Americanah

Americanah Chimamanda Ngozi Adichie




Resenhas - Americanah


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Ana Sá 20/07/2023

Chimamanda em plenitude!
Do que já li de Chimamanda, tenho a impressão que em "Americanah" ela decidiu servir seu menu completo! A obra consegue retratar elementos complexos do século XXI (entre os quais estão, por exemplo, as tensões entre globalização/imigração e identidades), ao mesmo tempo em que nos presenteia com uma história de amor subjacente de gerar ansiedade em suas leitoras (ao menos em mim gerou!).

Um enredo que seria simples se não fosse a caneta afiada de Chimamanda. Devido ao cenário político conturbado da Nigéria, nossa protagonista Ifemelu decidi ir aos Estados Unidos em busca de alternativas para seus estudos; para trás, no plano afetivo, fica o seu namorado Obinze. Mas não, esta não é mais uma história de um casal forçosamente separado, mas sim a história de uma mulher negra e estrangeira que enfrenta fracassos e vitórias no meio acadêmico e nas mídias, enquanto é apresentada ao racismo como nunca antes. Longe de ser resumida ao papel de vítima, Ifemelu foge a quaisquer estereótipos de "mocinha", revelando uma personalidade interessantíssima e, por vezes, até irritante. Portanto, sim, em "Americanah" o protagonismo é feminino, mas eu achei bonito de ver como Obinze acaba por encenar uma ponta solta nos laços culturais de Ifemelu, levando-a a recorrentes reflexões sobre o desejo e/ou a necessidade de reatar ou de desfazer de vez determinados nós (e "nós" aqui está empregado no sentido mais duplo possível!).

Foi inevitável pensar na ideia de "entre-lugar" ao virar das páginas. O livro põe luz a este (não) espaço de muitas identidades, que se situa na fronteira entre o eu de onde vim e o eu de onde estou; ser "afro-americano" versus ser "africano americano"; ser nigeriano na Nigéria, ser nigeriano nos EUA... E tudo isso em meio ao mérito da autora em oferecer leituras leves de temas densos. A ironia (e por vezes a acidez) de Chimamanda ao retratar os estadunidenses e situações corriqueiras entre eles e os estrangeiros africanos é genial. Esse estilo de escrita me fez rir e também me fez "rir pra não chorar", tamanho constrangimento que certas passagens causam.

"O propósito de workshops sobre diversidade ou palestras multiculturais não era inspirar nenhuma mudança real, mas fazer com que as pessoas se sentissem bem consigo mesmas. Elas não queriam o conteúdo de suas ideias, queriam apenas o simbolismo de sua presença".

Não menos importante, destaco o arquivo histórico que a obra se torna ao fazer referências (sempre críticas) não apenas ao advento das políticas de diversidade (como ilustra a citação anterior), mas a acontecimentos como a posse do Obama ou a questões como o papel dos blogs/internet no início do século. Que livro sobre o nosso tempo!

Para não dizer que não falei das dores, houve apenas um item do menu de Chimamanda que me foi um pouco indigesto, quase imperdoável (apesar de cômico!). Inclusive, eu me dei ao trabalho de checar o texto em inglês, para verificar se o original cometia o mesmo deslize. A personagem brasileira que aparece em certo momento da narrativa recebe o nome de, pasmem, "Duerdinhito"! Peço perdão se algum Duerdinhito está me lendo, mas este batismo literário, num romance que discute tanto identidade nacional, foi demais pra mim! Mas, enfim, subtraindo o Duerdinhito (perdão novamente aos Duerdinhitos, caso eles existam), a nota com certeza seria dez!
DIRCE 20/07/2023minha estante
AMEI! E risos, muitos risos. Alguém tem que contar aa ela que o mais apropriado seria Eduardo. E, Ana, poderia usar o diminuitivo de Zito? Vou lhe fazer uma confissão: meu irmão se chama Eduardo e minha cunhada (falecida- vítima da Covid) chamava-o de Zito. Ops!


Ana Sá 20/07/2023minha estante
Oi, Dirce!! Até Eduarzito, Eduardito... Tudo seria mais fácil de aceitar do que o nome que ela inventou!! rs

Sinto muito pela sua cunhada! ? Obrigada pela leitura da resenha! ??


JurúMontalvao 22/07/2023minha estante
??
tenho esse na minha lista


Ana Sá 24/07/2023minha estante
Juliana, vou gostar de saber a sua opinião! ??


Vania.Cristina 21/08/2023minha estante
Li a pouco tempo e amei!


Alê | @alexandrejjr 24/08/2023minha estante
Preciso voltar a ler Chimamanda, Ana! Temo que esse meu retorno ao universo ficcional dela se dê por "Meio sol amarelo", que me parece seu melhor trabalho, já que envolve as questões de sempre do interesse da autora, mas é um romance de relevância sócio-histórica singular, daqueles livros que podem marcar seriamente a vida dos leitores. No entanto, o teu texto reforçou o que muitas boas leitoras que conheço já me disseram a respeito de "Americanah". Portanto, é um livro a ser conferido com a devida atenção.


Ana Sá 30/08/2023minha estante
Também quero ler este em breve, Alexandre!




Moo 05/06/2019

Chimamanda brilha nesse livro!
Hibisco Roxo é muito bom, mas Americanah é maravilhoso!
Chimamanda fala de questões raciais de forma didática e brilhante! Ainda estou digerindo essa leitura.
A meu ver, perto do final, a narrativa perdeu certa força e teve um final comum, mas isso não tirou o brilho da obra! Super recomendado!!!!
Amanda Facce 13/06/2019minha estante
Eu amei o livro, mas achei o final bem decepcionante
Fora isso, Chimamanda arrasando como sempre


Moo 15/06/2019minha estante
Te entendo e compartilho a opinião. Não faço ideia de como ela faria outro final, mas esse foi decepcionante msm!


Amanda Facce 16/06/2019minha estante
Meu final ideal seria ela seguir o baile


Valéria 14/03/2024minha estante
Feliz em encontrar alguém que também achou o final decepcionante hahaha Eu nem sei como poderia ser, mas já ficaria feliz se ele fosse um pouco mais detalhado, com mais informação, e mais algumas páginas. Diante de um livro de 500 páginas, acho que o desfecho merecia pelo menos umas 50, e não umas 5 bem apertadas!




Marcia 05/09/2016

Simplesmente incrível!!
Chimamanda é uma escritora na qual me espelho muito, com toda a certeza. É um achado ler alguém que consiga falar tão bem de cotidiano como ela faz. Uma inspiração.

Além disso, não há como deixar de exaltar como ela abordou com maestria as questões de raça, gênero e dos imigrantes. Incrível o que ela fez nessa obra prima. Agora entendo o furor em torno dessa escritora maravilhosa.

Recomendo
Thata 06/09/2016minha estante
Eu tenho Hibisco Roxo aqui em casa pra ler. Acho que vou dar uma passadinha na frente das outras leituras.


Marcia 06/09/2016minha estante
Meu amigo leu e amou demais Hibisco Roxo.


Thata 08/09/2016minha estante
Mais um incentivo. Só vou terminar uns livros que já estão na lista e vou começá-lo. Obrigada.


Marcia 08/09/2016minha estante
Uhuuu, depois comente mais




larissa dowdney 14/02/2016

"Mas raça não é biologia; raça é sociologia. Raça não é genótipo, é fenótipo. A raça importa por causa do racismo. E o racismo é absurdo porque gira em torno da aparência. Não do sangue que corre nas suas veias. Gira em torno do tom da sua pele, do formato do seu nariz, dos cachos do seu cabelo."

Como pode um romance mexer tanto com a gente? Não é nenhuma novidade que alguns livros nos transformam (geralmente são os melhores), mas esse livro foi para além do que eu esperava. É como se ele, de tão envolvente e inquietante, me atingisse para além da epiderme. Ele tem esse poder: ir fundo.

Para você que acredita em 'racismo às avessas', em 'meritocracia' ou que 'no Brasil não existe racismo' (alguém presenteia o Ali Kamel), essa leitura vai mexer contigo e subverter um pouco seus conceitos. Não leve a mal. Isso vai ser muito bom pra você. Você vai sair um pouco do perigo de viver e ouvir uma história só (vide a palestra da Chimamanda no TED) e adentrar num mundo que para você não era desconhecido, mas na verdade, o é - e muito.

Por mais histórias como essas. Precisamos desse chacoalhar.
Luana 15/02/2016minha estante
Adoro essa mulher!


Manuella_3 23/02/2016minha estante
Vibrei, larissa. Tb quero. :)


Gisele 03/03/2016minha estante
Maravilha de comentário! Estou lendo agora e todas as entranhas se revolvem a cada página. Incrível.


Maria.Oliveira 03/10/2019minha estante
Ele tem esse poder de ir fundo! E exatamente isso! Terminei a leitura hoje pra um seminario e as palavras fogem porque eu so sei sentir.




Barc 30/07/2020

Aquela dorzinha no peito por ter acabado
Um livro que me prendeu do início ao fim. Foi meu maior crush da quarentena, acordava pensando nele e ia dormir com o sentimento de que precisava ler mais (hahaha). Quando o terminei senti que poderia tê-lo lido mais lentamente, me deliciado por mais tempo, mas acho que essa sensação é normal quando se gosta do livro. Me recordarei desse sentimento para poder lê-lo novamente.
Nah 30/07/2020minha estante
Comecei mas parei bemmm no início, nas primeiras páginas. Sentia que não estava preparada pra leitura sabe..Mas o que achou?


Barc 30/07/2020minha estante
Eu achei bem fluida a leitura. Em algumas partes no início pensei que tivesse muuuuuitos detalhes, mas depois eu entendi a importância da construção de cada personagem, porque mesmo que ele apareça pouco, ele interfere na formação da personalidade da Ifemelu. Eu tenho na minha cabeça que ninguém é 100% descontruído e esse livro mostra muito disso, principalmente quando eu entendi que cada personagem é um ser com uma história, com vivencias e motivações diferentes. Tá quase virando um tcc aqui, mas enfim, leia mais um pouquinho, vai sentindo a história e se envolvendo. Se atente às críticas que ficam nas entrelinhas, ao longo do livro ela faz várias críticas explicitas sobre questões raciais, mas as que me maravilharam foram as que ficaram nos detalhes.


Nah 30/07/2020minha estante
Está na minha meta de leituras, vou colocar como próxima pra ler. Gosto muito da temática racial, sempre procuro abrir minha mente e entender questões como privilégio e identidade, o poder de se dar voz para aqueles que precisam. Eu li o ódio que você semeia e fala de uma forma até profunda essa questão de que é preciso ter voz e não aceitar calado, entendendo também que existe momentos que você precisa ouvir o outro também




Raquel 18/05/2020

"Havia algo errado com ela. Não sabia o que era, mas havia algo de errado com ela. Uma fome, uma inquietação. Um conhecimento incompleto de si mesma".

Com suas quinhentas e poucas páginas, "Americanah" não foi, para mim, uma leitura rápida e fácil. São tantas as questões e discussões apresentadas que pode-se dizer que esse livro é um convite à reflexão.
A protagonista é a nigeriana Ifemelu que sai de seu país para estudar e, posteriormente, trabalhar nos Estados Unidos. Ifem é, para mim, uma personagem incrível. Acerta, erra e tem mil inseguranças, como uma pessoa normal. Come "o pão que o diabo amassou" assim que chegou nos Estados Unidos e senti vontade de entrar naquele livro e abraçar essa garota! Quando finalmente se estabelece, Ifemelu torna-se uma observadora e crítica daquela sociedade, relatando tudo em seu blog. Além das diferenças culturais, a questão do racismo torna-se o destaque desses relatos que jogam a verdade na cara do leitor.
Paralelo a isso, temos as questões mal resolvidas do romance entre Ifemelu e Obinze, seu namorado da adolescência. As trajetórias de Obinze e de outros personagens, como tia Uju, são muito interessantes e estão longe de ser "romanceadas".
Esse foi meu primeiro livro da Chimamanda. Sua escrita é simples e fluida e eu já vou providenciar a leitura dos outros livros. "Americanah" é, sem dúvida, uma das minhas leituras preferidas de 2020.

Luccas 19/05/2020minha estante
Fico muito feliz por saber que têm pessoas que estão lendo esse livro no mesmo período que eu, geralmente sou aquele tipo de pessoa que tem experiências quando todo mundo já teve/não teve. Senti o mesmo sentimento que você, Raquel. São tantas questões, né? Mas é uma leitura que vale muito a pena, principalmente para conhecer outras vivências e realidades.


Raquel 19/05/2020minha estante
Oi, Luccas, também fico muito feliz em compartilharmos essas impressões, por isso gosto tanto do skoob, é um meio de encontramos pessoas que estão fazendo a mesma leitura. Concordo, é um livro que vale muito a pena! Vou começar a procurar os outros dela!


Danic.Coelho 21/05/2020minha estante
Depois dá uma chance para "hibisco roxo" e vou colocar esse dela na lista . Gosto muito da escrita fácil e fluida da Chimammanda.




Bia Ribeiro 05/04/2020

Incrível!
Além de toda perspectiva da cultura nigeriana, também tive um grande olhar sobre ser um imigrante em um país como os EUA, e principalmente, a visão de uma mulher negra. Esse livro colocou muitas visões de mundo pra mim e foi incrível. Além disso, o romance é tão instigante. Apesar de eu me estressar com algumas ações da protagonista em alguns momentos, eu não conseguia deixar de querer que ela tivesse um final incrível e encontrasse a felicidade plena, seja ela qual fosse
Mila â¡â¡ 05/04/2020minha estante
Acho que vou ler, depois que orgulho e preconceito terminar. Parece ser muito bom


Bia Ribeiro 05/04/2020minha estante
Leia! É incrível e a narrativa é contada de forma que te prende. Orgulho e Preconceito é meu livro favorito! Boa escolhs


Mila â¡â¡ 05/04/2020minha estante
Obrigada. ???




sbllmrn 25/01/2021

Leitura essencial
Americanah é um romance que sai da curva do convencional, seria até injusto com a obra classifica-la como tal.
O livro apresenta os romances da protagonista durante a sua trajetória; o primeiro amor na Nigéria, relacionamentos inter-raciais, o embate de um relacionamento de duas pessoas negras, mas de origens diferentes.
Além disso, o livro fala da construção de uma identidade dentro e fora de seu país de origem, a situação socioeconômica dos imigrantes nos países de primeiros mundos, o contexto histórico da Nigéria, ascensão econômica, corrupção, feminismo, política e saúde mental.
Um dos pontos mais interessantes é que não temos um vilão, muito menos uma mocinha, o livro é um exemplo claro da pureza humana: todos são imperfeitos e cabíveis a erros.
A leitura não é das mais leves. As 520 páginas de Americanah são um soco de realidade na cara do leitor. Uma reflexão para os que já são oprimidos e para os opressores.
júl 25/01/2021minha estante
amei !


Mathsldn 25/01/2021minha estante
Quero muito ler!!


letAcia550 25/01/2021minha estante
incrível!!!




kath.stolze 14/02/2022

escrita: viciante, história: essencial.
o que dizer de americanah? que livro especial e essencial.
primeiramente, tem muitos temas importantíssimos e cruciais para serem discutidos. como (e aqui já vai um alerta de gatilho) racismo, depressão, (tentativa de) suicídio, assédio sexual, imigração.
nada é colocado com aquela militância artificial e forcada para ter hype, é apenas a vida de muitas mulheres negras sendo retratada. mulheres imigrantes, africanas, asiáticas, hispânicas, afro-americanas, lésbicas e a lista continua.
digo e repito: esse livro deveria ser aclamadissimo; precisamos falar sobre americanah.
a escrita é totalmente viciante, como eu disse. você fica imerso na história, passa a fazer parte da vida de obizine e ifemelu.
o final me agradou MUITO, não mudaria nada.

mais uma coisa: a escritora é uma mulher negra nigeriana e feminista, então esse é um livro pra você sair da sua caixinha/bolha!

5/5 estrelas
personagem favorito: difícil, mas a mãe do obizine.
ganhei esse livro dia 24/01 do meu namorado.
gustavo 18/02/2022minha estante
suas resenhas??


gustavo 18/02/2022minha estante
que namorado legal o seu


kath.stolze 18/02/2022minha estante
sim, voce devia conhecer ele algum dia




Lise 20/06/2021

Necessário
“E eu pensando: mas por que tenho que transcender a raça? Sabe, como se a questão racial fosse uma bebida que é melhor se for servida diluída, temperada com outros líquidos, ou os brancos não vão conseguir engolir.”

Americanah – Chimamanda Ngozi Adichie

Comecei essa leitura junto com um grupo e tive que me segurar para não continuar lendo quando cheguei ao final da segunda parte, limite para a primeira discussão. Também terminei o livro antes da data que combinamos para a discussão final. Não tenho dúvidas de que é uma obra excelente, feita com cola que gruda os olhos na página, como toda obra excelente.
É um livro grande (~500), mas que se lê muito rápido, com a impressão de que poderia ler muito mais. Muito bem escrito, a autora se vale de uma linguagem simples, sem rebuscamento, para propor assuntos de importância indiscutível.

Americanah conta a história de Ifemelu, nigeriana que vai para os Estados Unidos estudar e acaba ficando por mais de uma década. Ao mesmo tempo que deixa muito para trás, também aprende a lidar, não sem surpresa, com temas e situações impensáveis antes de chegar a esse território, como sua condição de estrangeira e de mulher negra. Como se não bastasse isso para fazer de Americanah um grande livro, ainda há o romance entre Ifemelu e Obinze, este último, uma personagem admirável.

“Obinze se intrigava com o fato de ela não lamentar todas as coisas que poderia ter sido. Será que era uma qualidade inerente das mulheres, ou será que elas simplesmente aprendiam a blindar seus arrependimentos, suspender suas vidas, anular-se na criação dos filhos?”


site: https://lisfonseca.blog.br/resenha-americanah
Natália Carolina 20/06/2021minha estante
???????? Adorei a resenha


Daniel 20/06/2021minha estante
Ótima resenha!


Lise 21/06/2021minha estante
Obrigada, pessoas lindas ! ?




Marianne 18/08/2018

Menos do que eu esperava
Americanah não é um livro ruim, porém é apenas um livro bom, infelizmente não vi nada de extraordinário. O começo do livro é maravilhoso, dinamico e envolvente, porém, do meio para o fim a coisa desanda, senti que o livro se tornou prolixo, a leitura se tornou arrastada à beira de se tornar insuportável, parece que a autora se perdeu na história e começou a colocar fatos desnecessários, senti que umas 200 páginas do livro foram totalmente dispensáveis. A Ifemelu não me cativou, mt pelo contrário. Ela é uma personagem mt real, que não tem nada de idealizado, tem milhões de defeitos, mts vezes ela se torna arrogante, infantil e egoísta, entendo que isso a torna mais verossímil, porém pra mim os defeitos e atitudes dela foram intragáveis. Enfim, o livro foi muito bom até um pouco mais da metade, mas o restante pra mim não funcionou.
Leo 02/10/2018minha estante
Você já leu Hibisco Roxo? Se sim, é melhor que o Americanah?


Marianne 06/10/2018minha estante
Não li, e sinceramente depois de americanah fiquei um pouco desanimada, mas ouvi muita gente falar que é melhor...


Leo 15/10/2018minha estante
Hibisco Roxo achei muito bom e me interessei por outros da autora. Vou deixar esse para outra oportunidade então. Obrigado!!




Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 14/11/2017

Sugestão de leitura
É impossível não dedicar um espaço do post para falar sobre Chimamanda. Nascida em Enugu, na Nigéria, ela é a quinta de seis crianças igbo, um grupo étnico do centro-sul e sudeste deste país. Ela estudou Medicina por um ano e meio, quando decidiu ir para os Estados Unidos formar-se em Ciências Políticas. Também formada em Escrita Criativa e Estudos Africanos, Chimamanda logo tornou-se referência quando o assunto é raça, empoderamento feminino e preconceito.

"Americanah" é seu terceiro romance, publicado em 2013. A obra conta a estória de Ifemelu, uma nigeriana também igbo que decide mudar-se para os Estados Unidos, não só por causa da perspectiva de obter um estudo melhor e, consequentemente, um bom emprego, como também na tentativa de encontrar um lugar ao qual se sinta pertencente. O livro começa anunciando que Ifemelu, depois de treze morando nos Estados Unidos, decide retornar à Nigéria, a despeito de todo o ceticismo de amigos e familiares próximos, que acreditam ser uma decisão errada. Ela entra em um salão de beleza especializado em cabelos crespos para fazer uma trança e se depara com mulheres desagradáveis e um ambiente sufocante.


O enredo vai-e-volta no tempo, ora descrevendo o passado de Ifemelu, ora mostrando seu presente. A narrativa começa desde sua infância em Lagos, onde conheceu Obinze, seu primeiro namorado. Ifemelu é muito observadora e, desde cedo, aprendeu a compreender a essência das pessoas ao seu redor, através de seus comportamentos e de suas opiniões. Na adolescência, incentivada por Obinze que é um grande admirador da cultura americana, Ifemelu consegue um visto e vai lá para estudar, enquanto Obinze parte para a Inglaterra. O relacionamento deles termina aos poucos, com o distanciamento de Ifemelu.

Dividirei o livro em três camadas principais, pois ele aborda temas profundos que merecem um olhar mais próximo.

A primeira camada diz respeito ao racismo existente em todos os países, não apenas nos Estados Unidos mas, também, na Nigéria. Ifemelu demora muito tempo até conseguir um bom emprego nos Estados Unidos e, aos poucos, percebe que isso se deve exclusivamente ao fato de ser negra. Bem educada, inteligente, sarcástica e culta, Ifemelu é capacitada para os bons empregos, mas todos a vêem de uma forma inferior devido à sua raça. Para desabafar seu sofrimento, ela começa a escrever, anonimamente, um blog, onde conta os preconceitos que sofreu e suas reflexões sobre o racismo americano. Tais reflexões ficam ainda mais contundentes quando ela começa a namorar um rapaz branco e percebe que é a única negra em seu círculo social. "Americanah" tem um tom político bem forte, discorrendo sobre Barack Obama e escravidão, hispânicos e negros americanos, política e escassez de oportunidades. Chimamanda, assim como Ifemelu, não é sútil nem mede as palavras. Neste aspecto, o trecho que mais me impactou foi quando Ifemelu aponta que a raiva dos brancos em relação ao preconceito com os negros não muda nada, pois não assusta ninguém, ao passo que, quando um negro sente raiva de sua posição, a sociedade sente medo e prefere fingir que isso não aconteceu.

Alguns capítulos são intercalados com o ponto-de-vista de Obinze, o que torna a narrativa rica e interessante. Ele é deportado da Inglaterra e, com isso, traz mais insumos aos trechos políticos da obra.

A segunda camada é a própria Ifemelu. Ela tem uma personalidade incendiária: espontânea, impulsiva, inteligente, coerente e dona de si. É uma maravilhosa personagem feminina. Ao longo da trama, ela enverga sob o peso do preconceito, tornando-se apática, submissa e melancólica, o que incomoda o leitor, sabendo como ela é de verdade. Ifemelu também parece não se encontrar no mundo, pois nem na Nigéria e nem nos Estados Unidos encontra pessoas com as quais se sente confortável. Neste ponto, o enredo torna-se repetitivo, pois ressalta como Ifemelu se sente inadequada em todos os círculos sociais dos quais faz parte. Senti falta de uma explosão de fúria ou de uma atitude drástica de Ifemelu, que parece conforma-se com o status quo.

E, por fim, a terceira camada é a estória de amor de Ifemelu e Obinze. Ifemelu decide se afastar de Obinze quando tem uma experiência breve de prostituição nos Estados Unidos para conseguir pagar o aluguel. Sentindo-se suja e culpada, ela desaparece, sem dar notícias para Obinze que, a esta altura, já estava na Inglaterra. Senti que, mais do que retornar para a Nigéria, Ifemelu desejava voltar para Obinze. Casado e com filhos, Obinze ficou rico vendendo e comprando terras na região de Lagos, mas não perdeu sua essência de homem honesto e honrado, o que lhe confere um certo ar de princípe encantado. A estória de amor deles é muito bonita, sobretudo por causa da sinceridade e da personalidade forte de Ifemelu, que apimenta um enredo que poderia ter caído nos clichês.

Mesmo dividindo o livro em camadas, acredito que qualquer resenha sobre a obra a diminua, mesmo que não intencionalmente. "Americanah" é um livro ótimo, que merece uma leitura aprofundada e detalhada, pois aborda muitas questões importantes. É uma leitura que recomendo!

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2017/11/desafio-livros-pelo-mundo-nigeria.html
Aurélio prof Literatura 06/12/2017minha estante
Excelente resenha. Parabéns!!


Talita.Soares 12/02/2018minha estante
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 15/02/2018minha estante
?




Jamayra Greyce 02/06/2022

NÃO TEM EXPLICAÇÃO!
Fiquei bastante tempo envolvida com o meu mais novo casal favorito de todos os tempos, Ifemelu e Obinze, mas garanto que essa é uma leitura essencialmente fluída! Qualquer pessoa com desejo, tempo, disciplina e dedicação pode concluir esse livro em menos de uma semana, especialmente porque as páginas passam-se como uma descida por um tobogã aquático longo, eletrizante e monumental.

Essa foi, sem dúvidas, uma das melhores experiências literárias da minha vida, assim como quando tive a felicidade de embarcar para Hogwarts, ou para os espetáculos de Jane Austen, ou estive em companhia de Poirot ao redor do mundo, ou me aventurei por aqui mesmo, nas terras brasileiras e no tecido do espaço-tempo nacional de Machado de Assis.

Me apaixonei pela escrita de Chimamanda Ngozi Adichie logo de cara, na primeira linha dela que pude ler, só que me faltavam mais páginas para que eu pudesse enxergá-la no universo literário como uma das minhas constelações favoritas. Isso porquê “No seu pescoço” se passou num piscar de olhos, com contos tão prazerosos quanto breves; e “Hibisco roxo” num sopro, num suspiro doloroso, uma narrativa belíssima, mas muito triste. Só com “Americanah” e suas 500 páginas, umas alegres, outras trágicas, eu pude realmente desfrutar de uma multiplicidade de dores, delícias, encantos e desalentos; uma miríade de sensações estimuladas e muito bem conduzidas pelas palavras adornadas de brilhantismo e talento da autora.

QUE HONRA, QUE DELEITE, QUE FELICIDADE foi ler essa história, fazer esse mochilão pela Nigéria, Estados Unidos e Inglaterra, na MELHOR companhia de todas! Agora estou torcendo para que neste momento Chimamanda esteja escrevendo mais um romance bombástico e icônico, porque eu só tenho mais “Meio sol amarelo” dela para ler, e então, o que farei da minha vida?! SOCORRO!
Melany Torres 12/06/2022minha estante
Jamayra, baixei esse app


Melany Torres 12/06/2022minha estante
Baixei esse app so pelo comentario @Jamayra Greyce , com o qual me identifiquei prontamente!! Parecia eu mesma escrevendo.. fiquei tao impressionada que resolvi conhece la..


Jamayra Greyce 13/06/2022minha estante
que legal melany!! seja bem-vinda




Su 20/02/2020

Que livro magnífico. Para quem nunca leu ou está intencionado a ler tipos diferentes de literatura descolonizada aqui fica mais do que recomendado.
Chimamanda é uma daquelas autoras que possuí linguagem simples, mas com uma profundidade imensa de reflexão e de conteúdo. Esse é o segundo livro que leio dela e posso afirmar que ela passou de vez a integrar a lista de autoras favoritas.
Esse livro gira em torno de Ifemelu, uma nigeriana forte e avassaladora, e o amor da sua vida, Obinze, um personagem que tem personalidade oposta a dela.
Durante a história ela narra suas experiências ao morar nos EUA, de como ao chegar lá teve que assumir o papel de negra, já que antes raça nunca havia sido questão a ela. Ifem traz suas experiências e sentimentos ao namorar um americano branco e um afroamericano e como é diferente cada relacionamento, não apenas por serem pessoas diferentes, mas pela questão racial estar intrisecamente envolvida.
Também há passagens, embora menores, em que Obinze narra suas tentativas falhas de morar nos EUA, sua estadia na Europa e seus sentimentos por Ifem.
É um livro guia de como a branquitude atual deve se portar diante das questões raciais, de como devemos ouvir mais as denúncias de quem é diminuído pela cor da pele. Cada página é uma aprendizagem, uma reflexão, não apenas racial, mas também sistêmica, econômica, social e etc.
Leiam. Tenham minha palavra de que não irão se arrepender.
Elinara 20/02/2020minha estante
Já li Hibisco Roxo e quero ler esse também!


Su 13/08/2020minha estante
E ai, leu? ASIUDHAIUSDHA


Elinara 13/08/2020minha estante
Ainda não. Estou com outras leituras rsrs




Phelipe Guilherme Maciel 12/12/2016

Um retrato da Nigéria, do povo nigeriano, sob a ótica de uma mulher negra, empoderada e cheia de seus próprios conflitos.
Acho lindo a ideia de um povo que não tem a consciência de raça. É assim que Chimamanda descreve os Africanos. A questão racial é muito americana, pois na Africa as pessoas simplesmente não tem necessidade de se separar pela cor de pele. Existe os conflitos de etnias, como ela bem descreve no livro, as diferenças de aldeia para aldeia. Igbo, Ioruba, Hausa, todos com suas grandes rivalidades.
Se África fosse dividida não politicamente, mas por etnias, seria um emaranhado gigantesco de países minúsculos, cheios de grandes rivalidades com seus vizinhos. Mas não de raça. não de cor.
Americanah é um livro que não esconde a situação onde negros gostam de ser chamados de mestiços. Negros se sentem elogiados quando dizem que ele "não é tão negro assim", negros ricos gostam de se sentir privilegiados e esquecem que deveriam se engajar em lutas importantes com toda a grana que fez... Que critica mulheres que vivem ancoradas no sucesso de homens e os vê como provedores de boa vida, e não correm atras de suas próprias vidas... Não criminalizando estas pessoas, que se sentem derrotadas e buscam um modo de sair disso, mas buscando entender os motivos que fazem um negro se envergonhar de quem é, ou de uma mulher se esconder atrás de um homem. Mas não é um livro que não afaga o ego de alguém.
Uma negra nos Estados Unidos, bolsista de uma faculdade amplamente branca, percebe com sua ótica apurada as fortes diferenças que séculos de escravidão criaram, e como pode ser difícil para um negro imigrante se afirmar num país preconceituoso.
Países como o Brasil não são poupados no livro, e ela cita como a grande Meca das Raças, como somos conhecidos lá fora não passa de uma grande bravata.
Americanah, além de um livro que fala sobre preconceitos contra a mulher, contra os negros, contra os imigrantes, contra gordos, contra mestiços, é um livro que fala sobre amor. O romance entre Obinze e Ifemelu, afastado por situações que nada tinha a ver com eles, e o reencontro, quando ambos possuem vidas completamente conflituosas, é realmente marcante. Nada meloso, uma história de amor de carne e osso. Com muita carne, pegando fogo.
Sobre Chimamanda, só tenho elogios. Que escritora! Escreve o livro sobre 2 óticas principais, a de Obinze e a de Ifemelu, e em alguns momentos sob a ótica de Blaine, consegue dar ao leitor o ponto de vista de ambos, o que torna tudo mais gostoso.

Posso dar 11 para esse livro? Porque 10 é pouco, e 5 estrelas são somente simbólicas. O livro é um épico.
Ana Claudia 27/01/2017minha estante
Eu já tinha vontade de ler esse livro depois que vi algumas apresentações da Chimamanda no TED, mas essa sua resenha só fez acender ainda mais essa vontade. Pelo pouco que sei, já acho ela uma mulher incrível.


Phelipe Guilherme Maciel 30/01/2017minha estante
Ana, que bom que a resenha te instigou a ler este livro que discute tão bem temas como feminismo, racismo, empoderamento, diversidade cultural... Realmente a Chimamanda é maravilhosa, já li 2 de seus livros e quero ter tudo que ela escreveu. Uma mulher inteligentíssima e sensível pra caramba.




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