Maria5792 10/03/2013Não tão bom assimPalavras não descrevem direito o que eu senti pelo livro. E, infelizmente, isso não é um bom sinal.
Vou começar falando da autora, porque Sophie Kinsella para mim é uma espécie de Diva! É Meg Cabot nos EUA e ela no Reino Unido! Essa mulher é imbatível em suas comédias românticas inteligentes, seu humor é ácido e dá pra se identificar com algumas situações e/ou pensamento dos personagens. Eu já li todos os livros da série Becky Bloom e recentemente li também o Menina de Vinte, e tenho muitos elogios a tecer sobre eles.
Agora, posso dizer que Fiquei Com Seu Número me decepcionou. E muito. Essa foi a história mais sem pé e sem cabeça que eu li até agora. A começar pelo nome da personagem, Poppy, é, é nome e não apelido. Quem em nome de Deus coloca o nome da filha de Poppy? Nunca pensei que fosse gostar tanto do meu nome quanto gosto agora.
Mas tudo bem, deixando o nome de lado, vamos para as outras características. É narrado em primeira pessoa e podemos acompanhar a linha de raciocínio da personagem, o que me fez gritar várias vezes, porque ela me deixava ultrajada! A cada três linhas me dava vontade de entrar no livro e dar uns tapas tipo: Acorda! ,Para a Poppy, porque ela é, no mínimo, insana!
Antes de começar a falar mal, quero dizer que em algumas situações nós podemos até nos identificar, mas não em todas, e definitivamente fazer as coisas que ela fez! Queria poder dizer que a Poppy é divertida e bem animada, mas lá no fundo, ela esconde uma insegurança enorme que acaba por deixa-la reprimida.
E sobre a família Tavish? Uns loucos! Mas uns loucos bem legais! No começo você acaba se perguntando: Qual é a deles? Porém, lá no final dá pra entender melhor que a maioria das situações era por causa do pensamento inferior que a Poppy tem de si mesma.
Vi que na maioria das resenhas desse livro, o pessoal deu como 5 estrelas, o que significa que eles entenderam o livro. Contudo, como eu não entendi ou melhor, como não absorvi o que a Sophie queria me passar com esse livro, dei apenas 2.
E o pior é que esse livro me prendeu, eu comecei a lê-lo 23:00h e terminei as 6:00h, e eu acho que o motivo foi que eu ainda não estava acreditando no absurdo que estava lendo. Eu não estava conseguindo acreditar na burrada que a Poppy estava fazendo durante as 462 páginas.
Eu quero deixar claro que uma das marcas registradas da Sophie é fazer com que as protagonistas se metam em um monte de confusões absurdas e resolvam tudo no final. Mas dessa vez ela se superou, e não foi no bom sentido.
Na maioria dos livros que eu leio eu pego alguma raiva da protagonista, e esse não foi diferente. Poppy entrou no ranking das piores protagonistas que eu já li. Ela é impulsiva (para alguém tão esperta!), gostar de dar lição de moral nos outros, é intrometida (e muito!) e toma as piores decisões possíveis. E ela era tão, mas tão estúpida! Ela não conseguia enxergar o que estava bem na cara dela!
Só pra constar, eu dei umas boas risadas com o livro e isso aconteceu porque, nesse caso, seria trágico se não fosse cômico. E eu to me segurando para não soltar um spoiler.
Sobre os outros personagens...o que tenho a dizer? Magnus no começo do livro não fedia nem cheirava para mim, mas a medida que as coisas iam acontecendo e eu ia percebendo as situações, eu criei uma raiva enorme dele, mais até do que da Poppy. E eu acho que qualquer pessoa racional ou com um mínimo de bom senso teria raiva também.
Sobre o Sam...ah Sam, ele não é o tipo de mocinho convencional, mas em minha opinião a Sophie devia ter se arriscado um pouco mais a escrevê-lo, porque mesmo não sendo convencional, eu não vi muita originalidade nele. Ele era agradável? Na maioria das vezes, mas eu sinto que não consegui me aprofundar – muito – em quem É o Sam. Os diálogos entre os dois eram...normais? Ou o mais próximo disso nesse livro e ficou logo na cara que eles iriam ter algo um pelo outro.
Pois é, uma coisa que me deixou chateada com esse livro foi a previsibilidade. Eu já sabia as coisas que iriam acontecer, principalmente com as atitudes ridículas da Poppy. Pelo amor de Deus, ela tem mesmo 29 anos?
Acho que, para tentarmos entender esse livro, seria necessário uma espécie de universo alternativo, onde as pessoas são totalmente diferente de nós, e aí tentaríamos encaixar alguma coisa.
Para concluir, tenho que dizer que espero que a Sophie me surpreenda – de forma positiva – no próximo livro dela.
E que se você quer apenas se entreter e se divertir então... é, nem para isso. Porque tem muitos melhores para se divertir e passar o tempo. Espero que alguém que já tenha lido o mesmo, tenha entendido alguma coisa. Porque eu terminei o livro de boca aberta e olhos arregalados, tentando entender o QUE a Sophie queria passar para a gente.
Mas por favor, não desanimem! Leiam os outros livros da Sophie, que vocês irão gostar bastante!