CooltureNews 06/09/2011
Por: Junior Nascimento
Senti certa dificuldade para começar a leitura de Cherub, afinal tinha acabado de ler um livro com temática parecida, por sorte isso durou só algumas páginas. Antes de começar a falar do livro, tenho que dar uma pausa e dizer (novamente) como a Editora Fundamento é perfeita na confecção das obras, papel de primeira e com as páginas estilizadas, simplesmente demais.
Cherub é um tipo de livro que nos faz pensar sobre os caminhos que a vida pode tomar, o que uma criança é capaz de se tornar quando damos oportunidade para que ela mostre o seu melhor, por outro lado podemos visualizar o que acontece quando o oposto é aplicado. Por ter uma narrativa fluída é o tipo de livro acessível a todas faixas etárias, sem se tornar cansativo para os leitores mais velhos e muito complexo para os mais jovens. Outro ponto forte da obra é a construção dos personagens, impossível não se identificar com algum, vou além, é impossível não visualizar conhecidos em outros personagens. Uma verdadeira volta ao passado, ou no caso de alguns, ao presente.
James é uma criança problema, mas podemos perceber que na verdade foram as situações que passou que o tornaram assim, e posso afirmar que nem eu com meus 25 anos sei como agiria se passasse por elas, James era um projeto de marginal. Por sorte ou destino, não vem ao caso debater isso agora, acabou sendo escolhido para ingressar em uma organização secreta chamada Cherub.
“Cherub é uma agência de espionagem. Seus agentes têm entre 10 e 17 anos e costumam passar despercebidos do mundo dos adultos, que não veem uma criança ou adolescente como ameaça. Oficialmente, esses agentes não existem.”
Ao ler a sinopse, juro que estava esperando algo surreal, como o filme Pequenos Espiões e afins. Cherub não tem nada a ver com isso, o que é mais interessante é que o fato de utilizarem crianças realmente faz todo o sentido, principalmente por serem uma simples força auxiliar do MI5. Vocês devem estar pensando como um projeto de marginal pode vir a se tornar um agente do governo, posso afirmar que não é fácil. A rotina de James na Cherub era brutal, ele estava livre de sofrer bullying (como sofria na escola), afinal os residentes se mostraram ser realmente pessoas boas, mas em contrapartida a rotina de treinamento era barra pesada, eu mesmo não sei se conseguiria passar por ela.
James não deixa de ser uma criança de 12 anos em nenhum momento do livro, apesar de ter seus momentos onde parece alguém muito mais velho e experiente, isso chega a ser raro, o que na verdade é um ponto positivo, afinal odeio tramas onde os personagens não condizem com suas idades, salvo casos onde isso é exposto logo no início. Como não poderia deixar de ser, James é um menino entrando na adolescência e sim, temos romance na trama além de um possível triângulo amoroso (espero que sim!).
Cherub é aquele tipo de livro gostoso de ler, você se envolve de tal forma na trama que é impossível não ficar apreensivo em algumas partes e dar gargalhadas em outras, é uma leitura que consegue nos cativar logo no início, o que na verdade é um “problema”, afinal a Editora Fundamento é mestre em me deixar perdido,a série é composta por 12 livros, até o momento, temos até o 2º lançado no Brasil, e eu simplesmente preciso ler todos agora. Sim, o primeiro livro teve a autorização necessária para virar filme, porém poucas informações (desencontradas ainda por cima) estão disponíveis na internet, portanto prefiro não dar nenhuma notícia como certa, mas vamos torcer pra isso.