Georgina 19/04/2013A Noite MalditaEu adoro vampiros, são de longe meus monstros prediletos. Eles são “o” predador da humanidade por excelência, mimetizam tão bem o ser humano que é bem possível você passar por um deles e dar boa noite sem perceber de quem se trata (isso se ele não estiver com fome, claro). Além do que, o mito sempre existiu espalhado pelo mundo inteiro, “pois os mortos cavalgam céleres”.
Mas infelizmente existe uma enxurrada de livros ruins sobre estes desmortos por aí,então eu fico feliz quando em meio a tantos vampiros domesticados chega algo no mercado como A Noite Maldita, porque não basta ter vampiros num livro para ser literatura vampiresca, não basta dizer “ah, eu sou malvado”; prove-me que você é malvado, prove que você merece essas presas que tem. Mas isso é só um desabafo de uma fã da linha de terror, vamos ao que interessa:
O fato de o livro ter sido escrito depois da saga O Vampiro Rei não o desmerece em nada, só acrescenta um tempero especial, pois você sabe que a noite não vai ter fim enquanto os personagens aguardam a volta da normalidade, das forças armadas, dos celulares e sei lá mais o que. Acabou, não tem mais nada: é cada um por si e um Bento por todos.
E quando o pânico já está instalado por conta do caos nas comunicações, as coisas começam a piorar, para quem lê e para quem está preso nas páginas. Esse é o tom: o desespero, o pânico; não se sabe quem vai levantar e quem vai continuar morto, onde eles estão, quantos são, e isso rende passagens ótimas, de tirar o fôlego... e eu estou fazendo de tudo para não colocar spoilers aqui. A minha vontade é de comentar algumas passagens excelentes, mas não posso, não devo!
Outro fator interessante nos livros de André Vianco, que seus fãs já sabem, mas vale a pena comentar, é a ambientação em São Paulo que conhecemos tão bem. Quando a polícia montada se dirige a algum lugar, você cavalga junto; você conhece também aquele prédio ali que está em chamas, sua localização, arquitetura; então quando passa por lá se lembra da história, imagina a cena se concretizando. E para quem é de fora da cidade, o que posso dizer? Nossa querida São Paulo é assim mesmo: tem piratas no Rio Tietê e vampiros no Horto Florestal.
Agora, realmente o livro deixa um gostinho de quero mais. Eu acredito (e espero) que venha uma continuação por aí; enquanto isso preguem tábuas nas janelas e tranquem bem as portas... só não esqueçam de botar os vampiros pro lado de fora.