A rosa do povo

A rosa do povo Carlos Drummond de Andrade




Resenhas - A Rosa do Povo


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Raabe 24/02/2020

A cada leitura mas interessada por esse autor
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Nívia ¦ @niviadeoliveirapaiva 21/04/2020

Livro maravilhoso! Super recomendado e cheio de referências.
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Maria 11/11/2022

Lírico e engajado
Um dos livros mais politicamente engajados de Drummond, A rosa do povo foi escrito em 1945, em plena Segunda Guerra Mundial. Tal fato, claro, explica o tom do livro: as simbologias construídas aludem aos sentimentos de temor e angústia que pairam sobre o mundo em meio a guerra. Lírica e dramática, a obra se volta para o homem indivíduo e toda a sua complexidade enquanto ser.

"Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?"

(A flor a é náusea)
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Charlene.Ximenes 03/01/2018

Flores que falam
"A rosa do povo" marca os acontecimentos históricos de uma época, apresentando características políticas e artísticas fortes, sendo possível observar um Drummond que dá forma literária ao compromisso ideológico que assumiu em sua vida pessoal. O livro é aclamado por muitos como o melhor do autor, sendo considerada uma das obras primas da literatura brasileira.

Publicada em 1945, essa coletânea é dividida por 55 poemas, que evidenciam as principais temáticas que Carlos costumava trabalhar, questões envolvendo o indivíduo, a relação com a cidade natal e a família, seu contato com os amigos e com a sociedade, sua observação do cotidiano social, bem como suas experiências amorosas. A própria poesia torna-se temática do poeta, pois é aí que Drummond busca evidenciar a complexidade diante da vida.

A Rosa do povo, dois substantivos juntos que unidos adquiriram tanta força, é daquelas livros para gente colocar na cabeceira e caminhar para dentro dele como quem mergulha em si e no mundo. Leiam Drummond! Não há que se ter medo de poesias. Elas são salvação.
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Davi Teixeira 18/09/2022

Muito bom
Os poemas possuem um conteúdo político. Retratam o que o autor viveu na época em que os escreveu. Apesar dos poemas serem curtos, muitas vezes eu precisei reler alguns e refletir acerca deles.
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Guilherme.Oliveira 16/07/2020

Segunda vez que leio essa obra do CDA.
Poeta que mais me identifico!
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Aninha 27/06/2013

Mestre sempre...
"As palavras não nascem amarradas,
elas saltam, se beijam, se dissolvem..."
(página 9 - "Consideração do Poema")

Esse mineirinho de Itabira tinha o dom de desatar as palavras.

Essa obra, publicada em 1945, mostra um poeta que se comove com as dores da guerra e com a morte (como em "Carta a Stalingrado", " Visão 1944" e "Morte no avião"). É um poeta maduro, que faz um balanço da vida, do tempo, das perdas ( como em "Ontem" e "Indicações").

O tempo e seus contratempos são o mote do livro.

"O rosto no travesseiro,
escuto o tempo fluindo
no mais completo silêncio..."
("Desfile")

"Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos."
("Nosso tempo")

"No quarto do hotel
a mala se abre: o tempo
dá-se em fragmentos..."
("Assalto")

O tempo não poupa dores, nem amores.

"O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua..."
("Consolo na praia")


Excelente leitura a qualquer tempo!

site: http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com.br/2013/06/a-rosa-do-povo.html
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Lutty 03/10/2020

Sangue e Rosas e Poesia
Que preciosidade, poemas escritos num período tão conturbado onde a esperança se liquefazia e os sonhos deixavam de ser cogitados. A expressando a dor daqueles que tudo perdiam, lutavam e viviam oprimidos pela angústia do não saber, ou não querer saber o que estava por vir. Se o fim seria a possiblidade de um recomeço para os que sobrevivessem ou simplesmente a chance de ter uma rosa depositada em seus túmulos. Povo, sempre sofrido em todos os locais onde a guerra se concretize.
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Samael 06/10/2020

Como sempre, um excelente livro de Carlos Drummond de Andrade. Perfeito para endossar o entendimento do contexto social da sua época.
Nesta coletânea, o autor alterna entre poemas individuais, melancólicos e desesperançosos para poemas proféticos, sociais e com muita esperança.
É tão nítido e lindo de se ver o tom de protesto de Drummond, o quanto ele sentiu sua época e conseguiu traduzi-la em versos, em como ele consegue declarar suas posições políticas, seus sonhos, etc.

Uma leitura que realmente agrega muito.
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marislimc 02/11/2020

leitura ufu
apesar de não estar familiarizado a ler poema e a leitura ter sido massante em alguns momentos, é um excelente livro, diz muito sobre o contexto social do autor e possui homenagens a alguns autores e ícones como charlie chaplin.
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Adriana Scarpin 12/06/2016

Canto ao homem do povo Charlie Chaplin
"I

Era preciso que um poeta brasileiro,
não dos maiores, porém dos mais expostos à galhofa,
girando um pouco em tua atmosfera ou nela aspirando a viver
como na poética e essencial atmosfera dos sonhos lúcidos,

era preciso que esse pequeno cantor teimoso,
de ritmos elementares, vindo da cidadezinha do interior
onde nem sempre se usa gravatas mas todos são extremamente polidos
e a opressão é detestada, se bem que o heroísmo se banhe em ironia,

era preciso que um antigo rapaz de vinte anos,
preso à tua pantomima por filamentos de ternura e riso dispersos no tempo,
viesse recompô-los e, homem maduro, te visitasse
para dizer-te algumas coisas, sobcolor de poema.

Para dizer-te como os brasileiros te amam
e que nisso, como em tudo mais, nossa gente se parece
com qualquer gente do mundo - inclusive os pequenos judeus
de bengalinha e chapéu-coco, sapatos compridos, olhos melancólicos,

vagabundos que o mundo repeliu, mas zombam e vivem
nos filmes, nas ruas tortas com tabuletas: Fábrica, Barbeiro, Polícia,
e vencem a fome, iludem a brutalidade, prolongam o amor
como um segredo dito no ouvido de um homem do povo caído na rua.

Bem sei que o discurso, acalanto burguês, não te envaidece,
e costumas dormir enquanto os veementes inauguram estátua,
e entre tantas palavras que como carros percorrem as ruas,
só as mais humildes, de xingamento ou beijo, te penetram.

Não é a saudação dos devotos nem dos partidários que te ofereço,
eles não existem, mas a de homens comuns, numa cidade comum,
nem faço muita questão da matéria de meu canto ora em torno de ti
como um ramo de flores absurdas mando por via postal ao inventor dos jardins.

Falam por mim os que estavam sujos de tristeza e feroz desgosto de tudo,
que entraram no cinema com a aflição de ratos fugindo da vida,
são duras horas de anestesia, ouçamos um pouco de música,
visitemos no escuro as imagens - e te descobriram e salvaram-se.

Falam por mim os abandonados da justiça, os simples de coração,
os parias, os falidos, os mutilados, os deficientes, os indecisos, os líricos, os cismarentos,
os irresponsáveis, os pueris, os cariciosos, os loucos e os patéticos.

E falam as flores que tanto amas quando pisadas,
falam os tocos de vela, que comes na extrema penúria, falam a mesa, os botões,
os instrumentos do ofício e as mil coisas aparentemente fechadas,
cada troço, cada objeto do sótão, quanto mais obscuros mais falam.

II

A noite banha tua roupa.
Mal a disfarças no colete mosqueado,
no gelado peitilho de baile,
de um impossível baile sem orquídeas.

És condenado ao negro. Tuas calças
confundem-se com a treva. Teus sapatos
inchados, no escuro do beco,
são cogumelos noturnos. A quase cartola,
sol negro, cobre tudo isto, sem raios.

Assim, noturno cidadão de uma república
enlutada, surges a nossos olhos
pessimistas, que te inspecionam e meditam:
Eis o tenebroso, o viúvo, o inconsolado,
o corvo, o nunca-mais, o chegado muito tarde
a um mundo muito velho.

E a lua pousa
em teu rosto. Branco, de morte caiado,
que sepulcros evoca mas que hastes
submarinas e álgidas e espelhos
e lírios que o tirano decepou, e faces
amortalhadas em farinha. O bigode
negro cresce em ti como um aviso
e logo se interrompe. É negro, curto,
espesso. O rosto branco, de lunar matéria,
face cortada em lençol, risco na parede,
caderno de infância, apenas imagem
entretanto os olhos são profundos e a boca vem de longe,
sozinha, experiente, calada vem a boca
sorrir, aurora, para todos.

E já não sentimos a noite,
e a morte nos evita, e diminuímos
como se ao contato de tua bengala mágica voltássemos
ao país secreto onde dormem os meninos.
Já não é o escritório e mil fichas,
nem a garagem, a universidade, o alarme,
é realmente a rua abolida, lojas repletas,
e vamos contigo arrebentar vidraças,
e vamos jogar o guarda no chão,
e na pessoa humana vamos redescobrir
aquele lugar - cuidado! - que atrai os pontapés: sentenças
de uma justiça não oficial.

III

Cheio de sugestões alimentícias, matas a fome
dos que não foram chamados à ceia celeste
ou industrial. Há ossos, há pudins
de gelatina e cereja e chocolate e nuvens
nas dobras do teu casaco. Estão guardados
para uma criança ou um cão. Pois bem conheces
a importância da comida, o gosto da carne,
o cheiro da sopa, a maciez amarela da batata,
e sabes a arte sutil de transformar em macarrão
o humilde cordão de teus sapatos.

Mais uma vez jantaste: a vida é boa.
Cabe um cigarro: e o tiras
da lata de sardinhas.
Não há muitos jantares no mundo, já sabias,
e os mais belos frangos
são protegidos em pratos chineses por vidros espessos.

Há sempre o vidro, e não se quebra,
há o aço, o amianto, a lei,
há milícias inteiras protegendo o frango,
e há uma fome que vem do Canadá, um vento,
uma voz glacial, um sopro de inverno, uma folha
baila indecisa e pousa em teu ombro: mensagem pálida
que mal decifras
o cristal infrangível. Entre a mão e a fome,
os valos da lei, as léguas. Então te transformas
tu mesmo no grande frango assado que flutua
sobre todas as fomes, no ar; frango de ouro
e chama, comida geral, que tarda.

IV

O próprio ano novo tarda. E com ele as amadas.
No festim solitário teus dons se aguçam.
És espiritual e dançarino e fluido,
mas ninguém virá aqui saber como amas
com fervor de diamante e delicadeza de alva,
como, por tua mão a cabana se faz lua.

Mundo de neve e sal, de gramofones roucos
urrando longe o gozo de que não participas.
Mundo fechado, que aprisiona as amadas
e todo o desejo, na noite, de comunicação.

Teu palácio se esvai, lambe-te o sono,
ninguém te quis, todos possuem,
tudo buscaste dar, não te tomaram.
Então encaminhas no gelo e rondas o grito.

Mas não tens gula de festa, nem orgulho
nem ferida nem raiva nem malícia.
És o próprio ano-bom, que te deténs. A casa passa
correndo, os copos voam,
os corpos saltam rápido, as amadas
te procuram na noite... e não te vêem,
tu pequeno, tu simples, tu qualquer.

Ser tão sozinho em meio a tantos ombros,
andar aos mil num corpo só, franzino,
e ter braços enormes sobre as casas,
ter um pé em Guerrero e outro no Texas,
falar assim a chinês a maranhense,
a russo, a negro: ser um só, de todos,
sem palavra, sem filtro,
sem opala:
há uma cidade em ti, que não sabemos.

V

Uma cega te ama. Os olhos abrem-se.
Não, não te ama. Um rico, em álcool,
é teu amigo e lúcido repele
tua riqueza. A confusão é nossa, que esquecemos
o que há de água, de sopro e de inocência
no fundo de cada um de nós, terrestres. Mas, ó mitos
que cultuamos, falsos: flores pardas,
anjos desleais, cofres redondos, arquejos
poéticos acadêmicos; convenções
do branco, azul e roxo; maquinismos,
telegramas em série, e fábricas e fábricas
e fábricas de lâmpadas, proibições, auroras.
Ficaste apenas um operário
comandado pela voz colérica do megafone.
És parafuso, gesto, esgar.
Recolho teus pedaços: ainda vibram,
lagarto mutilado.

Colo teus pedaços. Unidade
estranha é a tua, em mundo assim pulverizado.
E nós, que a cada passo nos cobrimos
e nos despimos e nos mascaramos,
mal retemos em ti o mesmo homem,

aprendiz
bombeiro
caixeiro
doceiro
emigrante
forçado
maquinista
noivo
patinador
soldado
músico
peregrino
artista de circo
marquês
marinheiro
carregador de piano

apenas sempre entretanto tu mesmo,
o que não está de acordo e é meigo,
o incapaz de propriedade, o pé
errante, a estrada
fugindo, o amigo
que desejaríamos reter
na chuva, no espelho, na memória
e todavia perdemos

VI

Já não penso em ti. Penso no ofício
a que te entregas. Estranho relojoeiro
cheiras a peça desmontada: as molas unem-se,
o tempo anda. És vidraceiro.
Varres a rua. Não importa
que o desejo de partir te roa; e a esquina
faça de ti outro homem; e a lógica
te afaste de seus frios privilégios.

Há o trabalho em ti, mas caprichoso,
mas benigno,
e dele surgem artes não burguesas,
produtos de ar e lágrimas, indumentos
que nos dão asa ou pétalas, e trens
e navios sem aço, onde os amigos
fazendo roda viajam pelo tempo,
livros se animam, quadros se conversam,
e tudo libertado se resolve
numa efusão de amor sem paga, e riso, e sol.

O ofício é o ofício
que assim te põe no meio de nós todos,
vagabundo entre dois horários; mão sabida
no bater, no cortar, no fiar, no rebocar,
o pé insiste em levar-te pelo mundo,
a mão pega a ferramenta: é uma navalha,
e ao compasso de Brahms fazes a barba
neste salão desmemoriado no centro do mundo oprimido
onde ao fim de tanto silêncio e oco te recobramos.

Foi bom que te calasses.
Meditavas na sombra das chaves,
das correntes, das roupas riscadas, das cercas de arame,
juntavas palavras duras, pedras, cimento, bombas, invectivas,
anotavas com lápis secreto a morte de mil, a boca sangrenta
de mil, os braços cruzados de mil.

E nada dizias. E um bolo, um engulho
formando-se. E as palavras subindo.
Ó palavras desmoralizadas, entretanto salvas, ditas de novo.
Poder da voz humana inventando novos vocábulos e dando sopros exaustos.
Dignidade da boca, aberta em ira justa e amor profundo,
crispação do ser humano, árvore irritada,
contra a miséria e a fúria dos ditadores,

ó Carlito, meu e nosso amigo, teus sapatos e teu bigode
caminham numa estrada de pó e de esperança. "
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Miguel.Angelo 28/01/2021

Em 55 poemas, Drummond apresenta sua inventividade poética em estágio madura. Há uma certa continuidade temática na aglomeração dos poema no livro. Reflexões sobre absolutamente tudo: vida, solidão, política, guerra, figuras históricas e outras.
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Juliana Madna 01/02/2016

A rosa do povo.
Coletânea de diversos poemas de Drumond.
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Livia 29/02/2020

Poemas nao tao dificeis de interpretar e com um sentimentalismo impressionante
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Bruna 14/03/2021

A rosa do povo
Poemas que deslizam entre guerras, memória, família, morte, insônia, tempo, vida... Escrito em um contexto absurdamente cruel da história humana. Nesses versos a vida está pulsante, presente.

"Ele caminhará nas avenidas,
entrará nas casas, abolirá os mortos.
ele viaja sempre, esse navio,
essa rosa, esse canto, essa palavra."
- Trecho final de "Mas viveremos".
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