Natalia 17/11/2012
Até onde a força de querer se superar pode levar uma mulher?
Esqueça o que você sabe sobre a Guerra Civil. Este livro te transporto para muito além disso, ele te mostra, como alguém pode sofrer o peso de uma guerra.
Essa história nos mostra um romance, mas não aquele romance água com açúcar, da menina inocente, e o cara malvado. A protagonista, Sacarlett O'Hara, tinha a vida que todas pedimos a Deus: muito dinheiro, uma bela casa, e todos os homens aos seus pés. Scarlett, nutria o que ela achava ser, um amor verdadeiro pro Ashley Wikes, mas este, casou-se com Melanie, uma bondosa mulher, que durante toda a história se mostra inteiramente fiel a Scarlett.
Sua realidade muda totalmente, quando começa a Guerra Civil, Scarlett parte para Atlanta, onde vive com Melanie e sua tia Pitty. Mas é claro, ela nunca desistiu de Ashley... Pelo menos, até conhecer Rhett.
Realmente eu demorei mais que o esperado para ler as 962 páginas desse livro, de pura emoção. A cada página, eu me deliciava com a história desses personagens. Esse é o tipo de livro, que você tende de se demorar a ler, para realmente viver a vida dos personagens. Margaret, faz com você voe pra dentro da história, e sinta em seus ombros todo o sofrimento e responsabilidade por Tara que recai sobre os ombros de Scarlett. Acima de tudo, Scarlett foi MULHER, ela não desistiu perante as dificuldades, e conseguiu mais prodígio que muitos homens.
Em uma época, onde as mulheres só serviam para cuidar da casa e dos filhos, Scarlett não poderia demonstrar sua inteligência e administrar negócios, nem que fosse para salvar sua família. Mas Scarlett, foi forte, foi guerreira, não se importou com nada do que os outros diziam, e foi a luta, enquanto metade de seus vizinhos e moradores da região, preferiu ficar se lamentando.
Com tudo o que ela passou - perdeu a mãe e o pai, e sofreu muito nas mãos dos ianques- ela se tornou fria, e sedenta por dinheiro. Poucos a entendiam, e em certos momentos do livro, até mesmo eu ficava com ódio dela por suas atitudes. Mas Scarltett passou fome, miséria, fez trabalho de campo com as próprias mãos, teve que lidar com a consciência, de ter cometido um assassinato, mas acima de tudo, ela protegeu sua família, colocou comida na mesa, e fez Tara se destacar. Acho que esse livro foi maravilhosamente escrito, com todos os seus detalhes, o que nos fazia achar, que realmente estávamos presente em seus acontecimentos.
Scarlett, entrou na minha lista de personagens inesquecíveis e favoritos. Que mulher, que personalidade. Tão teimosa, fria, sedente por aquilo que buscava, as vezes arrogante, mas sempre, lutando pelo seus ideais, não se importando, com o que mulheres recatadas lhe diziam. De fato, se Scarlett fosse metade aquela mulher boazinha, preocupada com rótulos e aparências, talvez ela tivesse passado fome. E o que seria da história, sem o romance incrível de Scarlett e Rhett? Que homem... Corajoso, não teve mede de declarar a todos que era terminantemente contra a guerra, mas no final, acabou se alistando para proteger aqueles que julgava merecidos. Eu adorei seu jeito sarcástico, irônico, e ao mesmo tempo amável e preocupado de ser, suas brigas e implicâncias com Scarlett, deram uma apimentada na história.
Essa personagem incrível, que eu espero sinceramente que se reflita em alguém real, sofreu amores não correspondidos - ainda bem, porque Ashley é o homem mais covarde e frouxo que vi na vida - , mas também soube ser amada, odiou aquela que mais a foi fiel, mas também soube reconhecer, o quando a queria e amava em seus últimos suspiros, teve filhos indesejados, mas também foi amada por eles, e teve o prazer de dar luz a unica filha que mais queria. Scarlett, sofreu reviravolta incríveis, dos males ao perdão, do sofrimento ao conforto, de elegante e bondosa, á maltrapilha e fria. E Melanie? O que dizer de uma personagem tão boa, honesta, fiel, amiga, essas duas juntas, me traziam uma segurança na história, que acho que nada poderia abalá-las.
Não poderia deixar de citar como eu adorei o jeito, como senti na pele o sofrimento daquela gente do sul, que sem exitar, foi a luta para reconstruir ás suas terras. Margaret está de parabéns, em todas as riquezas de detalhes, em como conseguiu emocionar o leitor, nos trazendo muito além do que aprendemos na escola ou ouviu de pessoas mais velhas sobre a Guerra Civil.
O livro merece o reconhecimento que tem, espero um dia reler essa história e me sentir de novo em Georgia, com Scarlett sofrendo, vivendo o passado com Ashley, rindo e amando Rhett, sendo fiel á Melanie, e acima de tudo, vivendo em uma época, onde o esforço do forte, que fazia a diferença.