spoiler visualizarThata 16/02/2024
A Rizzoli do livro é tão diferente e tão familiar ao mesmo tempo. Por ser a primeira história dela, ainda é uma policial verde, com bons instintos, porém que se deixa levar pela emoção e pela autocomiseração. Por ser a única policial feminina do departamento e por ser a única filha numa família com meninos, ela tem uma autoimagem deturpada e baixa autoconfiança, o que acaba trazendo problemas para seu trabalho e difícil convivência com os colegas.
Aqui conhecemos seu arqui-inimigo, Hoyt, que também é muito diferente da série. Ele é um homem médio, comum, sem grande inteligência e maquinação como na série. Ele é mais um coadjuvante que acabou tendo que substituir o principal, e se viu derrotado por duas mulheres fortes, que o colocaram em seu devido lugar.
O livro, apesar de ser um livro da série Rizzoli e Isles, é mais focado no Moore e na Catherine, contado do ponto de vista deles e a relação que vai florescendo entre os dois.
O caso é interessante, e a maneira como é revelado é diferente também. Nos 30%, já parecia que o livro estava encaminhando para o final, quando ainda tinha muita coisa pra acontecer.
Tess escreve muito sobre violência contra mulheres, e tem horas que o livro chega a dar um aperto no estômago, pela qualidade gráfica da narrativa e a desesperança que os personagens muitas vezes sentem, que acaba passando pelas páginas pra gente também.
É um livro difícil de ler, mas muito bom. É um dos meus favoritos da vida, e Tess é uma das minhas escritoras favoritas, justamente por trazer o horror do nosso cotidiano feminino pra dentro de suas histórias, por nos trazer tantas mulheres fortes e resilientes, nos mostrando que, mesmo em meio a tanto horror, ainda somos capazes de florescer.