Luz 28/04/2010
Todos os livros dessa série mortal devem de ser lidos por aqueles que gostam de desafios para a sua massa cinzenta e tentar realmente apreender e se motivar com o sofrimento de Eve Dallas quando criança, e o quanto sofreu nas mãos do próprio pai. E que adveio daí, para sua sobrevivência, ou sobrevivência da matéria, que com o assassínio do genitor e para fugir da suas sevícias, maus tratos e sodomias, resultasse numa mulher de caráter forte, extremamente perfeccionista e que alcançou com o trabalho de policial uma maneira de extirpar suas mágoas e suas dores, fazendo uma limpeza na sociedade e fazendo uma limpeza no seu próprio ego. Com a persistência da Tenente Eve Dallas e do amor incomensurável de Roarke, seu marido, J.D. Robb escreve fascinantes acontecimentos e registra como podemos conviver com o mal, mesmo que ele fique escamoteado em algum lugar na nossa alma, mas que sempre teremos forças e coragem para sobrepujá-lo de algum modo.
Quem ler a série e é indispensável seguir a ordem Mortal (basta acessar um livro e nas primeiras folhas já terá sabido de toda sequência), verá como Eve Dallas e Lisbeth Salander, essa da Trilogia Millenium, são parecidas em muitas coisas e que o caráter de uma é intrinsecamente, no geral, o caráter da outra.
O que prova, em todos esses livros, que as mulheres não estão mais uns 200 anos atrasadas no tempo e não devem mais se submeterem a isso ou mais aquilo e, passivamente, deixarem que o mundo desabe em cima delas. É preciso que se levantem, que se sacudam, que pleiteiem, que exijam, que se afirmem, mesmo que para isso seja necessário um pouco, ou muito, da sua liberdade e integridade às custas das penalidades e do sofrimento alheio.