Tamires 28/03/2017Ei! Tem Alguém Aí?Jostein Gaarder, escritor norueguês muito famoso pelos livros O Mundo de Sofia e O Dia do Curinga (ambos maravilhosos), é autor de uma vasta obra de romances e contos filosóficos, altamente recomendados para o público infanto-juvenil.
Suas histórias inspiram-nos a pensar e a sempre buscar respostas. No livro Ei! Tem alguém aí?, ele fala sobre a evolução de uma forma tão simples e tão verdadeira que a história poderia facilmente servir como material de apoio para os estudos iniciais de biologia ou ciências. Acredito que muitas escolas podem até adotá-lo, mas seria ótimo se todas as crianças tivessem acesso a esse tipo de literatura desde cedo. Além da evolução, ele aponta para a possibilidade de não estarmos sozinhos no universo.
“Mika: uma espécie de Pequeno Príncipe que, ao encontrar Joakim, acha que está vendo um menino de outro planeta. Joakim: um menino de oito anos que, ao encontrar Mika, simplesmente não acredita no que está vendo. Eles são muito diferentes, mas muito parecidos. Mika e Joakim passam 24 horas juntos. Remam num barquinho, escalam uma montanha, comem panquecas, olham um álbum de fotografias, conversam muito sobre a vida e acham que tudo o que estão vivendo só pode ser um sonho. Talvez sim, talvez não.” (contracapa)
Um ponto marcante dessa história é a valorização da pergunta. As crianças são cientistas por natureza, muito curiosas e dispostas a desbravar os segredos do universo todos os dias, mas esse caráter vai perdendo-se ao longo dos anos, muito pela falta de paciência de nós, adultos. O pequeno alienígena faz uma reverência a cada pergunta inteligente, hábito rapidamente incorporado por Joakim. Confesso que tenho feito reverências mentalmente a cada pergunta interessante que ouço ou leio.
“A resposta é sempre um trecho do caminho que está atrás de você. Só uma pergunta pode apontar o caminho para a frente.”
Apesar de recomendados para crianças e jovens, os livros de Jostein Gaarder são uma ótima leitura também para adultos. Afinal, todos temos dentro de nós aquela criança curiosa adormecida. É só deixa-la sair.
“Às vezes as pessoas dizem que tiveram ‘um dia comum’. Isso me deixa meio aborrecido, porque não existem dois dias iguais. E nós também não fazemos a menor ideia de quantos dias de vida ainda temos pela frente!”
“Lembrar de um sonho é quase tão difícil como agarrar um passarinho na mão. Mas, às vezes, parece que o passarinho vem pousar no ombro da gente de livre e espontânea vontade.”
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