cinoca 11/11/2011nada de novoSr. Segunda-Feira é um livro que está na minha estante há mais de um ano e apesar de ter demorado tanto para lê-lo, eu tinha certeza que seria uma boa história. Achei que quando começasse a leitura, como grande parte das sagas, a trama ia demorar alguns capítulos para se desenrolar, mas não. Tudo a acontece muito rápido em Sr. Segunda-Feira.
A história começa quando Artur muda-se com sua família adotiva para uma nova cidade, e em seu primeiro dia de aula ele é obrigado a fazer educação física. Tudo bem até ai, se ele não tivesse um sério caso de asma que já tinha o colocado no hospital mais de uma vez. Mesmo tentando explicar para o professor que não poderia correr, Artur foi ignorado e obrigado a juntar-se ao restante da turma. Quando ele começa a passar mal e quase desmaia, Artur enxerga uma luz branca e vinda dela duas pessoas: Um velho que parecia um mordomo com cara de mendigo e um homem jovem e bonito, mas em uma espécie de cadeira de rodas e com uma aparência muito cansada. Acontece que aquelas duas pessoas vieram de outro mundo e por alguma razão o mordomo acaba entregando a ele uma chave em forma de ponteiro e então some.
A partir dai, Artur descobre que aquela não é apenas uma chave comum, mas sim um objeto que lhe dará poderes e que também irá lhe trazer muita responsabilidade e problemas.
Sr. Segunda-Feira é um típico livro de literatura fantástica voltada para o público jovem que goste de Harry Potter, Percy Jackson e outros heróis juvenis do gênero. A narrativa é em terceira pessoa e bem simples, mas ainda sim detalhada de uma forma muito boa e divertida. De fato, uma das coisas que eu mais gostei na escrita de Garth Nix foi a descrição dos personagens e lugares. São descrições simples, sem muitos detalhes e com informações bem diretas que na hora você consegue imaginar perfeitamente cada personagem fantástico criado para esse mundo, por mais bizarros que eles possam parecer.
Aliás, o mundo fantástico criado por Garth é incrivelmente criativo. Adorei o nome dos personagens e descrição de suas características e “profissões”, adorei as sacadas inteligentes e engraçadas que o autor conseguiu implementar em todas as explicações desse novo mundo.
Esse é um daqueles livros que é impossível você ler sem imaginar como um filme e, se fosse adaptado para as telonas, com certeza ia ser um sucesso de bilheteria.
De qualquer maneira, apesar de ter gostado muito das descrições e características dos personagens, não consegui simpatizar com nenhum, nem mesmo Artur. Talvez seja porque esteja meio cansada de personagens como ele, tão previsíveis e que não tenham nenhuma característica extra em sua personalidade que os diferencie de tantos outros heróis juvenis. Claro que gostei dele, mas não ao ponto de realmente me importar com o que acontecesse com ele ou sua família e amigos no final da história.
Duas coisas meio irrelevantes, mas que preciso comentar: Achei o fato do autor destacar a preguiça como uma das características da personalidade do Sr. Segunda-Feira, genial! Me faz pensar como serão Sexta, Sábado e Domingo! Hahaha
E outro elogio que eu devo fazer é para a ótima diagramação e revisão ortográfica que a editora Fundamento teve com esse livro, o que de certa forma não me impressiona, já que todos os títulos da editora que já li, são sempre dessa maneira.
Em suma, o primeiro volume da série As chaves do reino é uma leitura para passar o tempo, mesmo. Não espere muitas aventuras de tirar o fôlego ou personagens marcantes, mas ainda sim é um livro prazeroso e divertido que os fãs de literatura fantástica infanto-juvenil irão adorar.