Luana Moraes 15/03/2016
Vinte garotos no verão
Sarah Ockler escreveu um livro maravilhoso sobre amor, perdas, amizade e recomeços. Um título que leva o leitor a pensar uma coisa, mas que será conduzido por outro caminho já nos primeiros capítulos, vai ser impossível não se apaixonar por esse livro.
Anna Reiley sempre imaginou sendo beijada por Matt Perino, seu melhor amigo e irmão de sua melhor amiga Frank.
"Não se mova, Anna Reiley. Nesse instante tudo é perfeito."
Anna nunca contou para Frank sobre seu maior desejo, uma daqueles pedidos que fazemos ao cortar o bolo de aniversário, e finalmente no aniversário de quinze anos o pedido se torna realidade, Anna Reiley e beijada por Matt Perino, eles iniciam um romance, mas Ana nãos se sente confortável em esconde de Frank, então uma promessa é feita, Matt vai contar para Frank antes de ir para a faculdade no final do verão, mas o destino tem outros planos para os três jovens amigos. Um acidente muda o rumo da trama, Matt morre no acidente.
Agora Anna está de luto, mas ninguém pode imaginar a proporção de sua dor, além da dor da perda ela se sente culpada por não ter contado a Frank, sobre ela e Matt.
Após um ano da tragédia Anna e Frank estão planejando o melhor verão de todos os tempos. A família de Frank vai viajar para a baia Zanzibar, Anna embarca junto com a família Perino para a melhor viagem de todas, Frank está transformada após m ano da tragédia, está fumando, usa sempre maquiagem, vive a vida loucamente, já Anna ainda está de luto.
Entre as coisas malucas para o melhor verão de todos os tempos, a atividade número um é Anna perder a Albatroz, isso mesmo elas deram um nome para a virgindade da Anna, e Frank dá um prazo para ela perder, ou seja no M.V.T.T( Melhor verão de todos os tempos). Outro item peculiar da lista é conhecer 20 garotos ao longo do verão.
A viagem parece uma ótima oportunidade para tirar Matt de seu interior, mesmo que para isso sejam necessários vinte garotos.
“ Ás vezes acho que nos sentimos culpados por estarmos felizes, e, assim que nos pegamos agindo como se tudo estivesse certo, alguém se lembra de que nada está certo”
A narrativa de Sarah é fluida, acompanhamos os pensamentos e sentimentos de Anna, o leitor sente sua tristeza por esconder algo de sua melhor amiga, seus dilemas e medos são compreensíveis. Em alguns momentos eu quis esganar Frank, principalmente quando ela descobre sobre Anna e Matt, ela teve uma reação exagerada, mas Anna foi paciente e super compreensiva, coisa que poucas pessoas seriam.
Todos os personagens amadurecem muito ao longo do livro, cada um deles foi afetado de uma forma, é um livro sobre amizade, amor, perdas e recomeços, sobre entender o outro e sua dor.
Um livro que mostra como a vida é frágil, em um segundo estamos bem no outro não estamos mais aqui.
Amei a narrativa sensível de Sarah, os capítulos bem definidos. O título que deixa o leitor pensar uma coisa e o leva para outro caminho, você vai vir, vai se emocionar, vai se apaixonar por Matt e desejar ter um verão tão bom e tão louco quanto o das amigas Frank e Anna.
Ele adorava ler. Ele adorava palavras,
a forma como elas se reúnem em frases e histórias.
E queria estudá-las, conhecê-las, criá-las, compartilhá-las com o mundo. [...]
Lia com intensidade e se apaixonava por todos os personagens,
pela reviravolta na história ou pela linguagem utilizada.
Fazia os personagens ganharem vida para nós,
como se não estivesse lendo um livro de ficção,
e sim contando histórias sobre os próprios amigos."
"Por mais de um ano as cartas foram minha única conexão com ele, a única prova de que nosso breve período juntos não foi outra coisa."
A capa está maravilhosa e tem um significado no livro maravilhoso, quem fez a capa, pegou a essência da história e deixou transparecer para todos que olhassem a capa.