Gislaine 21/07/2016[RESENHA] Bem profundoEnvolvente e atrevido... Essas são as palavras que pra mim definem “Bem profundo”.
Portia da Costa trouxe nessa história o universo do prazer feminino. Numa linguagem direta e sem pudor, a autora expõe o sexo na vida de sua personagem, sem que chegue a vulgaridade. Mas de forma muito caliente e explícita.
O livro se encaixa perfeitamente no gênero romance erótico, as cenas vivenciadas na pele (literalmente) da personagem Gwendolynne Price, são realmente picantes, e busca mexer com a imaginação de quem o lê. Gwen é Bibliotecária, e se sente uma mulher realizada profissionalmente. Trabalha na biblioteca municipal de uma pequena cidade na Inglaterra, onde possui credibilidade no desenvolvimento do seu serviço, tanto com o seu superior, quanto com os seus usuários, que a consideram uma ótima profissional.
Após se separar do marido, Gwen tenta retomar a sua vida da melhor forma, lidando com a frustração de um casamento falido e aceitando o fato de que a relação não terminou da melhor forma. Diante de tudo isso, ela vive num período de transição, sem saber ainda que rumo dará a sua vida.
"Não que eu tenha deixado recentemente que qualquer desses animais ponha suas patas em mim com grade frequência. Desde o meu divórcio venho resistindo e dando preferência à qualidade, e não à quantidade de sexo..."
A personagem protagonista é uma mulher de 30 anos. Trabalha, passa por problemas, tem dúvidas, medo, desejo como qualquer pessoa. Uma mulher fisicamente comum, curvilínea ou "cheinha", como ela mesma diz, quebra um pouco o paradigma de que mulher pra ser bonita, tem que ser magra. Esse foco dado pela autora faz com que a personagem se aproximasse mais da leitora comum. Evidenciando de que ela também é bonita, deve se sentir sexy, bem como ser o alvo de desejo de outro alguém.
Gwendolynne é responsável por diversas atividades na biblioteca, dentre elas esta a coleta das correspondências na caixa de referência, com sugestões e reclamações deixadas por seus usuários. Mas algo começa a tirar a tranquilidade dos seus dias de trabalho, cartas de um admirador secreto, que se identifica apenas como Nêmeses, comprova de que ele é um frequentador da biblioteca, porém, ela não tem ideia de quem possa ser. O que aumenta o clima de suspense e sedução.
O conteúdo das cartas é um misto de obsessão e sensualidade, fazendo com que Gwen sinta medo do seu admirador, por considerar a possibilidade de que seja um psicopata. Mas ao mesmo tempo se sente cada vez mais atraída pela forma com que ele a vê, e pelas coisas que diz. Fazendo-a embarcar num jogo de mistério e sedução, e mergulhar na descoberta da mulher que realmente existe dentro de si.
"Enquanto a respeitável bibliotecária Gwendolynne me critica por ser de uma burrice indizível e ter começado tudo isso, a Gwen candidata a libertina e sensualista sorri por dentro e pensa "Uhuu! Ai meu Deus! Ai ai ai!"
Gwendolynne é narradora da história. O leitor tem contato com as conversas que ela tem consigo mesma, os sentimentos que surgem em relação a essa nova situação, e o desejo que a tem levado a fazer coisas que até mesmo ela duvidava. Algumas cenas são engraçadas, bem cabeça de mulher que pensa em mil e uma coisas, as vezes tira conclusões precipitadas, come porcaria e depois se preocupa com o peso, enfim... mulherzices.
O foco do enredo como disse no início do texto, é o prazer feminino, mas isso através da libertação da imaginação, do desprendimento de pré-conceitos, dando asas a imaginação. A autora utilizou de um cenário e personagem que faz parte do fetiche de muita gente, as bibliotecas e suas bibliotecárias.
Tirando toda a parte dramática da história, que pra mim foram desnecessárias, o livro é divertido, pode ser um bom passatempo para quem gosta do gênero, ou quer ler algo mais hot. Fica aqui a dica.
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http://www.quatromulhereseumlivro.com.br/2016/07/resenha-bem-profundo-portia-da-costa.html