Sukiyaki de Domingo

Sukiyaki de Domingo Bae Su-Ah




Resenhas - Sukiyaki de Domingo


26 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


dani 25/07/2021

Nem só de K-pop e tecnologia se faz a Coreia do Sul
Quando se fala em Coreia do Sul, logo nos lembramos dos grupos musicais com fama mundial ou das conceituadas empresas de produtos tecnológicos. No entanto, a escritora Bae Su-ah apresenta através deste livro uma realidade que não aparece na mídia. Arrisco dizer que qualquer semelhança entre este livro e o premiado filme "Parasita" não seja mera coincidência. As duas obras denunciam o gritante abismo socioeconômico existente no país.

A gama de personagens (que são muitos!) conta com ricos excêntricos, pessoas que caíram na miséria, outras que nunca pensam na pobreza. A narrativa aborda temas polêmicos e questiona a crueldade dos padrões estéticos, relações de hierarquia e as consequências da guerra que perduram na vida dos sobreviventes e seus descendentes.

A construção do livro é bem inusitada. Os capítulos não apresentam uma narrativa sequencial muito óbvia, até parecem histórias independentes. Mas à medida em que a trama é tecida, a conexão entre os personagens vai sendo revelada (ora direta, ora indiretamente).

Bae Su-ah revela a face oculta da Coreia com altas doses de acidez e ousadia. Espero que mais obras da autora sejam traduzidas em breve.
comentários(0)comente



Kim 05/09/2016

Um livro na qual o personagem principal é a miséria.
Sukiyaki de Domingo, diferente do que o nome remete (sukiyaki é um prato japonês de cozido, que geralmente é comido com a família reunida. O prato remete à união e acalento familiar), faz críticas ao estilo de vida contemporâneo sul coreano.

Os personagens são meros coadjuvantes nos contos do livro, tornando o dinheiro e, conseqüentemente a miséria, as estrelas principais.

Com curtas histórias separadas por capítulos, diversos casos de famílias em condições financeiras, estilos de vida, desejos, problemas pessoais, pensamentos, se cruzam em algum momento, revelando o lado humano -nem sempre no melhor do sentido- de cada um e fazendo refletir que independente da presença ou ausência do dinheiro, a miséria estará lá, de aspecto diferente para cada um.
comentários(0)comente



clarice 26/12/2021

pobre
livro sobre pobre miséria a gente fica com dó nojo raiva todos esses sentimentos angustiantes e eu pensei tipo. isso parece ser ambientado no brasil aí nois percebe que pobreza assim eh em todos os países capitalistas pq simplesmente FODEM com o povo #militei
comentários(0)comente



Livia Barini 13/06/2019

Ruim
Um livro muito difícil de ler.
Às vezes os personagens se repetem, mas os capítulos e as histórias não mantêm nexo entre si. Nem tem muito começo, meio e fim. Não há um estilo único, parece mais uma colagem de vários escritos.
Em comum a miséria, tanto física, quanto mental.
A única coisa que achei interessante foi o retrato de personagens que, apesar da miséria extrema e da fome, se recusam a trabalhar. Conheci várias pessoas assim durante meus anos de serviço voluntário, mas nunca tinha os visto sendo retratados. Vi no máximo um rico indolente. Nunca um pobre que é tão preguiçoso que prefere morrer de fome a mendigar. Uma anomalia da lógica.
Entretanto a ausência de enredo e propósito me deixou a nítida sensação de tempo desperdiçado.
comentários(0)comente



Toni 18/04/2024

Sukiyaki de domingo [2003]
Bae Su-ah (Coréia do Sul, 1965-)
Estação Liberdade, 2014, 304 p.
Trad. Hyo Jeong Sung

Como adverte a autora no texto que assina ao final desta edição, “para um leitor que considera que o romance deve ter um herói cujas aventuras são narradas cronologicamente, o meu livro [...] será uma grande decepção”. Nos 17 capítulos que compõem a obra, a sul-coreana trabalha com núcleos narrativos que se contaminam e extravasam de uns para os outros, fazendo com que uma personagem que aparece brevemente numa lavanderia no capítulo x retorne como centro da trama mais à frente. Essa opção por uma estrutura com vários centros irradiadores tem inúmeras implicações de sentido e intenção, sendo a mais comum dentre elas a busca por apreender ou representar diferentes facetas de um determinado tema ou contexto histórico/social.

No caso de “Sukiyaki de domingo”, o tema em questão é evidentemente a miséria. Assim como o vencedor do Oscar “Parasita” — ainda que sem o contraste explícito provocado pelo encontro entre a família rica e a família pobre (obs. o livro é anterior ao filme) —, Su-ah trabalha diferentes camadas da referida miséria, que se revela ora moral ora afetiva, ora pecuniária ora cultural, e seus efeitos no comportamento e na autoestima de suas vítimas. Fome, resignação, mesquinhez, inveja, vergonha, submissão, revolta, alienação, raiva e desespero são apenas alguns dos sentimentos que atravessam personagens que, via de regra, são bem difíceis de criar empatia, dada a complexidade com que foram construídas. Uma forma de realismo como o bom realismo precisa ser: contraditório e desassossegante, permeável às inúmeras forças que nos formam e nos fazem humanos.

Há, no entanto, um excesso de descrições/explicações do interior das personagens onde muitas vezes suas ações já tornavam seus sentimentos suficientemente claros. Enquanto estudo de psiquê, esse procedimento narrativo tem vários momentos de fina análise, mas corre o risco também de se tornar às vezes mastigado demais. Um falso defeito, talvez, que replica nosso afã por explicar, de maneira acachapante e de fácil descarte, as vidas que escolhemos não enxergar.
comentários(0)comente



Felipe Augusto 25/02/2022

Um livro que mostra um pouco a miséria e pobreza da Coreia, da desigualdade social de pessoas recriminadas. Com personagens nada agradáveis por assim dizer muitos deploráveis, preguiçosos e saúde tanto mental quanto higiênica mesmo muito deprimente, não se encontrará protagonistas nem personagens favoritos mas é um livro bem impactante da Bae Su-ah um bom livro para minha primeira leitura da literatura coreana.
comentários(0)comente



julianavicente 14/05/2020

Um caldo de sensações (frustrações)
Preciso de uma frase do próprio livro para resumir o sentimento que é terminá-lo: “enquanto fazia as minhas entrevistas, pude ver a miséria sorrir para mim por detrás dos ombros dos meus entrevistados, com mil máscaras diferentes”. Que a personagem principal do livro é a miséria, todos nós sabemos, ou deveríamos saber, mas encontrá-la de diversas formas - cruéis - é um soco no estômago.

As personagens nos são apresentadas aos poucos, fazendo jus ao nome Sukiyaki – uma sopa com inúmeros ingredientes – cada uma representando a sua pobreza. E não falamos apenas de pobreza no sentindo econômico, se a abordagem fosse só essa a leitura de Sukiyaki de Domingo seria muito mais fácil. Há uma miséria de espírito, de caráter e de expectativas. Por vezes as personagens, apáticas, nos geram uma sensação de asco com suas atitudes egoístas e mundanas, para falar a verdade, muito do asco sentido também foi causado por falta de atitude de alguns, sabe a miséria de espírito que nos transforma em animais inúteis, que apenas roubam o ar das outras pessoas? Pois bem, eles são o motor que faz o livro funcionar.

Bae Suah, a escritora, é a cozinheira de um caldo grosso, cheio de ingredientes azedos que tem como tempero a história de uma Coreia que se desenvolveu em um universo de guerra, de mortes e de um sentimento de injustiça. No final ela nos oferece uma fatia da narrativa coreana, - ou melhor, da narrativa que eles tentam deixar para trás, afinal, hoje, a Coreia do Sul é conhecida por ser uma potência tecnológica e econômica - de pessoas que visitaram o inferno e agarraram-se as cicatrizes desse encontro para o resto da vida.
comentários(0)comente



Nicole939 27/09/2020

A miséria é imanente à todos
A tônica do livro é a miséria. Todos, sem exceção, possuem a miséria em dado momento. Reconhecê-la, entretanto, não é para todos. Há aqueles que negam a miséria veemente, enfeitam o passado a fim de atenuá-lo. Há outros que estão imersos na miséria mesmo após sair de tal quadro triste. Essa dicotomia existente na miséria - negação e aceitação exacerbada - está presente no romance sul-coreano. Romance não romântico. O livro é asqueroso, reflexivo e triste. Ratificando Bae Su-ah, "para um leitor que considera que o romance deve ter um herói cujas aventuras são narradas cronologicamente, o meu livro Sukiyaki de domingo será uma grande decepção. Infelizmente, não há nada que eu possa fazer a respeito" (p. 297).
Àqueles que costumam assistir o cinema sul-coreano, perceberá que o livro se assemelha muito, principalmente, com as obras de Kim ki-duk.
comentários(0)comente



Milena300 08/02/2021

ácido e pensativo
Quando peguei o livro eu me senti muito presa a história que é apresentada inicialmente, só que ela é toda uma contextualização pra verdadeira "crítica" que é sobre a fome, miséria e mesquinharia.

talvez cause ranço no leitor pelas personagens mesquinhas e tão frias, as histórias não concluídas no final, os diálogos e as histórias pesadas. mas é uma análise muito mais profunda, como a própria autora diz "se está esperando um romance, vai se decepcionar".

Meu primeiro contato com literatura coreana e já recomendo. gostei bastante!!
comentários(0)comente



Ve Domingues 17/05/2021

Esse livro foi verdadeiramente surpreendente. O primeiro capítulo foi chocante, naturalista, bem cru. Mas, a cada história, fui me encantando mais pelo estilo inusitado da autora.

A obra traz importantes reflexões sobre como o ser humano lida com a miséria e com as suas escolhas. As últimas páginas são ainda mais profundas.

Embora os capítulos possam ser lidos separadamente, como contos, considero que a leitura é mais rica quando acontece na sequência estabelecida. Alguns personagens se repetem, o que torna o aproveitamento maior. Mas, acima de tudo, acredito que exista uma linha de raciocínio muito bem definida da escritora, aprofundada a cada texto.
comentários(0)comente



vannybs 30/05/2021

Várias histórias sobre a miséria. Algumas partes até um pouco chocantes. Interessante porém não me prendeu tanto.
comentários(0)comente



Pablo Paz 05/05/2020

Seul Suja
Adoro tanto esse livro que fiz uma crítica dele, anos atrás. [Link: http://www.blogletras.com/2016/11/seul-suja.html ]

site: http://www.blogletras.com/2016/11/seul-suja.html
comentários(0)comente



Arissa.Hashimoto 05/03/2022

Histórias de miséria
O livro é muito bom. Conta diversas histórias de personagens diferentes que acabam se cruzando de alguma forma. Todas as histórias trabalham o tema da miséria. Não só miséria como falta de dinheiro, mas miséria de caráter, de intelecto, e de percepção. É bem interessante ver a percepção de cada personagem sobre sua própria situação e sobre a situação dos outros.

Acho que a única coisa que me incomodou um pouco foi a falta de conclusão da maioria das histórias dos personagens. Eu queria muito saber o que aconteceu com alguns deles. Então se você está esperando uma história mais redondinha, talvez esse livro não seja para você.
comentários(0)comente



Camila 07/09/2020

O desconforto da miséria humana
Sukiyaki de Domingo não é um livro para te aquecer o coração ou trazer qualquer tipo de conforto.Ele não tem qualquer preocupação com uma perspectiva higienizada e escancara a dor, a doença, o nojo e o mal estar de se viver na linha da miséria, com sua dignidade extirpada e condicionada à posse do dinheiro. Em vários momentos, o livro me provocou reações físicas de repulsa, o que só me mostra como é realmente bem escrito. Sua estrutura sem linearidade e cronologia foi uma escolha muito inteligente da autora porque nos permite visualizar e viver diferentes perspectivas em vidas e personagens que se entrelaçam. É uma escrita visceral. Não é um livro que se leia com a mente, mas com as entranhas. Se você se interessou pela narrativa trazida por Parasita, esse livro é uma boa pedida para realmente refletir sobre o que existe no íntimo da pobreza extrema, fruto de um sistema cuja premissa é a desigualdade, a exploração, o desespero e a morte.
comentários(0)comente



Jak 18/12/2021

A miséria em seu significado amplo e sem romantismo
Ainda que seja falar o mesmo que muita resenha, o livro de fato se concentra na miséria humana, foi a proposta, aliás, da autora. Da miséria causada pela escassez financeira à miséria sentimental, psicológica que envenena a todos em sua volta.
Não espere se apegar a nenhum personagem, todos são miseráveis à sua maneira e o julgamento decorrido da leitura com certeza te torna miserável também. A escrita é seca, dura, direta e por vezes desperta aversão quando traços xenófobos, gordofóbicos e desprezíveis no geral são presentes na narrativa.
Aliás, a autora não está preocupada em costurar uma coerência de fatos bem delimitada entre os diversos personagens, ainda que alguns perfis e histórias se entrecruzam, seu objetivo é nos apresentar estes perfis e a dinâmica de alguns deles. Por meio do posfácio da autora é perceptível certos traços autobiográficos com determinado personagem também escritor, revelando a própria miséria da autora.

O livro, por fim, desperta sensações complexas, você tem facilidade de ler, mas detesta os personagens, sente piedade, sente repulsa, sente a miséria, sente infelizmente que a sociedade sul-coreana atual pode ser bem retratada neste livro.
comentários(0)comente



26 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR