P. M. Zancan 30/04/2012
Os EUA a beira de um conflito sem precedentes...
O Espião, lançado recentemente pela editora Novo Conceito, apesar de ser o primeiro publicado no Brasil sobre o detetive Isaac Bell, é o terceiro de uma série sobre este detetive. Isto, contudo, não traz qualquer problema ao leitor. Como em “O Código Da Vinci”, de Dan Brown, os personagens são descritos do zero, tornando desnecessária a leitura prévia dos livros anteriores, assim como fatos e referências abordados (presumivelmente) nos livros anteriores, são explicadas.
De inicio, devo reconhecer que este livro me surpreendeu, mas não do modo como imaginei. (...) diferente de Sam Spade (de “O Falcão Maltes”), Isaac Bell, com seu terno branco e seus cabelos e bigode loiros, é apresentado como elegante, abastado, bem instruído (reflexos de sua genealogia), forte, destemido e fiel a sua noiva, a cineasta Marion Morgan. Em resumo, um “herói perfeito”. A agência de detetives de que faz parte, diferente do humilde escritório de Spade, é um conjunto de escritórios impecavelmente equipados e espalhados por praticamente todos os cantos dos EUA. Tal estrutura é justificada devido aos serviços de investigação prestados pela agencia de detetives Van Dorn ao governo, antes da formação do FBI (em julho de 1908).
O livro inicia, em março de 1908, com (...) um assassinato, “camuflado” como suicídio, de um cientista americano, (...) orquestrado pelo “Espião”. (...) A seguir, a filha deste cientista contrata a agencia Van Dorn para investigar o suposto “suicídio” e, se possível, desmenti-lo. Ate aí, imaginei que seria uma estória ao estilo “Columbo” (onde previamente se conhece o assassino e seus motivos, mas não como o detetive desvenda o caso), mas a estória é mais complexa.
O Espião asemelha-se ao “Código Da Vinci”, que intercala trechos referentes ao investigador com os referentes ao vilão, seus capangas e cúmplices. Este estilo de narrativa facilita o acompanhamento da estória pelo leitor. Mas o autor acaba se precipitando e expõe não só detalhes que levam a resolução prematura de certos mistérios como acaba por revelá-los antes mesmo que Isaac consiga encontrar pistas que o direcionem para tal conclusão. Um problema desta “anciosidade” do autor é que o mistério se esgota rapidamente, se o leitor for atento.
(...)
Este livro pode não ser o melhor exemplo de estória policial, mas é uma excelente estória de aventura histórica. (...) Perseguições e violência, em uma investigação a margem de policiais corruptos e em áreas urbanas alheias a lei, guiam Isaac Bell ao exótico mundo da espionagem internacional, enquanto procura convencer a si mesmo que não se trata de um complô internacional, mas a busca de “um assassino”.
(...)
Resenha completa está em:
http://ladyweiss.blogspot.com.br/2012/04/resenha-de-o-espiao.html
P. M. Zancan