou seja, apenas ao livro ou ao escritor, mas a literatura em geral. Segundo, escolhi ler o livro de setembro indicado por Ruy Castro para a Tag em dezembro, pois ao se tratar e histórias da (quase) memória afetiva com o pai, queria dar uma atenção especial ao livro no fim de ano, quando eu fico mais sensível. Dezembro também é o mês de aniversário e de falecimento do meu pai, com o qual, guardo assim como autor - Carlos Heitor Cony - lembranças (im)possíveis de um relacionamento afetuoso com a figura paterna. E, talvez - não só, mas também- por isso, que me incomodou o apagamento das mulheres nessa obra. Fico pensando na história do meu pai e como não consigo retirar dessa a agência e protagonismo de minha mãe, por exemplo. Mas também, de outras mulheres que passaram pela história dele, ou, pela nossa história. Pois, a narrativa que “invento” do meu pai é mais minha do que dele, assim como no livro. E esse é um dos grandes acertos de Quase Memória.

Entretanto, os pequenos erros doeram mais. A questão é que enquanto lia, me perguntava onde estão as mulheres dessa história? Qual é nome da mãe do autor? Como ela se sentia no meio disso tudo? Mesmo sabendo - e compreendendo - que o livro trata sobre o pai de um filho homem e o eixo principal da história é sobre uma relação masculina e paterna, outros personagens homens ganham nomes, características, feições e histórias de vida. No entanto, as mulheres, que são reduzidas as primeiras e/ou segundas esposas, tornam-se apenas apêndices nas biografias masculinas. Porque nenhuma dessas personagens é nomeada, enquanto que os homens ganham para além dos nomes, biografias interessantes e complexas?

Esse incômodo é acentuado pelo meu posicionamento enquanto mulher feminista que tem se dedicado a ler cada vez mais outras e novas escritoras, que trazem personagens mulheres complexas e não achatadas em esteriótipos. Eu cansei ao terminar um livro sobre um homem, contada por um homem e cheia de mulheres apagadas.
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