Jessie_Marq 08/10/2014
Regra #1: Não se envolva com os humanos.
Regra #1: Não se envolva com os humanos.
Assim como em Sandman de Neil Gaiman, temos pecados, sentimentos e outros elementos intangíveis personificados. Em Desastre a história é contada com uma narrativa em primeira pessoa feita por Fado, que prefere ser chamado de Fábio. Ele assim como Morte (Dennys), Destino, Gula, e demais pecados mortais e veniais, intangíveis e subversivos são responsáveis por cuidar dos humanos, seja dando-lhes Sorte, ou cuidando para que não fujam de suas sinas.
Fábio, depois de mais de um quarto de milênio já não aguenta mais a vida que leva, está cansado de ser Fado e mais ainda de seus humanos com vida medíocres e deploráveis, todos fadados a uma vida sem muito brilho ou glamour, ao contrário de Destino, que é responsável pelos humanos que estão na Trilha do Destino, estes sim seram os humanos que farão grandes feitos.
Mas mesmo sendo o Fado, assim como os demais gerados no caldo primordial 101, Fábio tem suas vantagens em ser quem é, além de imortal, ainda pode se teleportar para qualquer lugar do globo em questão de segundos, tem um belo apartamento, e um cartão de crédito sem limite, para gastar no que quiser, como quiser. É apenas necessário seguir algumas poucas regras como: Regra #1: não se envolva; Regra #2: não melhore o futuro designado para alguém; Regra #5: nunca se materialize na frente de humanos; Regra #7: não se apaixone; Regra #9: cumpra suas cotas. Nosso narrador, apesar de cansado de ter o trabalho que tem, sempre cumpriu as regras, apenas alguns pequenos deslizes durante sua existência, mas nada grave, pelo menos até conhecer ela.
Quando se é imortal, há de se inventar novas formas para passar o tempo, para Fado e Destino a diversão é praticar sexo sem contato diante de humanos que não podem vê-los enquanto estão invisíveis (mas que se tornariam visíveis caso se tocassem). Certa vez os amantes imortais estavam se divertindo na cobertura do prédio de Fábio, então ela apareceu, Sara, uma humana inigualável, não a mais bela, mas com uma presença que chama a atenção de todos e que alegra os que passam por ela.
Fábio quebrou uma das regras que nunca deveria ser quebrada, ele se apaixonou por Sara. Para piorar a situação ela estava na trilha do Destino, sendo assim, Sara era um dos humanos que estão sob os cuidados de Destino (aquela puta! Fado).
A partir desse ponto, nosso personagem principal narra o relacionamento maravilhoso com a humana e como ela o fez querer fazer algo a mais pelos humanos que seguem a Trilha do Fado, aos quais ele era responsável. Porém, o desejo de Fábio de querer melhorar a existência de seus humanos, dando-lhes um significado a mais está gerando algo que nem ele pode mais controlar e isso trará graves consequências para ele, para seus humanos e até mesmo para Sara, a mulher a quem ele ama.
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O livro é regado a sexo e palavrões, não indico a nenhum menor de 16 anos.
O livro é daqueles que você pega para ler em um domingo tedioso, sem muitos atrativos iniciais o livro te prende de modo que você quer saber o que vai acontecer e a cada reviravolta você se surpreende. Então quando vai chegando o final, seus olhos vão se enchem de lágrimas e a cada página fica mais difícil continuar lendo (tenta ler com os olhos cheios dágua). O final é surpreendente, mesmo que no meio você pense Rá! Já sei o final!, ainda assim ao chegar na última página você vai pensar com os olhos cheios de lágrimas: é eu não adivinhei o final.
Desastre não me prendeu tanto quanto outros livros que li, como Cinder, mas é um dos livros que digo que valeu a pena ler apenas pelo lindo desfecho.
Resenha por Jessie Marques
Ficha Técnica: Desastre (Fated)
Autor: S. G. Brown
Ano: 2010
Páginas: 272
Editora Leya
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Mas Desastre não é assim tão perfeito, infelizmente. Para você que for ler Desastre, um aviso, prepare seus olhos, a quantidade de frases mal traduzidas a ponto de perderem o sentido, e de outros erros é enorme, muitas vezes tirando totalmente a vontade de um leitor mais atento de ler, como já trabalhei com revisão de livros, tenho olho clínico para esses erros e por diversas vezes tive vontade de queimar vivo o responsável por tanto erros. Alguns deles:
Na página 110 a expressão Cross my heart and hope to die foi traduzida como Jura por sua vida, fazendo uma cruz no coração? Nós temos diversos equivalentes em nossa língua para essa expressão e levando em consideração que este trecho não altera em nada no desenrolar da história, ela poderia muito bem ter sido adaptada, afinal de contas, quem ia jurar pela vida fazendo uma cruz no coração aqui no Brasil?
Outra coisa que me deixou mais chateada ainda com a tradutora (Inês Pimentel) está na página 139, onde a expressão Shadow Furry foi traduzida como Sombra furiosa, até ai sem problema algum, se não fosse pelo fato de ela aparecer 4 vezes nessa página e uma delas continuar em inglês. Foi quase como o teto azul bebê que se torna branco em Sangue Quente.
Outra coisa que me fez desgostar do livro é o fato de que me deixa muito chateada quando leio um livro e entendo/conheço metade do que é dito em relação a referências feitas a celebridades ou lugares, sinceramente odeio histórias com inúmeras referências que dizem respeito a apenas uma cultura/país e Desastre é cheio delas, tanto lugares, quanto celebridades e até marcas! Falando em marcas, são citadas tantas que é quase um filme brasileiros, lotado de propagandas! Não há a necessidade de tantas marcas sendo citadas.
site: http://emjessie.wordpress.com/2014/01/06/resenha-desastre-de-s-g-browne/