Milla 18/12/2012www.amorporclassico.comCuco tem sido um mistério para mim desde que eu o recebi. Por ser um trhiller, fiquei bem curiosa para ler, mas fui inconscientemente adiando a leitura. Confesso que decidi ler apenas porque queria fazer uma promoção e isso não é honesto, mas logo de cara fui arrebatada pela trama de Julia Crouch.
Narrado em terceira pessoa e de uma forma que devo reconhecer que é muito envolvente, Cuco conta a história de Rose, uma mulher que, após muitas dificuldades, está enfim conseguindo colocar sua vida em ordem com seu marido e suas duas filhas numa casa no campo. Ao receber um telefonema de sua melhor amiga Polly, ela descobre que esta ficou viúva e a convida para vir com seus dois filhos passar uma temporada em sua casa.
Polly, uma ex estrela do rock, sempre foi muito peculiar, mas é na convivência que Rose começa a se dar conta que estava enganada sobre a sua melhor amiga. Segredos e mistérios envolvem a amizade de Rose e Polly e aos poucos Rose percebe que está perdendo espaço dentro da sua própria casa e família e que não pode confiar tanto assim em Polly.
Acidentes e incidentes terríveis começam a acontecer depois da chegada da viúva, mas Rose não tem forças para colocar Polly para fora.
UAU e AFF! Duas palavras para definir o que senti lendo Cuco.
Geralmente não gosto dessas frases que ocupam o lugar de subtítulo na capa do livro, acho muito apelativo. Mas com certeza a frase "seu primeiro erro foi convidá-la a entrar..." cabe muito bem ao contexto do enredo de Cuco.
Logo de cara, senti uma profunda antipatia por todos os personagens e talvez a única que tenha realmente me cativado foi a Anna, mas isso não veio como um ponto negativo. Polly é o tipo de mulher que você sente a energia ruim à primeira vista. E a cada atitude dela eu ficava com mais ódio. Rose é volúvel e achei-a uma fracassada com sua insistente tentativa de acolher a todos e buscar a perfeição. E Gareth... Nem sei o que dizer sobre um homem com alterações de humor, com um comportamento chato, que claramente não valoriza a esposa e não tem papel nenhum dentro de casa.
Apesar de personagens com características ruins, eles são bem construídos, os laços, os acontecimentos, as implicações e tudo mais. Rose é fraca e, apesar de estar vendo seu lar se destruir, ela ama a amiga e não sabe como colocá-la para fora, isso foi mostrando que ela também tinha seu lado insano regando a muito vinho.
A trama tem pontos altos, as ameaças subentendidas de Polly, a obscuridade do passado de Rose e as mudanças repentinas do Gareth. Além do aviso de todos: mande-a embora (eu também repeti muito isso para a Rose, mas ela não me escutava).
O enredo é eletrizante, mesmo com muito sono eu não conseguia largar o livro porque eu queria entender tudo aquilo e ver se a Rose não ia tomar uma atitude. Mesmo odiando cada um dos personagens e suas atitudes burras e ridículas, eu simplesmente esperava que tudo terminasse bem. Algo que me incomodou foi que em todas as cenas os personagens bebiam um cálice de vinho e isso era um absurdo porque Rose ainda estava amamentando sua filha mais nova.
E o desfecho... Nada do que eu esperava, mas algo que eu achei tão encaixado e que só comprovou minha opinião anterior sobre a Rose e manteve a Polly como a superior.