Bahcon 07/07/2014
“When something bad happens to us, something good happens - often to someone else. And that's The Good Luck of Right Now. We must believe it. We must. We must. We must.”
Bom, por onde começar?
Talvez eu deva começar elogiando Matthew Quick por criar personagens tão incríveis e com personalidades fortíssimas e únicas em seus livros. Desde O Lado Bom da Vida e Perdão, Leonard Peacock eu havia me apaixonado pela sua maneira de escrever histórias com enredos um tanto quanto... Incomuns, e com The Good Luck of Right Now ele conseguiu me fascinar mais ainda nesse quesito desde o início.
Esse é um daqueles livros no qual a história toma um rumo totalmente inesperado e te surpreende do começo ao fim. E eu, particularmente, amo quando acontece isso.
Bartholomew Neil conta sua história através de cartas destinadas a ninguém mais nada menos do que Richard Gere. O fato até pode parecer estranho em primeiro plano, mas ele tem seus motivos (e que motivos!!!) para fazer isso. Mas antes de explicar essa parte, vou falar mais um pouco sobre o Bartholomew e sua trágica história de vida.
Bartholomew passou 28 anos de sua vida apenas e somente com sua amada mãe. Ele praticamente nunca se relacionava com ninguém além dela e do Padre McNamee, que celebrava as missas nas quais Bartholomew frequentava TODA semana. O máximo que fazia por conta própria era ir à biblioteca ou dar uma volta até o museu de arte. Ele e a mãe eram totalmente inseparáveis, sempre assistiam às olimpíadas e aos filmes do Richard Gere juntos, e também sempre conversavam sobre a vida do ator no qual sua mãe afirmava admirar mais que tudo.
Até que um dia ela ficou doente, muito doente. Tão doente que ao invés de chamar Bartholomew pelo seu nome, passou não apenas a chamá-lo de "Richard", como também começou a tratá-lo de outra forma. Uma forma, digamos... Mais afetuosa. Quando Bartholomew afirmava ser na verdade seu filho e não o tal “Richard”, a mulher apenas ignorava e continuava com seu comportamento dissimulado, declarando que ele era o verdadeiro amor de sua vida. O homem sentiu-se desorientado com isso, e claro, com o conhecimento da paixão de sua mãe pelo Richard Gere, logo concluiu que o referido “Richard” era o próprio ator.
Com a doença de sua mãe piorando, apesar do desconforto e da ideia absurda, Bartholomew não questionou mais as atitudes dela e com isso seguiu fingindo ser o referido ator. Até que... Bem, até que ela morre (não se preocupem, isso não é spoiler!!!).
Agora pensem. Como um homem de quase 40 anos de idade que sempre dependeu da mãe para tudo, um homem que nunca trabalhou na vida, nunca foi a um encontro amoroso ou até mesmo nunca teve amigos, vai conseguir viver por conta própria? Como ele vai lidar com os problemas que até então ele nunca havia tido na vida? É aí que ele decide escrever as cartas.
Com a falta de amigos e após um tempo fingindo ser alguém que não era somente pelo bem de sua mãe, ele passa a fingir outra coisa e talvez seja isso que ajude grande parte da superação dessa terrível fase de perda. Bartholomew começa a ver o ator Richard Gere como um amigo, como um confidente, e assim conta tudo o que acontece em sua vida nessas cartas.
O livro transmite uma mensagem muito inspiradora sobre destino, perda e superação. Bartholomew nos mostra com sua história que nada acontece por acaso, nos mostra que as coisas ruim devem ocorrer para que as boas também aconteçam nas nossas vidas. E, principalmente, nos ensina a acreditar na "boa sorte do momento".
Quer ler mais sobre o livro? Acesse http://fatflyingpig.blogspot.com.br/2014/07/the-good-luck-of-right-now-matthew-quick.html :)