Goth0 09/02/2012
As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica
Há tempos eu procurava um livro nesse gênero, que tratasse da mitologia nórdica de uma forma mais dinâmica e envolvente, quanto a isso As Melhores Historias da Mitologia Nórdica não fica devendo em nada.
O livro é bem completo, obviamente não teria como resumir a mitologia nórdica em apenas um livro, mas a escolha das historias foi bem feliz, Começa com a criação do mundo e termina no Ragnarok, a última batalha. Sendo uma boa parte do livro dedicada ao conto do anel dos Nibelungos, que inspirou tanto Tolkien, em relação a isso, eis algumas das muitas semelhanças que encontrei:
1 - A estratégia que Siegfried usou com o dragão é bem parecida com a de Turin Turambar.
2 - O fato do anel ter que retornar para onde tudo começou para por fim a sua existência (lago das ninfas/montanha da perdição)
3 – A existência do próprio anel e seu caráter maligno.
4 – A excelência dos anões como artificies.
Portanto quem é fã da obra de Tolkien não ficara desapontado.
Quando aos Deuses nórdicos, para a minha surpresa, eles são bem humanos, cheio de qualidades e defeitos (o orgulho de Odin, a inveja de Loki, a vaidade de Freya, etc) e até aparentemente mortais. As historias são divertidas e o modo em que são narradas até um pouco escrachado, isso não sei dizer se é devido ao próprio teor das historias ou se tem o dedo dos autores na hora de narrar. Quanto a narração, achei que em alguns momentos faltou um pouco mais de seriedade e um “que” de épico para deixar as coisas mais emocionantes, palavras como “bobo”, “idiotinha” são usada nos diálogos o que não soa muito bem saindo da boca de grandes deuses e Heróis.
Enfim, recomendo esse livro às pessoas que, assim como eu, sabiam pouco sobre a mitologia nórdica. Aqueles que querem algo mais complexo talvez possam se frustrar um pouco. Mas a leitura desses mitos foi muito prazerosa. Dei risada com a dupla Loki e Thor, fiquei angustiado com o drama de Siegfried e brunhild, sem contar que algumas historias são verdadeiras lições para serem guardadas. Doravante, irei olhar a mitologia nórdica com olhos diferentes. Foi o que eu considero uma leitura completa!
“O deus dirigiu-se, imediatamente, para as terras de Suttung.
Já ia a meio do caminho, quando passou por um campo onde havia nove homens ceifando. Eram os lavradores de Baugi, o irmão de Suttung. Odin percebeu, logo, que as foices que eles usavam estavam completamente cegas.
- Ei, campônios, não querem amolar as suas foices? - disse ele, com um grito.
- Oh, sim! claro que queremos! - responderam, aliviados.
Odin não levou muito tempo para torná-las tão afiadas como eram no dia em que saíram da forja, graças à sua afiadíssima pedra de amolar.
- Esta sua pedra é mágica! Dê-a para nós! - exclamou um deles.
- Claro, aqui está - disse Odin, lançando-a para eles.
Imediatamente, todos se precipitaram para apanhá-la. Na confusão, entretanto,
foram com tanta gana à pedra, que se engalfinharam numa briga tremenda, terminando todos estendidos no solo com as gargantas cortadas.”