Poly 20/10/2013Wow! Que livro! Que história! Que distopia! Eu que torcia o nariz para distopias no início, agora me tornei uma fã insaciável e praticamente qualquer coisa sobre a temática me agrada, mas não achava que esse livro fosse me agradar tanto.
Comecei a ler como quem não quer nada e poucas horas depois já tinha terminado o livro com aquela sensação de vazio e de “quero mais”.
A história começa com Sherry saindo com o pai do abrigo em que estão (dentro de casa) para procurar comida. Eles estão presos há mais de 3 anos em um abrigo, no porão de casa, por causa de um surto de raiva. Foi descoberto um vírus mutante da raiva que transforma os seres humanos em verdadeiros animais e o governo orientou a população para que não deixem os abrigos enquanto não seja seguro.
Mas há meses os militares não enviam mais notícias e o sinal do rádio do pai de Sherry não capta mais nenhum som humano há dois meses.
"- O governo é culpado por estarmos vivendo desta forma. Estamos por nossa conta. Ninguém virá nos salvar. Ou eu saio, vejo o que está acontecendo e trago comida, ou vamos morrer de fome neste abrigo.
P. 25"
Os provimentos acabaram e o pai de Sherry decide sair do abrigo e procurar comida. Na família de 6 pessoas (Sherry, a mãe, o pai, o irmão Bobby, a irmã Mia e a avó), Sherry é a mais capacitada para ir com o pai e trazer mantimentos, pois ela sabe atirar e manusear uma arma, então ela vai com ele.
O mundo fora do abrigo está diferente. Há poeira nas casas, a grama está crescida, não há ninguém nas ruas. Los Angeles era uma cidade fantasma agora e no centro há prédios bombardeados. Ninguém sabe o motivo do bombardeio. Os militares não contaram e os abrigos eram à prova de som. Sherry e seu pai saem em um mundo novo e desconhecido.
"- Los Angeles não é, necessariamente, um indicativo de como esteja o restante do país. A raiva tinha se espalhado apenas em algumas partes do Canadá e no sudoeste quando fomos para o abrigo. Os militares devem ter conseguido destruir o vírus antes que avançasse para outras regiões.
- E se eles não conseguiram? E se o vírus atingiu o mundo inteiro?
P. 43"
Como não encontraram nenhum vizinho quando saem do abrigo, decidem pegar o carro e ir até o antigo supermercado. Pode ser que eles consigam alguma coisa para comer.
Ao chegaram lá, eles se deparam com o local escuro e abandonado, como era de se esperar, mas então são atacados por criaturas ferozes e bestiais.
Sherry sai correndo, se machuca e acaba perdendo seu pai de vista, mas quando achamos que está tudo acabado para ela, surgem barulhos de tiros e um rapaz a salva dos predadores.
O rapaz, de nome Joshua, vive com outros sobreviventes em um Refúgio. Lá, onde por enquanto é seguro, eles vivem como se fossem uma família, têm comida, água e tudo que precisam para sobreviver.
Karen é como se fosse a matriarca da família de sobreviventes, ela era enfermeira na “outra vida”, então cuida de todos, faz curativos, dá pontos, medica e cuida do bem-estar em geral.
Geoffrey é um ex-cientista que fazia pesquisas com o vírus da raiva, mas sua família morreu por causa da doença, então ele se desligou do governo e passou a viver com os refugiados.
No abrigo também moram Larry, marido de Karen, Marie e sua filha Emma e Tyler, um jovem que foi resgatado em péssimas condições e nunca mais falou após o resgate.
No Refúgio Sherry recebe mais informações sobre o que aconteceu com a cidade e com as pessoas, mas sua preocupação atual é com sua família que continua no abrigo, em casa, e com o seu pai que foi levado pelos Chorões (como são chamadas as pessoas que são infectadas pela raiva e se tornam monstros).
"- Os Chorões se comportam como feras, mas são inteligentes. Muito inteligentes, e é isso que os torna perigosos.
P. 77"
O livro é cheio de ação do início ao fim. Os capítulos não são longos, então combinando com a história fascinante, a leitura é muito rápida.
O livro é dividido em capítulos enumerados e antes de cada capítulo há um flash com lembranças de Sherry sobre sua “outra vida”, que na verdade, é a vida anterior ao surto de raiva.
Esses flahes não fazem parte de nenhum capítulo específico e não entram na história principal, são mais um alento no meio do turbilhão e nos ajudam a entender melhor quem é Sherry.
No topo direito da página onde estão os flashes há a figura de uma borboleta. Acho que a figura deixou um clima nostálgico e familiar.
"Ele tirou o espeto do fogo. Uma gota de chocolate pingou nas bolachas, caindo nas chamas. O fogo chiou, as chamas subiram mais alto.
Vovô colocou o s’more num pratinho de papel e me ofereceu. Os olhos dele brilhavam. Ele sabia que eu não resistiria.
O cheirinho de marshmallow assado tomou conta do ar. Agarrei o pratinho.
P. 113"
Adorei a leitura, indico para todo mundo, principalmente por ser um livro fino e de leitura rápida. A única coisa que eu não gostei foi o fato de que quando chega na melhor parte da história, o livro acaba.
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