LT 15/06/2015
"Quando a aprendiz supera o mestre, é apenas o começo de um grande embate."
Bem, vamos lá! A resenha da despedida da trilogia.
O que dizer sobre A Trilogia do Mago Negro? Me surpreendeu, mesmo!
Trudi Canvan entrou para a minha lista de autores dos quais eu quero todos os livros quanto eu possa ter. Ela surpreendeu, destroçou corações, destruiu pontos de vista, mudou tudo, tudo! Ah, que trilogia fantástica!
"Eu assisti à morte da primeira mulher que amei e acho que não sobreviveria à perda da segunda."
Vou começar relembrando um pouco dos volumes anteriores para que possamos recordar. Os links das resenhas do primeiro e do segundo volume estão acima para quem quiser ler.
Em O Clã dos Magos, somos apresentados aos personagens "principais" (no caso, aqueles que participam de toda a trilogia, mas, a cada livro aparecem outros personagens que vão sendo incluídos com maestria a cada avanço da saga), a sociedade, o estilo de vida, os preconceitos, a estrutura e ou falta dela dentro da sociedade criada pela autora. É um livro que como mencionei na resenha do mesmo, ele é completamente introdutório, as vezes um pouco maçante, todavia, muito bom e vale a pena seguir a leitura.
"Eu sabia que você seria uma influência perturbadora no momento em que o Clã se propôs a ensiná-la. Eles deviam ficar agradecidos por eu tê-la levado para longe."
Em A Aprendiz, acompanhamos a evolução da nossa mocinha, Sonea, aquela que vai bagunçar as opiniões, as estruturas, que vai fazer o mundo certinho e rigoroso dos Magos virarem de cabeça para baixo. É também onde a maioria dos leitores, passa a nutrir um ódio literário pelo aprendiz Regin. O livro é voltado a evolução dos personagens, principalmente de Sonea e te instiga a querer saber mais e mais sobre o Lorde potencial a vilão ou mocinho Supremo, Akkarin. Gente, esse é de longe o meu personagem preferido!
Então, finalmente, chegamos ao terceiro e último livro, aquele que me deixou com uma sensação de vazio pela despedida desses personagens que tanto gostei de acompanhar, O Lorde Supremo. De longe, ou melhor, disparado... esse é o melhor livro da Trilogia! Foi dos três, o livro que eu não consegui largar e quando cheguei na metade, comecei a lê-lo vagarosamente apenas pelo fato de que não queria que acabasse, ainda que quisesse saber como eles chegariam ao desfecho final e minha nossa, valeu muito a pena! Eu o li vagarosamente, porque não queria me despedir dos personagens, entretanto, tenho certeza de que a maioria das pessoas que leram, devem tê-lo devorado rapidamente.
“Você não disse que queria a verdade Sonea...”
Nesse volume acontece tanta, tanta, tanta coisa que você fica se perguntando como a Trudi levou a história a esses pontos? Não, você não adivinha os finais, você não consegue imaginar que seria assim. Nos primeiros livros, você sempre fica na dúvida sobre Akkarin, ele é mocinho ou vilão? Você descobre nesse último volume da saga? Talvez sim, talvez não. Aconteceu um pequeno detalhe muito intrigante e que nem todos os leitores se atem a ele, mas... por que ele não usou o anel? Também não vou contar de que anel falo e ou o motivo para usá-lo. E sim, eu quero deixar vocês curiosos.
O Clã se vê em um problema muito, muito grave. A ameaça que o Lorde Supremo tinha mencionado se prova verdadeira e as escolhas do Clã, os levam a uma posição muito mais perigosa, a impulsividade e necessidade de mostrar que as leis devem ser seguidas, os levam a arriscar tudo. E agora, como vão se salvar? Vão? Ou o mundo vai ruir abaixo de seus pés para sempre?
O romance inesperado, foi na medida certa, nem mais, nem menos e o primeiro envolvendo Sonea que se mostrou forte e verdadeiro.
“- Sonea. Ela estremeceu de susto, então se virou em direção à voz. Akkarin estava à sombra de uma grande árvore de braços cruzados. Ela se levantou apressada e fez uma reverência. – Lorde Supremo.”
Cery, personagem do qual senti muita falta no segundo volume volta neste e arrasa! O moleque das favelas conquistou sua posição e faz o que tem que fazer. Sua paixonite por Sonea o coloca em perigo? Ele superou? Com quem e para quem ele trabalha? Leia para descobrir o desfecho desse que é o melhor Ladrão de Imardin.
Savara, quem é você de verdade? Um ponto falho ficou aí, mas não atrapalhou em nada a história da saga e nem o caminhar do livro.
Dannyl, Tayend e os rebeldes, quem vai ser punido? Quem não vai? Será que o segredo do Embaixador será descoberto? Será que o Clã vai rejeita-lo? O vida cruel!
Rothen e Dorrien, e agora? Dorrien é sempre perfeito e faz o melhor que pode, Rothen, você merece as coisas boas, mas não acho que elas vão vir ainda.
Lorlen e Akkarin, que amizade linda, e que cena final de vocês dois juntos, incrível! Vou me ater a comentar.
O Rei, no fim das contas, gostei do pouco que vi dele, não fugiu e ficou ali para o que der e vier, com certeza ele teve surpresas grandes - rs.
Os vilões, perfeitos! Na medida certa, com a dose de loucura adequada, com a falta de empatia para com os demais e de piedade adequados, psicopatia total! Quem são os vilões? Estão eles dentro de casa ou vieram de fora? Não conto - rs.
“Quando o escudo passou sobre ela, Sonea agarrou o pedaço de madeira, levantou-se e fez um corte na parte de trás do pescoço da mulher. A mulher começou a se virar, mas Sonea havia antecipado isso. Ela pressionou a outra mão contra a ferida e concentrou toda a vontade em extrair energia para dentro de si tão rápido quanto possível”
Um detalhe sobre Trudi Canavan: ela não tem o menor apego pelos personagens e o sangue rola solto. Isso é destroçam-te, mas mesmo assim, a história é muito boa.
São tantos, tantos personagens e tanta coisa que aconteceu, mas não quero soltar spoilers e por isso, falei bem superficialmente sobre o livro. E para encerrar sem spoilers, o que posso dizer a vocês é que o livro, O Lorde Supremo, não é nada do que se esperava, as especulações que criamos nos primeiros livros caem por terra - algumas não, é surpreendente e você se vê preso a cada virada de página, a cada linha e em alguns momentos você se pega resmungando durante a leitura: "Ah, não!", "Nãoooooo!", "Não acredito!", "Como a Trudi pôde?".
Nem sempre tudo que parece é, as vezes, o mal pode estar disfarçado de bem e o bem... de mal. Mas como diferenciá-los? E você pode receber um presente no fim da tempestade.
Eu chorei com esse livro, xinguei, senti dó, compaixão, sorri feito boba, senti raiva, enfim, literalmente viajei para Sachaka, para o Clã dos Magos, para as favelas, para Elyne, para cada linha desse livro. Não me conformo com o final, não mesmo! Todavia, ele se encaixou perfeitamente em tudo e ainda que eu não o aceite bem, ele foi bonito. Mas, a batalha poderia ter uma enfase maior. O fim da trilogia me deixou com gostinho de quero mais. Eu soube que a autora publicou a um bom tempo uma nova trilogia que é um Spin-off desta e que eu almejo muito ler, mesmo que quando terminei a leitura eu tenha dito que nunca mais queria ler um livro dessa insana da Trudi Canavan, na verdade, eu quero, e quero muito! Será que a Novo Conceito vai lançar aqui no Brasil? Eu espero que sim, nos outros países já foi lançado faz tempo, espero que venha para nós também. Não é uma continuação, quer dizer, de certa forma é, porém, vai nos apresentar o Clã vinte anos mais tarde e contar a história de um personagem que estou louca para conhecer.
As capas de toda a trilogia são lindas! Mas, existem alguns errinhos de digitação - nada grave, não atrapalha a leitura- , porém, a editora poderia ter um pouco mais de atenção no processo de revisão.
"Ás vezes, vale a pena correr alguns riscos."
Bem, é isso. Me desculpem por deixar um monte de perguntas e não contar praticamente nada, mas ou eu fazia desta forma ou dava spoilers que podem estragar a leitura de quem for ler. Ah, se alguém decidir ler e quiser conversar sobre pós-leitura, fico à disposição.É terrível não ter com quem falar sobre o fim dessa saga pelo fato de não poder revelar spoilers a potenciais leitores.
Obrigada por lerem até aqui e até a próxima!
Resenhista: Ana Luz.
site: http://livrosetalgroup.blogspot.com.br/