Aleksander 11/06/2014
Que tal uma leitura robusta?
Tive o cuidado de ler cada resenha e comentário aqui colocado. Muitas impressões já descritas são as que trago da leitura de Primeiras Estórias. Esse é o primeiro livro do Rosa que leio. Como alguns concordaram, a linguagem empregada não se trata daquela fluida e de fácil entendimento num primeiro momento. Nem em outros momentos, a bem da verdade. No entanto, é interessante, expressa a oralidade muito característica dos personagens e é proposital por parte do autor. Comum encontrarmos também onomatopéias, como o som dos cavalos em disparada em "Tarantão, meu patrão" e o som do tucano em "Os cimos".
É fato também que essa linguagem se altera de conto pra conto. Alguns apresentam maior dificuldade no entendimento, o que não se deve totalmente ao vocabulário empregado, mas também à construção das frases e idéias, fazendo-se necessária às vezes uma releitura de um parágrafo. Outros (contos), no entanto, apresentam um linguajar mais fluido e simples, de fácil apreensão, associado a um enredo mais simples, no sentido da construção do texto, e não da interpretação dele. Por exemplo, "A menina de lá" e "Substância", como dois contos com linguagem mais simples, delicada, assim como seus enredos. Contrastando com "O espelho"e "Darandina", por exemplo, de entendimento mais complicado.
Me surpreendo ao dizer que gostei do livro, porque no início, tendo em vista o que já citei acima, achei que nem terminaria a leitura. No entanto o recomendo. O livro como um todo apresenta algo de muito especial em suas histórias. São 21 contos, personagens simples, cenários em geral sertanejos mas alguns urbanos, estórias até certo ponto também simples mas com um sentido bem mais elaborado do que as aparências possam indicar.