Naty__ 26/08/2013Private “Private. Privado. Confidencial. Quando você vê essas palavras numa porta, quer saber o que tem do outro lado. Quando as vê num envelope, imediatamente tem vontade de abri-lo”.
Private é a primeira obra que leio do autor James Patterson. Confesso que a propaganda no livro parece um tanto quanto duvidosa: “as páginas viram sozinhas”. Não, não é nada enganosa. Patterson nos convida a conhecer a Private, uma agência de investigação. A agência pertencia ao pai de Jack Morgan, Tom Morgan, um presidiário e que foi morto com uma facada no fígado, numa emboscada, ainda preso. Tom chamara Jack para uma conversa franca e deixou a agência como herança para ele. A agência com filiais em diversos países tem um poder de investigação apurado. Todos os equipamentos de alta tecnologia estão disponíveis para os investigadores.
Jack é ex piloto da Marinha e passa por um momento traumático num resgate. Vários amigos machucados, prestes a morrer e ele resgata um amigo que não resiste e, então, Jack se culpa por aquela morte. Por, possivelmente, ter resgatado um morto ou por ter deixado morrer. Essas dúvidas atormentam as lembranças de Jack, tiram seu descanso e ele não consegue se livrar dos pesadelos.
“Meus sonhos não eram exatamente idênticos, mas sim variações do mesmo tema perturbador. Havia uma explosão: às vezes era uma casa, noutras, um carro ou um helicóptero. Eu sempre carregava alguém para longe do fogo em direção a uma área segura: Danny Young, Rick Del Rio, meu pai ou meu irmão gêmeo. Às vezes a pessoa em meus braços era eu mesmo”.
O livro aborda a investigação de três casos, um deles trata do assassinato de uma grande amiga e ex namorada de Jack, Shelby. Shelby casara-se com um amigo de Jack, Andy, em que foi apresentado por ele mesmo. O culpado se volta em torno de seu esposo, porém, Jack faz de tudo para provar que seu amigo não seria capaz disso e procura desvendar o caso que tirava seu sono e lhe causava tristeza.
“Ele levantou a cabeça e olhou para mim, seu rosto redondo estava muito pálido, os olhos injetados, os óculos tortos. Seu rosto e suas mãos estavam ensanguentados. Quando falou, a voz soou trêmula: - Alguém matou Shelby. Atirou nela assim, sem mais nem menos. Você tem que descobrir quem fez isso, Jack. Tem que encontrar o desgraçado que matou Shelby. Em seguida, meu melhor amigo desabou e chorou como uma criança. O mais difícil era que eu também tinha visto Andy chorar quando era um menino”.
Jack, além de ter dificuldades para dormir com seu trauma, devido ao resgate no Afeganistão, constantemente é ameaçado de morte. Seu telefone dispara a tocar no meio da noite e, então, uma voz ameaça-o de forma assustadora, porém costumeira.
A obra aguça nossa curiosidade. É um livro para sentar e ler num dia só. Contudo, pela multiplicidade de caso a serem resolvidos, muitas vezes os detalhes acabam passando despercebido. Os personagens ficam meio sem graça, com tantos casos e poucas informações sobre os agentes. A trama destaca apenas Jack e Justine, mas os outros ficam de escanteio, sendo que poderia levar em consideração o papel importante que cada um fez para solucionar os casos. Mesmo assim, a obra não deixa de ser ótima e merece ser lida.
Natalia Araújo - Desbravadores de Livros