Nath @biscoito.esperto 28/01/2014Confesso que não li muitas biografias na minha vida. E confesso, também, que me apaixonei por todas as biografias que li. Não foi diferente com A Casa do Céu. Achei o livro surpreendente e interessante desde a primeira página.
A Casa do Céu conta a história real de Amanda Lindhout, uma garota que lia a revista National Geographic quando criança na esperança de esquecer a casa violenta em que vivia. Amanda cresceu com o sonho de viajar para longe, para qualquer lugar, para todos eles. E foi com esse sonho que ela aceitou o emprego como garçonete num restaurante com clientes mais ricos. Amanda ganhava gorjetas gordas – fora um bom salário – e conseguiu juntar bastante dinheiro para fazer sua primeira viajem para a América Latina. E depois ela viajou para muitos outros lugares, como Índia, China, Afeganistão, Síria, e outros países da África.
A cada país em que Amanda passava, a cada novo lugar que ela visitava, a cada paisagem que ela descrevia, minha vontade de sair de casa e pegar o primeiro vôo para qualquer um desses lugares exóticos só aumentava. Eu sentia a brisa do oceano, sentia as árvore, via as roupas exóticas, podia sentir o cheiro das comidas apimentadas, podia tocar o asfalto de países que eu nunca sonhara em conhecer. Amanda me fez viajar mentalmente para mil lugares com esse livro, lugares que eu pretendo – e vou – visitar fisicamente um dia.
Uma das coisas que mais admiro em Amanda é seu espírito aventureiro, sua vontade de conhecer coisas, lugares, pessoas. Amanda não se deixava limitar. Amanda, assim como eu, não acredita que a vida se limita a aquilo que você pode ver e tocar. A vida é muito maior e, assim como Amanda, eu quero ver e tocar tudo.
Amanda começou a sentir que visitar países pacíficos que todo mundo visitava estava ficando sem graça. Amanda decidiu que queria viajar para lugares mais remotos, países em guerra, países pobres. E foi visitando países como Afeganistão e Iraque, que Amanda começou sua jornada como jornalista freelancer. Junto de Nigel, um antigo amante, Amanda tirava fotos, escrevia pequenas reportagens e recebia uma quantia interessante para continuar seu serviço. Foi então que Amanda decidiu ir para a Somália, o país mais perigoso do mundo, tirar fotos da maior zona de guerra, pobreza e desigualdade do mundo.
Amanda achou que tudo estava indo bem em sua pesquisa quando foi repentinamente seqüestrada por um grupo de somalianos. Ser branco na Somália era o mesmo que ser um diamante, e o preço por ela era alto. O grupo de somalianos tentou repetidamente “devolver” Amanda e Nigel às suas famílias por uma quantia grande de dinheiro, mas suas famílias não podiam pagar por tudo aquilo.
Foi assim que Amanda e Nigel ficaram por 15 meses em cativeiro, sofrendo como prisioneiros, se sujeitando às maiores humilhações e desnecessária violência, apenas esperando que um dia estariam livres para voltar para casa.
A Casa do Céu não é um livro triste. Não é um livro de tragédia. Para mim, o livro é sobre ter um espírito livre, é sobre acreditar na liberdade mais que tudo. O livro é sobre perdoar, sobre entender, sobre aceitar e seguir em frente. A Casa do Céu é sobre acreditar que existe um bom final para tudo, um bom final para todos. Este livro me ensinou muitas coisas, me lembrou de mais outras, e me fez aceitar o mais importante: nós não podemos tomar o mundo em nossas costas, não podemos querer consertar tudo sozinhos. Mas nós podemos concertar muitas coisas juntos. Nós somos livres para fazermos o que queremos, nossas barreiras são todas mentais.
Assim como Amanda, quero ser considerada uma heroína.
site:
www.nathlambert.blogspot.com