Kamila 19/11/2011
A minissérie escrita por Manoel Carlos e dirigida por Jayme Monjardim já tinha dado grandes provas da mulher singular (para o bem ou para o mal) que Maysa foi. O livro redigido por Lira Neto só faz aprofundar e confirmar esta sensação. As histórias que ele compartilha conosco são sensacionais e muito ricas. Como leitores, nos sentimos próximos de Maysa, do fato de ela ter sido um ser humano falível (com erros e acertos, qualidades e defeitos, inseguranças e arrogâncias). Ela nos aparece como uma pessoa real, de carne e osso, cujo equívoco maior, talvez, tenha sido viver tudo em excesso. Maysa se jogava 100% em todos os projetos que encarou e seu maior testamento, talvez, tenha sido a música escrita por Tom Jobim e Aloysio de Oliveira: “Todos acham que eu falo demais / E que ando bebendo demais / Que essa vida agitada / Não serve pra nada / Andar por aí / Bar em bar, bar em bar / Dizem até que ando rindo demais / E que eu conto anedotas demais / Que eu não largo o cigarro / E dirijo o meu carro / Correndo, chegando no mesmo lugar / Ninguém sabe é que isso acontece porque / Vou passar toda a vida esquecendo você / E a razão porque vivo esses dias banais / É porque ando triste, ando triste demais / E é por isso que eu falo demais / É por isso que eu bebo demais / E a razão porque vivo essa vida / Agitada demais / É porque meu amor por você é imenso demais”. Nada mais Maysa do que isso.