... E o Vento Levou

... E o Vento Levou Margaret Mitchell




Resenhas - E o Vento Levou


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Iara.Antunes 25/04/2021

A minha primeira oportunidade de conhecer essa história foi no seu filme de 1940 um clássico do cinema com grande indicações ao Oscar e conquistou quase todos os títulos que foi indicado.
Após descobrir que era baseado num livro.
Levei muito tempo pra ler esse calhamaço sempre deixando pra trás. Iniciei no começo do ano, mas parei por uns meses e resolvi terminar.

A escrita da autora me surpreendeu ao longo da leitura como ela trás como cenário do fundo a guerra civil dos EUA entre os ianques e sulistas. Com as convicções políticas, questões morais e de patriotismo, as questões familiares e sociedade na visão de como uma mulher deve ser e nesse aspecto a protagonista Scarlett O'Hara não seguia esse padrão. Também apresenta as consequência da guerra para os vencedores e perdedores. A fome, a pobreza, os impostos. Como lado perdedor tento se erguer depois de perder. E as mortes tudo por um ideia, mas será que guerra foi algo bom para esse povo? Essa parte a autora trouxe muito elementos bom e consistente o que encanta a riqueza desse livro.

Agora Scarlett O'Hara definitivamente não foi uma personagem que me cativou muito pela sua personalidade egoísta, mimada, manipuladora e impulsiva. Mas ao algo da sua trajetória ele fica mais amarga e torna-se um líder e responsavél por muitas pessoas onde essa características ficam mais destacadas para não sofrer mais com a guerra e ficar a merce do lado ganhador.
Porém charmoso aventureiro Rhett Butler salva o livro em muitos momento pelo seu senso de moral mordaz e com isso ganha muito inimigos , mas ele sempre é moral da Scarlett falando o que ela precisa para amadurecer. O que deixa o livro com muitos diálogos de amor e ódio entre os dois, pois ambos tem a mesma personalidade, mas a diferencia de idade pesa muitas vezes.

E o grande final é quando Scarlett finalmente amadurece para questões morais e deixando um grande contexto aberto, mas a autora faz um fechamento muito bom com os sentimento dela e as principais pessoas envolvidas.

Acredito ser uma leitura muito boa pelo contexto histórico e da época, porém a atitude da protagonista não deu pra passar pano, por isso não ganhou meu coração, apesar ser uma história muito bem escrita e rica em detalhes.
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Demuner 16/07/2020

Tenho tanto a dizer, mas mesmo assim, nao me vêm palavras suficientes! O final me impactou e muito, por questões pessoais, coisas do passado. Descobrir, afinal, que o titulo do livro denunciava como ele acabaria foi uma grande e triste surpresa. Muita reflexão. Um verdadeiro clássico.

(A questão racial nao deve ser ignorada. Por se tratar de um livro escrito do ponto de vista sulista, existe um racismo e uma romantização do escravizado inegáveis no enredo. É indispensável não esquecer disso por nem um momento sequer.)
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Milla 08/01/2021

Não vou pensar nisso agora. Não até poder suportar
"A maior história de amor do século XX" está mais para uma tragédia. Haja desgraça.
Fui atropelada por esse livro e até agora não me recuperei direito, me deixou uma impressão muito forte, não esperava. Não vi o filme e não sabia nada da história, então me surpreendi bastante.

A escrita da autora é muito boa, assim como a construção dos personagens. Difícil escrever um livro com uma protagonista com um caráter tão questionável, pra não dizer condenável, e ela não só conseguiu como ganhou um Pulitzer por ele. Ela descreve muito bem como a Guerra de Secessão e o pós-guerra afetaram a sociedade sulista, resultando em medo, perda de familiares e amigos, pobreza e fome.

É nesse contexto que Scarlett O'Hara, uma menina extremamente vaidosa e egoísta que foi criada para ter tudo o que quisesse, se vê tendo que lutar para sobreviver. Scarlett se torna uma mulher forte de quem muitas pessoas dependem, mas sua personalidade não muda e o desespero a torna inescrupulosa, o que gera uma mistura de admiração e repulsa.

Durante sua jornada, ela conhece Rhett Butler que se apaixona por ela porque, segundo ele, eles são semelhantes, dois tratantes. O livro bate muito nessa tecla de que só há amor quando as duas pessoas se parecem. Acho que no caso da Scarlett e do Rhett eles se parecem até demais. Os dois são orgulhosos e evitam ser honestos porque temem ser usados ou ridicularizados pelo outro, o que torna os desentendimentos constantes.

O livro é dividido em cinco partes e tem um ritmo bom, sempre acontece algo importante, sem enrolação. A última parte é triste, angustiante e exasperadora. Triste e angustiante porque acontecem mais tragédias e, por ela já ter conseguido superar tanto, os outros relativizam a dor de Scarlett. Exasperador porque, apesar de forte, Scarlett é infantil e sabota a própria felicidade sem nem perceber.

Senti ódio e pena dela, ao mesmo tempo, e raiva do Rhett também por alguns motivos, dentre eles, seus discursos sempre tão cheios de sarcasmo, quando uma conversa franca era necessária.

Por fim, não poderia deixar de comentar um ponto importante que incomoda e gera revolta durante a leitura: o livro é extremamente racista, muito mesmo! Não dá pra ler como se fosse um livro de história, pois o viés de relato é evidente. Tem que ler como o romance ficcional que é e criticar o que tiver que ser criticado.

Tendo isso em mente, acho que vale sim a pena conhecer esse clássico.
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Poliana Lira 28/05/2020

Clássico
Livro maravigold, amei recomendadissimo pra quem não tem medo de muitas páginas.
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Val | @livre_se_clube 11/02/2022

Um livro inesquecível
Tudo que um clássico romance poderia ter para ser inesquecível. Esperei muito para ler esse livro e terminei impactada.
O contexto da Guerra Civil americana é o pano de fundo da narrativa e tal contexto é forte na história e bastante polêmico no que trata da escravidão, romantizada na obra e recheada de comentários e episódios racistas.

Uma protagonista insuportável, porém bela, forte, valente e decidida. Um canalha apaixonado que vale por mil mocinhos sem graça.

Amores contrariados, o orgulho matando os destinos que poderiam ser felizes. Drama, mortes e sofrimento.
Com esse combo, o livro me prendeu até a última página, devorei os capítulos e queria muito saber mais do que acontece no final.
Pedro 11/02/2022minha estante
Resenha maravilhosa! Tenho esse livro em casa, deu até vontade de ler!




Fernanda.Coelho 18/12/2022

E o vento levou
Uff, meu Deus que leitura incrível, primeiro eu quero engrandecer a escrita dessa escritora sensacional porque a maneira como ela escreveu essa obra foi surreal, com muita clareza , rica em informações históricas, muito limpa e sem enrolação.
Em e o vento levou , conta a história da protagonista Scarlett O?Hara, uma Sulista jovem e mimada acostumada a ter tudo o que deseja , criada com muito zelo e dentro dos costumes sociais da sociedade da época , ela nutre um amor platônico por Ashley Wilkes, e fica decepcionada quando o já esperado e arranjado casamento dele acontece com sua prima Mellanie. Ao contrário do que muitos pensam esse livro não é de fato um romance, pois ele foca muito em questões sociais, econômicas e culturais da época,deixando o romance em segundo plano ao longo da leitura.
Quando o casamento de Ashley está prestes a acontecer ela decide revelar a ele seus sentimentos a fim de que Ashley desista do noivado, não contando que um convidado não desejado Rhett Butler, ouve toda a conversa, furiosa por sua declaração não ter surtido o efeito que desejava Scarlett , decide por vingança casar-se com o pobre Charles Hamilton irmão de Mellanie, sentindo que o tiro saiu pela culatra ela se arrepende de ter se precipitado em ter se casado ao se deparar com a realidade do casamento com um homem jovem demais e que ela não amava, do qual teve seu primeiro filho não desejado, após o casamento de Scarlett, inicia -se especulações de uma possível guerra entre os povos do Norte os Ianques é os confederados do Sul dos Estados Unidos , no qual o Norte industrializado lutava pelo fim da escravidão e pela separação dos Estados Unidos. Ao iniciar -se a guerra a vida de Scarlett , sofre uma mudança brutal , pois fica viúva muito jovem e as consequências trazidas pela guerra vem acompanhada de muitas perdas, miséria, fome desespero e muito sofrimento. Em contrapartida, Scarlett percebe que em meio ao caos e possível recomeçar ter esperanças e reconstruir o que foi destruído pela guerra inesperada. Nesse livro acontece muita coisa fala sobre a relação e a forma como eram tratados entre escravos e seus senhores , sobre a Ku Klux Klan que foi uma organização formada por sulistas brancos com o intuito de perseguir e promover ataques contra afro-americanos e defensores dos direitos desse grupo. Fala sobre costumes e forma de viver da sociedade da época que se comparado aos tempos atuais nos da margem para muitas reflexões sobre como a sociedade era auto ponitiva, com aquele que se desviava dos padrões sociais da época .
Fala sobre amizade , respeito lealdade e RECOMENÇOS. As páginas finais dessa história sensacional são páginas muito dolorosas e carregadas de muita tristeza, confesso que depois de tantas tragédia , eu esperava um final mais feliz , mas nem por isso essa história perdeu seu esplendor. ? ? ? ? ? ?.
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Dé C. 03/10/2013

Aquele tipo de livro que mexe tanto com você e te encontra tanto que uma resenha seria reduzir o irreduzível. calo-me.
Mi Hummel 26/12/2013minha estante
O silêncio. Sempre cheio de significado. Adorei. =)




@Estantedelivrosdamylla 10/05/2021

Nem tudo que reluz é ouro
Essa frase define bem alguns pontos com relação a este romance:

1. Não é romance meloso, pelo contrário;
2. Scarlett não é uma heroína, mas anti-heroina;
3. Ashley Wilkes não é ouro;
4. Rhett butler não é bijuteria.

Quando peguei esse clássico para ler acreditava piamente que seria algo super romântico, sim, eu fui incrivelmente ingênua. Não assisti ao filme, apenas senti vontade de ler o livro em virtude de sempre ouvir falar no título, desde que era criança.

Inicialmente, na edição da nova fronteira, somos introduzidos a uma apresentação muito importante em que o autor da mesma, deixa claro o cenário em que Margareth Mitchell vivia, suas origens, e sua visão, além de ser bem honesto ao chamá-la de estruturalmente racista. Apesar disso fiquei bem incomodada com a forma que ela usa termos racistas, e da maneira "ingênua" (digamos assim) que ela retrata a relação do homem branco com os escravizados. Dessa forma, façam uma leitura crítica!

Quanto aos personagens e a história em sí, a ambientação, a história que ela escreveu sobre o período anterior, durante e posterior à guerra de secessão foi de um detalhamento incrível, não é à toa que foram mais de mil páginas de narrativa.

Quanto a personagem principal , Scarlett é de fato uma pessoa detestável, egoísta e ignorante. Ela é muito bem desenvolvida pela autora, mas não há como eu dizer que senti que ela se "regenerou" kkkk. Ela só enxerga o próprio umbigo e alimenta seu orgulho, mesmo quando sob a manta do "amor". Scarlett entra no rol das pessoas que só valorizam quando perdem.

Por fim, achei bem devolvido romance, mas deveras detalhista, e tiveram momentos em que eu ansiava apenas por Rhett Butler, que já pode ser considerado um dos meus personagens favoritos ever, e que trouxe uma dose gigante de leveza e humor, além do toque de romance que me deixava super empolgada para ler mais.

Recomendo a leitura.
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Raissa.Paes 21/08/2022

Talvez eu não devesse gostar tanto de Scarlett, mas gosto dela, porque ela é determinada e vai atrás daquilo que quer (muita das vezes sem pensar nas consequências de seus atos), e, principalmente não liga para o que o povo fala dela, ela faz o que lhe acha mais vantajoso para si mesma.
Nesse segundo volume, mostra uma Scarlett mais guerreira e batalhadora e menos mimada, apesar de ser vista pelos olhos dos outros dessa maneira, pois segundo os seus vizinhos e parentes ela trabalhava apenas por capricho, visto que na situação em que ela havia se encontrado pouco tempo antes era uma dura realidade da qual ela não queria estar suposta a voltar. E com toda a razão.
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Tiago Henrique 01/07/2020

"Com Deus como testemunha!"
E o Vento Levou (1936). 5/5

Fiquei obcecado por ler este livro depois de tantas críticas positivas sobre a obra e sua nota alta em sites especializados.  Procurei muito até que finalmente achei.
'E o Vento Levou' por anos é vendido como uma história de amor, mas pra mim essa temática fica em terceiro plano.
Com o fundo histórico da Guerra Civil dos Estados Unidos, é uma história antes de tudo, sobre sobrevivência.
Scarlett O'Hara uma das personagens mais complexas e egoístas da literatura, vive uma vida abastada no sul dos Estados Unidos com seus 16 anos.

Até seu mundo ser destruído com a chegada da Guerra.

Scarlett é uma personagem difícil de engolir para algumas pessoas no início do livro mas me diverti com suas futilidades... Até certo ponto. Tinha vezes que só queria sacudir a dizer "nem tudo é sobre você !'
Scarlett além de egoísta é extremamente mimada e se põe em alta conta a simplesmente todo momento.
Então ver o crescimento dessa personagem, a força que ela tem de não deixar-se derrotar é impressionante. Ela não desiste e grande parte disso vem de seu pai. Algo que na época (1864) não deveria acontecer, já que as moças deveriam ser damas. E ela até tenta ser igual a mãe, porém não podemos fingir ser o que não somos. Scarlett nunca seria uma dama.
Mas no fim o que vai valer o tempo todo para Scarlett é sua terra, a fazenda Tara. Outro ponto em que é muito igual ao pai.

"Com Deus como testemunha, juro por Deus que eles não vão me derrotar. Eu vou passar por isso e quando tudo terminar, jamais sentirei fome de novo. Não, nem eu ,nem os meus. Se eu tiver que mentir, roubar, trair ou matar, juro por Deus, eu jamais sentirei fome de novo".

O poder desse discurso se faz valer durante a leitura.

O personagem Rhett Bluter é simplesmente incrível. Ele não acredita na guerra porque sabe que o sul sairá derrotado. O norte naquela época tinha todo armamento necessário e como Rhett diz o sul tem apenas 'orgulho e ignorância'.

Ele e Scarlett batem de frente o tempo todo por serem extremamente parecidos.
Mas Scarlett se recusa a crer nisso por estar obcecada com uma paixão infantil por Ashley Wilks.

Ashley é um personagem que vive de passado. Em várias horas eu ia de raiva a pena em pouco tempo. Ashley é a pessoa que não estava preparada para a vida por ter o confronto do interior e da sua imensa fortuna. Como Butler ele também não acredita na guerra, porém se alista e acaba perdendo muito mais que seu confronto e fortuna.

Wilks tem casamento marcado com uma prima, Melanie pois a família queria deixar a fortuna entre eles.
Melanie é o oposto de Scarlett, bondosa, simpática, 'uma verdadeira dama', e Melanie ama Scarlett.
A lealdade, amor e carinho que Melanine tem pela Scarlett é o desprezo , raiva e inveja que Scarlett tem por ela. A relação delas é interessante e fica mais intensa com o decorrer da narrativa.

Os personagens são tão humanos que as  vezes asusstam. Não existem heróis. Todos tem seus defeitos e somos lembrados disso sempre. Mesmo Melanine, que é considerada pilar da sociedade.

Porém a obra não é perfeita por conta de algumas temáticas.
O fato de os escravos serem descritos como felizes é impossível de engolir, por mais que a cabeça dessas pessoas depois de anos realmente talvez tenha começado a acreditar nisso.
Em um ponto um ex escravo diz que "não sabe o que fazer com essa tal liberdade ", e isso dói de ler. Os personagens não vêem a maldade as quais foram submetidos.
Essa temática serve ao meu ver sobre como as coisas eram absurdas e como se deve combater o racismo ao máximo e ser sempre a favor dos direitos humanos.

Quando você termina o livro, as últimas 100 páginas são extremamentes tristes, mesmo a guerra tendo passado. E sobre a guerra, uma coisa interessante que um dos personagens diz é que o pior da guerra é o período de Reconstrução, ou seja o pós Guerra.

'E o Vento Levou' é uma história que deve ser conhecida e discutida. Quando o livro termina, é impossível ser apático em relação a tantas coisas que aconteceram. É uma história sobre perca, destruição, luto e mais uma vez, sobrevivência.
Bárbara :) 02/07/2020minha estante
nossa, deu até vontade de ler.




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NATI 07/02/2010

Um dos livros mais marcantes da literatura americana, "... E o vento levou", de Margareth Mitchell, deu origem a um dos filmes mais vistos da história do cinema. Abrangendo um período que vai desde a guerra da secessão até a reconstrução da Geórgia, com a volta dos democratas ao poder, o livro conta a triste história de Scarlett O'Hara, uma sulista que presencia a destruição de uma sociedade e o erguimento de outra, com novos costumes e moral. Acompanhe as desgraças que vão caindo sobre essa irlandesa que tudo suporta e que "com o espírito de sua raça, mesmo diante da derrota, não a reconhece".
Uma história ao mesmo tempo épica e romântica com suas descrições de belas paisagens e lutas. Personagens como Rhett Butler, Melania Hamilton e Ashley Wilkes marcam a mente dos leitores, mas nada que se compara a fascinação que envolve Scarlett. Intrépida, egoísta e insensível, só ao final do livro percebe o quão tolo foi seu amor por Ashley, mas aí já é tarde, pois Rhett estava perdido.
O livro é cheio de nostalgia e tristeza ao narrar a queda das grandes famílias, cheias de nobreza, mas passando fome. Scarlett é diferente, dura e ávida pela vitória e, por isso, transforma-se em pária na sociedade, uma sociedade decadente, mas orgulhosa de seu passado.

Particularmente, aviso que o livro é de uma tristeza avassaladora e, se você é daqueles que vivem a história que lêem, melhor seria não lê-lo. Vai passar muito tempo triste e desanimado, pois o livro não é senão uma séria de desventuras e injustiças que a vida lança sobre Scarlett. Apesar disso, a obra é fantástica, com bom embasamento histórico e com linguagem bastante acessível.
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Luiz Pereira Júnior 26/07/2021

Politicamente incorreto, historicamente correto
Uma saga, um romance épico, uma longa história, um retrato do american way of life, um panorama de uma sociedade decadente em vias de mudanças... Sim, tudo isso (e bem mais) é o que se pode dizer de “E o vento levou...”. E o livro merece, sem dúvida, ser enquadrado, rotulado, classificado como tudo isso (e bem mais).
Nem vale a pena contar o enredo, já que é uma das obras mais conhecidas de todos os tempos e um dos filmes que, de tão clássicos, mesmo que não o tenhamos visto, temos a nítida impressão de que já vimos alguma cena dele em algum lugar perdido de nossa memória.
Li essa obra monumental (em todos os sentidos) em uma edição mais antiga, aquela da capa do cartaz do filme. Tive alguns acessos involuntários de riso devido à tradução dos nomes próprios (mas isso era comum na época, e não se torna um demérito para a leitura): Mellany vira Melânia, Suellen vira Suelena, Henry vira Tio Henrique... afinal, é um tanto estranho ler sobre um personagem chamado Tio Pedro em uma obra que se passa na mais estadunidense das guerras.
Além disso, também causa estranheza a tentativa de reproduzir oralmente a fala dos personagens negros, como se fossem caipiras, ignorantes, analfabetos e culturalmente inferiores. E nisso vai a maior polêmica do livro: sim, os negros são retratados exatamente como eram vistos na época da Guerra da Secessão.
Os protagonistas são bons em relação aos escravos, apenas pelo fato de os considerarem como inferiores e, mesmo assim, não os maltratarem. Mas, em momento algum, é possível perceber o tratamento igualitário dos brancos para com os negros. E isso chega a causar revolta, repulsa, espanto no leitor moderno.
Sim, o livro é politicamente incorreto avant-la-letre, ou, menos pedantemente, antes mesmo deste termo existir. Afinal, se a autora busca retratar como era o pensamento, como era a sociedade, como era a cultura e a ideologia da sociedade sulista daquela época terrível para os americanos, ela não poderia ter construído os personagens de outra forma.
E, sim, confesso que também pensei a mesma coisa que alguns leitores: o livro é bastante parecido com “Guerra e Paz”, mas se é um plágio ou não, deixo para os mais qualificados que eu julgarem a questão...
Vale a pena a leitura desse tijolão de mais de oitocentas páginas? Claro que vale, pois parece haver um pouco de tudo: narrativas (suavizadas) de guerra, romance beirando o sentimentalismo, descrições muitas vezes minuciosas de personagens e de paisagens, retrato de uma sociedade decadente (como já disse) mas que se nega a se ver no espelho, tramas rocambolescas que poderiam estar em qualquer novela da tarde, uma personagem feminina forte e inacreditavelmente amoral (para os padrões da época) e por aí vai. Bem, pra falar a verdade, só as maquinações de Scarlett para “nunca mais passar fome” já valem o preço do livro.
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Raissa.Paes 21/08/2022

No primeiro volume de E O Vento Levou percebemos uma Scarlett mimada, egocêntrica que não consegue perceber nada além de si mesma. Apesar de ter uma guerra acontecendo ao seu ela só consegue pensar em bailes e vestidos, além de se mostrar uma péssima mãe para o pequeno Wade.
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