LucasBaggio 06/06/2011
Nunca tinha ouvido ou lido nada sobre S. G. Browne e nem de seus livros. Logo nas primeiras páginas de Desastre, não pude deixar de ter um certo preconceito dele, pois em vários momentos a escrita de Browne me lembrava muito “A menina que roubava livros”, de Markus Zusak, na maneira como o autor narra sua históría, sem falar que a Morte é um dos personagens secundários.
Mas meus preconceitos não prevaleceram no decorrer da leitura.
“Desastre” é narrado por Fado. Já ouviu a expressão “fulano está fadado à morte”? Pois é, eu já conhecia o vocábulo “fadado”, mas nunca tinha ouvido o nome “fado”. Só eu?
Mas enfim, a história é narrado por Fado, um imortal, uma das entidades que controlam e designam as sinas dos humanos na Terra. Como podemos ver no livro, Fado tem de acompanhar as sinas de cerca de 83% da população mundial, ou seja, mais de oitenta por cento no mundo não terá um futuro de escolhas felizes, já que os únicos humanos com futuros bons estão na Trilha do Destino, e não do Fado.
É muito interessante esse mundo que o autor criou. Cada entidade imortal tem uma forma e nome humano. No caso de Fado, seu nome humano é Fábio, Dennis é o nome humano da Morte, Jerry é o nome humano de Deus (o chefe da empresa, por assim dizer).
Mas, como em qualquer sociedade, o mundo dos imortais tem suas regras, e Fado começa a descumpri-las interferindo na vida de seus humanos, para que eles não tenham um final tão ruim como o seu futuro mostra.
Além disso, Fado se apaixona por uma mulher humana, o que significa se envolver, que é outra regra de Jerry.
Nos livros nós aprendemos muitos conceitos desconhecidos que muitas vezes a gente nem pára para pensar realmente neles. O que será que me aguarda para o dia de amanhã? E daqui a 5 anos? Como eu vou morrer?
Será que eu estou na Trilha do Fado ou na Trilha do Destino?
No caso Destino é uma mulher, muito parecida com uma prostituta, segundo Fado.
O livro é cheio de humor, ironias, e o autor tem umas sacadas muito boas, para o assunto que ele resolveu abordar, o que não é fácil.
O final do livro também me agradou bastante. No início (do fim) tudo me pareceu muito melancólico, realmente um desastre, quase até me levando às lágrimas. Mas o final foi tão inesperado que foi compensador.
Este história nos mostra que hoje nós podemos estar no mais alto patamar de sucesso na vida, mas, em um piscar de olhos, podemos perder tudo. O mundo é muito pequeno, e ele gira. Fado prova isso da forma mais difícil que um imortal poderia provar.
A minha opinião sobre o livro? Recomendo! Acho que a história faria muita gente colocar a mão na consciência e pensar mais em seu futuro, em suas escolhas, em seu Destino ou seu Fado. O importante é viver e continuar tentando acertar. No fim o Universo se encarrega se acertar tudo.