Jô 16/04/2024
No primeiro livro, é contada a trajetória de Maia, irmã mais velha e a mais ligada ao pai. Após a morte de Pa Salt, cada filha recebe uma carta e pistas sobre o próprio passado, para o caso de quererem descobrir mais sobre suas famílias biológicas. É quando Maia se vê pela primeira vez querendo deixar a vida que conhece e partindo para o Rio de Janeiro em uma aventura que a levará para a história de seus ancestrais e também para a história de construção do Cristo Redentor.
O que mais chama a atenção nos livros de Lucinda Riley é o primor com que ela desenvolve as tramas no passado e no presente, tanto em relação à forma de interligá-las quanto ? e principalmente ? em relação ao detalhamento histórico que ela insere na narrativa. Em As Sete Irmãs, isso aparece de forma ainda mais significativa para nós, brasileiros, considerando-se que a cidade maravilhosa contextualiza a leitura. Talvez seja vergonhoso pensar que fui conhecer mais detalhes a respeito da história do Cristo Redentor em uma obra estrangeira, mas foi o que ocorreu aqui, sendo um dos pontos altos da leitura para mim. Também, fiquei sensibilizada pelo respeito e carinho com que Lucinda Riley retratou o Rio e os brasileiros, especialmente por não ter encoberto o fato de sermos um país tão socialmente desigual.
No resumo, gostei de As Sete Irmãs por sua construção geral, mas com ressalvas em relação à experiência de leitura ? o que certamente varia de leitor para leitor e, dada a enxurrada de comentários positivos sobre a obra, a minha certamente contraria a geral. Como Lucinda Riley mantém de propósito abertura em diversos pontos para os livros seguintes, é claro que me senti instigada a prosseguir para sanar muitas das curiosidades deixadas. Contudo, ainda estou avaliando se darei continuidade ou não à série; considerando-se que os livros são volumosos e numerosos, talvez seja um investimento grande de tempo em algo que não me foi tão prazeroso em comparação a tantas outras leituras que ainda desejo fazer. Vale lembrar que minha experiência com O Segredo de Helena, outro título da autora, foi bem diferente em termos de narrativa, tendo sido uma das leituras que mais gostei de fazer no ano passado.