Sukiyaki de Domingo

Sukiyaki de Domingo Bae Su-Ah




Resenhas - Sukiyaki de Domingo


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itadorisadic 15/05/2024

Livro sobre como a miséria faz parte do ser coreano. O trauma geracional da miséria que a Coreia sofreu tem persiste em todos os coreanos (dentro e fora da Coreia) mesmo em meio a prosperidade das novas gerações.
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Toni 18/04/2024

Sukiyaki de domingo [2003]
Bae Su-ah (Coréia do Sul, 1965-)
Estação Liberdade, 2014, 304 p.
Trad. Hyo Jeong Sung

Como adverte a autora no texto que assina ao final desta edição, “para um leitor que considera que o romance deve ter um herói cujas aventuras são narradas cronologicamente, o meu livro [...] será uma grande decepção”. Nos 17 capítulos que compõem a obra, a sul-coreana trabalha com núcleos narrativos que se contaminam e extravasam de uns para os outros, fazendo com que uma personagem que aparece brevemente numa lavanderia no capítulo x retorne como centro da trama mais à frente. Essa opção por uma estrutura com vários centros irradiadores tem inúmeras implicações de sentido e intenção, sendo a mais comum dentre elas a busca por apreender ou representar diferentes facetas de um determinado tema ou contexto histórico/social.

No caso de “Sukiyaki de domingo”, o tema em questão é evidentemente a miséria. Assim como o vencedor do Oscar “Parasita” — ainda que sem o contraste explícito provocado pelo encontro entre a família rica e a família pobre (obs. o livro é anterior ao filme) —, Su-ah trabalha diferentes camadas da referida miséria, que se revela ora moral ora afetiva, ora pecuniária ora cultural, e seus efeitos no comportamento e na autoestima de suas vítimas. Fome, resignação, mesquinhez, inveja, vergonha, submissão, revolta, alienação, raiva e desespero são apenas alguns dos sentimentos que atravessam personagens que, via de regra, são bem difíceis de criar empatia, dada a complexidade com que foram construídas. Uma forma de realismo como o bom realismo precisa ser: contraditório e desassossegante, permeável às inúmeras forças que nos formam e nos fazem humanos.

Há, no entanto, um excesso de descrições/explicações do interior das personagens onde muitas vezes suas ações já tornavam seus sentimentos suficientemente claros. Enquanto estudo de psiquê, esse procedimento narrativo tem vários momentos de fina análise, mas corre o risco também de se tornar às vezes mastigado demais. Um falso defeito, talvez, que replica nosso afã por explicar, de maneira acachapante e de fácil descarte, as vidas que escolhemos não enxergar.
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poly 15/11/2023

Amei demais.
Um achado da biblioteca. Li sem expectativas e amei completamente. Foi maravilhoso refletir junto do livro sobre pobreza e a sociedade atual.
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Lucas 08/09/2023

Coletivo, Individual
A forma como discute o assunto chave do romance, a miséria, é interessante. Isso de ter um romance cheio de rupturas é bem legal, porém até certo ponto.
Por ser essa história coletiva e fragmentada, algumas vezes fica maçante acompanhar um novo personagem que, sei lá, está falando por meio de cartas em determinado capítulo.
Tem capítulos realmente bons, discutindo a psicologia e os personagens de maneira bem feita, mas em alguns momentos eu queria saber o que ia acontecer com pessoa X ou Y. No final gostei mais da forma que do conteúdo, mas paradoxalmente a forma que potencializou a discussão e limitou possíveis tramas.
Em resumo, não vou julgar mais o livro por aquilo que ele não é, mas acho que ele poderia voltar mais para alguns personagens. A autora poderia, como ela diz, continuar escrevendo esses textos por muito mais tempo. Indo e voltando de personagens, entretanto não foi a escolha dela. Ela quis colocar um FIM.
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Beea 24/07/2023

Essa é uma leitura que te deixa desconfortável, mas uma coisa que encontro frequentemente na literatura, principalmente do leste asiático, é a falta de profundidade em temas complexos, acho que apesar do desconforto que me causou não é uma leitura marcante.
Alguns personagens são melhores construídos que outros, então eu facilmente perdia interesse na troca de pontos de vista, apesar dessas características é um bom livro.
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Vinícius 25/05/2023

Livro transgressor. Com uma linguagem fragmentada e profunda, a autora mergulha nas profundezas humanas na busca de uma definição plausível da miséria e suas consequências. Um estado que acomete a todos, independente de classe ou instrução. E como ela molda as vidas de toda uma população direta e indiretamente.
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B.S. 25/12/2022

Muito bom
Essa foi uma ótima experiência de leitura pra mim, gosto muito do formato desse livro e as histórias retratadas são bem reflexivas e interessantes. Foi uma boa leitura.
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Michelle.Pereira 10/12/2022

Recomendo
É uma leitura lenta, com vários pontos de vistas, e uma enxurrada de grita sobre a sociedade coreana.
Pessoas de verdade, com cicatrizes e dor.
Dorameiras desse mundo literário, leiam. É um choque de realidade da beleza q mostra na maioria dos dramas.
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Dayana116 30/04/2022

A sensação inicial sobre este livro é a de que o narrador vai nos conduzindo a espiar momentos através das janelas da capital da Coreia do Sul e a cada capítulo é como se nós nos demorássemos na janela de algum morador e observássemos fragmentos de sua vida e miséria (em alguns casos não apenas a carência dos meios de subsistência, mas uma miséria individual). Não há uma linearidade dos acontecimentos narrados, dos personagens acompanhamos pequenos fragmentos de suas vidas. Alguns reencontramos nos fragmentos das histórias dos outros personagens, outros nem isso. Há momentos em que o fragmento termina subitamente e não sabemos o que aconteceu, por exemplo: o que aconteceu depois que Sae-won abriu a porta do quarto de Myung-ae Eum? O que ele encontrou?

É um livro que é difícil de definir e classificar, inclusive a própria autora adverte: "para um leitor que considera que o romance deve ter um herói cujas aventuras são narradas cronologicamente... sukiaki de domingo será uma grande decepção".

Mas diria que o grande tema do livro é mesmo a miséria humana. Mas mais que a miséria da escassez de bens é a miséria individual. Algo que ninguém escapa, mesmo aqueles que acham terem superado todos os limites dos apegos, desejos e ambições.

“Todos nós estamos agindo na contramão do que pensamos. No-yong, nenhum de nós tem liberdade.” (p. 235)
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Arissa.Hashimoto 05/03/2022

Histórias de miséria
O livro é muito bom. Conta diversas histórias de personagens diferentes que acabam se cruzando de alguma forma. Todas as histórias trabalham o tema da miséria. Não só miséria como falta de dinheiro, mas miséria de caráter, de intelecto, e de percepção. É bem interessante ver a percepção de cada personagem sobre sua própria situação e sobre a situação dos outros.

Acho que a única coisa que me incomodou um pouco foi a falta de conclusão da maioria das histórias dos personagens. Eu queria muito saber o que aconteceu com alguns deles. Então se você está esperando uma história mais redondinha, talvez esse livro não seja para você.
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Felipe Augusto 25/02/2022

Um livro que mostra um pouco a miséria e pobreza da Coreia, da desigualdade social de pessoas recriminadas. Com personagens nada agradáveis por assim dizer muitos deploráveis, preguiçosos e saúde tanto mental quanto higiênica mesmo muito deprimente, não se encontrará protagonistas nem personagens favoritos mas é um livro bem impactante da Bae Su-ah um bom livro para minha primeira leitura da literatura coreana.
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clarice 26/12/2021

pobre
livro sobre pobre miséria a gente fica com dó nojo raiva todos esses sentimentos angustiantes e eu pensei tipo. isso parece ser ambientado no brasil aí nois percebe que pobreza assim eh em todos os países capitalistas pq simplesmente FODEM com o povo #militei
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Jak 18/12/2021

A miséria em seu significado amplo e sem romantismo
Ainda que seja falar o mesmo que muita resenha, o livro de fato se concentra na miséria humana, foi a proposta, aliás, da autora. Da miséria causada pela escassez financeira à miséria sentimental, psicológica que envenena a todos em sua volta.
Não espere se apegar a nenhum personagem, todos são miseráveis à sua maneira e o julgamento decorrido da leitura com certeza te torna miserável também. A escrita é seca, dura, direta e por vezes desperta aversão quando traços xenófobos, gordofóbicos e desprezíveis no geral são presentes na narrativa.
Aliás, a autora não está preocupada em costurar uma coerência de fatos bem delimitada entre os diversos personagens, ainda que alguns perfis e histórias se entrecruzam, seu objetivo é nos apresentar estes perfis e a dinâmica de alguns deles. Por meio do posfácio da autora é perceptível certos traços autobiográficos com determinado personagem também escritor, revelando a própria miséria da autora.

O livro, por fim, desperta sensações complexas, você tem facilidade de ler, mas detesta os personagens, sente piedade, sente repulsa, sente a miséria, sente infelizmente que a sociedade sul-coreana atual pode ser bem retratada neste livro.
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dani 25/07/2021

Nem só de K-pop e tecnologia se faz a Coreia do Sul
Quando se fala em Coreia do Sul, logo nos lembramos dos grupos musicais com fama mundial ou das conceituadas empresas de produtos tecnológicos. No entanto, a escritora Bae Su-ah apresenta através deste livro uma realidade que não aparece na mídia. Arrisco dizer que qualquer semelhança entre este livro e o premiado filme "Parasita" não seja mera coincidência. As duas obras denunciam o gritante abismo socioeconômico existente no país.

A gama de personagens (que são muitos!) conta com ricos excêntricos, pessoas que caíram na miséria, outras que nunca pensam na pobreza. A narrativa aborda temas polêmicos e questiona a crueldade dos padrões estéticos, relações de hierarquia e as consequências da guerra que perduram na vida dos sobreviventes e seus descendentes.

A construção do livro é bem inusitada. Os capítulos não apresentam uma narrativa sequencial muito óbvia, até parecem histórias independentes. Mas à medida em que a trama é tecida, a conexão entre os personagens vai sendo revelada (ora direta, ora indiretamente).

Bae Su-ah revela a face oculta da Coreia com altas doses de acidez e ousadia. Espero que mais obras da autora sejam traduzidas em breve.
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