Isabeli 28/04/2013
A Dama da Ilha, de Patricia Cabot
Desafio Hot/ABRIL
Um desafio é sempre um desafio, porém ler um bom romance hot, pessoalmente, é mais que um prazer literário. O romance hot é, há muitos anos, parte do gosto literário feminino e, atualmente, está com uma grande evidencia no mercado editorial. Aqueles romances com uma pegada mais sensual e sexual, com um teor mais erotizado, sem a necessidade obrigatória de cenas com sexo explicito, sem a descrição vulgar da pornografia e elaborado por um viés mais romântico, que invoca e envolve os sonhos de amor ou fetiches femininos, são os podemos denominar como Romances Hot Românticos. Os mesmos que há anos são vendidos em bancas de jornais, que sempre foi marginalizados e censurados por ser “leitura de mulherzinha”, hoje ganha as livrarias e milhares de leitoras avidas e curiosas. E HOT é bom! SEXO é bom! Ainda mais com aquele homem sexy, TDB, que todas sonha... Seja ele um magnata das indústrias, um cowboy fedendo a cavalo, um badboy todo tatuado, um vampiro que brilha, um fantasma camarada, um extraterrestre, um anjo, um guerreiro medieval, um libertino, um pirata, um sheik, um gordinho, um magrelo, um alto, um baixinho, e assim tem para todos os gostos, com espaços até para os brutos, possessivos e obsessivos doentes! kkkkkk
Ok, enfim, voltando para o que realmente interessa... Essa é a primeira leitura do Desafio Hot, e o escolhido foi "A Dama da Ilha", de Patricia Cabot, pseudônimo de Meg Cabot, querida autora e conhecida, especialmente, por seus romances chick-lit e juvenis. Esse pseudônimo não é mais usado pela autora, porém, com esse nome, escreveu diversos romances históricos românticos.
"A Dama da Ilha" é um romance histórico, que se passa em 1847, na longínqua escocesa ilha de Skye, na aldeia de Lyming. O Doutor Reilly Stanton, sai do conforto e da modernidade que Londres oferece para trabalhar como médico nessa distante aldeia, de condições precárias e primitivas, com moradores esquisitos, que vive da pesca. Tudo o que o Doutor Stanton deseja é se recuperar da rejeição da sua ex-noiva e provar o quanto ele é bom e prestável médico. Todavia, um desafio se impõe no caminho de Reilly: a impetuosa e teimosa Senhorita Brenna Donnegal, uma mulher diferente de todas já vista e que chocaria toda a sociedade inglesa pelos seus hábitos nem um pouco feminino, mas com uma beleza incomum com sua cabeleira vermelha e olhos azuis, que chama a atenção de imediato do médico recém-chegado.
Por uma série de motivos e situações, Brenna não está nem um pouco feliz com chegada do novo médico, mesmo este a atraindo pelo charme, sua bela postura e seus incríveis olhos negros, ele poderá interferir em seus planos. Além disso, há o desastroso Conde Glendenning, que pretendente a todo custo se casar com ela, perturbando e incomodando. Apesar das “alfinetadas”, circunstâncias inusitadas levaram Brenna e Reilly a se unir e culminar em um caminho de paixão inevitável... Que Deus os ajude!
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Um romance encantador, com uma leitura rápida, narrativa cativante, leve, bem-humorada, com personagens carismáticos e uma paixão explosiva e arrebatadora. “A Ilha da Dama” oferece tudo isso para a suas leitoras (os). Aliás, como autora de chick-lit, Meg Cabot emprega também em seus romances históricos uma faceta de humor ligeiro e descontraído, que torna ainda mais a leitura deliciosa.
O forte da história está nos personagens protagonistas, Reilly e Brenna, que formam um casal cheio de química. Reilly é aquele protagonista cheio de charme, romântico sem frescura, cavalheiro encantador, que se impõe de maneira sutil e muito paciente. Contrariando todos os “mocinhos” impetuosos e orgulhosos que irrompem até com uma dose de brutalidade, Reilly arrebata os corações com sua inteligência e simpatia. E Brenna é o tipo de protagonista que aprecio em um romance, com sua força, determinação, orgulho, ousadia e inteligência, o que a torna em um grande desafio para o “herói” e o que o encanta. E em toda essa história, vale a pena mencionar o Conde Glendennig, um personagem que possui seu carisma, às vezes irritante, e às vezes comovente, mas totalmente desastroso em sua as ações... Só por Deus!!! u.u
O enredo em si é fraco, não apresenta nenhum elemento diferente e não nos surpreende em nada, sendo que todo “final feliz” é um clichê. O que faltou, talvez, foi um epilogo descente no final. Tudo acontece de maneira muito superficial, sem muita criatividade. Além do fato de eu ter esperado um lance muito mais hot e sensual, apesar das poucas cenas que existem ser muito boas. “Aprendendo a Seduzir” foi o meu primeiro romance histórico da autora, também muito bom, só que muito mais hot, de fazer a gente ligar o ventilador! XD Nesse requisito, “A Dama da Ilha” foi uma leve decepção.
Pessoalmente, eu adorei a história. Dei 4 estrelas, pois é um romance que cumpre o seu papel dentro do seu gênero literário, que é justamente ser uma leitura descontraída, sem maiores pretensões e nos enreda em uma historinha romântica, engraçada e encantadora. Só faltou um final melhor.
Leitura que recomendo para quem gosta do gênero, quem é fã da autora e quer conhece-la nessa faceta literária diferente e mais hot, ou para quem quer se distrair.
É isso! :)