Thananda 15/07/2019
Kelsey entre a cruz e a espada
Hoje não tem resenha fofinha. Já deixo o aviso que nos parágrafos abaixo eu darei alguns spoilers pois são inevitáveis por conta de algumas críticas que preciso por pra fora. Dado o aviso, vamos lá.
O livro não perde o embalo do segundo volume, e nas primeiras páginas já começa bem tenso, com Kelsey em pânico pois apesar de ter conseguido salvar Ren das mãos de Lokesh com a ajuda de Kishan, o amado não se lembra dela. Pra piorar, além da estranha amnésia, ele sente uma terrível repulsa só de estar no mesmo ambiente com a moça.
#tenso
Mesmo numa situação aterradora e por diversas vezes constrangedora, Kelsey não se dá por vencida e faz de um tudo para tentar recuperar as memórias perdidas e o amor de Ren.
No começo ele até tenta, mas pense comigo: de repente aparece na sua porta uma pessoa na qual você nunca viu na vida falando várias coisas sobre você, inclusive que é seu(a) namorado(a) e querendo te empurrar goela abaixo um relacionamento que pra você nunca existiu. Como bizarrice pouca é bobagem, pra piorar, toda vez que esta pessoa tenta se aproxima de você, você sente um pavor inexplicável, uma repulsa gigantesca e até mesmo dores físicas. Você aceitaria numa boa?
Nem fu....
E é nesse clima que por várias vezes na história Ren termina de novo e de novo com Kelsey, deixando-a cada vez mais com o coração devastado, chegando ao ponto de que nem ela aguenta esse jogo de puxe/empurre e resolve abrir mão de Ren mesmo o amando profundamente.
Aí você pensa: vai fundo Kishan, essa é a sua hora de brilhar!
Sim, Kishan como um cara esperto e versado nas artes ninjas da conquista, faz sua jogada e chega junto da morena, mas não é nada como a gente imagina, pois pasmem, ele é um perfeito cavalheiro, que vem comendo pelas beiradas, dando o tempo necessário para Kelsey se recompor e mostrando que mesmo em desvantagem, ele a entende perfeitamente. Apesar de arriscar um namoro que é considerado caso perdido, Kishan vai à luta e mostra que veio pra vencer. Vai que cola?
#gadod+
Só de não ter avançado que nem urubu na carniça Kishan já tem minha simpatia.
Um romance com o irmão mais novo já era 100% previsível a essa altura do campeonato, e apesar de ficar claríssimo para todo leitor qual será a escolha final de Kelsey, não tem como a gente não ficar torcendo pela felicidade de Kishan junto da amada.
Tudo isso porque o Ren é um grandessíssimo filho duma p***, um verdadeiro pé no saco na maior parte do tempo. É muito ranço pra um príncipe só.
Mas Nanda, como você pode falar isso desse moço tão bonito?! Não vê que o coitadinho está doente e Etc e Patati Patatá....?
Se fosse só a amnésia, belê. Acontece que as pesadas investidas de Kelsey para reconquistar Ren em algum momento surtiu efeito e ele mesmo sem lembrar do passado se apaixona perdidamente por ela.
Isso seria muito lindo, se Ren não tivesse mostrado seu lado patético num momento tão delicado.
Ren é um cara possessivo, indeciso, infantil e beira o agressivo quando não ganha o que quer, agindo como um princepezinho mimado que ele é, chegando muitas vezes a humilhar Kelsey como se ela fosse a mais baixa das vagabundas sempre que está em desvantagem.
Isso me surpreendeu na leitura, pois A Viagem do Tigre mostra que por baixo da armadura brilhante de um príncipe sempre pode ter um bicho bem feio, chegando ao cúmulo de Ren dar um chilique descomunal e ameaçar de forma bem hostil o emprego de Niilima caso Kelsey cortasse o cabelo só por que ele gosta dela com cabelos compridos.
Véi, na boa.... O cara vira o cão na sexta 13 por causa de....cabelo?
E num momento em que ele deixa bem claro que não quer ter nenhum relacionamento com a Kelsey? Com tanta coisa mais importante que isso pra resolver?
Se decide, porra! Ou caga ou sai da moita!
Em contrapartida, Kishan é a personificação do namorado perfeito, respeitando o espaço e os desejos de Kelsey, deixando claro o que quer e como quer mas sempre respeitando limites. Um verdadeiro Homão da porra.
Palhaçada de Ren a parte, A Viagem do Tigre mantén o ritmo dos acontecimentos de forma alucinante e com pouco espaço para descanso entre uma luta e outra. O que eu senti falta mesmo foi de Lokesh, pois esse volume foi 99,9% focado do trio e não houve intervenção do vilão principal nas missões. Mesmo nos volumes anteriores ele é pouco citado ou aparece de fato, mas em A Viagem do Tigre ele praticamente some da narrativa.
Porém no pouco que ele aparece ele arrepia. Seu foco para com Kelsey mudou, e Lokesh começou a mostrar um interesse um tanto...doentio na garota. Algo previsível na minha opinião, mas que não atrapalhou em nada, pois deu ao safado um motivo a mais para atormentar os príncipes de forma mais convincente.
A Viagem do Tigre te leva da tensão à raiva, aos momentos 'iti malia', às gargalhadas, tudo de uma vez, e nos prepara para as trevas que com certeza vão dominar no quarto livro( e a gente sabe que vai dar muuuuita merda), inclusive já tenho em mãos e não vejo a hora de começar.
Recomendo :)