O Livro dos Vilões

O Livro dos Vilões Cecily von Ziegesar
Diana Peterfreund
Fábio Yabu
Carina Rissi




Resenhas - O Livro dos Vilões


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Renata 04/07/2015

O Livro dos Vilões - Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund, Carina Rissi, Fabio Yabu
Adoro vilões, imaginem como fiquei feliz quando a Galera Record resolveu lançar esse livro! Rsrs
O livro tem 4 contos e funciona no mesmo esquema do "O livro das Princesas".

#stepsisters - Sobre Sapatos e Selfies - Cecily von Ziegesar

Neste conto conhecemos Nastia e Dizzy, duas irmãs gêmeas que são totalmente superficiais, que são viciados em sapatos e em fazer nada além de ficar na praia tomando sol. Elas tem um perfil no instagram onde postam tudo o que fazem e tem milhares de seguidores, a vida delas se resumem basicamente a isso. Elas tem uma meia irmã que se chama Cindy que elas adoram fazer de gato e sapato.

Curti bastante esse conto, pois o tempo todo são usados termos que fazem parte de nossa vida atualmente, mas é um conto que a deixou a desejar.

Menina Veneno - Carina Rissi

Neste conto conhecemos Malvina, modelo internacional que é obcecada por sua beleza e se acha a mulher mais linda do mundo. Ela ficou viúva de Henrique Neves, um piloto super famoso de fórmula indy que morreu durante uma prova. Ele tinha uma filha chamada Bianca que ficou sob responsabilidade de Malvina.

Esse conto é um dos meus favoritos, Carina soube amarrar toda a história e envolver o leitor. Houve momentos em que torci pela vilã! Rsrs

Quanto mais afiado o espinho - Diana Peterfreund

Neste conto conhecemos Madalena, uma bruxa que não quer ser bruxa. Ela quer apenas ser uma "pessoa" normal, frequentar a escola e ter amigos. Madalena faz um acordo com sua mãe: ela estudará poções e magia a noite e de dia frequentará a escola. Na piscina pública Madalena vira amiga de Flo, Dawn e Marie, ela esconde seu lado bruxa. O que irá acontecer se elas descobrirem esse lado?

No começo do conto fiquei muito empolgada com a história, mas no meio para o final a autora acabou se perdendo um pouco.

A menina e o Lobo - Fábio Yabu
Neste conto o personagem principal é o Lobo e por incrível que pareça morri de pena do lobo. Do início ao final do conto, Fábio consegue prender o leitor e passar sentimento que nem imaginávamos que o pobre Lobo teria. Mas, o conto não se resume apenas ao Lobo, encontramos diversos personagens como por exemplo: Chapeuzinho vermelho e sua vó, os três porquinhos, os anões e diferentes princesas e bruxas.

Esse sem sombra de dúvida foi o conto mais surpreende do livro!
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Gabi 14/05/2015

parece legal
eu acho que o livro das princesas deve ser melhor
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16/04/2024

Reúne vário escritores falando de vilões de história conhecido contendo sentimentos. Gostei muito legal
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Viik 12/11/2017

Livro dos Vilões (Cecily Von Ziegear, Carina Rossi, Diana Peterfreund, Fábio Yabu.)
Nomes de alguns personagens: malévola, Cinderela, Lobo, e etc

Resumo do livro: Organizado da mesma forma que O livro das princesas – também com o esquema de dois populares autores nacionais, e dois nomes famosos do exterior – O livro dos vilões reúne estes autores para uma coletânea de contos sobre vilões icônicos dos contos de fadas. As irmãs de Cinderela? Malévola? Madrastas e lobos? Carina Rissi, Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund e Fábio Yabu estão aqui com a mensagem: este não é um livro tão bonzinho quanto o seu antecessor.

Meus comentários sobre o livro em estudo: Bom vou dizer meus comentários de cada conto... então vamos começar pelo conto da Cecily, (sobre sapatos e Selfies), bom o conto é inteligente, mas fracos, não gostei do modo como a autora organizou o enredo nem os personagens, não tinha nada de diferente entre a Cinderela e suas irmãs, parecia que não tinha um vilão ali, mas valeu a intenção.
Agora é a vez do conto da Carina (Menina veneno), achei a história muito demais, bem escrita, bem contada. Enquanto lia era como se estivesse realmente conversando com a personagem principal, Malvinas, me apaixonei muito por esse conto. Quero ler mais livros dessa autora.
O conto da Diana (quanto mais afiado o espinho), conquistou um espeço muito especial no meu coração, adorei o modo como ela contou a historia da Bela Adormecida, onde malevola é apenas a menina que fui excluida, maltrada, se vingou, mas depois se arrependeu. Adorei mesmo...
No conto de Fábio (A menina e o Lobo), vou confessar alguns diálogos estavam horríveis e parecia muito infatil. Mas o restante estava perfeito adorei a história e como fã de OUAT me senti em mais uma história da série, fiquei facinada.
No todo esse livro é demais, amei le-lo foram muito bem escritos e organizados.
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Vittória Brasil 22/11/2017

Era uma vez um livro 3,5 estrelas
Ok, sobre esse livro, vou dividir por contos:
1 - #STEPSISTERS SOBRE SAPATOS E SELFIES
O menor e mais fraco conto do livro. O que não quer dizer, necessariamente, que seja ruim. Eu até achei ok. Não foi maçante ler e esse já é um grande feito para os últimos livros de coletânea de contos que li.
A história em si, foi meio qualquer coisa. Achava que a proposta seria contar a história de vilões que no fundo são gente boa, mas de cara, nesse conto, já podemos ver que não é bem assim. As meia-irmãs da Cindy SÃO más. E idiotas. E Babacas. A virada de jogo do conto foi meio do nada, o que a gente releva por ser justamente um conto. No fim, dei 3 estrelas.
2 - MENINA VENENO
Da minha amada Carina Rissi, comecei a ler, mas me toquei que seria bobagem porque comprei o livro separado da versão estendida do conto. Então não vou julgar esse agora.
3 - QUANTO MAIS AFIADO O ESPINHO
Outro conto que curti a leitura, no geral. Não foi maçante. A história era interessante, começou, desenvolveu melhor, mas o final deixou a desejar. A gente se compadece da protagonista e tem uma lição na história, mas o fato de não haver ninguém na escola toda que tratasse Malena como um ser humano me pareceu irreal. Talvez o fato de ter sido um conto tenha comprometido a história ou talvez essa história não pudesse ter sido escrita como um conto. Por isso, a nota foi 3,5 estrelas.
4 - A MENINA E O LOBO
O ponto mais positivo desse conto foi a escrita. O Fábio Yabu tem uma pegada poética nas reflexões do lobo. Gostei muito disso. A história é feita para ser um conto, coisa que as outras duas histórias que li tentam ser. O Lobo e sua saga tem começo, meio e fim digno. Sem pontas soltas para uma continuação impossível.
Um pouco mais de tempo ajudaria? Sim, acredito que poderia ser o caso. Mas mais tempo seria para uma enrolação. A situação do lobo e da pequena Clara foi muito bem descrita apenas com diálogos e lembranças do lobo. Eu curti.
Outra coisa que gostei foram as referências. O conto está cheio. Tem Frozen, Merida, atrizes famosas e, bem, twitter?
Nota de 4 estrelas. Melhor conto do livro.

No fim, a média foi 3,5 estrelas. O que é melhor do que o Livro das Princesas. Um alívio.
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Bruna 28/04/2015

Resenha: O Livro dos Vilões
Já fazia um tempo que eu estava com vontade de ler o livro "O Livro dos Vilões", a temática abordada nos contos me parecia ser interessante, afinal de contas não é sempre que vemos um livro dedicado aos vilões, sem contar que o fato de uma das minhas escritoras favoritas (a Carina Rissi) ter participado do livro com um dos contos apenas aumentou a minha vontade de lê-lo. E depois de muita demora para comprar eu finalmente adquiri o livro durante a Feira de Livros que aconteceu no meu colégio durante os dias 23, 24 e 25.

"O Livro dos Vilões - Pessoas boazinhas são tão chatas. Não há nada melhor do que um bom vilão. Sei do que estou falando. Também tenho meus momentos de maldade, vocês me conhecem bem... Por isso mesmo estou certa de que vão se divertir muito com este livro: Irmãs que amam sapatos e odeiam a meia-irmã - muito natural, é claro; uma madrasta hilária viciada num app para iPad e em experiências com venenos, huahuahua; um bruxa que me lembrou muito dos tempos do colégio; e um lobo com crise de consciência... vai entender! Então vamos parar de enrolação! Se estiverem na praia, peçam uma bebida bem geladinha e ajeitem seus óculos escuros, porque é impossível parar de ler as novas histórias desses vilões cheios de classe e... maldade! Você sabe que me ama. Xoxo, Blair Waldorf."

#Stepsisters Sobre Sapatos e Selfies — Cecily von Ziegesar (Cinderela)
Finalmente o dia do tão esperado Baile de Solstício de Verão Elite Club chegou, o que deixou as gêmeas Nastia e Dizzy com os nervos a flor da pele, uma vez que as garotas querem que tudo aconteça da forma mais perfeita o possível, e para que isso aconteça elas tratam a sua meia-irmã Cindy como um verdadeiro capacho mandando a garota comprar os sapatos e fazer outras várias tarefas abusivas, e por esse motivo as notas de Cindy andam baixas o que a impossibilita de participar do Baile, contudo a garota acaba sendo convencida por Hubert (um vendedor que acaba conhecendo numa loja de sapatos) a ir ao evento. E essa ida de Cindy ao Baile de Solstício de Verão Elite Club acaba rendendo boas aventuras durante a noite, desde a perseguição de carros, roubo de cachorros e ficar com o garoto mais cobiçado de toda a festa.

"— Meu nome é Cinderellalatté. Com acento no último ‘e’. — Seu queixo tremeu. Seu novo nome parecia uma nova bebida de café batido da Starbucks."

Menina Veneno — Carina Rissi (A Branca de Neve)
Nesse conto conhecemos um pouco sobre a famosa modelo Malvina, que teve um passado extremamente duro por ter passado anos em um orfanato, mas que acabou subindo na vida ao se tornar modelo. Tudo em sua vida poderia ser considerado perfeito, contudo as coisas começam a desandar quando a sua enteada Bianca começa ameaçar o seu trabalho de garota propaganda de uma marca famosa e como se isso já não fosse o bastante, Bia também desperta a atenção em um jovem músico pelo qual Malvina havia se interessado. E em nome da beleza, do homem em que estava interessada e de seu trabalho Mal é capaz de cometer uma grande loucura.

"Você provavelmente já escutou essa história antes, mas com certeza não ouviu a verdadeira história. Não que eu possa culpá-lo por isso. A imprensa adora transformar alguém em vilão. Ou vilã, como é o caso."

Quanto Mais Afiado o Espinho — Diana Peterfreund (A Bela Adormecida)
Malena está longe de ser uma adolescente normal, e muito menos leva uma vida típica como a dos outros jovens. Ela é como uma bruxa, assim como sua mãe e passou praticamente a sua vida inteira em sua casa, mas diante tentativa de tentar levar uma vida normal Malena consegue convencer sua mãe a lhe matricular na escola. Contudo, levar uma vida normal para essa jovem bruxa está longe de ser uma tarefa fácil, pois implica em ser odiada pelas pessoas da cidade de onde vive, além de mentir para suas amigas.

"É melhor comprar amizade, penso, do que desdém, que é o que estivemos traficando por gerações."

A Menina e o Lobo — Fábio Yabu (Chapeuzinho Vermelho)
De todos os contos do livro esse foi, definitivamente, o meu preferido! Nele é apresentado o ponto de vista do Lobo Mau, que está cansado de sempre fazer a mesma coisa, de sempre acabar com pedras dentro de seu estômago e sangrando devido o caçador. E para mudar essa sua realidade ele toma a radical decisão de fugir do mundo dos Contos de Fada, mas para isso ele acaba contando com a ajuda do oitavo anão. A sua fuga para o mundo real acaba causando um alvoroço tanto no mundo dos Contos de Fada quanto no mundo real, visto que ele acaba virando manchete de um noticiário local por ter sido encontrado na casa de uma família de brasileiros residentes nos Estados Unidos, e mais para frente acaba se tornando amado devido o relacionamento que ele desenvolveu com a garotinha Clara.

"Durante minha curta estadia com Clara, a cada noite a paleta do Universo me era revelada. Cada um dos nossos encontros adicionou mais cor não apenas ao meu coração, mas ao mundo à minha volta."

De todos os contos o que menos me agradou foi "#Stepsisters Sobre Sapatos e Selfies", achei a protagonista sem sal, sem contar que eu peguei certa antipatia pelas gêmeas maldosas e mimadas. Mas para compensar os outros contos foram bem interessantes, principalmente, o conto "A Menina e o Lobo" que acabou sendo o meu favorito. Simplesmente adorei o fato de Fábio ter mencionado as novas princesas da Disney: Tiana, Merdina, Elsa e Ana, além de ter mencionado J.K Rowling como escritora de mais um sucesso mundial e celebridades usando o twitter para se manifestar a respeito do lobo e do livro que foi feito baseado na breve história entre ele e Clara.

A leitura de "O Livro dos Vilões" fluiu com tamanha facilidade e esse é um livro que eu recomendo para todas as pessoas, desde as mais jovens até para as mais velhas. Pessoalmente eu gostei de recordar de alguns contos de fadas que fizeram parte da minha infância, além de achar interessante o livro ter sido dedicado aos vilões que às vezes são mais amados do que odiados. E caso você tenha se interessado pelo livro não deixe de ler "O Livro das Princesas" que acaba seguindo a mesma lógica de "O Livro dos Vilões".

site: http://escritorawhovian.blogspot.com.br/2015/04/resenha-o-livro-dos-viloes.html
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Kely Cássia 17/04/2015

O Livro dos Vilões é como o Livro das Princesas, só que dessa vez os protagonitas são, claro, os vilões. Novamente a parceria é com uma dupla de americanos e uma de brasileiros. Vamos aos comentários de cada um dos 4 contos:

#STEPSISTERS Sobre Sapatos e Selfies - Cecily von Ziegesar
O conto é uma adaptação de Cinderela, pela visão das filhas gêmeas. Não há muito o que falar sobre ele, porque é extremamente chato, sem enredo, não é bem escrito, não tem começo e muito menos final. O pior de todos.
(1 estrela)

Menina Veneno - Carina Rissi
Conheci a escrita da Carina com esse conto que a adaptação de Branca de Neve pela visão da Malévola, ou melhor, Malvina, e foi o melhor conto do livro. Gostoso de ler, lembrou a escrita da Paula, e foi criativo, com partipação dos, muitas vezes esquecidos, Sete Anões.
(4,5 estrelas)

Quanto mais Afiado o Espinho - Diana Peterfreund
Estou curiosa até agora pra saber de que adatação estamos falando aqui. É meio monótono, mas legalzinho em algumas partes.
(2,5 estrelas)

A Menina e o Lobo - Fábio Yabu
Escrito com várias palavras difíceis, que fazem parecer que estão querendo impressionar, o conto é uma adaptação bastante interessante de Chapeuzinho Vermelho pela visão do Lobo Mau, com citações de várias outros contos de fadas, até mesmo de Elsa e Anna.
Foi bastante criativo, e gostosinho de ler.
(4 estrelas)

Livro leve, de leitura bem rápida assim como O Livro das Princesas, mas a visão do lado bom foi bem mais legal e os contos mais bem escritos.
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Vanessa Vieira 24/11/2014

O Livro dos Vilões_Vários Autores
Em O Livro dos Vilões, escrito por Cecily von Ziegesar, Carina Rissi, Diana Peterfreund e Fábio Yabu, encontramos vários contos de fadas às avessas. E digo às avessas pelos mesmos terem os seus valores invertidos, o que os dotou de uma originalidade ímpar. Assim como em seu volume antecessor, O Livro das Princesas, alguns contos acabaram se destacando mais do que os outros, como os dos autores nacionais Carina Rissi e Fábio Yabu.

Em #Stepsisters Sobre Sapatos e Selfies, de Cecily von Ziegesar, conhecida pelas séries literárias It Girl e Gossip Girl, acompanhamos a história das duas meio-irmãs de Cinderela, Nastia e Dizzy, e a paixão desenfreada das megeras por sapatos e selfies. Achei que este conto acabou se prolongando demais, se tornando bastante monótono. Nastia e Dizzy são bem irritantes e fúteis e a Cinderela, pasmem, é uma menina muito chatinha e sem sal e sem açúcar. Infelizmente, esse foi um dos contos mais fracos do livro.

Já Menina Veneno, de Carina Rissi, foi um dos melhores contos do livro. Conhecemos Victoria, a madrasta da Branca de Neve, ou melhor dizendo, Bianca. Sabe aquela espécie de vilã estilosa, cheia de charme e que lhe desperta afeição ao invés de ódio? Pois é justamente com uma figura deste gênero que você irá se deparar no enredo. Victoria é obcecada com a sua beleza, recorrendo a várias poções e parafernálias em busca de rejuvenescimento, incluindo até mesmo um bizarro aplicativo de celular. Suas maldades e ardilezas são tão bem arquitetadas e uniformes que acabam até mesmo ganhando o coração do leitor.

"Todo mundo tem um lado bom, e outro não tão bom assim. Você só precisa identificar qual é o predominante e aproveitar o momento certo."

Em Quanto Mais Afiado o Espinho, de Diana Peterfreund, nos deparamos com uma típica história de bruxaria juvenil. Não consegui identificar qual conto de fadas serviu de inspiração para a história de Peterfreund, mas pude perceber que a autora escreve razoavelmente bem. Como fã de tudo aquilo que envolva bruxas - seja filmes, séries ou livros - apreciei bastante a trama da autora, mas achei que em alguns momentos ela soou um pouco confusa. Malena é uma boa personagem e sua caracterização nos causa até mesmo uma certa nostalgia principalmente do período escolar, mas acredito que não só ela como toda a temática em si poderia ter sido mais explorada.

E em A Menina e o Lobo, de Fábio Yabu, acompanhamos uma brilhante reconstrução dos contos de fadas. O lobo se torna uma figura tão cômica e ao mesmo tempo, tão especial, que com certeza irá afeiçoar o leitor. Yabu faz um verdadeiro apanhado pelo universo da fantasia, trazendo em seu enredo fragmentos de várias histórias fantásticas, enriquecendo ainda mais sua trama e tornando-a criativa. As citações pós-modernas com toda a tradição dos contos de fadas se tornou uma mistura completamente singular e original.

"O que eu mais gosto nos humanos é a capacidade de, com um simples olhar, traduzir o intraduzível e com ele acessar um mundo que até pouco tempo me era negado: o mundo das cores."

Em síntese, O Livro dos Vilões repete a mesma fórmula de O Livro das Princesas e consegue agradar o público, tal como seu volume antecessor. O livro em si é bem balanceado, ou seja, encontramos contos muito bons e outros que deixaram um pouco a desejar, e os meus favoritos, mais uma vez, foram os dos nossos autores nacionais. A capa é bonita e segue o mesmo modelo da anterior e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho, revisão de qualidade e lindas ilustrações. Recomendo ☺

site: http://www.newsnessa.com/2014/11/resenha-o-livro-dos-viloes-varios.html
AmandinhaSegura 02/12/2014minha estante
O conto de Diana Peterfreund foi inspirado em "A bela adormecida" e Malena é a versão teen da Malévola, na minha opinião foi o melhor conto do livro.




Gabi 09/12/2014

Muito mais do que eu esperava!
~SEM SPOILER

Neste livro, temos a junção de quatro contos de fadas escritos por dois autores nacionais: Carina (autora de Perdida), Fábio (autor de A Última Princesa) e dois autores internacionais: Cecily (autora da série Gossip Girl) e Diana (autora da série Sociedade Secreta).

Em #stepsisters Sobra Sapatos e Selfies, há o conto da Cinderela, porém com o foco principal nas meia-irmãs e a garota sem mãe. O tão esperado Baile de Solstício de Verão Elite Club chegou, mas Cindy não tem vestido, sapatos e uma amiga para ir. Com a ajuda de Hubert, um vendedor que acaba conhecendo numa loja de sapatos, ela conseguirá ir ao baile e ainda ficará com o até então rico e poderoso Manchild. Portanto, essa Cinderela não parece ser tão inocente como no verdadeiro conto.

Em Menina Veneno, Malvina possui dupla identidade. Para o mundo, ela é uma modelo mesquinha que sempre teve tudo na mão. Mas para Abel, seu motorista, e Sarina, sua assistente pessoal, ela é a Vitória, uma menina que foi abandonada quando bebê em uma caixa, crescida ao lado deles em um orfanato. Atualmente, após perder seu marido Henrique, ela tem que tomar conta de Bianca até a mesma completar seus 18 anos. Vic nunca gostou da menina, portanto não imaginava que ela iria mudar sua vida de cabeça pra baixo pegando seu emprego como a Menina Veneno.

Em Quanto Mais Afiado o Espinho, Malena nasceu e foi criada como uma bruxa. Ela mora em uma vila onde só bruxas, inclusive sua mãe, moram, distante de tudo e de todos. Querendo se tornar uma adolescente de 16 anos com uma vida normal, ela resolve se enturmar com 3 meninas. Só que ninguém sabe quem ela realmente é. Festas, drogas, bebidas: essa é a descrição de sua vida até que o colégio inteiro descobre que ela é uma bruxa. Desde então, ela é perseguida, se tornando uma menina solitária. Será que vale a pena tentar fingir ser outra pessoa? Esse conto nos faz refletir sobre quem somos.

Em A Menina e o Lobo, O Lobo está cansado de viver na mesmice. Com a ajuda do Oitavo Anão, ele consegue ir para Outro Reino: o reino dos humanos. Lá, ele acaba conhecendo Clara: uma menininha que te dá amor e comida todos os dias. Só que o Narrador, sua divindade do seu real reino, não irá gostar nada de saber disso. Assim, mandará o Caçador atrás do Lobo.

Este livro ganha em disparada do O Livro das Princesas. Os quatro contos foram escritos por excelentes autores e sempre tem uma lição que podemos tirar deles. O único conto que me incomodou foi o #stepsisters da autora de Gossip Girl por possuir muita futilidade. Mas de resto, eu amei.

site: http://umaleitoranonima.blogspot.com.br/2014/12/o-livro-dos-viloes-por-quatro-autores.html
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Ally 21/03/2018

E Era uma vez....
O Livro dos Vilões não decepciona seu leitor, e sim surpreende no final de cada história.
Eu adoro finais felizes, mas quem não gosta? Porém, e se todas as história que passamos a nossa infância ouvindo não forem verdadeiras? Quanto mais se conta, quanto mais popular fica, mais modificação a história vai sofrendo, novas adaptações são feitas.
Com as novas adaptações de Contos de fadas, fui aprendendo a escutar o "outro" lado da história, as versões contadas pelos vilões. O livro dos Vilões te da essa oportunidade, de conhecer um lado que não lhe foi contado em livro algum.

site: https://www.instagram.com/p/Bgm6jp7jx-7/?taken-by=apenasmaisuma_alice
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Kymhy 24/04/2018

O Livro dos Vilões - Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund, Carina Rissi, Fabio Yabu
Aproveite que estes quatro grandes autores trazem uma recontagem de alguns clássicos dos contos de fadas, onde vemos que os vilões tem seus motivos para serem malvados.

site: https://gatoletrado.com.br/site/resenha-o-livro-dos-viloes-cecily-ziegesar-diana-peterfreund-carina-rissi-fabio-yabu/
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Isa 25/10/2018

Acabou comigo
Um livro maravilhoso, que me fez repensar todas as histórias de contos de fada que eu conheço, e me fez chorar em quase todas!
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TatáVasconcelos 19/09/2018

Era Uma Vez... Dos Vilões Contarem Suas Histórias
Toda história tem muitos lados, muitas facetas; essa é uma premissa tão antiga quanto verdadeira. Foi pensando nisso que a editora Galera Record resolveu publicar novos contos de fadas, com outras versões de histórias que conhecemos desde os primórdios de nossas vidas.

Se por um lado O Livro das Princesas não trouxe grandes novidades, O Livro dos Vilões é um prato cheio para quem gosta de conhecer novas óticas dos contos de fadas, e lança novas luzes sobre personagens tão conhecidos e indesejáveis nos contos.

O livro que nos traz releituras dos clássicos contos de fadas, pela ótica dos vilões, tentou redimi-los perante o público, contando, digamos, o outro lado da história, em que os vilões, na verdade, foram vítimas de alguns dos tradicionais mocinhos. Mas a ideia funciona só até certo ponto.

Como o livro nos traz quatro contos escritos por autores diferentes, vamos falar de cada um individualmente.

#STEPSISTERS – SOBRE SAPATOS E SELFIES, da autora de Gossip Girl, Cecily von Ziegesar, é protagonizado pelas meias-irmãs da Cinderela – Cindy, nesse caso –, Nastia e Dizzy – Anastásia e Drizella no original. Achei curioso que ela tenha escolhido falar das irmãs, já que a grande vilã da história da gata borralheira é sua madrasta malvada, mas ok. Todos conhecemos a mania de Cecily com as adolescentes do Uper East Side.

Nastia e Dizzy são duas patricinhas mimadas e irritantes, que obrigam sua meia-irmã pobretona a fazer todo o trabalho sujo: seu dever de casa, suas provas e trabalhos de escola, passar a noite na fila das liquidações de lojas famosas, para que elas não percam os acessórios em que estão interessadas... E exatamente como no conto original, a mocinha nos é apresentada como uma vítima conformada do mau caráter e do bullying das duas patricinhas. E assim como a princesa do conto, Cindy também conquista a simpatia de uma fada madrinha: o vendedor da Christian Louboutin, cujo estoque ela ajudou a arrumar antes do início da liquidação, e de quem acabou ganhando não um, mas dois pares de sapatos grátis – exatamente os desejados por suas irmãs, e sem temer que elas os furtem, pois seus pés gigantescos nunca caberiam nos sapatos minúsculos de Cindy.

Com a ajuda do vendedor, Cindy vai ao baile da Elite Adolescente de Nova York, onde dança com um príncipe... Blá-blá-blá... Aquela história enfadonha que todos conhecemos. Só que aqui há uma pequena diferença: se por um lado, as meias-irmãs patricinhas são um pé no saco, Cindy, depois de experimentar o glamour por uma noite, não fica muito atrás. Até sua “fada madrinha” percebeu isso, e deu no pé assim que possível, deixando a moça sozinha para lidar com a confusão das meias-irmãs e as manchas de vômito em sua cobertura. Um horror!

Assim como na série de livros Gossip Girl – cuja série de TV não assisti e não sei se um dia assistirei –, os adolescentes criados por Cecily von Ziegesar neste conto são basicamente um desfile de personagens intragáveis. Podem colocar a culpa na minha implicância com a Cinderela, mas a verdade é que Cecily nos proporcionou apenas mais uma versão idêntica a todas as versões desse conto que a Disney adora nos enfiar goela abaixo mais ou menos a cada cinco anos – A Nova Cinderela, com Hilary Duff e Chad Michael Murray; O Outro Conto da Nova Cinderela, com Selena Gomez e a verdadeira voz de Zac Efron no High School Musical Drew Shelley; A Nova Cinderela: Era Uma Vez Uma Canção, com Lucy Hale e Freddie Stroma; A Nova Cinderela: Se o Sapato Servir, com a nova princesa da emissora Sophia Carson, que precisa melhorar o repertório musical para fazer jus à linda voz e aos seus maravilhosos graves, e Thomas Law; e daqui três anos, provavelmente teremos outro. Só espero que não seja baseado nesse conto, porque, crendeuspai...

Cecily pode até ter acertado a mão com Serena – aleluia, irmãos! A única personagem tolerável naquele emaranhado de adolescentes malas em Gossip Girl. Bem, ela e seus amigos pobres, Dan e Vanessa... Mas nessa sua versão da Gata Borralheira, nem Cindy, nem o Príncipe-na-verdade-não-tão-encantado-assim, nem as irmãs patéticas que ela deveria ter tentado redimir, nem a fada madrinha fantasiada de pirata da moda (não perguntem!), apesar de que, se eu tiver que apontar um personagem, pelo menos razoavelmente tolerável, é ele!

É uma história fútil, sem texto nem contexto, que vai basicamente do nada a lugar nenhum. A boa notícia é que o conto é curtinho, então, não desanime. Siga em frente, porque o restante do livro é bem melhor do que esse besteirol da rainha da bobagem da Quinta Avenida.

MENINA VENENO, da minha atual autora favorita, Carina Rissi, recria a história da Rainha Má. Neste caso, a mais bela de todas – literalmente! Tem até um aplicativo disposto a confirmar isso – é uma top model internacional, badaladíssima, apontada por jornais e revistas como a Rainha das Passarelas. Mas sua vida nem sempre foi um conto de fadas. Malvina Neves cresceu num orfanato, venceu por conta própria, com uma pequena ajuda de Henrique, o homem com quem se casou – mas só depois de já estar rica e famosa –, e que, ao morrer num acidente, deixou de herança a inconveniente tutela de sua filha adolescente, Bianca Neves. A moça tenta seguir os passos da madrasta nas passarelas, e está prestes a tomar seu lugar na campanha de um perfume que fez a fama e a fortuna de Malvina, quando, depois que uma pequena tramoia da madrasta dá muito errado, a moça é dada como morta.

Você deve estar pensando: natural, a Rainha Má deu um fim na Branca de Neve; todo mundo sabia que isso iria acontecer. Só que, nesse caso, não era bem isso que Malvina queria. Não que a morte da enteada fosse exatamente inconveniente...

Acontece que a história ainda não tinha acabado, afinal, a mocinha ainda não tinha mordido uma maçã envenenada vermelha como sangue. E não será bem veneno o que quase colocará fim à vida da menina ao provar a suculenta torta de maçã. E, na verdade, de novo, a coisa não foi exatamente culpa da Malvina.

E então Bianca contará uma versão um pouco diferente dos fatos que nos foram apresentados por sua madrasta desde o início do conto: colocando-se, como já era de se imaginar, como vítima da história, depois que Malvina já tinha nos explicado, a seu modo, que a moça não era exatamente uma santa, e que inadvertidamente tinha se intrometido no flerte da madrasta com um boy magia qualquer... Bem, mas essa não é a questão importante. O caso é que Bianca gostava de seguir a madrasta como uma sombra, e agora está virando a mesa contra ela. Sabe aquele confronto básico entre duas colegas de classe, em que cada uma conta uma versão diferente da mesma história para a professora, cada uma se colocando na posição de vítima e tentando convencer a plateia de que a outra é a vilã? É mais ou menos o que acontece. Ouvimos duas versões da mesma história – a de Bianca muito mais coesa que a de sua madrasta, que narrou a história inteira, e que não negou em momento nenhum que estava cheia de culpa no cartório, embora quase ter matado a enteada duas vezes não tenha sido intencional –, e no final fica difícil tomar partido de qualquer uma das duas. Dá um pouquinho de dor no coração ver como a Malvina é colocada na posição de vilã, um pouquinho de raiva de ver Bianca sendo a “mocinha” da história, e uma vontade maior ainda de estapear as duas para pararem de frescura.

Curiosamente, apesar de ter sido escrito pela minha confessa autora favorita, esse não foi o meu conto favorito do livro. E mesmo tendo lido as duas versões – a do Livro dos Vilões, e a da publicação individual estendida – Menina Veneno não chega aos pés dos maravilhosos romances da autora. Malvina está muito longe de ser engraçada e carismática como as protagonistas de Carina Rissi costumam ser – achei ela um pouco descompensada, confusa, e até um tanto imatura, sem falar que alguns de seus planos devem ter vindo da escola de bruxas de Descendentes, da Disney –, apesar de eu ter simpatizado bastante com ela, e até torcido para ela se dar bem no final – principalmente porque a Rainha Má é, sempre foi e sempre será, minha vilã favorita dos contos de fadas; uma confissão que me deixa um pouco preocupada, e que certamente deveria me encaminhar para terapia. Malvina não é propriamente má, mas faz escolhas bastante duvidosas, e está frequentemente colhendo os frutos de seus planos mal elaborados.

Enfim, esse não foi o maior acerto da autora, mas não é ruim, não. Estruturalmente, é o conto que mais se aproxima do original, e ainda tem aquele toque especial de ironia e personagens cativantes – leia-se: motorista gente boa da Malvina – que Carina Rissi sabe fazer tão bem.

QUANTO MAIS AFIADO O ESPINHO: Falando em contos que nunca estiveram nas minhas boas graças – tal qual Cinderela –, Quanto Mais Afiado o Espinho, da Diana Peterfreund, recria o passado adolescente de Malévola – Malena, nessa versão –, a vilã de A Bela Adormecida, que não tem o rosto distorcido pela maquiagem acinzentada de Angelina Jolie, nunca foi uma fada boa, e nem chegaria algum dia a ser glamorosa.

Nessa versão, Malena vivia escondida em sua casa com a mãe, porque as pessoas da cidade costumavam hostilizá-las por serem bruxas. Só que isso, na verdade, não tinha muito a ver com magia, e mais com o cultivo e conhecimento de plantas e ervas para fins diversos.

Acontece que Malena está crescendo, e tem vontade de sair da toca, conhecer pessoas, tentar fazer amigos, e curtir um pouco a vida. Então ela convence a mãe a deixá-la frequentar a escola, em vez de simplesmente aprender em casa, como fez até então.

E é nessa liberdade condicional que Malena conhece Flo, Fawn e Marie – lembra das fadinhas boas? –, três adolescentes que costumam frequentar a piscina comunitária do bairro, e que se tornam suas melhores amigas... Até descobrirem quem ela é, e iniciarem pessoalmente todos os boatos que passaram a assombrar a bruxinha nos corredores da escola. Depois de um incidente bizarro envolvendo a nova amiga do trio, Rory, a garota nova na cidade que mora numa das mansões recém-construídas num bairro nobre, e que, não por acaso, está namorando o mesmo cara que tinha iniciado um romance com a bruxa – e que aqui não é Phillip, mas Pierce –, Malena decide dar um basta no bullying que anda sofrendo, e se vingar das garotas.

Ela utiliza seu conhecimento das diversas propriedades de cada planta para preparar um sonífero, e colocar nas bebidas das quatro garotas durante a festa de aniversário de Rory – afinal, botar garotas para dormir será a especialidade dessa bruxa um dia –, mas seu plano acaba dando ridiculamente errado. Ou quase.

Apesar de abordar temas bem atuais, como bullying e drogas, eu sinceramente não sei de qual conto gostei menos, esse ou o das irmãs da Cinderela, mas os motivos são bem distintos. Se no de Cecily von Ziegesar o que me incomodou foi a futilidade dos personagens, as armações absurdas, e a ausência de contexto, nesse, foi o clichê, e a ingenuidade de uma das vilãs mais icônicas de todos os tempos. A Disney já tinha feito isso, mas pelo menos se deu o trabalho de lhe dar o rosto da divina ex Sra. Pitt para amenizar a tragédia. Diana Peterfreund simplesmente enterrou o espinho bem fundo na dignidade da bruxa, e nos colocou para dormir...

A MENINA E O LOBO: A grande surpresa nesse Livro dos Vilões foi guardada para o final. Eu tinha as maiores expectativas concentradas na minha diva literária nacional favorita, mas aconteceu que o melhor conto do livro foi escrito por outro compatriota de quem eu nunca havia lido coisa alguma.

Fábio Yabu – prazer, querido; só te conhecia de nome, mas agora quero conhecer suas obras – contribuiu para o livro com o vilão mais improvável: o Lobo Mau. Improvável porque é difícil pensar numa maneira de redimir – ou até mesmo condenar – alguém que é motivado unicamente pela fome – desconsiderando, é claro, aquela pequena dose de malandragem que o levou a vestir as roupas da Vovó que lhe serviu de jantar, para enganar a menina que estava passeando no bosque e que ele queria de sobremesa. O Lobo Mau apenas estava numa posição mais alta na cadeia alimentar do que Chapeuzinho Vermelho e os Três Porquinhos. Simples assim. Era difícil pensar numa releitura do conto que não caísse no clichê de transformá-lo em lobisomem.

Então Fábio Yabu fez o impensável. E sacou da manga um conto tão brilhante por sua singeleza, que conseguiu a proeza de ofuscar a Carina Rissi!

A história é bem simples: enquanto nós lemos e relemos, contamos e recontamos os contos de fadas, lá no Reino Encantado, todos os nossos personagens tão queridos estão presos ao roteiro. As histórias se repetem, e se repetem, infinitamente, cada vez que alguém lê ou conta cada uma delas no nosso mundo. E no pequeno intervalo em que ninguém as está narrando, o Lobo Mau reconstitui suas feridas, retira as pedras que o Caçador costurou em sua barriga, recoloca seus órgãos internos e ossos de volta em seus lugares, e se recupera para mais uma facada na barriga e mais uma morte dolorosa mais tarde, quando outra pessoa estiver contando a história mais uma vez. Ninguém se atreve a questionar esse destino repetitivo, por medo Dele. O temido, onipresente, onisciente, onipotente. Ele que controla tudo naquele Reino: o Narrador.

Ele é uma espécie de divindade daquele mundo, cujo poder e autoridade ninguém tem coragem de desafiar. Só aconteceu uma vez. Um conto de fadas há muito esquecido fez o que nenhum deles tem coragem de fazer, e foi severamente punido: banido para sempre para o Esquecimento. O Inominável, como ficou conhecido esse personagem transgressor, e seu destino horrendo foi o que manteve todos os personagens calados e comportados por tantos séculos. Mas agora o Oitavo Anão decidiu aproveitar a revolta e o desgosto do Lobo Mau, por ter que viver seu destino tétrico incansavelmente, para convencê-lo a aproveitar uma brecha, o ponto cego do Narrador, que acontece de tempos em tempos, e utilizar o último portal para escapar do Reino Encantado.

Com a fuga do Lobo, o Narrador fica enlouquecido, a ponto de querer destruir o Reino todo para trazê-lo de volta à história.

O conto é narrado em dois espaços diferentes. Enquanto o Reino Encantado está à beira do caos, prestes a experimentar a ira de sua divindade, no mundo real, uma menininha de cinco anos acorda certa noite com um lobo embaixo de sua cama. Acontece que o Lobo Mau não é tão mau assim, e constrói um lindo laço de amizade com a menina, que termina de maneira trágica. O Lobo se torna o herói da história no nosso mundo, a história ganha proporções imensas, vira livro, a Disney faz um filme, e o lindo conto de amizade entre A Menina e o Lobo se torna o mais querido conto de fadas moderno. Seria perfeito, se o Lobo Mau não tivesse sido mandado de volta para o Reino dos Contos de Fadas, para travar uma batalha final contra o Narrador, que diante da nova popularidade conquistada pelo Lobo, já não parece mais tão poderoso assim.

O conto nos traz uma inteligente lição sobre enfrentar nossos medos, e sobre ter coragem de buscar mudanças. Às vezes, o monstro que nos assombra (apavora) não é tão perigoso assim; é o medo que nos convence de que ele é, como ficou provado com a revelação da identidade do Narrador – em que o autor fugiu de todos os clichês que já tinham me passado pela cabeça. O personagem não é particularmente significativo, mas foi surpreendente. E serviu como uma luva para demonstrar o ridículo da situação, e a coisa absurda que estava provocando tanto medo nos personagens.

A Menina e o Lobo é de longe o melhor conto do livro, e foram os autores brasileiros que basicamente fizeram O Livro dos Vilões valer a pena.

Afinal, o fato de toda história ter dois lados, não significa que algum deles seja bom...


site: https://admiravelmundoinventado.blogspot.com/2018/09/era-uma-vez-dos-viloes-contarem-suas.html
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