Dani 25/10/2017Ratos, Gordon ReeceA adolescente Shelley acabou de se mudar com sua mãe para uma casa em local o mais afastado possível da "civilização". As duas são apenas mais um par de ratos; pessoas que já sofreram muito mesmo em suas vidas, e isso as impactou de forma que apenas podem se esconder. Além de ter passado pelo divórcio conturbado dos pais, Shelley também sofreu um bullying violento que resultou em cicatrizes físicas e emocionais.
Nossa aparência afeta nossa personalidade? Ou é nossa personalidade que afeta nossa aparência?
Ratos é um livro estranho para mim, já que não gosto do tipo de pessoa que se torna resignada, mas as personagens conseguiram ganhar minha empatia. Me perguntava qual seria o conflito do livro, e esse não demora muito a aparecer.
— Zugzwang. É um termo nos jogos de xadrez, usado quando é preciso fazer uma jogada mas não há qualquer movimento que não seja prejudicial ao jogador.
A vida tranquila de Shelley e sua mãe se mostra distante quando, durante um assalto comum, a adolescente acaba implicando que as duas matassem o ladrão. A partir daí elas precisam conviver com esse fato, além de se livrarem das provas e de qualquer coisa que possa trazer a polícia a elas.
A realidade era exatamente o oposto da ordem e da beleza; era o caos e o sofrimento, a crueldade e o horror.
Esse conflito me impactou por mostrar como a violência pode desumanizar alguém, fazendo-a até mesmo repetir isso. Porém, ao mesmo tempo, eu queria que as duas fossem apanhadas em seus crimes, eu torcia por isso!
Tudo em que pensava era que não importa o quanto somos próximos de alguém, sempre existirão limites — fronteiras que simplesmente não somos capazes de atravessar, questões que nos tocam tão profundamente que não podem ser compartilhadas. Talvez, pensei, aquilo que não conseguimos compartilhar com os outros seja o que realmente define quem somos.
Esse romance é um livro pequeno, então dá para se ler rapidamente além da narrativa ter um ritmo bom. Foi uma leitura fluída, mas Ratos não se tornou uma das minhas obras favoritas, principalmente por o desfecho não ter sido como queria.
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