Selva concreta

Selva concreta Edyr Augusto




Resenhas - Selva Concreta


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mdudalivros 16/08/2021

Mais um soco no estômago garantido! Edyr Augusto toca em feridas abertas da cidade de Belém que me deixam até com medo de sair na rua e ser sequestrada. Até o famoso ponto turístico, Estação das Docas, é palco para as mais diversas violências e esquemas corruptos. Com diversos ?contos? vivenciados pelo delegado Gil, a história se entrelaça através dos crimes a serem solucionados. Realmente de tirar o fôlego!
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fev 13/01/2021

Talvez Edyr Augusto tenha errado na construção dessas histórias. A essência do autor continua lá, mas as histórias divididas entre as os personagens Gil e o radialista Urubu não ficaram muito agradáveis. Apesar disso o final da última história me surpreendeu. Talvez se o livro inteiro fosse focado somente em uma investigação o livro seria melhor.

Recomendo Pssica que é extremamente pesado e mais profundidade.
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><'',º> 23/10/2020

"Os contos de 'Selva Concreta' estão em intenso diálogo com o clássico esquema do gênero policial, mas completamente deslocado dos seus arquétipos centrais: não encontraremos detetives altamente intelectualizados usando um terno surrado e chapéu usado despreocupadamente como em romances noirs de Dashiell Hammett, por exemplo. Contudo, o elemento noir está ali, por se tratar de histórias que guarda certas camadas de obscuridade, com personagens que se esbarram no meio das diferentes narrativas. Temos nas histórias de Edyr personagens verossímeis que dialogam entre si numa cidade imbricada de ações corruptas que de alguma forma se interligam, seja no sócio que resolve dar fim do outro mandando-o matar num assalto falso, seja no apresentador de televisão que está pouco se importando a respeito do que precisa fazer para conseguir seu furo jornalístico e estar ali na hora exata para cobrir a carnificina da cidade em tempo real com o mínimo de filtro possível, ou do playboy filho de dono de posto, ou de políticos envolvidos com prostituição infantil, ou mesmo no escuso mundo do tráfico de drogas que tem como via de escoamento as festas de aparelhagens que acontecem nos bairros periféricos de Belém. Em todas essas histórias, Edyr Augusto imprime uma velocidade capaz de pegar o leitor desatento pelas pernas e deixá-lo tonto, perdido sem saber o que está acontecendo naquele fluxo absurdamente rápido onde o diálogo sem indicação predomina. Pode ser que a crítica esteja certa em alegar ser essa uma das características únicas do estilo de Edyr, onde o narrador tem espaço mínimo e os diálogos tomam conta de todas as páginas do livro, num fluxo onde o ponto tem função primordial para dar algum ritmo à narrativa. Porém creio que existe nesse recurso algo ainda pouco explicado, como uma espécie de escamoteamento da capacidade narrativa do escritor nortista. Soa, para o leitor que se localiza no tempo-espaço das tramas, que Edyr está falando muito rápido para que você não perceba que ele não está contando a história da melhor forma. E quando digo “da melhor forma” não quero dizer do “jeito certo”, mesmo porque a literatura minimamente de qualidade se faz da inventidade de saber dizer de forma única uma história que somente você saberia contar. Quando me refiro a essa sensação que tive ao ler Edyr, estou falando exatamente do fato de ver potência na literatura do paraense que chegou a receber prêmio literário francês, mas que ainda não encontrou um método adequado para suprimir essa aparente incapacidade de narrar sem necessariamente apelar para o diálogo direto, recurso esse que não dá conta do recado que Edyr está se propondo a falar."

RICARDO SILVA

Trecho da resenha publicada na íntegra em

site: roedordelivros.wordpress.com/2015/10/06/selva-concreta-edyr-augusto/
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iagofelipeh 08/05/2020

Brutal
Ler Edyr Augusto pela primeira vez foi uma boa experiência. Selva Concreta traz a narrativa visceral da brutalidade urbana de Belém e das cidades circunvizinhas. Drogas, prostituição, traficantes, álcool, milicianos, fama e a própria vida como algo efêmero, além, é claro, de colocar em pouco mais de cem páginas boa parte da essência do que é o Brasil, não apenas no Pará.

Sou do interior do Ceará, atualmente moro na capital. Aqui as paradas estão no mesmo nível ou até piores. Mídia oportunista, alarmismo, fake news, facções criminosas, pessoas acima da lei, etc. O livro gira, especialmente, em volta do delegado de polícia Gil que é um cara extremamente problemático, longe de ser um modelo pra ninguém e, muito menos o que se espera de um profissional (embora essa realidade já seja batida); ainda assim, ele é o mais próximo de um "herói" aqui. Mesmo errante, sempre mostra-se disposto a combater os "chefões do crime", ainda mais quando muitos dos casos denotam interesses pessoais dele, geralmente por envolvimento com mulheres.

Um ponto curioso é que a narrativa traz diversos inícios (e algum desenvolvimento em determinados casos, mas nunca uma solução real pra nada) e frusta o leitor posteriormente. Querendo ou não, esperamos algum tipo de "redenção", mesmo que fosse algo trágico ou subversivo. Todavia, não. Além da linguagem não convencional e, ainda assim, extremamente fluida, temos o que citei como parte da obra, no sentido de que a tal "conclusão" é esta mesmo. Já era, não tem o que fazer em muitos casos. Outros que parecem resolvidos para o público, não passam de um início para o novo ciclo de barbárie. Eis o realismo colocado de modo sutil, contudo tão brutal como a violência narrada.

Vale muito a pena a leitura. E sei que, provavelmente, ele tem livros ainda melhores, isso é incrível.
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