Tudo o que tenho levo comigo

Tudo o que tenho levo comigo Herta Müller




Resenhas - Tudo o que Tenho Levo Comigo


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Aguinaldo 19/06/2013

tudo o que tenho levo comigo
Só "É isso um homem?", de Primo Levi, pode ser comparado com "Tudo o que tenho levo comigo". Nem "Arquipélago Gulag", de Alexander Soljenitsin, que li quando era um aprendiz de trotskista, décadas atrás, é tão forte e poderoso (e nem é tão bem escrito). Se Levi fala dos horrores nos campos de concentração nazistas, Herta Müller, a exemplo de Soljenitsin, descreve os campos de trabalho na URSS, no pós segunda grande guerra. A exemplo de seu personagem, Leo Auberg, a mãe de Herta Müller foi uma das pessoas que pagaram uma cota de cinco anos de trabalhos forçados nos campos soviéticos. E a exemplo de toda sociedade romena as duas nunca falaram abertamente sobre o assunto, considerado tabu, e que deveria ser esquecido. Mas não por ela, que publicou esse livro em 2009 (no ano em que recebeu o prêmio Nobel). O livro foi concebido e trabalhado a quatro mãos, entre ela e um poeta romeno, Oskar Pastior, que também trabalhou nos campos, mas que morreu antes dos manuscritos alcançarem a forma de livro. Trata-se de algo singular. Não dá para dizer que é um livro maravilhoso, pois o que se discute (ficcionalmente) nele é tão terrível, tão angustiante, tão desagradável e medonho, que só mesmo o gênio de Herta Müller alcança permitir que nós o apreciemos como é devido (e necessário, cabe dizer). Herta Müller dá voz a um personagem já idoso, com quase ointenta anos, que relembra os anos de sua juventude, dos dezessete aos vinte e dois, quando foi deportado de sua Romênia natal para campos de trabalho forçado soviéticos. Todos os romenos descendentes de alemães, com idade entre 17 e 45 anos, deveriam contribuir para a reconstrução da URSS. Leo Augberg faz registros de seu dia a dia, conta detalhes absurdos da burocracia, canta a eterna luta contra a fome, a estupidificação e a morte, a ironia perversa daquilo tudo. Como num outro livro de Levi ("A tabela periódica") há um olhar científico sobre os materiais encontrados no campo, numa espécie de antropologia mineral: o cimento, o carvão, a cal, a escória de alto forno, o piche, as cinzas e o óleo convivem com os homens e mulheres dos campos. O narrador de Herta Müller fala também de zootecnia e botânica (para descobrir as coisas comestíveis do lugar), de psicologia e política (ferramentas de sobrevivência num lugar inóspito), teoria dos jogos (que dá conta do acaso nas possibilidades de viver e morrer). Eles têm nome, mas seus nomes como que não pertencem mais a eles, e sim a personagens de uma comédia macabra. A fome, o tédio, a morte e o medo dominam seus atos e pensamentos. Há cenas incríveis nesse livro. Difícil não se encantar com as imagens da mulher que se afoga num poço de cal; da echarpe de seda que é trocada por 273 batatas; do homem que rouba a sopa de sua mulher; das cores da vegetação que cerca o campo; das contínuas trocas de fatias de pão entre os internos; da mulher que tem um retardo mental mas parece arguta. Há frases curtas no livro, sintéticas e densas, que fazem o leitor parar e refletir: "O tédio é a paciência do medo"; "Cada turno de trabalho é uma obra de arte"; "Se você morrer, economizará lugar lá em casa". O livro segue pelos cinco anos de internação, até a volta de Leo para a Romênia. O mais incrível é que ao voltar para casa os deportados descobriam que voltavam para um país dominado pelo comunismo, onde a repressão política e controle social acrescentavam novas camadas de horror à suas vidas. Leo é homossexual, o que torna sua vida sob tal regime ainda mais arriscada. Não há interlocutor possível. Os antigos colegas de campo se evitam mutuamente. Pais e filhos se recusam a debater o assunto. A vergonha (que não existia nos campos, onde tudo era partilhado) os consome. O modelo stalinista de civilização é mesmo uma coisa doente, podre, assustadora e cruel. E é terrível saber que há aqueles que ainda hoje, 2013, ache que é este o modelo a ser imposto aos brasileiros. Ao invés de ler livros infantis e contos de fada para seus filhos, "Tudo o que tenho levo comigo" é que deveria ser lido por todo pai consciente deste país. De certos sonhos e da escravidão mental voluntária não se acorda nunca.
[início: 21/05/2013 - fim: 28/05/2013]
"Tudo o que tenho levo comigo", Herta Müller, tradução de Carola Saavedra, São Paulo: editora Companhia das Letras, 1a. edição (2011), brochura 14x21 cm., 298 págs., ISBN: 978-85-359-1848-9 [edição original: Atemschaukel (München: Hanser) 2009]
Bruno Bulnes 31/07/2014minha estante
Ótima resenha.


ca.milafs 26/10/2016minha estante
parabéns pela resenha




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Ana Claudia 18/07/2022

Confesso que foi bem difícil ler esse livro, mas vamos ver o que consigo falar sobre ele.

Léo é um rapaz que foi levado a força para um campo de concentração e passou muitos anos por la. Ao longo da narrativa, ele conta como ele se sentia e as coisas pelas quais passou naquele lugar, as atividades que ele era obrigado a fazer, as comidas que eram oferecidas a ele e seus sentimentos com relação às pessoas que vivia la. Ele detalha até a fome pela qual passou.

A narrativa é muito cansativa, a escrita da autora difícil e arrastada. É preciso prestar muita atenção na leitura para entender e, ainda assim, em algumas partes eu não compreendia?
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romulorocha 25/04/2022

Tudo o que tenho levo comigo, de Herta Müller - 10/10
?1 movimento com a pá = 1 grama de pão?. Essa é uma das frases que marca esta obra incrível de Herta Müller, autora vencedora do prêmio Nobel de literatura de 2009.

Tudo o que tenho levo comigo, conta a história de Leo Auberg, um jovem romeno que é enviado a um campo de trabalhos forcados soviético no período pós segunda guerra. Narrado em primeira pessoa, o personagem nos conta suas vivências no campo, sua luta contra a fome e busca pela sobrevivência.

A escrita da Müller neste livro é muito tocante. Por vezes meus olhos lacrimejaram, dada a sensibilidade da autora e sua conexão com a obra em si, isto porque Müller também é romena e teve familiares que foram enviados aos campos de concentração soviéticos.

Trechos do livro:
?Não há palavra apropriada para o sofrimento que a fome causa. Ainda hoje, devo mostrar à fome que consegui escapar dela?.

?Pequenos tesouros são aqueles em que está inscrito: Aqui estou eu.
Maiores tesouros são aqueles em que está inscrito: Você se lembra.
Os mais belos tesouros, porém, são aqueles em que se inscreverá: Estive aqui.?

#resenhasdoromulo #literaturaromena #tudooquetenholevocomigo #hertamuller
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Aegla.Benevides 26/07/2021

Cru e poético
Leo Auberg é um jovem gay de 17 anos que foi convocado para um campo de trabalho forçado na Romênia (ocupada pelas tropas soviéticas). Depois da guerra, para Stálin, todos os povos descendentes de alemães deveriam pagar pelos estragos e trabalhar na reconstrução da União Soviética, em condições desumanas. Esse livro trata do período em que Leo esteve no campo, e da impossibilidade do seu retorno para casa.

Esse foi o sexto livro que escolhi para a lista dos autores premiados pelo Nobel. Pessoalmente, não sei se gostei ou não do que foi trazido na história. O tema é original, a escrita de Herta é poética, o enredo é fácil e toca o leitor. No entanto, o livro parece cair na mesmice, dando aquela impressão de que ?se eu pular algumas páginas não vou perder nenhuma informação valiosa?.

Destaco como principal ponto positivo a forma como a autora mantém o perfeito equilíbrio entre realidade e ficção. Mantendo os fatos enxutos, ela consegue pincelar um pouco de poesia na rotina do protagonista. Um exemplo disso é a figura do ?Anjo da Fome?, uma metáfora que ilustra um dos sentimentos mais presentes durante os anos de campo.

Sendo baseado em fatos reais (Leo é Oscar Pastior, amigo próximo de Herta que faleceu no meio da produção do livro), eu esperava um pouco mais de emoção, mas a história é entregue de forma crua e sem muitos grandes acontecimentos além do maior (a convocação de Leo para o campo de trabalho) ? o fim é o que dá um pouco de fôlego e de curiosidade para o leitor. Foi uma experiência enfadonha, mas a escrita sensível da autora me deixou com vontade de conhecer seus demais livros.
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Pandora 17/04/2022

Desde idos de 2016 sou apaixonada pela Herta Müller. Comecei lendo "O compromisso" e não parei mais.

Ela é uma autora romena atualmente residente na Alemanha que em sua literatura fala da experiência de viver em um país ditatorial do leste Europeu. Frases curtas, metáforas acertadas. Zero sentimentalismo barato. Muita sensibilidade para abordar a vida de mulheres, jovens, pessoas idosas e crianças exploradas, marcadas e educadas dentro de uma cultura autoritária, machista e marcada pelo silenciamento das emoções.

Em relação ao formato, "Tudo que tenho levo comigo" é o livro de mais fácil leitura da Herta. A narrativa do livro é episodica marcada por capítulos curtos, frases curtas. Ela usou de muita objetividade para narrar o cotidiano, os sentimentos e anseios de homens e mulheres enviados para os campos de trabalho forçados da URSS depois da II Guerra Mundial.

Em 1945 todos os alemães residentes na Romênia foram obrigados a contribuir com a reconstrução da URSS em campos de trabalho forçados. Uma experiência de exploração da força de trabalho, destruição psicológica, tortura e fome, muita fome, em sintese: escravidão.

Pelos olhos de Leo Auberg acompanhamos a rotina de medo, frio, fome, sonhos, desejos de quem viveu no campo de trabalho forçado. O livro é baseado em relatos das pessoas do vilarejo natal da Herta e de seu amigo Oskar Pastior. O livro originalmente seria escrito a dois, mas Pastior faleceu e a Herta seguiu sozinha com o projeto.

O livro se conecta lindamente com "O Compromisso" e é tão poderoso, belo e dolorido quando ele.
Zé - #lerateondepuder 02/05/2022minha estante
Excelente resenha. Aumentou minhas expectativas quanto à essa obra.




Hannah Monise 14/01/2020

Um tema interessante, mas linguagem cansativa
Um livro sobre o pós-guerra da Segunda Guerra Mundial, Tudo o Que Tenho Levo Comigo é o diário de um personagem alemão, Leo Auberg, morador da Romênia, de 17 anos, que foi para o campo de trabalho forçado.

Apesar de ser um baita tema para um livro, não o achei tão profundo, mesmo falando sobre fome, morte, sono, necessidades básicas e diárias de uma pessoa normal. A dificuldade de entender as frases e parágrafos escritos mais poeticamente faz o livro ser muito enfadonho, cansativo, um daqueles que não desperta a vontade de ler e não parar mais. Talvez se em alguns momentos, ou melhor, na maioria deles, a linguagem fosse mais tranquila, teria sido um livro que me prendesse mais. Em certos momentos, quando a escrita pega um pouco mais leve num capítulo, no outro pesa.

Apesar de, a história é muito interessante. Dá agonia e tristeza ler como as pessoas eram tratadas, como recebiam pouco alimento, trabalhavam com sono insuportável, eram infestados de piolhos e por aí vai. E ainda assim, entre eles, havia sempre alguém aproveitador, como o Tur. Ao final, a história fica ainda mais interessante e também com uma linguagem melhor. Deu a impressão de: você sai do campo de trabalho, mas o campo de trabalho não sai de você. Parece que Leo encontra menos sentido na vida fora dali.

Infelizmente, essa leitura foi finalizada com mais pressa e sem tanto foco por ser cansativa. Mas para alguém que não é tão ligada à História como eu, o livro tem seus pontos muito interessantes. É sempre importante aprender com nossas leituras!
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Tati.Tatiana 17/07/2022

Que leitura dificil
Uma leitura desafiadora, sai totalmente da minha zona de conforto.
Nesse livro vamos conhecer a história do Leo, que viveu 5 anos em um campo de trabalho forçado na Rússia.
A escrita da Herta é muito diferente, ela usa muitas metáforas. E isso foi um desafio na leitura.
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 11/06/2015

Não tenho nada, mas está comigo tudo que tenho
Nesse livro, Leo Auberg narra detalhadamente tudo que vivenciou no campo de trabalho, quando foi forçado a ir com apenas dezesste anos, porque Stálin obrigou a todos de origem alemã a trabalhamrem de forma forçada como um meio de reconstruir a união soviética e de pagar pelos crimes de guerra.

No campo de trabalho, Leo e todos que também foram forçados a irem, viveram de forma desumana, passaram fome, morreram. Mas Leo tirou sua força das palavras. A título de exemplo, se apegou na frase dita por sua avó no momento da despedida: "Eu sei que você vai voltar". E nos cinco anos que ele esteve lá, essa frase nunca foi esquecida. É surpreendente o quanto Leo Auberg amadurece em pouquíssimo tempo, o quanto uma experiência como essa é devastadora. Mesmo depois de sessenta anos após ter obtido liberdade, ele nunca pode esquecer tudo pelo que passou. Se sai do campo de trabalho, mas o campo de trabalho fica dentro de quem passou por lá para sempre. E o tempo que Leo passou no campo de trabalho é o que é mais é falado no livro, das 304 páginas, 264 é sobre os cinco anos que ele esteve lá.

No início, há um certo estranhamento porque não há pontuação, é tudo intenso, cíclico, dentro de uma narrativa rígida, mas no decorrer do livro o leitor vai se acostumando e percebe também que a autora personifica coisas que são subjetivas, como a fome e a dor.

É um livro triste e reflexivo. Era planejado que a autora, junto com o poeta Oskar Pastior fizessem algo juntos, baseado nas lembranças da época em que ele viveu no campo de trabalho, mas em 2006 Pastior veio a falecer, então Herta Müller transformou as anotações que tinha feito, nesse livro, publicado em 2009, mesmo ano que a autora ganhou o Nobel.

Foi publicado aqui no Brasil em 2011, pela Companhia das Letras. É preciso dar destaque para a tradução da Carola Saavedra, que traduziu do alemão.


site: http://minhassimpressoes.blogspot.com.br/
Stefanie Macêdo 11/06/2015minha estante
Gente, que coisa! Preciso ler esse livro!


Arsenio Meira 11/06/2015minha estante
Maria, linda a sua resenha. Li e reli. E eu vou correr pra botar esta obra na frente de várias.
bj


Maria Ferreira / @impressoesdemaria 11/06/2015minha estante
Sim, gente! Espero que gostem. Arsenio, obrigada. É muita gentiliza da sua parte.




Mah 18/04/2023

Estive com o Leo, no campo de trabalho.
Não sabia desta parte da história - pós guerra. E quando percebi, já estava lá com o Leo, no campo de trabalho na Ucrânia.
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Valéria Cristina 08/05/2023

Uma guerra infinita
Este é o primeiro livro que leio de Herta Müller e fiquei impacta com a sua escrita.

Em janeiro de 1945, a Rússia exigiu do governo romeno que todos os alemães residentes na Romênia contribuíssem para a “reconstrução” da União Soviética destruída durante a guerra. Todos os homens e mulher com idade entre dezessete e quarenta e cinco anos foram deportados para realizar trabalhos forçados em campos de trabalhos soviéticos. Foram tidos como colaboracionistas.

Essa é a história de Leopold Huberg, um rapaz homossexual que, anos dezessete anos, fez parte dos deportados. Ao longo da narrativa, acompanhamos seus longos cinco anos de trabalhos forçados.

Em uma linguagem melancólica e pungente, acompanhamos o narrador desde sua viagem em trens de carregamento de animais até a sua saída do campo. A par do cotidiano, Leo traz à cena suas memórias de casa e de uma vida que não mais lhe pertence. Como forma de sobrevivência, Leopold associa cheiros, paisagens e sons do campo de trabalho às memórias de sua vida em família, em sua aldeia natal.

Nas mãos de Herta, tudo nos é desvelado: os turnos de trabalho estafantes, a alimentação precária, as péssimas condições sanitárias, os tipos de vestimenta e calçados usados pelos forçados. Percebemos que os materiais utilizados nos trabalhos, transformam-se em personagens. O cimento, a areia, a cal, a escória ganham vida e convivem com os trabalhadores.

A busca insana por comida, a fome constante que os faz mendigarem, que os levam a comer tudo que é comestível ou não, cria o Anjo da Fome e, assim, nasce mais um ator nesse cenário estarrecedor.

Na rotina desse estado de coisas, assistimos como o sofrimento pode ser normalizado, como mortes e doenças passam a fazer parte do cotidiano como um fato corriqueiro e natural. Pessoas morrem e suas roupas são imediatamente aproveitas por outros trabalhadores. Doentes têm sua refeição consumida pela pessoa que se senta ao seu lado.

Ao fim de cinco anos, Leo retorna para Romênia. Sua volta é marcada por um recolhimento e profunda melancolia. A família não tem o mesmo significado, bem como os lugares que antes fizeram parte de sua vida. Leo percebe que, embora tenha saído do campo, o campo nunca sairá de si.

Herta Müller é uma escritora, poetisa e ensaísta alemã nascida na Romênia. Destaca-se pelos seus relatos acerca das duríssimas condições de vida na Romênia sob o regime político comunista de Nicolae Ceauşescu, vividas em sua juventude quando foi perseguida pelo governo ao recusar-se a colaborar com o serviço secreto. Como resultado, Hertha exilou-se na Alemanha, local onde construiu sua carreira literária (ela escreve em alemão). Foi casada com o escritor Richard Wagner. Em 2009, foi agraciada com o Nobel de Literatura por, "com a densidade da sua poesia e a franqueza da sua prosa, retratar o universo dos desapossados".
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mari 20/07/2021

herta
Durante muitos anos "Tudo que tenho levo comigo" rodou pelas minhas metas de leitura, até que finalmente decidi me empenhar em conhecer um pouco do trabalho de Herta Muller, ganhadora do prêmio Nobel de literatura em 2009.
Nessa obra acompanhamos Leo, um jovem de dezessete anos, homossexual, em sua jornada em um campo de trabalho forçado soviético. A obra é muito impactante e, sob a figura de Leo, Herta narra acontecimentos reais de pessoas que foram condicionadas à deportação e ao campo de trabalho, inclusive sua própria mãe. Leo narra, sessenta anos depois, seus medos, anseios, a presença constante da morte e da fome, personagens marcantes de sua rotina escrava de cinco anos e a esperança de um dia voltar para casa. Leo é apenas uma janela para sentimentos reais de pessoas reais. "Levo comigo uma bagagem silenciosa. Fechei-me tão profundamente e por tanto tempo no silêncio que nunca consigo abrir-me através das palavras. Apenas me fecho de outras formas quando falo"
O livro começa muito bom, entretanto, acaba se tornando um pouco maçante do meio para o fim. De qualquer forma, acredito que seja uma leitura válida para se conhecer as ramificações da Segunda Guerra que não são ensinadas na escola, como os campos de trabalho forçado soviéticos e a participação de países pequenos, a exemplo da Romênia, para a desestruturação do 3º Reich. "Antes, durante e depois do meu tempo no campo de trabalho, durante vinte e cinco anos vivi com medo, do Estado e da família. Da dupla queda: que o Estado me encarcerasse como um criminoso e que a família me repudiasse como uma desonra."
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Biblioteca Álvaro Guerra 11/04/2022

Romênia. Fim da Segunda Guerra Mundial. Leo Auberg, de origem alemã, tem 17 anos, mora com os pais e avós, estuda e nas horas vagas vivencia seus primeiros e fortuitos encontros com outros homens, em um país em que o homossexualismo é crime. Inesperadamente, porém, Léo é obrigado a pagar por outro crime. Stálin decreta a deportação das minorias étnicas alemãs para campos de trabalhos forçados, sob a acusação de terem colaborado com Hitler. Do dia para noite, Léo é retirado da sua vida e encerrado num mundo de horror, desumanidade, torturas, fome e morte. Resta a ele apegar-se às palavras.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535918489
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Nilson 04/03/2015

Reflexivo
A obra retrata, inicialmente, a vida de um jovem rapaz homossexual que vai para um campo de trabalho forçado Russo.
O desenrolar da estória se concentra em detalhes do campo de trabalho e rotina diária dos seus componentes. Mortes, doenças, desejos, FOME, e etc,.
A conclusão, o desfecho deixou muito a desejar, não que tivesse de ser um final feliz como histórias infantis comumente promovem, entretanto, é perceptível que apesar de ter sido baseado em uma história triste, deveria ter trabalhado mais o final para se manter nível que se percebe no início e meio da obra.
Uma leitura boa e que me passou uma lição de persistência e foco. Uma boa leitura para um final de tarde na varanda.
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Livia M. 18/10/2023

Ninguém sai ileso de uma guerra
Inúmeras vidas são roubadas
Outras tantas punidas pelo crime alheio
Revezamento de algozes no poder
O oprimido sonhando em ser opressor
E nesse rastro de crueldades
A humanidade continua sem aprender

#voltaaomundoem50livros
21/50
Romênia
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