Leandro.Augusto 22/01/2022
Continuando a caminhada.
Nesse segundo volume você tem um aprofundamento dos personagens, especialmente os femininos e um dos elementos mais interessantes, se não o mais interessante, criado pelo Jordan que são as Aes Sedai. Ainda que a Ewgene continua a ser a “prometida” do Rand e a Nynaeve a emburrada que joga o cabelo a todo o momento por cima do ombro.
Eu ainda sinto o Jordan muito entusiasmado com seu mundo e sinto que ele poderia ter tido um pouco mais de calma e detalhar, não o cenário, mas os sentimentos, preparar melhor o terreno para o que estava planejando, principalmente no terreno do amoroso, porque enquanto o mundo criado por ele vai se engrandecendo, os personagens deixam de aproveitar um pouco do campo que tem; é como se ele não acreditasse que o leitor fosse permitir a ele qualquer escapadela, como se ele quisesse mergulhar o leitor no seu mundo não o permitindo sair e talvez, não sei, reconhecer algo seu naqueles personagens e tipo... despertar dele.
Todo mundo tem tanto para dizer sobre si mesmo e os personagens são sempre o autor multiplicado, então acho que ainda falta essa a mim encontrar essa sinceridade no texto do autor, essa permissão dele de ser mais álibi e não tanto companheiro, acho inclusive que nada melhor teria sido para ele desenvolver as personagens femininas do que se sentar com uma garota ou a sua esposa e conversar com ela, sabe. E aí, meu amor, o que você faria nesse momento? O que você acha do Rand?
A aventura continua, mas ainda um pouco mecânica, ainda assim é uma aventura prazerosa por ser uma aventura e como eu disse sobre o “Olho do Mundo” é um livro que nos oferece o prazer de nos aventurarmos... e isso é o que eu acho brilhante, não no sentido de originalidade, mas no sentido de um autor, de um outro ser humano, estar disposto a nos apanhar pelo mão e nos proporcionar caminhar por mundos que estão em sua mente, mas que também estão na nossa e por isso eu agradeço ao Jordan!