Kamilla 08/11/2016Simplesmente maravilhoso!Max é um garoto diferente dos outros, que vive no mundinho particular dele, não gosta de abraços e beijos, de interagir com outras crianças e nem nada do tipo. O livro não nos diz de fato o que o Max tem, mas pelos comportamentos nos dá a entender que ele é um menino autista. E como ele não brinca com outras crianças e sempre fica em dúvida, por exemplo nunca sabe o que escolher as coisas, pra ajudar ele nisso, ele criou um amigo imaginário, o Budo. No entanto pra ele, obviamente, o Budo é real (e pra mim também ❤)
Tudo acontecia normalmente na vida do Max (e Budo), exceto que ele estava conversando muito com a Sr. Patterson, que é uma professora da escola deles. E não contava ao Budo o quê. Até que um dia, numa sexta-feira o Max some.
E só o Budo sabe quem sequestrou o Max, ninguém mais.
"Eu sou o Budo e o Max é o meu amigo, e sempre houve apenas uma coisa a fazer: a coisa certa"
Vocês já devem imaginar pela meu resumo quem sequestrou o Max, é uma das coisas que ficamos sabendo no inicio do livro. O importante em si não é isso, mas o que isso acarreta na vida do Max, queria poder comentar mais sobre, no entanto não farei porque sei que soltarei spoiler.
"Monstros são sempre ruins, mas monstros que não andam nem falam como monstros são os piores."
O livro é todo narrado em primeira pessoa pelo próprio Budo e isso foi uma sacada maravilhosa do autor, pois conseguimos visualizar várias coisas, como os pais do Max, os professores, colegas do Max, dentre outros. Há algumas partes que o Budo se mostra um pouco egoísta, pensando nele, porque como ele é imaginário quando o Max se esquecer dele, ele sumirá. E ele não quer sumir, ele tem muito que isso aconteça. Mas ele aprende, pessoas... ah, ele aprende...
Esse livro tem uma ideia bem bacana, uma capa mais bacana ainda, mas é bem mais que isso. Ele tem uma história encantadora, que emociona o leitor (sim, eu chorei muito com o final), que nos deixa aflitos, indignados, apaixonados e querendo ter um amigo imaginário.
Ainda sobre a fantasia e realidade elas são tão críveis que surpreende o leitor, não existe só o Budo de amigo imaginário na história do autor, no decorrer da leitura conhecemos vários, alguns inclusive são de suma importância para história e cada um tem sua peculiaridade. Por exemplo, existe o Oswald, o gigante, que é o amigo imaginário mais alto que o Budo já viu e que é amigo de um adulto e o único que consegue tocar e apertar em objetos "reais". No entanto, em momento nenhum no decorrer da leitura eu fiquei com impressão que estava lendo uma fantasia, algo irreal, mas sim algo normal, como se fosse realidade. Um pouco confuso isso? doido? Não sei, sinceramente, mas o autor nos colocou tudo de tal forma que nos jogamos na leitura e esquecemos do mundo.
Sobre os personagens: O Max em si é encantador, com o jeitinho singular dele nos cativa e nos faz torcer por ele. O Budo é incrível, quero muito um amigo imaginário que nem ele! Os pais do Max são amorosos, não entendem bem o filho, mas o amam incondicionalmente.
Sobre capa/diagramação: A capa é linda, no entanto encontrei alguns errinhos no decorrer da leitura, mas nada que me fizesse largá-la (do jeito que o livro me fisgou, ia ser difícil mesmo haha). O espaçamento da fonte é ideal e a fonte não é de um tamanho agradável pra ler.
Comentário final: Sei que a minha resenha não faz jus ao livro, porque ele é muito bom. Então se tiverem oportunidade de lerem esse livro, façam. Porque vocês vão adorar!
site:
http://www.lendoeapreciando.com/2015/08/resenha-memorias-de-um-amigo-imaginario.html