Tudo o que tenho levo comigo

Tudo o que tenho levo comigo Herta Müller




Resenhas - Tudo o que Tenho Levo Comigo


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Livia M. 18/10/2023

Ninguém sai ileso de uma guerra
Inúmeras vidas são roubadas
Outras tantas punidas pelo crime alheio
Revezamento de algozes no poder
O oprimido sonhando em ser opressor
E nesse rastro de crueldades
A humanidade continua sem aprender

#voltaaomundoem50livros
21/50
Romênia
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Valéria Cristina 08/05/2023

Uma guerra infinita
Este é o primeiro livro que leio de Herta Müller e fiquei impacta com a sua escrita.

Em janeiro de 1945, a Rússia exigiu do governo romeno que todos os alemães residentes na Romênia contribuíssem para a “reconstrução” da União Soviética destruída durante a guerra. Todos os homens e mulher com idade entre dezessete e quarenta e cinco anos foram deportados para realizar trabalhos forçados em campos de trabalhos soviéticos. Foram tidos como colaboracionistas.

Essa é a história de Leopold Huberg, um rapaz homossexual que, anos dezessete anos, fez parte dos deportados. Ao longo da narrativa, acompanhamos seus longos cinco anos de trabalhos forçados.

Em uma linguagem melancólica e pungente, acompanhamos o narrador desde sua viagem em trens de carregamento de animais até a sua saída do campo. A par do cotidiano, Leo traz à cena suas memórias de casa e de uma vida que não mais lhe pertence. Como forma de sobrevivência, Leopold associa cheiros, paisagens e sons do campo de trabalho às memórias de sua vida em família, em sua aldeia natal.

Nas mãos de Herta, tudo nos é desvelado: os turnos de trabalho estafantes, a alimentação precária, as péssimas condições sanitárias, os tipos de vestimenta e calçados usados pelos forçados. Percebemos que os materiais utilizados nos trabalhos, transformam-se em personagens. O cimento, a areia, a cal, a escória ganham vida e convivem com os trabalhadores.

A busca insana por comida, a fome constante que os faz mendigarem, que os levam a comer tudo que é comestível ou não, cria o Anjo da Fome e, assim, nasce mais um ator nesse cenário estarrecedor.

Na rotina desse estado de coisas, assistimos como o sofrimento pode ser normalizado, como mortes e doenças passam a fazer parte do cotidiano como um fato corriqueiro e natural. Pessoas morrem e suas roupas são imediatamente aproveitas por outros trabalhadores. Doentes têm sua refeição consumida pela pessoa que se senta ao seu lado.

Ao fim de cinco anos, Leo retorna para Romênia. Sua volta é marcada por um recolhimento e profunda melancolia. A família não tem o mesmo significado, bem como os lugares que antes fizeram parte de sua vida. Leo percebe que, embora tenha saído do campo, o campo nunca sairá de si.

Herta Müller é uma escritora, poetisa e ensaísta alemã nascida na Romênia. Destaca-se pelos seus relatos acerca das duríssimas condições de vida na Romênia sob o regime político comunista de Nicolae Ceauşescu, vividas em sua juventude quando foi perseguida pelo governo ao recusar-se a colaborar com o serviço secreto. Como resultado, Hertha exilou-se na Alemanha, local onde construiu sua carreira literária (ela escreve em alemão). Foi casada com o escritor Richard Wagner. Em 2009, foi agraciada com o Nobel de Literatura por, "com a densidade da sua poesia e a franqueza da sua prosa, retratar o universo dos desapossados".
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Mah 18/04/2023

Estive com o Leo, no campo de trabalho.
Não sabia desta parte da história - pós guerra. E quando percebi, já estava lá com o Leo, no campo de trabalho na Ucrânia.
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Zé - #lerateondepuder 23/03/2023

A fome é um grande mote da obra
Em janeiro de 1945, o general soviético Vinogradov exigiu do governo romeno, em nome de Stálin, que todos os alemães residentes na Romênia contribuíssem para a “Reconstrução” da União Soviética destruída durante a guerra. Todos os homens e mulheres com idade entre dezessete e quarenta e cinco anos foram deportados para realizar trabalhos forçados em campos de trabalho soviéticos.
É disso que o livro ora resenhado irá tratar. Em primeira pessoa, narrando as cenas do passado com uma descrição muito detalhada, considerando o ponto de vista do protagonista narrador, na maioria enquanto jovem, é a história de Leo Auberg, contada entre carvão, fome e cimento.
Dessa forma, o protagonista, em seus dezessete anos entra para a lista medonha dos que serão conduzidos até um campo de trabalhos forçados e por lá irá viver os horrores, em forma de medo, solidão e muita fome. Tudo já começa com o deslocamento de trem e uma parada, onde se determina que todos homens e mulheres façam suas necessidades juntos, a primeira de muitas humilhações que lá sofrerão.
A fome é um grande mote da obra, contada e recontada sobre diversos aspectos, como o anjo recorrente dessa ou como sempre renovada, que cresce insaciável, e que salta para dentro de forma tão trabalhosa. Como se anda pelo mundo quando não se tem nada mais a dizer sobre si mesmo, além do fato de estar com fome e não se consegue pensar em mais nada.
Com uma fome que era até mesmo sonhada, a escassa ração de meio pão e uma sopa rala, passa a ser moeda de troca, principalmente o pão. Há uma boa descrição de uma cena em que um determinado prisioneiro pega, talvez nem tão intencionalmente, um pedaço de pão que não lhe pertencia e é severamente punido com castigos físicos, por conta desse ilícito.
Em meio a tanta desolação, Leo encontra tempo para se lembrar de sua juventude pregressa e sua condição de diferente, uma vez que é gay e sabe que sua família não bem aceita sua opção, ainda mais pelos idos de 1940. Mas é pelas palavras de despedida de sua avó, “eu sei que você vai voltar”, que o protagonista se prende a esse destino fatídico, na esperança de que iria um dia deixar o campo de trabalho e retomar sua vida.
Vivendo as pessoas amontoadas em uma rotina de diversas chamadas para controle dos prisioneiros e a ida para o trabalho, principalmente, na aquisição de carvão, por vezes, pairava o sentimento de que a morte de alguns era um verdadeiro momento de fortuna, uma gota de sorte em demasia. Ao olhar para quem havia morrido, era possível perceber, até mesmo, um grande alívio.
O tema do livro vai remeter, justamente, a questão de tão poucos itens materiais que Auberg poderá levar para cumprir seu trabalho forçado, concentrados apenas em uma pequena mala. Em destaque a seus pertences está um lenço que poderia ser trocado por algo comestível, mas ao que o protagonista reluta, acreditando que o lenço seria a única pessoa no campo de trabalho que se preocupava com ele.
Depois de cinco anos, em 1950 há a liberação e o retorno para sua antiga vida, embora não se sentindo feliz. Tudo estava como antes, exceto ele mesmo que encarava toda essa liberdade com vertigens. Nada lhe trazia qualquer interesse, com a total falta de empatia para com sua família.
Acaba encontrando uma esposa e mantém seu casamento por onze anos, separando-se para receber sua velhice de forma solitária. A lembrança dos cinco anos lhe chega sempre à mente, tal qual tenham sido esses roubados de sua alma que se encontra vazia, com a lembrança dos mais de 300 prisioneiros que, juntos com ele, entraram e não saíram com vida, a grande maioria por conta da fome, um assunto que continua assolar seus pensamentos.
Publicado em 2011, “Tudo o que tenho levo comigo” foi concebido por meio de um relato de um conhecido da autora que vivenciou os horrores de um campo de concentração e que falece durante a fase da escrita dessa obra. São 304 páginas de uma narrativa, por assim dizer, dolorosa com um viés de prosa poética.
Por fim, a autoria dessa grande obra é de Herta Müller, uma escritora e poetisa alemã, nascida na Romênia. Herta se destaca por seus relatos das severas condições vividas em seu país natal, sob a constante perseguição do regime político comunista e seu implacável sistema de inteligência perseguidor, o que determinou seu exílio para a Alemanha, onde construiu sua carreira literária.
Em 2009, depois de publicar mais de vinte livros e ser laureada com vários prêmios literários, foi reconhecida pelo Prêmio Nobel de Literatura por, retratar o universo das pessoas perseguidas com sua prosa e poesia.


site: https://linktr.ee/prof.josepascoal
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Valeria C. 18/10/2022

O livro é narrado poeticamente em primeira pessoa, na voz de um sobrevivente de um campo de trabalho forçado soviético.
É uma leitura densa e lenta, que exige muita concentração. Conta a história da expropriação de uma vida; de uma vida pautada por uma memória viva e indelével dos tempos no campo de trabalho.

A escritora tem uma capacidade incrível de revelar o que a personagem sente a partir do espaço que vive e dos objetos mais singelos que a cercam. A personagem é moldada pelo espaço e ao mesmo tempo também o molda em seus pensamentos - o que a autora faz com maestria e delicadeza.
Emociona em muitos momentos e nos transporta para o interior de uma alma dilacerada. Diante do horror, Huerta Muller consegue o feito dos grandes artistas: extrair o belo.

Não é uma leitura fácil, rápida, tampouco superficial, mas aqueles que conseguirem se conectar com a história, com a poesia e a escrita peculiar, terão o prazer de ler uma grande obra, que nos ajuda a entender e questionar a vida.
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Alessandra 06/10/2022

Vencedora do prêmio Nobel traz a história do Campo de Concentração Russo
"Entender pouca coisa é melhor do que não entender ou conhecer nada".

Esse foi meu mantra ao ler o livro Tudo o que tenho levo comigo (2009) da autora Romena e vencedora do prêmio Nobel de literatura em 2009. No romance, a autora narra uma história recente sobre a 2 Guerra Mundial e que ficou de fora dos livros de história: a perseguição de Stalin à pessoas de descendência alemã (ligados ou não a grande guerra). Foram levados para campos de Concentração e obrigados a trabalhar em condições insalubres tendo como a justificativa (absurda, claro) de pagamento pelo que os alemãs fizeram na Guerra. Leo é o personagem principal dessa história e a fome é a antagonista.

Um grande tema de relevante importância para a História, que gera debates incríveis porém a escrita de Herta dificulta a leitura, pelo uso constante de Hipérbato.
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Ana Claudia 18/07/2022

Confesso que foi bem difícil ler esse livro, mas vamos ver o que consigo falar sobre ele.

Léo é um rapaz que foi levado a força para um campo de concentração e passou muitos anos por la. Ao longo da narrativa, ele conta como ele se sentia e as coisas pelas quais passou naquele lugar, as atividades que ele era obrigado a fazer, as comidas que eram oferecidas a ele e seus sentimentos com relação às pessoas que vivia la. Ele detalha até a fome pela qual passou.

A narrativa é muito cansativa, a escrita da autora difícil e arrastada. É preciso prestar muita atenção na leitura para entender e, ainda assim, em algumas partes eu não compreendia?
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Tati.Tatiana 17/07/2022

Que leitura dificil
Uma leitura desafiadora, sai totalmente da minha zona de conforto.
Nesse livro vamos conhecer a história do Leo, que viveu 5 anos em um campo de trabalho forçado na Rússia.
A escrita da Herta é muito diferente, ela usa muitas metáforas. E isso foi um desafio na leitura.
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Jane 08/06/2022

O anjo da fome
O tema do livro é muito interessante, porém a maneira como é contada é chata. A leitura não flui e as lembranças e a escrita poética fazem a leitura se perder.
Entre 1945 e 1950 a União Soviética manteve campos de trabalhos que abrigavam nazistas e criminosos de guerras. Porém, entre eles, haviam pessoas inocentes, pessoas que criticavam Stalin e romenos de ascendência alemã que foram deportados para reconstruir a União Soviética destruída pela guerra.
O livro narra a vida nestes campos,com trabalho pesado,sem equipamentos e roupas adequadas, em meio a mais tratos, doenças e a fome. Era uma vida esperando a morte.
" na época de peleeosso, eu não tinha mais nada no cérebro além da eterna ladainha repetindo dia e noite: o frio corta,a fome engana, o cansaço pesa, a nostalgia consome percevejos e piolhos picam"
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romulorocha 25/04/2022

Tudo o que tenho levo comigo, de Herta Müller - 10/10
?1 movimento com a pá = 1 grama de pão?. Essa é uma das frases que marca esta obra incrível de Herta Müller, autora vencedora do prêmio Nobel de literatura de 2009.

Tudo o que tenho levo comigo, conta a história de Leo Auberg, um jovem romeno que é enviado a um campo de trabalhos forcados soviético no período pós segunda guerra. Narrado em primeira pessoa, o personagem nos conta suas vivências no campo, sua luta contra a fome e busca pela sobrevivência.

A escrita da Müller neste livro é muito tocante. Por vezes meus olhos lacrimejaram, dada a sensibilidade da autora e sua conexão com a obra em si, isto porque Müller também é romena e teve familiares que foram enviados aos campos de concentração soviéticos.

Trechos do livro:
?Não há palavra apropriada para o sofrimento que a fome causa. Ainda hoje, devo mostrar à fome que consegui escapar dela?.

?Pequenos tesouros são aqueles em que está inscrito: Aqui estou eu.
Maiores tesouros são aqueles em que está inscrito: Você se lembra.
Os mais belos tesouros, porém, são aqueles em que se inscreverá: Estive aqui.?

#resenhasdoromulo #literaturaromena #tudooquetenholevocomigo #hertamuller
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Pandora 17/04/2022

Desde idos de 2016 sou apaixonada pela Herta Müller. Comecei lendo "O compromisso" e não parei mais.

Ela é uma autora romena atualmente residente na Alemanha que em sua literatura fala da experiência de viver em um país ditatorial do leste Europeu. Frases curtas, metáforas acertadas. Zero sentimentalismo barato. Muita sensibilidade para abordar a vida de mulheres, jovens, pessoas idosas e crianças exploradas, marcadas e educadas dentro de uma cultura autoritária, machista e marcada pelo silenciamento das emoções.

Em relação ao formato, "Tudo que tenho levo comigo" é o livro de mais fácil leitura da Herta. A narrativa do livro é episodica marcada por capítulos curtos, frases curtas. Ela usou de muita objetividade para narrar o cotidiano, os sentimentos e anseios de homens e mulheres enviados para os campos de trabalho forçados da URSS depois da II Guerra Mundial.

Em 1945 todos os alemães residentes na Romênia foram obrigados a contribuir com a reconstrução da URSS em campos de trabalho forçados. Uma experiência de exploração da força de trabalho, destruição psicológica, tortura e fome, muita fome, em sintese: escravidão.

Pelos olhos de Leo Auberg acompanhamos a rotina de medo, frio, fome, sonhos, desejos de quem viveu no campo de trabalho forçado. O livro é baseado em relatos das pessoas do vilarejo natal da Herta e de seu amigo Oskar Pastior. O livro originalmente seria escrito a dois, mas Pastior faleceu e a Herta seguiu sozinha com o projeto.

O livro se conecta lindamente com "O Compromisso" e é tão poderoso, belo e dolorido quando ele.
Zé - #lerateondepuder 02/05/2022minha estante
Excelente resenha. Aumentou minhas expectativas quanto à essa obra.




Biblioteca Álvaro Guerra 11/04/2022

Romênia. Fim da Segunda Guerra Mundial. Leo Auberg, de origem alemã, tem 17 anos, mora com os pais e avós, estuda e nas horas vagas vivencia seus primeiros e fortuitos encontros com outros homens, em um país em que o homossexualismo é crime. Inesperadamente, porém, Léo é obrigado a pagar por outro crime. Stálin decreta a deportação das minorias étnicas alemãs para campos de trabalhos forçados, sob a acusação de terem colaborado com Hitler. Do dia para noite, Léo é retirado da sua vida e encerrado num mundo de horror, desumanidade, torturas, fome e morte. Resta a ele apegar-se às palavras.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535918489
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Homerogoncalves 19/02/2022

Uma leitura agradável de uma dramática passagem da história.
Mesmo trazendo a tona o sofrimento, a dor e a decadência diária de uma atroz sujeição e a indigna exploração de um campo de trabalho forçado, a leitura me transmitiu a imensa capacidade de sublimação de um sujeito lúdico, que luta pela condição de ser vivente e que revive todo esse drama pelo olhar da poesia. Sensacional!
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Aegla.Benevides 26/07/2021

Cru e poético
Leo Auberg é um jovem gay de 17 anos que foi convocado para um campo de trabalho forçado na Romênia (ocupada pelas tropas soviéticas). Depois da guerra, para Stálin, todos os povos descendentes de alemães deveriam pagar pelos estragos e trabalhar na reconstrução da União Soviética, em condições desumanas. Esse livro trata do período em que Leo esteve no campo, e da impossibilidade do seu retorno para casa.

Esse foi o sexto livro que escolhi para a lista dos autores premiados pelo Nobel. Pessoalmente, não sei se gostei ou não do que foi trazido na história. O tema é original, a escrita de Herta é poética, o enredo é fácil e toca o leitor. No entanto, o livro parece cair na mesmice, dando aquela impressão de que ?se eu pular algumas páginas não vou perder nenhuma informação valiosa?.

Destaco como principal ponto positivo a forma como a autora mantém o perfeito equilíbrio entre realidade e ficção. Mantendo os fatos enxutos, ela consegue pincelar um pouco de poesia na rotina do protagonista. Um exemplo disso é a figura do ?Anjo da Fome?, uma metáfora que ilustra um dos sentimentos mais presentes durante os anos de campo.

Sendo baseado em fatos reais (Leo é Oscar Pastior, amigo próximo de Herta que faleceu no meio da produção do livro), eu esperava um pouco mais de emoção, mas a história é entregue de forma crua e sem muitos grandes acontecimentos além do maior (a convocação de Leo para o campo de trabalho) ? o fim é o que dá um pouco de fôlego e de curiosidade para o leitor. Foi uma experiência enfadonha, mas a escrita sensível da autora me deixou com vontade de conhecer seus demais livros.
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mari 20/07/2021

herta
Durante muitos anos "Tudo que tenho levo comigo" rodou pelas minhas metas de leitura, até que finalmente decidi me empenhar em conhecer um pouco do trabalho de Herta Muller, ganhadora do prêmio Nobel de literatura em 2009.
Nessa obra acompanhamos Leo, um jovem de dezessete anos, homossexual, em sua jornada em um campo de trabalho forçado soviético. A obra é muito impactante e, sob a figura de Leo, Herta narra acontecimentos reais de pessoas que foram condicionadas à deportação e ao campo de trabalho, inclusive sua própria mãe. Leo narra, sessenta anos depois, seus medos, anseios, a presença constante da morte e da fome, personagens marcantes de sua rotina escrava de cinco anos e a esperança de um dia voltar para casa. Leo é apenas uma janela para sentimentos reais de pessoas reais. "Levo comigo uma bagagem silenciosa. Fechei-me tão profundamente e por tanto tempo no silêncio que nunca consigo abrir-me através das palavras. Apenas me fecho de outras formas quando falo"
O livro começa muito bom, entretanto, acaba se tornando um pouco maçante do meio para o fim. De qualquer forma, acredito que seja uma leitura válida para se conhecer as ramificações da Segunda Guerra que não são ensinadas na escola, como os campos de trabalho forçado soviéticos e a participação de países pequenos, a exemplo da Romênia, para a desestruturação do 3º Reich. "Antes, durante e depois do meu tempo no campo de trabalho, durante vinte e cinco anos vivi com medo, do Estado e da família. Da dupla queda: que o Estado me encarcerasse como um criminoso e que a família me repudiasse como uma desonra."
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