Adriana1432 08/11/2010OverestimatedEste livro tinha potencial para ser uma linda história de amor. Confesso que me frustrei muito ao lê-lo. Foi meu terceiro livro de Bach e acho que foi justamente por isso que me decepcionei. Ora, pra que já havia lido "Fernão Capelo Gaivota" e "Ilusões", deste mesmo autor, e se deliciado com as narrativas, a decepção bateu certeira.
O livro é uma autobiografia no estilo Bach de ser... com a escrita floreada e cheia de alegorias e ficção, porém em A ponte para o sempre, achei que foi excessivo e tornou o romance cansativo, prolixo. Uma pena! Como eu o li há muito tempo, penso em dar mais uma chance ao enredo, algum dia.
A tentativa do autor, se passando como um escritor misterioso, em permitir ser revelado por seus leitores de forma íntima, em até certo ponto traz nuances de divertimento e de tristeza à narrativa, quando relembra seu amor pela aviação e o amor de uma mulher. E é através desta busca desenfreada pela sua alma gêmea, que ele quase a perde, porque percorre anos de sua vida, baseando-se em um "checklist", feito por ele mesmo, com as características da sua mulher ideal.
Enfim, torno a dizer, a história tem potencial, mas foi conduzida de uma forma não muito adequada para a sua proposta. Mas, como Bach é Bach, sempre há o que se aproveitar de seus livros. Antes que eu finalize essa resenha, chamo a atenção daqueles que buscam desenfreadamente uma alma gêmea, baseados em pré-conceitos e idealizações vãs e que não se atentam para o mundo real, que pulsa ao seu redor: existe "time" pra tudo; não permaneça olhando para o além, pois o amanhã é feito de "agoras" e alma gêmea não existe, porque são projeções nossas, nos outros. Agarrem-se ao concreto e sigam o sininho da intuição. Todos nós temos, mas fechamos nosso ouvido de ouvir, que é nossa Alma. Abaixo, finalizo com um trecho do livro, que vale a pena destacar:
"Pensamos, às vezes, que não restou
um só dragão.
Não há mais qualquer bravo cavaleiro, nem uma única
princesa a passear por florestas encantadas.
Pensamos. às vezes, que a nossa era está além das fronteiras,
além das aventuras. Que o destino
já passou do
horizonte e se foi para sempre.
É um prazer estar enganado.
Princesas e cavaleiros,
encantamentos e dragões, mistério
e aventura... não apenas
existem aqui e agora,
mas também continuam a ser
tudo o que
já existiu nesse mundo!
Em nosso século, só mudaram de roupagem. As aparências
se tornaram tão insidiosas, que princesas e cavaleiros
podem se esconder um dos
outros, podem se
esconder até de si mesmo.
Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram em
sonhos para dizer que nunca perdemos o escudo de
que precisamos contra os dragões,
que uma descarga de fogo azul
nos envolve agora, a fim
de que possamos mudar
o mundo como desejarmos.
A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeira, somos magia!
Feche os olhos e siga sua intuição."