Resenhas - Um Herói para Wondla

Quando vi o livro dentre os lançamentos da Intrínseca fiquei muito feliz porque estava querendo ler a trilogia faz tempo e com o lançamento pude emendar a leitura dos dois livros. Diante a minha surpresa com a história do primeiro livro não podia ter sido melhor ler um logo após o outro. Tony DiTerlizzi dá sequência a sua fantástica e ousada história de forma magistral, com belas ilustrações, uma trama surpreendente e apaixonante.

Eva está a caminho de Nova Ática, uma cidade humana sob uma redoma com clima controlado e isolada pelo vasto deserto de areia ao redor. Ela estava radiante por finalmente conhecer outros seres humanos e queria dividir cada momento com Andrílio. Após uma breve parada no exterior da cidade na casa de Hailey o piloto da nave que a resgatou Eva segue rumo à cidade para o cadastro deixando Andrílio que tinha saído com o avô de Hailey para trás esperando que ele fosse atrás dela mais tarde. O choque de Eva começa ao ser apresentada a Cadmus, o líder da cidade de Nova Ática e continua ao ser apresentado a filha dele. Garotas estranhas, artificiais e que nunca ouviram falar dos alienígenas que redespertaram a terra. O que mais assusta Eva é a suposta visão de Cadmus propaga repetidamente na mente das pessoas. Uma terra reconquistada, livre dos "invasores" e o lago por onde ela passou em sua jornada completamente modificado, com os amigos e as tribos que encontrou pelo caminho todas destruídas. Eva sabe que seu lugar não é na cidade e no caminho para fuga descobrirá que Andrílio não a abandonou, e sim foi preso em um laboratório de pesquisa assim como vários outros antes dele. Com ajuda inesperada de uma irmã Eva conseguirá fugir de Nova Ática, abalada com o que viu no laboratório e temerosa com os planos de Cadmus para o planeta, atravessando todo o deserto Eva, Andrílio, Oito e os outros precisam chegar a Lacus e ao clã de Andrílio antes que seja tarde demais para prevenir todos. E Eva ainda se deparará com uma surpresa desagradável e inesperada no caminho...

Esse é o ponto de partida da segunda jornada de Eva Nove. Dando sequência a surpreendente e fascinante história de Orbona, Tony DiTerlizzi mais uma vez conquista o leitor com uma narrativa rica e fluida, pontuada de ação e belos diálogos. Revelando uma trama ainda mais rica e detalhada por trás da história de Eva Nove, a garota que sonhava em encontrar seu WondLa, um lugar onde pudesse viver em paz com todos. Com uma sensibilidade própria marcante e um amadurecimento gradual a história ganha contornos ainda mais interessantes com o debate acerca da cidade humana, seus padrões, certo e errado. Através de descrições vívidas e um mundo que a cada capítulo revela mais surpresas Tony DiTerlizzi mostra que é um contador de histórias de primeira, reinventando o planeta Terra nesse futuro fascinante.

Eva Nove é uma protagonista que excede as expectativas, sempre surpreende com suas ações e sua compaixão, sua ligação com tudo e todos a sua volta. O modo que ela amadureceu é diferente, mais sutil e realista. Adorei o jeito que o autor desenvolveu a reação de Eva diante da cidade de Nova Ática e de tudo o que ela presenciou lá. Outra trama que encerrou de forma maravilhosa foi a história por trás das andanças de Andrílio Kitt. Seu retorno para seu clã e tudo o que aconteceu foi maravilhoso. A amizade dele com Eva é uma das mais bonitas que já vi. O autor acerta em cada pequeno detalhe e através de tudo o que eles trocam, vivências, sabedoria, amizades é que o desenrolar da história se dá. O fim deixa no ar o prelúdio de uma guerra devastadora, mas que se evitada pode mudar mais uma vez o planeta antes chamado de Terra, Orbona e seus povos para sempre.

Leitura rápida, intrincada e deliciosa que desenvolve uma trama ainda mais rica e que segue a história de forma única, harmonizando personagens e ambiente como nunca. Tony DiTerlizzi não é só um narrador de mão cheia como um contador de histórias exímio, e essas duas características se unem em WondLa aliada a belas ilustrações presenteando o leitor com uma história criativa, emocionante e fascinante. A edição da (...)

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