Mila F. @delivroemlivro_ 03/07/2020
Mais um que não consegui descobrir o assassino...
Logo nas primeiras páginas de Cem Gramas de Centeio vamos acompanhar um dia normal no escritório em Londres, do rico empresário Rex Fortescue, porém, após uma xícara de chá oferecida por sua secretária o sr. Fortescue passa mal, é socorrido, mas vem a óbito no hospital.
Todo o ocorrido é muito suspeito e o médico responsável pelo caso cogita morte por envenenamento, logo a policia é acionada e o inspetor Neele se torna o responsável para conduzir o caso, todavia, ao iniciar as investigações no escritório ele começa a perceber que talvez a raiz do problema não esteja na empresa, mas na família do morto, afinal, quem "lucraria" com sua morte, se não sua família?
Pouco tempo depois, os resultados da autópsia saem e o veneno descoberto não tem efeito imediato, ou seja, para que o efeito fosse sentido enquanto o Sr. Fortescue estivesse no escritório ele precisava ter ingerido o veneno durante seu café da manhã.
O inspetor Neele, então, precisa ir para o Chalé do Teixo, onde é a residência da família Fortescue (fica numa localidade próxima a Londres) e começa a investigar toda a família e percebe que todos naquela casa tem algo a esconder, até mesmo os empregados, porém, destrinchar todo esse quebra-cabeça não será nada fácil sobretudo porque, aparentemente, os possíveis suspeitos de cometerem o crime também acabam morrendo.
É, finalmente, com a morte de uma das empregadas, a Gladys - depois que muita coisa acontece -, é que Miss Marple é introduzida na história, justamente por conhecer Gladys e ter achado muito estranho a morte da jovem, tendo em vista que conhecia sua personalidade e caráter.
Após Miss Marple aparecer no Chalé do Teixo e entrar em contato e observar todos os membros da família Fortescue, nossa detetive não oficial se alia ao inspetor Neele para solucionar o caso, inclusive mencionando uma canção da infância que tem muito a ver com as mortes que estão acontecendo.
Mesmo com a grande demora de Miss Marple ser introduzida em Cem Gramas de Centeio e de ter me questionando como a presença dela poderia fazer sentido depois de decorridos tantos capítulos e tantos fatos da história, a presença dela fez um grande sentido e moveu demais as engrenagens desse enredo para a condução e solução do caso.
Uma coisa bem interessante é que o fato de Miss Marple aparecer muito depois da história já ter começado, lembrou-me outro livro de Agatha Christie que traz o detetive Poirot, A Mansão Hollow, porém, nesse livro Poirot parece meio deslocado e não contribui tanto para a investigação, como Miss Marple em Cem Gramas de Centeio.
Obviamente, não consegui desvendar o assassino de Cem Gramas de Centeio, porém cheguei bem perto e, confesso que ao descobrir fiquei com o coração partido, porque amava o personagem. Uma sacada bem genial e clichê de Agatha, criar um assassino super simpático e sociável para depois mostrar sua faceta obscura.
A propósito, quem já leu alguma das minhas outras resenhas de livros com a Miss Marple deve lembrar que costumo dizer que amo essa personagem, mas, por ela não fazer muito parte da investigação oficial e sempre trabalhar por "debaixo dos panos", aparecendo muito ocasionalmente no livro (isso também acontece aqui, pois nós acompanhamos realmente o inspetor Neele), acabo não me envolvendo tanto e nem elegendo suas histórias como favoritas.
Contudo, vou voltar atrás nessa afirmação, me vi absolutamente presa em Cem Gramas de Centeio e devorei o livro, aliás, quando não estava lendo estava pensando na história, logo tem elementos que gosto demais: é um verdadeiro caso de família, intrigas familiares são maravilhosas de se acompanhar, ver cada personagem escondendo alguma coisa, um falso tratamento entre os familiares, mistérios do passado, etc. Adoro.
Enfim, amei Cem Gramas de Centeio e estou aqui para recomendar fortemente este livro. Boa Leitura!
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